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31. UMA VISITA INESPERADA

Pensei que me distanciar seria o suficiente para sufocar esse sentimento que me persegue até em meus sonhos. Eu queria que fosse tão fácil, queria que fosse como uma lâmpada que pode ser apagada com um toque no interruptor.

Mas não é, e minha mente sempre volta ao mesmo lugar, ao mesmo momento.

O momento em que nossos lábios se encontraram e eu senti, por um instante, que aquele jardim era mágico e que eu era uma princesa de contos de fadas recebendo um beijo de amor eterno do príncipe encantado.

Julho de 2024, 7pm

Fazia cinco dias desde que Cristal havia voltado para Lins. Nicole iria viajar no dia seguinte com sua família e a convidou para ir junto, entretanto, Cristal decidiu que tinha que ter mais tempo com seus pais, pois sua mãe andava sensível, reclamando que quase não via suas filhas.

Era por isso que naquela quinta-feira, depois de passar o dia na casa de seus pais assistindo filmes com eles, ela decidiu que dormiria cedo, pois no dia seguinte seria feito um churrasco na casa da família Brandão Alves, e Wesley tinha convidado toda a família Albuquerque para aproveitar o dia na piscina.

O motivo oficial da festa era para comemorar o lançamento de mais um livro de Julieta, dessa vez a biografia de um apresentador famoso que havia falecido dois anos antes. Ela conseguiu permissão da família dele para escrever o livro, assim como as entrevistas de que precisava para reunir as informações necessárias para a história.

Além da conquista de Julieta, Cristal ficou sabendo, em uma conversa por chamada de vídeo com Elise, que Bárbara havia voltado ao Brasil depois de se envolver com Dante Marchetti. Pelo que parecia, quando as coisas ficaram muito sérias, ela entrou em pânico, e agora andava triste pelos cantos, trabalhando como um robô. Talvez uma festa familiar entre amigos pudesse animá-la.

De qualquer forma, seria um ótimo tempo com sua família, especialmente com sua sobrinha Ruth, que ela sentia muita falta de mimar e brincar. E também seria uma forma de esquecer Erick, pelo menos por um tempo. Ele havia ligado todos os dias desde que ela voltou para Lins, e ela ignorou todas as chamadas. Não queria que ele tivesse esperanças, então qual o ponto de continuar com sua "amizade"?

Eram quase oito horas da noite quando terminou de tomar banho e vestiu o seu pijama das meninas superpoderosas. Na verdade, era uma blusinha e um short folgado que gostava de usar para dormir.

Se encaminhou para a cozinha a fim de preparar algo rápido para comer, e foi surpreendida pelo toque do celular. Era uma mensagem de um número desconhecido.

"Você gosta de comida italiana ou prefere hambúrguer e fritas com milk-shake, ao estilo estadunidense?"

Confusa, ela respondeu.

Cristal: Você deve ter errado de número.

Desconhecido: Tenho certeza de que não errei.

Cristal: Todos as pessoas que conheço estão em minha lista de contatos.

Desconhecido: Nem todas. Você me conhece, mas não tem meu número.

Cristal: Quem é você, afinal?

Desconhecido: Nossa, você consegue ser chata até por mensagem, Cristal.

Ela ficou olhando para a tela de boca aberta. Quem poderia estar falando com ela? Decidida a acabar com isso, ela mandou uma resposta final.

Cristal: Se me acha tão chata, para de mandar mensagem. Vou te bloquear.

Desconhecido: Que gentil da tua parte avisar.

Ela quase deu um pulo de susto quando o celular começou a tocar. Era uma chamada de voz do número desconhecido. Nervosa, clicou em aceitar chamada.

— O quê? — atendeu com voz intencionalmente entediada.

— Tinha me esquecido que você não é exatamente educada. — Ouviu uma voz grave responder.

— David?

— Você conhece mais alguém que tenha a voz tão sexy quanto a minha?

