dia 3 : seguindo viajem
Jack
Olá diário,
Mônica encarou a garrafa em sua mão e disse olhando para nós:
-Não dá para ter certeza disso. – Ela disse, séria.
-É, mas é o mais próximo que podemos chegar, é melhor que nada. -Eric deu de ombros.
-Certo. Vou avisar Dália e Rony, descansem.- Ela ordenou.
Eu pensei em ir falar com Rony e Dália também, mas eu estava exausto, precisava realmente descansar.
Deitei-me e imediatamente apaguei.
++++++
Acordei com a voz de Mônica:
-Jack! Jack, vamos! – Ela parecia já estar desistindo de acordar-me.
-indo. – murmurei
-já pegou tudo? -ela perguntou
-tudo o que coube na minha mochila.
-certo, vamos.
Levantei-me e peguei a mochila, estava com uma forte dor de cabeça, meu corpo começava a reagir a tudo o que estava acontecendo.
Andei até junto dos outros, todos com os rostos amassados e caras de sono:
-Que horas são? -perguntei a Eric.
- 7h da manhã!-ele disse como quem diz "da pra acreditar?!".
Paro ao lado dos outros enquanto Rony trás sua mochila, ele parecia não ter dormido. Reviro os olhos, não é hora de Lamentar a morte de Dina.
Rony me surpreendeu de certa forma, não imaginei que ele ficaria tão abalado assim. Nem mesmo eu fiquei assim por muito tempo. Eu fui obrigado a limpar os olhos e seguir em frente, afinal estamos no meio de um apocalipse zumbi. Mas Rony parecia não dar a mínima para isso.
Dália pigarreia:
-Vamos fazer do mesmo modo de quando chegamos?-Ela esboça uma careta, fingindo preguiça.
-Não, - Eric olha de relance para mim - Jack e eu achamos uma forma mais sensata de fazermos isso ontem. -ele da um sorriso de canto de boca, apertando mais os braços junto ao peito.
-É, podemos subir pela ventilação e chegar ao telhado, então descemos pela parte de trás. -digo empolgado – Estaremos um pouco mais longe da Van, mas teremos de lidar com menos zumbis.
-Faz mais sentido nos esgueirarmos pelas ruas, escondidos, do que termos de matar mais zumbis. – Eric concluiu.
-Certo. –Rony disse lentamente, parecia analisar cada parte do plano.
-Mas gente, - Mônica fez sua cara de cachorrinho pidão - podemos comer antes disso?
++++++
Enquanto tomávamos café da manhã numa espécie de piquenique improvisado não pude evitar lembrar de minha mãe. Eu sentia mais falta dela do que nunca.
Lembrei-me dos Piqueniques que fazíamos ao ar livre, juntos.
Depois que meu pai morreu, minha mãe dava mais atenção para mim do que para qualquer outra coisa.
Guardei o resto da minha comida na mochila, havia comida para semanas ali.
Tomei um gole da água mineral e a tampei. Já que não poderíamos beber a água da torneira, aquilo seria como ouro.
Todos estavam prontos, finalmente poderíamos dar o fora daquele lugar.
++++++++++++
Destampei a ventilação e subi.
Todos tínhamos uma lanterna, que pegamos na sala da limpeza, na noite anterior. Assim que meus joelhos entraram em contato com o metal frio eu acendi a minha. Estava quente e úmido ali.
Engatinhamos com cuidado até que Rony disse:
-Aqui, achei um buraco.
-Ótimo, estamos quase lá. -eu disse e então todos nós começamos a sair pelo buraco que dava ao telhado.
Pisei com cuidado nas telhas, movimentando-me com o máximo de leveza possível.
Dália foi até a beirada e disse:
-Aqui tem uma caçamba de lixo, podemos pular em cima dela sem nos alejar! -ela gesticulou com as mãos e fingiu animação.
Todos pulamos na parte tampada da caçamba de lixo verde escura e então pulamos no chão.
Olhei em volta, dois zumbis vinham de frente para nós.
Pawn! Pela primeira vez contemplei a agilidade que Eric tinha com o revolver. Aquela coisa parecia ter munição infinita.
Precisava me lembrar de perguntar a ele sobre isso.
Continuamos caminhando até ficarmos perto o suficiente do próximo zumbi para que Mônica fincasse a faca em seu peito.
Ela foi à frente e espiou a próxima rua, então se virou para nós:
-limpo. - disse olhando por cima do ombro.
Continuamos andando apressadamente. Como o planejado, passamos por bem menos zumbis do que se fossemos pela parte da frente.
Logo chegamos à van e entramos depressa,nos acomodando nos mesmos assentos de antes.
Ninguém disse nada, mas eu sabia que todos notavam o acento vago,onde uma loira magra e espirituosa costumava sentar-se.
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