Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

21. EU NÃO COSTUMO PEDIR DESCULPAS

Às vezes me pergunto como as coisas seriam se ele nunca tivesse cruzado meu caminho. Como seria se aqueles olhos azuis não tivessem invadido minha mente tão profundamente a ponto de marcar meu coração?

Se não o tivesse conhecido, minha inocência teria permanecido intacta e eu nunca teria conhecido a dor que me esmaga e destroça minha alma.

Gostaria que ele nunca tivesse olhado para mim, que nunca tivesse roubado tudo de bom que eu poderia ter em outros braços.

Junho de 2024, 2am

Cristal sentiu suas pernas vacilarem e emitiu um baixo ofego. Por um momento, tudo o que viu foram os olhos penetrantes que a fitavam com seriedade. Aos poucos, porém, sua mente registrou que a face em que aqueles olhos azuis estavam era bem mais madura do que ela se lembrava, e os cabelos eram lisos e castanhos.

Ela lembrou de quando viu Kevyn no banco dos réus, seus cabelos mais compridos pintados de castanho, naturalmente ondulados, e a barba espessa. O homem que ela olhava agora tinha o rosto bem barbeado, porém, sua semelhança com Kevyn era impressionante.

Então aquele era Edgar Schmitz.

Não podia negar que o homem alto de corpo maciço fazia um belo par com a loira de curvas insinuantes, mesmo assim, ver tal semelhança com o causador de seus pesadelos, além de perturbador, era desconfortável.

Erick percebeu o que a fez hesitar e acariciou sua mão para tranquilizá-la.

— Tudo bem, Cristal?

— Cl-claro... não se preocupe, eu estou bem.

— Desculpe, eu não me toquei que a aparência do meu pai poderia te perturbar.

— Tudo bem, sério, não precisa se preocupar.

— Está bem. Eu sei que vai ser estranho, mas por cortesia eu sou obrigado a cumprimentar o presidente da empresa, meu pai, e apresentar minha acompanhante. Se você não quiser, eu posso pular essa parte...

— Não, não — ela o interrompeu. — Por favor, não ignore a etiqueta por minha causa.

Ele acenou com a cabeça e a guiou até seus pais.

— Mamãe... — Beijou o rosto dela. — Papai... — Deu-lhe um meio-abraço. — Cristal, você já conhece minha mãe. Esse é o meu pai, Edgar Schmitz. Papai, apresento Cristal Albuquerque.

Heidi abraçou Cristal e sorriu. Edgar pegou sua mão e a beijou, educadamente. Era realmente assustador o quanto ele se parecia como uma versão mais velha de Kevyn.

— Seja bem-vinda, Srta. Albuquerque. — Sua voz era grave, autoritária. Agora Cristal entendia de onde vinha o timbre vocal de Erick, pois Kevyn tinha uma voz suave de tenor.

— Obrigada, Sr. Schmitz. Prefiro que me chamem de Cristal. Srta. Albuquerque, geralmente, é associado à minha irmã, que mora em Roma.

— Tudo bem, Cristal. Espero que se divirta essa noite. Heidi, querida, pode fazer companhia à jovem Cristal por um momento? Preciso falar com nosso filho.

— É claro, querido.

Erick não gostou da forma como seu pai falou. Seguiu-o até um canto do salão, onde teriam mais privacidade.

— Sim, papai. O que o senhor gostaria de falar?

O patriarca da família olhou seriamente no rosto de seu filho.

— Você trouxe a garota da família que teu irmão aterrorizou para a minha festa? O que tem na cabeça, Erick?

— Meu irmão? Pensei que o senhor só reconhecesse a mim como filho. Não tenho irmãos, não é isso que sempre diz?

— Não seja insolente, garoto. Você é meu único filho, mas desde que tua mãe não pensa assim... Eu não concordo que Heidi a tenha escolhido como aprendiz, porém, ela tem a mania de me desafiar — ele suspirou. — Isso não importa. O ponto é: o que você pretende trazendo essa moça aqui?

— O que eu pretendo? Dar a ela uma noite divertida e agradável. Cristal é especial, papai. Ela é forte, inteligente, divertida... uma mulher incrível. Eu gosto dela.

— Gosta de uma estudante oriunda de uma família de classe média que provavelmente odeia nossa família por causa do que aquele moleque fez? Se ela sabe quem você é, provavelmente só está atrás do teu dinheiro para se vingar da nossa família.