"Metido!", pensou ela.

— Conheço uns caras de vozes bem sedutoras, na verdade.

Ele bufou e ela quase podia vê-lo revirar os olhos.

— Então, você prefere comida italiana ou hambúrguer?

— Por quê?

— Custa responder?

— Por que diabos você tá me ligando, David?

— Pra saber se você prefere comida italiana ou hambúrguer.

Ela fez um som de rosnado fraco.

— Tanto faz, só quero entender por que você quer saber alguma coisa de mim se quando eu estava em São Paulo você nem gostava de estar perto.

— Você tá com fome?

"Nossa, como ele é irritante!"

— Do que adianta saber isso se você não pode fazer nada a respeito?

— Hum... está irritada, então é óbvio que tá com fome. Quer jantar comigo?

— O quê?

— Jantar. Você sabe, comer à noite. Acho que isso ainda é chamado de jantar.

— Eu sei o que é jantar!

— Então por que perguntar? Você está com fome, eu também. Você não se importa com a comida escolhida, eu também não. Então jantar... nós dois... hoje. Tá muito difícil seguir o raciocínio?

— Como poderíamos jantar juntos se você...

Foi interrompida por batidas na porta. Sem pensar, ela foi abrir, só para encontrar David segurando sacolas em uma mão e o celular na outra. Ele sorriu e desligou o aparelho, e ela fez o mesmo, aturdida com a presença dele.

— Eu o que, Cristal?

— Como... — Sua voz falhou e ela pigarreou. — O que está fazendo aqui?

— Achei que já tivesse percebido. — Ele levantou as sacolas, de onde vinha um cheiro delicioso de queijo derretido. — Vim trazer o jantar.

Sem esperar que ela o convidasse, ele andou em direção ao espaço que deduziu ser a cozinha. Ela o olhou de boca aberta, chocada com sua atitude. Fechou a porta e seguiu atrás dele, assistindo-o colocar as sacolas em cima da mesa e começar a desembalar a comida.

— Você... — Ela estava sem palavras.

— Eu...? — Ele ergueu uma sobrancelha, dando um sorrisinho irônico.

Ela balançou a cabeça, como que para pensar direito.

— Por que trouxe comida para mim? Aliás, como você conseguiu meu número? Como sabia onde me encontrar? E como diabos conseguiu entrar no prédio?

— Quantas perguntas. — O sorriso dele ficou mais sarcástico.

Ela endureceu as feições e cruzou os braços, encarando-o com cara de poucos amigos. Ele revirou os olhos e suspirou.

— Eu roubei teu número do celular do Erick, é o primeiro número na lista de chamadas. — Riu quando a ouviu fazer um som infantil com a boca. — Trouxe comida porque estou com fome e quero jantar, e o porteiro é bem simpático, foi só eu mostrar uma foto do nosso grupinho no último jantar e dizer que queria fazer uma surpresa para a minha amiga. Quanto a te encontrar, eu estava com o Erick quando ele chamou a tua irmã por vídeo para perguntar o teu endereço. Ela deu o endereço da casa dos teus pais e desse apartamento, então...

— Por que o Erick iria querer saber isso?

— Para te encontrar, obviamente.

— Ele está aqui em Lins?

— Ainda não, mas acho que chegará em alguns dias.

Ela arregalou os olhos, depois os estreitou, olhando para o moreno com suspeita.

— É por isso que você veio? Pra fazer o mesmo discurso de que eu não combino com ele? Já falei mil vezes que nós não temos nada um com o outro.

Ele a olhou seriamente.

— O teu relacionamento com ele não é problema meu. Estou aqui porque quero jantar com você.

— Por quê? Não é como se fôssemos amigos. Você nem gosta de mim.

— Nunca falei nada sobre não gostar de você.

— Ah, por favor, David. Não vamos esquecer de todos os nossos desentendimentos.

— Podemos apenas comer antes que esfrie?

