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29. SEPARAÇÃO


Meu Querido Diário,

Não importa o quanto eu tente, não consigo esquecer o que vi.

Fico sentada aqui, pensando na dor que me consome lentamente. Olho para as paredes, tentando adormecer, porque o cansaço me cerca, mas meus olhos se recusam a fechar.

Uma parte de mim espera que tudo isso seja um pesadelo, que eu possa acordar e voltar à minha vida normal, ao lado do meu amor, mas eu sei que não é.

Não vou acordar e ter tudo magicamente de volta, pois cada vez que fecho os olhos, a imagem de meu noivo aos beijos com outra mulher... isso me tortura. Dessa vez não acho que tenha volta.

Meu coração está partido.

07/07/24


Elise ficou encarando o teto por um longo tempo.

Fazia vinte e quatro horas desde os acontecimentos que a magoaram. Estava no apartamento de Amber, dormindo num colchão de solteiro no quartinho extra usado como depósito. Bem, não exatamente dormindo, pois ela não conseguia dormir desde a noite anterior.

Depois que entrou no carro de Luigi, ele dirigiu por quase uma hora, até chegarem em um lugar afastado de tudo. Ele desceu do carro e abriu um portão de ferro trancado com um grande cadeado, depois voltou para o carro e entrou no terreno, descendo novamente para trancar o portão assim que Amber entrou.

Sem dizer nada, ele dirigiu, passando por uma casa de pedra erguida entre várias árvores frondosas, e chegou até um riacho de água cristalina que reluzia à luz da lua. Quando Amber perguntou que lugar era aquele, ele disse que era o sítio de sua família e que morava ali. Alugou um apartamento na cidade para passar os dias enquanto trabalhava no museu, e voltava para casa todo fim de semana.

Acendeu alguns refletores que iluminaram a água e disse que se elas quisessem nadar, ele as deixaria sozinhas. Elise aceitou com um gesto de cabeça, o tempo todo sem falar.

Amber respeitou seu momento e apenas ficou perto, como uma boa amiga, pronta para ouvir quando ela se sentisse à vontade para falar. Nadaram só de calcinha e sutiã, suas roupas largadas no píer, desfrutando da água morna do riacho. Elise passou um longo tempo flutuando de costas, olhando para a lua.

Os acontecimentos recentes faziam um looping desagradável de memórias em sua mente. Ver Julian beijando outra mulher era algo que lhe feria até a alma.

Uma parte sua considerava os últimos seis anos, dizendo-lhe que ele nunca seria capaz de traí-la dessa forma, pois nunca lhe deu motivos para não confiar nele. Não depois de tudo pelo que passaram juntos.

Contudo, o que seus olhos viram não poderia ser desvisto, e doía lembrar das mãos dele na cintura dela e a boca colada na sua. O fato de que sua humilhação foi pública fazia com que sentisse como se suas veias tivessem sido injetadas com ácido. Sentia-se torturada, muito mais do que quando foi estrangulada ou quando foi espancada e teve as costelas fraturadas pelo punho forte de Kevyn.

Qualquer dor física excruciante iria passar, como sempre, conforme seu corpo sarasse de qualquer que fosse o motivo da dor. Era acostumada com isso. Tendo passado os últimos cinco anos lutando, teve muitos momentos de dor, seja por golpes que não conseguiu bloquear ou por acidentes durante lutas.

Contudo, agora não era seu corpo que doía. Dessa vez, a dor não desapareceria com um analgésico ou apertando um ponto de pressão. Agora eram seus sentimentos que tinham sido esmagados, ela não podia amenizar essa dor. Pelo menos não por enquanto.

Não sabia quanto tempo passou flutuando na água, mas quando sentiu que era demais, voltou para o píer e se deitou ao lado de Amber, olhando para as estrelas. Quando a amiga adormeceu, Elise continuou olhando para o céu, perdida em pensamentos, e mal notou quando Luigi apareceu com dois edredons enormes, cobrindo Amber com um e fazendo Elise apoiar a cabeça em suas coxas surpreendentemente musculosas, cobrindo-a com o outro edredom.

Ela não falou, apenas permitiu que ele a movesse e acomodasse como uma boneca de pano extragrande. Ele ficou o tempo todo calado, acariciando seus cachos e rosto. Quando o dia amanheceu, ele simplesmente se levantou, entrou na casa e depois voltou com uma jarra de suco, um bolo quentinho e uma seleção de salgados de massa folhada e queijos.