— Você nem a conhece, pai. Sim, ela sabe quem nós somos e foi difícil no começo, mas ela aprendeu a me respeitar e entendeu que não somos como o Kevyn. Ela nem se importa com dinheiro, até a roupa e acessórios que está usando, fez questão de dizer que foram só um empréstimo para essa noite, pois eu insisti em trazê-la.

— Mesmo que você esteja certo e ela não seja uma interesseira, o que está fazendo com essa moça, meu filho? Daniele está aqui, ansiosa para te ver e resolver as coisas com você. Essa jovem não merece ser usada para causar ciúmes na tua...

— Daniele é apenas a irmã do David, não temos mais nada a resolver. Por favor, pai, você nunca se meteu na minha vida privada, não comece agora.

— Eu sei, filho, é que me preocupo com o rumo que tua vida está tomando. Daniele é uma boa moça, tem uma carreira estável e é da mesma classe social que você...

— E você agora tem preconceito de classe social?

— É claro que não! — O tom de Edgar foi duro. — Mas não pense que vou deixar que meu único filho tome decisões precipitadas que afetem seu futuro e o futuro da minha empresa.

Erick encarou seu pai. Os dois se fuzilavam com os olhos.

— Eu sou seu filho e herdeiro, sempre aceitei seus conselhos, mas não pense por um segundo que pode decidir o que é melhor pra mim. É a minha vida, os meus sentimentos, e nada nem ninguém vai me impedir de ter quem eu quero, do jeito que eu quero.

— Nesse caso, é melhor tomar muito cuidado com o que você quer.

Ele deixou Erick e se dirigiu para perto de Heidi, que tinha uma boa conversa com Cristal sobre, obviamente, a arquitetura do prédio em que estavam. Diferente de seu marido, Heidi aprovava o interesse de seu filho pela sua aprendiz. Talvez não fosse tão difícil conseguir sua redenção, afinal.

Erick ofereceu o braço para Cristal e a levou ao redor do salão, apresentando-a aos seus conhecidos e funcionários, bem como aos associados da empresa de seu pai, outros empresários que trabalhavam em projetos conjuntos com os Schmitz.

Depois de uns dez minutos, uma silhueta chamou a atenção de Cristal. Reconheceu os cabelos negros e os ombros largos antes de ver seu rosto. O cabelo de David estava amarrado na nuca e ele vestia um terno da Gucci. Ao seu lado, uma linda mulher de sedosos cabelos negros e olhos castanhos. Suas feições não deixavam dúvidas de que ela e David eram irmãos. Ela era uma versão feminina e delicada dele.

Como se um ímã os atraísse até Erick, ambos olharam na direção do casal, Daniele imediatamente estreitando os olhos para Cristal. Por um momento, a morena de olhos verdes achou que David faria a costumeira careta de quando a via, em vez disso, ele apenas sorriu discretamente e andou até eles com as mãos nos bolsos da calça.

O moreno estava tão diferente do perfil casual, muito elegante e charmoso. A bem da verdade, Cristal pensou que ele parecia um homem muito perigoso para a sanidade das mulheres.

Os irmãos chegaram perto deles e Cristal ficou surpresa quando David a apresentou para a outra mulher, dizendo:

— Maninha, essa beldade de olhos verdes é a Cristal. Cristal, essa é Daniele, minha irmã. Acho que vocês se dariam muito bem, têm muito mais em comum do que parece à primeira vista.

Erick franziu o cenho, confuso com a atitude do seu amigo, até perceber o que ele realmente pretendia, quando continuou:

— Afinal, as duas já ocuparam a mesma posição na vida do Erick. Não é mesmo, amigo?

O loiro apertou os lábios, irritado com o cinismo de David. Se não fossem tão amigos...

Daniele se recuperou primeiro, dando um sorriso doce e falando gentilmente:

— Olá, Cristal, você é uma gracinha. É bom conhecer uma amiga do Erick. Ele geralmente não tem amigas. — E com isso a beijou no rosto.

Cristal deu uma resposta educada, entretanto, cada fibra de seu corpo lhe disse para ficar longe daquela mulher. Se alguém era capaz de dar um olhar mortal e logo em seguida um sorriso doce para a mesma pessoa, significava que era mais falso que uma nota de trinta reais. Não gostou da irmã de David.