Ela o encarou com evidente incredulidade. Ele suspirou e seus olhos se fixaram na altura dos seios dela. Olhando para baixo, Cristal ficou vermelha como um pimentão. Tinha esquecido que estava usando roupa de dormir, sem sutiã nem calcinha.

— E-eu... acho melhor ir me vestir. Tem pratos e talheres no armário.

Ela praticamente correu para o quarto, pegando roupas íntimas, bermuda jeans e camiseta. Não entendeu a si mesma quando se olhou no espelho e tentou arrumar os cachos rebeldes que agora chegavam aos ombros, mas eles não colaboravam. Desistindo, ela os amarrou de qualquer jeito.

— Invasor idiota. E por que estou me arrumando? — falou para sua imagem refletida no espelho.

Ótimo! Agora estava falando sozinha! Não faltava mais nada para parecer maluca.

Saiu do quarto e andou lentamente até a cozinha, onde encontrou David confortavelmente instalado e a mesa arrumada, contendo dois x-burguers com batata frita, dois milk-shakes napolitanos e fettuccine cremoso com frango.

— Pensei que íamos jantar, não fazer uma festa.

Ele deu um sorriso mínimo.

— Eu estou com fome, só escolhi alguns dos meus favoritos. O meu fica mais gostoso, só que eu não tinha tempo para cozinhar. Cheguei faz duas horas, só tive tempo de deixar minhas coisas no apartamento, tomar um banho e procurar um bom lugar para comprar o jantar antes de vir até você.

— Apartamento? Não hotel?

— Não sei quanto tempo vou ficar aqui, então foi melhor alugar um apartamento. O Erick e eu vamos dividir o aluguel.

— Vocês têm negócios conjuntos aqui?

Ele a olhou intensamente, ponderando o que falar.

— Pode-se dizer que sim.

— Tudo bem... — Ela começou a se servir de fettuccine. — Isso ainda não explica por que você veio me procurar para jantar. Poderia ter comido em um restaurante.

— Você pode apenas agradecer por eu ter trazido o jantar? Assim podemos comer em paz. — Ela pensou em uma resposta ácida, mas sua barriga roncou alto e ele deu um lindo sorriso. — Parece que o teu corpo concorda comigo, mesmo que você esteja pensando na melhor maneira de me dar uma resposta destruidora.

Cristal paralisou com o pegador de massa no ar. Ele estava rindo? Desde quando David ria de verdade quando estava com ela? Em um mês, nunca o vira dar um sorriso que não fosse sarcástico ou ácido, exceto quando sorriu para as crianças na clínica de oncologia pediátrica. No entanto, ele nunca sorria para ela.

— Por que você está me olhando assim? — Sua voz grave lhe tirou do devaneio. — Não tô reclamando, é só que me faz pensar em coisas inapropriadas.

— O quê? — Ela piscou.

Ele se aproximou dela por sobre a mesa e falou baixinho:

— Essa boca ligeiramente aberta e os olhos admirados me fazem pensar nas tuas reações em situações bem diferentes e completamente inapropriadas para se pensar em um jantar civilizado.

Ela corou, entendendo corretamente a malícia na voz dele.

— Agora eu não entendi mais nada. E não estava te admirando.

— Não sei se você é muito inocente ou cega mesmo. Vamos apenas comer, ok? Ou você prefere que eu te dê na boca?

Ela negou com uma careta e terminou de se servir. Estava tão faminta que logo terminou a massa que tinha colocado em seu prato e pegou o x-burguer, onde cavou para retirar o pepino.

David, que havia comido toda a massa restante, observava divertido ela tirar as rodelas de pepino, pegar um frasco de mostarda no armário e cobrir toda a parte de dentro antes de fechar o pão para comer. Ao vê-lo rindo, ela disse com a boca cheia:

— Que foi?

— O Erick também tira o pepino do hambúrguer, mas acha que mostarda, maionese e catchup tira todo o sabor da comida. — Pegou a mostarda e espalhou pão antes de dar uma grande mordida. — Se ele acha nojenta a quantidade de mostarda que eu como, vai ter um ataque quando souber que você curte tanto quanto eu.

— É picante e gostoso. Eu adoro mostarda.

— Eu também. — Ele repetiu a ação de espalhar mostarda no pão antes de comer. — Então, meninas superpoderosas?

Ela corou novamente ao perceber que ele estava falando do pijama minúsculo.

— Eu gosto delas. Fez parte da minha infância. Na minha época não tinha isso de ser inadequado para crianças. Elas metiam a porrada nos vilões mesmo!

— Qual é a tua preferida?

— Docinho.

Ele riu.

— É claro. Eu devia saber. A mais agressiva, além de ser morena e ter os olhos verdes. Você devia se identificar.

Ela fez uma careta.

— Não sou agressiva.

— Ah, não. Apenas me deu socos e chutes, me derrubou no chão e queria quebrar minha cara.

— Você mereceu. Estava sendo babaca.

— Já pedi desculpas por isso.

— Já? Não me lembro.

Ele a olhou com o sorriso irônico de sempre, levantou-se, fez uma reverência como nos filmes antigos e disse:

— Minhas desculpas, milady.

— Foda-se — ela respondeu imediatamente. — Senta aí, idiota.

— Por que você é sempre tão educada?

— Como se você fosse um exemplo de cortesia.

Ela terminou o x-burguer e pegou a batata, abriu a tampa do milk-shake, que estava pela metade, despejou tudo dentro e pegou um garfo para ir tirando uma a uma as batatas encharcadas ante o olhar horrorizado dele.

— Agora, isso sim é nojento. — Ele estremeceu.

— Hum... — Ela gemeu, fechando os olhos. — É muito bom.

Ele pigarreou, parecendo desconfortável, pois ficava se mexendo na cadeira como que para se acomodar melhor. Ela abriu os olhos e ficou intrigada ao notar que os olhos dele estavam estreitos, olhando-a de cima a baixo. Estremeceu sob seu olhar e percebeu que ele não parava de se mexer.

— Tem formiga na tua bunda? — Ele arregalou os olhos e, de repente, começou a gargalhar alto, o que a deixou mais chocada do que tudo que havia feito aquela noite. — Nunca te vi rindo tanto. Isso é estranho.

Ele enxugou os olhos e tomou o resto do seu milk-shake.

— Você é involuntariamente engraçada, Cristal.

— Você nunca riu antes.

— Eu tenho muito autocontrole. Acredite, às vezes era difícil me manter sério para não te deixar chegar muito perto.

— O que mudou agora?

Ele a encarou de um jeito que a confundiu.

— Eu cansei de me segurar.

— Olha, não é que eu não tenha gostado do jantar, foi até divertido, e agradeço por você me alimentar, mas ainda não entendi qual o motivo de ter vindo me procurar. Nunca apreciou minha companhia, nem somos amigos!

— Eu nunca quis ser teu amigo.

Ela ficou triste, porém logo se recompôs.

— O que me leva de novo à pergunta: por quê?

Ele se recostou na cadeira e suspirou pesadamente.

— Não acho que você esteja preparada para ouvir essa resposta.

Cristal o olhou duramente.

— Você veio aqui sem avisar, entrou sem ser convidado e mexeu na minha cozinha como se estivesse em tua própria casa, e acha que eu não posso lidar com o motivo disso tudo?

— É isso aí.

Ela se levantou e se inclinou para a frente, apoiou suas mãos no tampo da mesa e fitou os olhos escuros do rapaz.

— Para de me enrolar e fala essa merda de uma vez, que eu já perdi a paciência.

— Tudo bem. Quer ouvir a versão completa ou a resumida? — Ele a encarou de volta, deixando o rosto bem perto do dela.

— Resume.

Ele deu de ombros.

— Estou apaixonado por você, Cristal.

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