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11. UMA TRÉGUA

Às vezes surgem complicações na vida, coisas que não entendo por que acontecem. É como se existisse destino e ele fosse um velhinho trolador que se diverte fazendo as pessoas sofrerem ou, no mínimo, passarem por situações constrangedoras.

Eu realmente gostaria que as coisas fossem simples, pelo menos por um tempo, mas, como na maioria das vezes, nada acontece como desejamos.

Maio de 2024, 3am

Cristal saiu da cozinha, furiosa.

— Cristal, espera! — Erick gemeu, ainda dobrado, segurando suas partes íntimas.

Ela fingiu não ouvir e continuou andando. Ao chegar perto do quarto, se deparou com Melissa, esfregando os olhos e olhando confusa para ela.

— Que barulheira é essa, Cris? — ela bocejou. — Eu estava dormindo!

— Desculpa, Mel. Não foi nada demais, pode voltar a dormir.

Melissa ia voltar para dentro do quarto, mas parou e arregalou os olhos para algo atrás de Cristal.

— Oh, merda! — praguejou, olhando para a própria camisola transparente. — Falo com você amanhã! — E bateu a porta do quarto, se escondendo.

Cristal ouviu a aproximação de Erick, que foi o motivo de Melissa ter se escondido, envergonhada por estar quase nua na frente de um desconhecido. Ia entrar em seu quarto, contudo, Erick a segurou pelo pulso.

— Por favor, Cristal, vamos conversar.

— Caso você não tenha percebido, são duas da manhã e nós não estamos realmente vestidos para uma conversa. Além do mais, eu duvido que tenhamos algo para conversar, você já disse tudo o que queria dizer e eu não quero ouvir mais.

— Eu discordo. Só falei o básico para explicar algumas coisas.

— Azar o teu, porque eu não tenho paciência pra ficar te ouvindo.

Ele acariciou seu pulso com o polegar e ela puxou a mão para longe.

— Por favor, me desculpa por ter sido um idiota. Não devia ter te chamado de burra, só queria que você pensasse nas tuas decisões. É o teu futuro em jogo.

— Certo. Agora eu vou dormir.

— Espera. Eu estava falando sério sobre conversar. Sei que é difícil para você estar perto de mim... de nós, que te fazemos lembrar de quem você não quer lembrar, mas pelo menos me dá uma chance de provar que sou bem diferente da imagem que você criou de mim na tua cabeça.

Ela bufou.

— Você se acha muito para sequer cogitar que eu penso em você de alguma forma. Relaxa. Não me importo com você para formar uma opinião.

— Ai! — Ele pôs a mão no peito, fingindo sentir dor. — Você é cruel, senhorita. É malvada e mais forte do que parece. Meu amiguinho ficou bem machucado lá na cozinha.

Ela tentou não sorrir, mas não conseguiu.

— Você mereceu.

— Eu sei. Realmente quero conversar, te conhecer melhor. Me dá uma chance de tentar ser teu amigo como sou da tua irmã, por favor.

— Só amigos? — Ela levantou uma sobrancelha, questionando.

— É claro. — Ele deu um sorrisinho malicioso. — A não ser que você queira me conhecer no sentido mais profundo da palavra. Eu não me incomodaria com isso.

— Vai sonhando, espertinho.

Entrou no quarto e o ouviu perguntar:

— Então, que tal um passeio amanhã à noite para conversarmos?

— Vou pensar no teu caso. Agora cai fora.

— Você é sempre tão educada assim?

— Só com pessoas chatas como você. — E fechou a porta em sua cara.

— Boa noite, Cristal — ele falou do outro lado da porta.

Não respondeu até que o ouvisse entrar em seu próprio quarto.

— Boa noite, Erick.

A morena deitou na cama, olhando para o teto, na escuridão. Pensou na proposta de Erick. Conseguiria ser amiga de alguém que lhe causava tantas sensações conflitantes?

Por um lado, o fato de ele ser irmão do assassino que aterrorizou sua família, fazia com que ela sempre tivesse desconfianças e um sentimento amargo por tudo o que passou sem o conhecimento de seus entes queridos. Novamente sentiu falta de Nicole. Ela era a única que sabia, pelo menos em parte, tudo que Cristal fez.

