Capitulo 9 - Lembranças de tudo.
Como é de se esperar, pelo menos o que nos dizem, no fim da linha começamos a ver tudo o que passamos e nesse pequeno espaço de tempo me peguei em outras lembranças, mas desta vez boas lembranças de quando era criança e brincava sem preocupação alguma, jogava bola, soltava pipa, tentava rodar pião, coisa que nunca consegui na vida, bolinha de gude e todas as brincadeiras da década de 90, foram ótimos tempos, ótimos amigos.
Sem perceber ia de uma lembrança a outra, nenhuma memoria ruim aparecia, a primeira vez que fiquei sozinho em casa e pude aproveitar o tempo ouvindo música, ninguém em casa gostava das mesmas músicas que eu, então eu acabava não ouvindo nada para não arrumar briga, depois de um aniversário da minha irmã onde eu dei meu primeiro beijo e toda a festa foi ver a garota que estava comigo, por um segundo voltei a sorrir de verdade, me lembrando do quão atrapalhado estava naquela noite e a vergonha que fiquei quando vi todo mundo nos olhando.
Um flash e eu estava tendo a minha primeira aula de direção com o meu pai, um ótimo motorista, ele estava me ensinando sobre os pedais e para que cada um funcionava, aqui foi onde eu me interessei por carros e comecei a buscar informações de como dirigir, mas não deu muito certo. Um certo acidente me deixou meio traumatizado e como de costume guardei somente pra mim, isso atrapalhou muito a minha vida pois acabei tirando a carta muito velho e com muito medo de não conseguir.
Depois me vieram algumas lembranças fora de ordem, como o nascimento das minhas irmãs e sobrinhos. Aqui devo dizer, cara que família grande eu tenho e me lembro de todos os momentos com eles, desde acidentes até os momentos mais bobos como eu estando triste e todos os sobrinhos invadindo o meu quarto para ficar comigo.
Mais uma vez eu choro, mas desta vez é um choro de alegria por saber que mesmo a vida sendo tão ruim, eu me diverti e fui feliz em determinados momentos, ao secar as lagrimas lembro da minha gata, do dia em que a adotei, era magrinha, pequena e veio diretamente ao meu pé, dei um passo para trás e ela correu para perto, olhei para ela e entendi que estávamos ligados, ela foi crescendo e com o tempo acabou desenvolvendo uma doença rara a qual foi curada com uma cirurgia, hoje ela é bem forte e arteira, ficou com o apelido de peste, pois ninguém pode brincar com ela que leva uma mordida, exige muito cuidado com as crianças, sei que cuidarão bem dela, afinal ela virou parte da família e como tal tem um lar e muitos que a amam, solto um suspiro e olho para o teto, está chegando a hora.
Cada experiência que tive, desde o primeiro beijo que ganhei, enquanto dormia, até o ultimo cheio de lagrimas de despedida, me fazem pensar ainda hoje porque as pessoas passaram pela minha vida e porque fiquei tão marcado a ponto de lembrar de tudo sobre elas, cor favorita, tamanho de roupas para as namoradas, time que torce, ou mesmo o lanche que mais pediu na hambúrgueria, os lugares onde ia com os amigos jogar fliper ou mesmo jogar futebol, na rua ou campo, nunca fui bom, mas sempre fui para estar com os amigos, os mesmo amigos que hoje acreditam estar tudo bem quando lhes digo que estou bem.
Semana passada fui a um desses fliperamas matar as saudades e sem saber acabei me despedindo desses tempos, me diverti por algumas horas e comi o lanche que mais gostava, pude sentir o gosto de estar vivo mais uma vez, mas foi passageiro e logo estava em casa me preparando para o agora.
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