Amber acordou e comeu com bastante apetite, assim como Luigi, enquanto Elise comeu apenas uma fatia de queijo com um copo de suco. Então Amber anunciou que estava indo para casa e perguntou se Elise queria ficar um tempo com ela para aliviar a mente.

Ela assentiu e Luigi as conduziu até a cidade em uma caminhonete, deixando a lambreta de Amber na caçamba. Depois de limpar o máximo que conseguia a bagunça no quarto em que Elise ficaria, Amber foi até a mansão com uma lista de coisas que deveria trazer.

Elise ligou o celular e chamou o número de Bruna com as mãos tremendo. A amiga atendeu em dois toques.

— Elise! Pelo amor de Deus! Eu quase morri de preocupação! Onde você está?

— Oi, Bruna. Se acalma, estou segura.

— Me acalmar? Você faz ideia do quão louca eu fiquei por você sumir e o teu celular nem chamar? E o Julian...

— Para! Por favor, não me fala dele!

— Lis...

— Não, Bruna! Se coloca no meu lugar. Imagina ver o teu marido ser beijado por outra mulher e agarrar a cintura dela bem na tua frente! Você ficaria calma, fingiria que nada aconteceu?

— Claro que não, amiga. Eu entendo, mas Ju...

— Se falar o nome dele, eu vou desligar.

— Ok, ok, não vou falar... Pelo menos me diz onde você está, como passou a noite?

Elise suspirou.

— Estou no apartamento da Amber. Luigi nos levou para a chácara de sua família e passamos a noite num píer olhando as estrelas. Me desculpa por não avisar, eu estava atordoada demais e a última coisa que queria era conversar.

— Eu entendo, querida. Quando você vai voltar?

— Não vou.

— O quê? Como assim não vai?

— A Amber me ofereceu ficar aqui até encontrar um emprego fixo e poder alugar um apartamento para mim.

— Elise, você não precisa fazer isso. Nós temos uma mansão enorme, tem muito espaço aqui, é só escolher outro quarto até você se resolver com o Ju...

— Você não entende, Bruna? Meu coração dói muito, e por culpa dele. Eu não quero ficar em um lugar onde posso esbarrar com ele a qualquer momento. Estou magoada demais, dá pra entender?

— Oh, minha amiga, é claro que eu entendo, só estou preocupada com você.

— Eu sei, e aprecio isso, mas não posso te fazer escolher entre mim e teu primo, Bruna. Ele é tua família, praticamente teu irmão.

— Você também é, Elise. Não posso te deixar morando em um quartinho minúsculo com uma colega maluca e ninfomaníaca.

— A Amber não é maluca.

— Ela tem sérios distúrbios sexuais, você tem que admitir. — Elas riram e Bruna continuou: — Pelo menos me deixa alugar um apartamento pra ti. Só um empréstimo, até você poder pagar por si mesma. É o Andreo que está oferecendo, nós fazemos questão. Tudo isso vai passar logo, você vai ver.

— Eu não esperaria isso se fosse você. Nunca perdoei uma traição e não é agora que isso vai acontecer, mesmo que eu me sinta morrer por dentro. — Bruna fez um som descontente. Sem querer mais falar sobre isso, Elise continuou: — Vamos fazer o seguinte: vou pensar na tua oferta. Até lá, vou passar um tempo no quartinho extra da Amber. Ela está indo aí para buscar algumas coisas minhas. Outro dia, quando você estiver sozinha, eu vou buscar o resto.

Bruna suspirou.

— Tudo bem... Elise, eu realmente acho que você deve ouvir o que o Julian tem a dizer antes de tomar uma decisão definitiva.

Elise fechou os olhos, sentindo uma lágrima deslizar por sua face.

— Até outra hora, Bruna. Eu te ligo.

Lia-se nas entrelinhas: "Quero ficar sozinha com meus pensamentos".

— Tchau, então.

A morena desligou e passou a tarde toda no quarto, tentando ler ou assistir séries no seu celular, entretanto, sua cabeça simplesmente não se focava em quaisquer atividades. Amber chegou com suas coisas e as deixou silenciosamente no quarto, depois foi cuidar de sua própria vida.

E assim, vinte e quatro horas depois de sua vida se tornar um desastre, ela estava deitada num colchão no chão, encarando o teto acima e pensando no que faria a partir de agora.

Julian entrou na sala de estar onde Bruna estava sentada entre as pernas de Andreoli, apoiando suas costas no torso dele. Ela se despedia de alguém ao telefone. Quando o viram entrar, ficaram um pouco tensos, então Julian percebeu quem poderia ser.

— Era a Lis? — perguntou em um fiapo de voz.

— Sim.

— Ela não quer falar comigo. — Era uma declaração.

Bruna o olhou, penalizada.

— Sinto muito, Julian.

— Mas ela já vai voltar para casa, não vai?

Bruna desviou o olhar, não conseguindo evitar a lágrima que deslizou por seu rosto. Ela também estava triste.

— As coisas são mais complicadas que isso, amico mio.

— O que quer dizer, Andreo? — A voz de Julian tremeu e ele sentiu suas pernas fracas, deixando-se desabar no sofá, com as mãos no rosto.

— Ela não quer voltar. Disse que está magoada demais e que nunca perdoou uma traição.

— Amore mio! — Bruna disse em tom reprovador.

— Ele precisa ouvir a verdade, cara mia. Será pior se você esconder.

Julian passou a mão por seus cabelos bagunçados. Ele não dormia nem comia desde a noite anterior e sua aparência estava péssima.

— Eu não a traí!

— Mas foi o que pareceu para ela, Julian. — Andreoli tinha um tom de voz duro.

— Estamos juntos há seis anos, eu a pedi em casamento, por que diabos a trairia agora? Ainda mais com uma pirralha mimada! Ela devia saber melhor, devia confiar em mim! — Ele estava com raiva.

— Pelo amor de Deus, Julian! — Bruna gesticulava, irritada. — Lembra quando você viu o Kevyn beijando a Lis à força? Lembra como você passou duas semanas sem falar com ela e ainda teve a brilhante ideia de beijar duas garotas na frente dela?

— Não é a mesma coisa.

— Ah, não é mesmo! Naquela época vocês não tinham nada um com o outro, ainda nem tinham admitido seus sentimentos, e você agiu como se ela tivesse te traído e merecesse ser punida por isso. Agora pensa em como ela está se sentindo. Além de ver outra mulher te beijar, isso foi um escândalo público! Ela teve que lidar com a dor de ver isso e com a vergonha de ter duzentos pares de olhos a encarando como se aquilo fosse um maldito reality show! Ela está se sentindo humilhada, a última coisa que quer é olhar pra ti.

Ele cobriu o rosto com as mãos e apoiou os cotovelos nos joelhos, chorando.

— Não posso perder a Lis. Não posso! Ela é o meu amor, preciso que ela me ouça. Eu nunca iria trair minha Elise. — Bruna se levantou e o abraçou, acariciando seus cabelos. Ele enterrou o rosto no ombro dela, soluçando. — Ela precisa me ouvir, Bruna.

— Ninguém pode forçar a Lis a te ouvir, Julian. Dá um tempo pra ela se acalmar. Ela sente tanto a tua falta quanto você a dela, mas agora tá magoada e precisa de um tempo sozinha pra pensar.

— Você pode explicar o que aconteceu ontem, afinal? — Andreoli questionou. — Os colegas da Elise tinham uma foto de você e Perla agarrados.

Julian se afastou do ombro de Bruna e fungou, limpando o rosto com a manga da blusa que usava e negando com a cabeça.

— Eu estava falando com um monte de outros artistas e colecionadores, e a Perla ficava flertando descaradamente. Eu ignorei o tempo todo, fingi que não era comigo. Quando fiz uma pausa pra ir ao banheiro, acho que o nervosismo da minha primeira exposição me deu dor de barriga, ela estava me esperando do lado de fora e já veio me atacando. Me abraçou com força e tentou me beijar, mas eu desviei, a empurrei para longe pela cintura, mesmo que tenha demorado, porque ela estava me agarrando como um maldito polvo e não parava de falar coisas obscenas no meu ouvido. Eu tive que falar algumas coisas muito ofensivas pra conseguir que ela se afastasse.

— Ofensivas quanto? — Bruna perguntou.

— Do tipo que a mamãe me deixaria em prisão domiciliar e faria uma limpeza com desinfetante na minha boca se me ouvisse falar para uma mulher.

— Droga. — Ela riu, sem poder se conter. — Desculpa, é que eu queria poder ouvir isso e ver a expressão dela.

— Acredita em mim, ela tinha uma expressão assassina. Eu fiquei muito confuso quando ela começou a sorrir como o Coringa ao entrar no salão depois.

— Oh, merda! — Bruna voltou para perto de seu marido, resmungando.

— O que houve, cara mia?

— Julian, você estava prestes a fazer uma declaração pública para a Elise, não era? Ia apresentá-la oficialmente como a tua musa inspiradora.