Como se não quisesse nada, David começou a falar sobre um assunto qualquer, que fez o grupo conversar animadamente por alguns minutos. A conversa se encaminhou para projetos beneficentes, o que fez Cristal se abrir mais para falar, pois ela era a que menos falava.

Em dado momento, enquanto ela falava sobre um grupo de crianças que Rebeca, com a ajuda de Aquiles, resgatou da vida de crimes através de um curso de culinária para crianças e adolescentes, Daniele silenciosamente puxou Erick para a pista de dança, deixando Cristal e David sozinhos. Percebendo que estava em companhia de alguém que não gostava dela, Cristal se calou, desconfortável.

— Teu irmão e cunhada parecem ser boas pessoas — ele comentou.

— Eles são.

Ficaram em silêncio por alguns momentos, então ele disse:

— Eu não costumo pedir desculpas pelas coisas que penso.

Ela o olhou de esguelha, porém, o ignorou.

— Eu realmente pensei que você não era mulher para meu amigo e continuo achando isso, apesar de não pelos mesmos motivos de antes. Mesmo assim, não deveria ter falado sobre o irmão do Erick e a tua irmã, foi golpe baixo.

Ele deu um passo à frente e se virou para olhar no rosto dela, sem dar-lhe meios de desviar o olhar.

— Eu fiquei furioso por você insinuar que tenho sentimentos amorosos por Erick, isso é impensável para mim. Nada contra homossexuais, eu sou amigo de alguns, mas gosto de mulheres e tenho um lado de homem das cavernas que não gosta de ter sua masculinidade questionada. É estúpido, eu sei, mas sou rude assim, mesmo quando tento não ser.

Ela deu um sorriso irônico.

— Se isso é a forma como você pede desculpas, é péssimo.

Ele deu de ombros.

— Como eu disse, não costumo pedir desculpas, mas se isso te faz sentir melhor, eu mereci apanhar depois de falar aquelas coisas.

— Sim, você mereceu e sim, essa coisa de masculinidade frágil é estupidez, no entanto, o fato de você admitir isso não me faz sentir melhor, apenas me deixa irritada. Preciso tomar ar.

Ela saiu do salão em direção ao terraço espaçoso, de onde se via as luzes da cidade. Não se importou se foi mal-educada, ela só queria ficar sozinha. Por algum motivo, o desprezo de David a machucava, mesmo não querendo admitir isso.

Ao chegar à mureta de proteção do terraço, ela pensou em que momento passou a se importar com a forma como o amigo antipático de Erick a via. Eles não se deram bem desde o primeiro contato, e apesar de achá-lo bonito, ela admitia que não sentia por ele a mesma atração que sentia pelo loiro. Contudo, em algum momento, aquele desprezo que ela apenas ignorava passou a ferir seu ego.

Sentiu a presença dele antes de ouvi-lo se aproximar. Foi a fragrância amadeirada com notas florais que o entregou, pois ela já havia memorizado aquele cheiro.

— Me desculpe por te deixar sozinha com David, Cris. Daniele me puxou para a pista de dança e eu não podia me desvencilhar sem causar uma cena desagradável.

Ela não se virou para olhá-lo, porém, percebeu quando ele se recostou na grade da mureta, ao seu lado.

— Não tem problema, Erick. Pelo menos uma vez, David não foi desagradável comigo.

— Te incomoda que ele seja desagradável? Você sempre tem essa postura de "dane-se o mundo".

— Ninguém gosta de ser tratado mal. É irritante.

Ela olhou para ele e percebeu o sorriso de canto de boca, como se ele estivesse segurando a língua para não falar algo. Lembrou-se que ela mesma o tratara mal diversas vezes e sentiu vergonha de seu comportamento, então mudou de assunto.

— Daniele parece ser tua amiga há muito tempo.

O sorriso dele sumiu, o que a deixou desconfiada, mas não exatamente curiosa.

— Eu a conheci quase ao mesmo tempo que ao David. Nós estudávamos juntos e um dia, logo no início do curso, eu e um grupo de outros acadêmicos fomos fazer um trabalho no apartamento do David. Daniele morava com ele.

— E quando ela começou a se interessar por você?

Ele sorriu, sem humor.

— É tão óbvio assim?