Aliás, precisava conversar com Heidi sobre seus motivos para escolhê-la. Mesmo sabendo que era talentosa, jamais poderia trabalhar com alguém que tivesse pena dela por causa das coisas que aconteceram em sua vida.

Por outro lado, não podia negar que havia muitos motivos para Heidi ser considerada uma das maiores arquitetas do país. Ela era excelente no que fazia. E também havia o fato de ser uma mulher dinâmica, que os levava aos limites, exigindo o melhor de cada um, forçando para fora cada gota de criatividade e inteligência que possuíam. Ela tornava o processo de aprendizado muito mais interessante e divertido.

E tinha seu filho mais novo.

A mente de Cristal voltou a se concentrar em Erick. Apesar do loiro causar uma sensação ruim por causa de seus laços familiares, era indiscutível que ele também despertava nela sensações há muito adormecidas, de um jeito que não havia percebido o quanto podia ser intenso.

Lembrou-se de quando o viu pela primeira vez, aquele primeiro olhar no casamento da Bruna. A forma como sentiu seu corpo aquecer como se um fogo incandescente se alastrasse por seus vasos sanguíneos, o formigamento na pele sob o escrutínio dele, o jeito como seu coração acelerou tanto que parecia uma bomba relógio prestes a explodir.

Mas todas aquelas sensações foram apagadas no momento em que ele disse seu nome.

Sim, Erick era um homem lindo, como poucas vezes se encontra, porém não podia se permitir sentir qualquer atração por um Schmitz novamente. Isso aconteceu uma vez e quase a destruiu.

Outra lembrança indesejada cruzou sua mente e ela suspirou. Isso acontecia com muita frequência agora, desde aquela maldita mensagem.

Houve um tempo em que considerou Kevyn um amigo. Eles trocavam mensagens constantemente e ele sempre se mostrava interessado nas coisas que ela gostava. Nessa época, ela sabia que ele e Elise tinham tido um "lance", mas que acabou e sua irmã começou a ficar com o Julian. Cristal não tinha a menor ideia de que "Ricardo" a assediava com mensagens, cartas e sempre que a encontrava. Soube disso apenas muito tempo depois.

Talvez se Elise tivesse se aberto com ela, contado o comportamento obsessivo dele, as coisas teriam sido diferentes.

Contudo, não culpava sua irmã por ser reservada. Ela mesma era tão reservada que passou anos escondendo segredos dolorosos de sua família.

Suspirou pesadamente.

Isso não importava. Precisava seguir em frente.

Fechou os olhos e tentou dormir. A última coisa de que se lembrava pela manhã era que, antes de dormir, pensou em como Erick ficava ainda mais bonito sem todas aquelas roupas de executivo cobrindo seu corpo.

O dia seguinte foi muito ocupado. Cristal ficava pensando em confrontar Heidi sobre o real motivo de ter sido escolhida, mas pelo humor da matriarca Schmitz, era melhor ficar calada. Logo de cara, Heidi pediu a eles que fizessem um projeto que só deveria ser iniciado dali a duas semanas, depois que trabalhassem em parceria com sua colega engenheira.

Os três estagiários precisaram observar a arquitetura de dois prédios e elaborar no papel uma construção que mesclasse as duas, de forma que as características se complementassem perfeitamente. Foi um trabalho minucioso, pois Heidi queria avaliar sua capacidade de adaptar construções antigas aos padrões modernos sem perder as características clássicas e históricas.

Ao entardecer, quando Heidi os liberou, a morena foi chamada de lado e criticada por sua falta de atenção em alguns aspectos do projeto proposto. Depois, Heidi olhou seriamente para Cristal e falou:

— Sei que você tem dúvidas sobre o motivo de estar aqui, meu filho me contou sobre o encontro de vocês. — Ela parecia furiosa. — Agora ouça bem. Não sou o tipo de pessoa que favorece alguém por estar com pena. Se você está aqui é porque mereceu essa chance, então faça jus ao talento que vi em você. Não sei que sentimentos te invadem quando estamos por perto porque não sei a extensão dos danos que meu filho te causou, no entanto, quando estiver trabalhando comigo, esqueça tudo isso. Não posso te dizer como viver nos teus horários de folga, mas aqui, no horário de trabalho, você é apenas uma estagiária e eu sou tua avaliadora. Entendido?

— Sim — Cristal respondeu, olhando Heidi nos olhos. — Vou fazer um trabalho melhor amanhã. Agora posso ir embora?

— Claro — respondeu Heidi, ainda séria. — Você está dispensada.

Cristal aquiesceu e foi embora para o apartamento que seria seu lar por mais um mês. Suspirou ao pensar que não conseguiria evitar Erick aquela noite.

Ao chegar foi direto tomar um banho, pois pretendia dormir cedo, talvez assim o loiro não a perturbasse. Mal tinha acabado de vestir uma camiseta e um short quando ouviu batidas em sua porta.

Pensando ser Melissa oferecendo companhia para o jantar, ela disse:

— Desculpa, Mel, hoje estou cansada. Não vou comer nada.

— Isso é uma pena — respondeu a voz grave que lhe causava prazerosos arrepios. — Porque Mel e eu estamos te esperando. Vamos sair para jantar.

— Sinto muito, Erick. Será um encontro só de vocês, não estou a fim de sair.

— Não é exatamente um encontro, mas prefiro que você me diga isso sem essa porta entre nós.

— Já disse que não vou. Divirtam-se.

— Você está vestida? Se não estiver, se cobre que eu vou entrar.

— O quê?

Ela ainda tentou correr até a porta para trancar, mas Erick já entrava no quarto e eles quase colidiram. Ele a segurou pela cintura antes que batesse em seu peito, e ela se afastou.

— Você é inacreditável! Como se atreve a entrar sem permissão?

Ele deu um sorriso cínico.

— Eu avisei que ia entrar. Você devia me levar mais a sério.

— Cai fora. Já disse que não vou. Curte o teu encontro com a Mel, tenho certeza que ela aprecia mais a tua companhia do que eu.

— Não seja tão rabugenta. Já disse que não é um encontro, então não há motivos para ter ciúmes.

Cristal rolou os olhos e se jogou na cama.

— Você é tão absurdo!

— E você é uma coisinha teimosa. — Ele deu um sorriso tão lindo que Cristal sentiu como se borboletas fizessem malabarismos em sua barriga. — Não pensei que encontraria alguém mais teimoso do que a Elise, mas você a supera.

— Cara, quantas vezes vou ter que pedir que você saia daqui?

— Nenhuma. Você vai com a gente. — Ele abriu seu guarda-roupa e olhou seus vestidos, tirando um azul com estampas abstratas. — Você fica bem de azul. Esse está perfeito.

— Já disse que não vou.

— Vai sim. — E jogou o vestido para ela.

O semblante de Cristal endureceu. Se irritava com atitudes machistas.

— Vai à merda. Ninguém vai me obrigar a ir.

A expressão dele assumiu um sorriso sarcástico de desafio. Ele andou até ela e simplesmente a puxou da cama pela cintura, jogando-a por cima do ombro enquanto ela gritava e batia nas suas costas.

— Seu idiota! Me deixa no chão!

Ele andou até a porta principal, decidido, ante o olhar arregalado de Melissa.

— Você não quis vestir o vestido, agora vai de short e camiseta.

— Babaca machista!

Ele saiu para ir ao elevador e Melissa correu atrás deles.

— Ela não pode ir descalça assim, Sr. Schmitz.

— Me chama de Erick. Sr. Schmitz é o meu pai.

— Tudo bem, Erick. Você não pode levá-la assim. Vão acabar chamando a polícia por pensarem que a está sequestrando.

Ele parou por um instante.

— Tem razão. Você pode ir buscar uma sapatilha no quarto dela, por favor?

— Me põe no chão, seu idiota. Eu tô sem sutiã!

Ele finalmente afrouxou o aperto e a pôs de pé, deslizando seu corpo lentamente pelo dele. Ela o empurrou e, vendo seu olhar fixo em seus seios, cruzou os braços e voltou para dentro, murmurando um "você me paga, cretino".

— Você vai ficar linda no vestido azul.

Ela lhe mostrou o dedo do meio, sem olhar para trás, e ouviu sua risada. Voltou alguns minutos depois, vestindo um macacão jeans curto e com o cabelo em um rabo de cavalo. Ele riu e balançou a cabeça.

— Eu deveria saber que você colocaria isso só para me provocar.

— Não fica se achando. Vesti isso porque é confortável.

— É claro. — Ele bufou, vendo sua mentira.

— Aonde vamos, afinal?

— Vou levar vocês para jantar.

— Isso eu sei. Perguntei aonde vamos, não o que vamos fazer.

— É uma surpresa.

Vinte minutos mais tarde, os três desceram do Mercedes Benz dele em frente a uma bonita casa de altos e baixos.

— Uau! — exclamou Melissa. — Que casa linda.

— É de um amigo. Vamos?

As duas o seguiram, Melissa impressionada e Cristal ainda irritada.

Erick não bateu nem apertou a campainha, apenas abriu a porta e chamou:

— David?

— Aqui. — Uma voz ainda mais grave do que a de Erick respondeu.

Erick as conduziu para uma cozinha ampla, de onde vinha um maravilhoso cheiro de carne e legumes assados. Por trás de um balcão de mármore estava um homem, de lado para eles, que aparentava ter a idade de Erick, com cabelos negros lisos, compridos até acima dos ombros largos. Suas costas eram fortes e os braços tão musculosos quanto os de Erick.

Quando ele se virou de frente para recebê-los, Cristal notou que os olhos eram tão escuros quanto os cabelos, e a pele era levemente bronzeada. Uma cicatriz no queixo completava o visual de um rebelde.

Ela o achou bonito, de um jeito escuro. Ele parecia sério e introspectivo, dado o modo como apenas acenou uma vez com a cabeça para as duas moças quando Erick os apresentou. Era como se Erick representasse o dia, com seu sorriso aberto, pele pálida e os cabelos e olhos claros, enquanto David representava a noite, com seus tons sombrios.

O moreno observou as garotas, se demorando mais em Cristal, como se a estivesse analisando. Tirou uma travessa de costelas do forno e colocou sobre a mesa de mármore sem toalha. Eles se sentaram e começaram a se servir, e ele finalmente falou:

— Então você é a Cristal. — Sua voz grave tinha um tom irônico. — Como é ser o novo brinquedinho de um dos mais jovens milionários do país?

Erick deixou escapar uma respiração afiada.

— Por que você sempre tem que ser tão otário, cara?

O outro deu de ombros.

— Sejamos francos, amigo. As mulheres com quem você sai, ou são caça-fortunas ou não têm atrativo o suficiente para que você queira ficar com elas depois de algumas semanas. Ainda não decidi em qual grupo essa garota se encaixa.

Cristal se sentiu ultrajada.

— Que tal no grupo daquelas que podem te dar um chute no saco?

Uma insinuação de sorriso cruzou o rosto dele.

— Você poderia tentar.

Cristal apoiou suas mãos na mesa, pronta para se levantar, porém Melissa escolheu esse momento para dizer:

— Você deveria ter cuidado, querido. Ela bateu tão forte no Erick ontem que eu pensei que ele nunca mais voltaria a andar reto na vida.

Dessa vez a expressão de David mostrou surpresa.

Cristal só conseguia pensar em que momento Erick e Melissa conversaram e o que ele havia falado para ela.

— Sério? — questionou David, olhando entre Erick e Cristal. — Acho que isso acaba de ficar mais interessante.

E passou as próximas horas analisando cada movimento do seu amigo em torno da garota cacheada de olhos verdes. Apesar de ser muito bonita, ele não sabia o que mais era tão interessante nela para o seu melhor amigo ter aquele brilho no olhar.

Erick definitivamente estava perdido.

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