— Sim, mas Perla simplesmente fez aquela cena, pulando em mim daquele jeito. Ela veio com a língua direto na minha boca e a minha primeira reação foi segurar a cintura dela e empurrar com força pra cima do Mário. Foi tudo tão rápido, eu nunca me senti com uma reação tão lenta. Tudo que aconteceu depois vem se repetindo na minha cabeça. Eu procurei pela Elise no salão e a vi correndo para fora, e a Perla agarrou meu braço, histérica, me impedindo de correr atrás dela, então o Mário puxou a doida de perto de mim e eu tentei seguir a Lis só para levar um soco daquele colega dela. O filho-da-mãe é mais forte do que parece. Eu estava tão atordoado que nem consegui me defender.

Bruna tinha uma expressão pensativa. Conforme Julian falava, ela fazia sons com a boca e balançava a cabeça, concordando, como se o que ele falava estivesse corroborando com o que ela pensava.

— É isso. Essa Perla Santino é, sem dúvida, uma vadia vingativa.

Os homens olharam para ela, então Julian percebeu onde ela queria chegar.

— Ah... merda!

— O que quer que você tenha falado, a deixou furiosa e ela se vingou ali mesmo, fazendo uma cena que causou constrangimento pra ti e humilhação para a Elise. Tenho que admitir que ela pensou bem rápido.

— Ah, mas isso também constrangeu Mário Santino e ela mesma — falou Andreoli. — Se ficou tão furiosa por ser rejeitada em privado, imagina qual vai ser a reação dela pela rejeição pública? Todos vimos como o Julian a empurrou e gritou o nome da Elise.

— Todos, menos Elise — Julian resmungou com amargura.

— Pensa em como deve ter parecido para ela, Julian — disse Bruna. — Estávamos vendo uma foto em que você e Perla pareciam estar em um momento íntimo, e ouvimos suposições nada sutis dos colegas da Elise, aí a Perla sobe no palco e pula com as pernas ao redor da tua cintura. Do ângulo em que estávamos, não só pareceu uma pose indecente, pareceu que vocês estavam se beijando pra valer. Era impossível ver que você não correspondeu. A única coisa que minha amiga viu foi o noivo beijando outra mulher e agarrando a cintura dela.

Uma enxurrada de palavrões saiu da boca do Julian.

— Ela precisa me ouvir, eu não sou culpado de nada.

— Nós sabemos, primo. Mesmo assim, ela precisa se acalmar primeiro. Tenha um pouco de paciência, ok? As coisas vão se resolver. Não vamos deixar essa injustiça estragar tudo.

— Vamos fazer o possível para ajudar vocês, amico mio. E eu acho que você deve se preparar para uma retaliação da Perla, possivelmente relacionada ao teu emprego. Se ela convencer Mário a te demitir, a Galleria vai ter direito às tuas obras, já que elas foram expostas no espaço do museu e bancadas com verba do próprio museu com fins lucrativos.

Julian já estava negando com a cabeça.

— Mário assinou um documento de empréstimo das obras para a Galleria por uma semana. Mesmo sem poder prever o que aconteceria, eu tomei precauções. Todas as obras da exposição foram registradas por mim, semana passada recebi os certificados de autenticidade da academia de artes. Ele não pode reter as obras, e as vendas fechadas fora da semana de exposição não darão porcentagens de lucro para o museu. Como o evento foi encerrado depois do que aconteceu, todos os interessados em comprar as obras prometeram entrar em contato diretamente comigo para negociar, e Dante usou sua influência para garantir que as vendas ocorram depois da semana de exposição.

— Meu sogro é um gênio! — Bruna elogiou.

— Sim, ele é. Agora, só o que me preocupa é ter a Elise de volta. Eu posso perder meu emprego e os contatos de grandes museus através do Mário, mas não posso e não vou perder o amor da minha vida.

Naquela tarde, Julian se enclausurou no estúdio para pintar. Em sua mente, flashes dos momentos mais inesquecíveis ao lado de Elise, desde os acontecimentos ruins até os mais felizes. Ele precisava recuperar a confiança dela, fazê-la ver que nunca a trairia daquela forma.

Sua primeira providência seria falar com Mário no dia seguinte para falar que não poderia mais trabalhar com ele se Perla não se afastasse. Se Mário decidisse demiti-lo, sabia que o homem era justo o bastante para lhe dar uma boa recomendação. Mesmo que não conseguisse trabalhar em outro museu tão cedo, daria tudo de si para a sua arte ser reconhecida e procurada.

Quando deitou-se em sua cama à noite, sentiu o cheiro do perfume de Elise. Abraçou o travesseiro, aferrando-se ao cheiro dela e desejando que esse pesadelo acabasse logo.

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