— Transparente como água. Ela definitivamente odiou me ver ao teu lado.

— Bom, ela não pode fazer nada a esse respeito.

— Então o sentimento não é recíproco?

Ele a fitou seriamente.

— Está com ciúme, querida?

Ela rolou os olhos.

— Não seja idiota, Erick.

Ele riu e o som causou uma sensação de calor no ventre dela.

— Você não tem motivos para ter ciúme, não existe nada romântico entre nós. Eu cheguei a pensar que ela poderia ser boa para mim... Agora não penso assim.

— Senti até um pouco de pena dela agora. Deve doer não ser correspondido por alguém que você deseja.

— Eu não saberia dizer, quem eu desejo sente o mesmo, apenas não admite.

Ela o olhou de soslaio.

— Arrogância não é uma característica charmosa como os livros de romance sugerem. É feio e incômodo.

— Você parece não ter se olhado no espelho ultimamente.

— Agora vai me ofender?

— Só estou dizendo que você consegue ser tão arrogante quanto eu.

Ela suspirou.

— Acho que está na hora de voltar à festa. Não queremos que a Pocahontas brasileira venha te procurar aqui fora.

Ele riu novamente e acariciou o rosto de Cristal, no entanto, ela se afastou.

— Ela não fará isso. Deixei muito claro que estou com você esta noite e não quero mais que me tirem do teu lado.

— Que fofo — ela disse com cinismo. — Eu sei me proteger sozinha, Erick. Não é como se estivéssemos em uma selva cheia de feras selvagens, apesar de ter algumas cobras vagando por aqui.

— De qualquer forma, eu prometi que não te deixaria sozinha nessa festa e já me tiraram de perto de você duas vezes.

— E vão tirar uma terceira. — Ouviram a voz de David. — O dono da festa vai fazer um pronunciamento antes do jantar e quer a presença do herdeiro ao seu lado. Ele te chamou. Sempre fico surpreso ao perceber que seus pedidos são, na verdade, ordens, e a surpresa aumenta quando eu acabo obedecendo.

— Ele tem um dom — resmungou Erick. — Sinto muito, querida, prometo que será rápido. Tem uma cadeira para você em nossa mesa. — Ele a beijou no rosto, fazendo-a arregalar os olhos pela surpresa. — Sei que David é um babaca, mas você pode ir com ele até a mesa? Ele sabe qual é.

— Nossa, é tão estimulante ouvir meu melhor amigo me chamando dessa forma tão carinhosa — David falou com sarcasmo.

— Você não merece ser elogiado depois da forma como a tratou.

— Eu já pedi desculpas a ela.

Erick arqueou as sobrancelhas e olhou para Cristal.

— Pediu?

Ela olhou para o moreno, cujos olhos a fitavam seriamente.

— Pode-se dizer que dá pra considerar assim.

O loiro assentiu, olhando para eles uma última vez e entrando no salão.

Mal tinha dado um passo para dentro, seguindo David, e uma mão fria agarrou seu pulso, puxando-a para perto da porta e então para fora.

Daniele olhou-a de cima a baixo, como se a estudasse, e Cristal retirou o braço do aperto dela sem dificuldade.

— Isso nunca vai dar certo — disse a morena de cabelos longos.

— Do que você está falando, exatamente?

— De você e do Erick. Nunca vai dar certo. Ele pode estar atraído agora, porém, logo vai perceber que você não pertence ao mundo dele. Vocês são diferentes a um nível que é impossível equilibrar. Você pode estar se achando uma deusa nessas roupas e com esses acessórios, mas vai continuar sendo a estudante sem classe ou sofisticação que não está à altura de um empresário acostumado à esfera mais alta da sociedade.

Cristal deu um sorriso irônico, mesmo que sentisse seu peito apertar com as palavras da outra.

— Você acha que eu me importo com quem o Erick é? Somos apenas amigos. Você já pode esconder as garras, não sou uma ameaça pra você.

— Com isso eu concordo, mas ouça o que eu digo. Ele te deseja como amante e vai fazer qualquer coisa para tê-la. Quando isso acontecer e ele se cansar de brincar com seu novo brinquedinho, é você quem vai sair mais arrasada de toda essa história. Acredite em mim, você não é e nunca vai ser a única para ele.

Dizendo isso, a moça entrou no salão, deixando-a sozinha novamente.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro