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[89] As Quatro Estações...

Após a agitação do dia, Jungwon sentiu que seu corpo precisava de um ligeiro descanso antes de jantar. Apesar da insistência de seus alfas, ele se negou a fazer sua refeição na cabine naquele dia, pois gostava de estar na cozinha com sua tripulação. As refeições eram sempre alegres e divertidas e ele gostava daquela sensação desde que vivia no Black Swan. No Luna não poderia ser diferente.

Depois de alimentados, um grupo ficou para ajudar na limpeza da cozinha, os ratos não precisavam de muito para se procriarem desenfreadamente, um ambiente insalubre só ajudava nessa questão. Demais piratas se dispersaram em atividades pessoas, ou simplesmente foram descansar para exercer suas ocupações no dia seguinte.

Hyun não tinha falado com o médico desde o episódio do convés. Durante o jantar, o alfa coletou sua refeição e a levou consigo de volta à enfermaria. Ele estava fazendo algumas mudanças no ambiente, para evitar que aquela situação volte a acontecer novamente. 

Tendo em vista que não havia ninguém machucado precisando de cuidados médicos, o ômega teve certeza que Taesung estaria sozinho na enfermaria e em função disso, decidiu procurá-lo a fim de elucidar questões que para ele permaneceram embaraçosas. 

Hyun encontrou o alfa de costas para a porta. Ele estava agachado enquanto organizava alguns itens dentro de um baú. Ele fez barulho ao se aproximar, para não assustá-lo com sua presença repentina. 

— O que está fazendo? — O loiro observou enquanto o outro adicionava mais produtos em outros baús.

— O que eu devia ter feito há muito tempo. Tô mantendo em segurança o que pode ser utilizado para fins prejudiciais.

— Quer ajuda?

— Não precisa, já tô acabando.

Hyun assentiu, depois sentou em cima da mesa. Observando o alfa tão de perto, ele se lembrou das considerações de Alice, quando estavam os três sozinhos naquele recinto pela última vez. Ele se perguntou se Taesung também pensava sobre isso ou se simplesmente esqueceu.

— Sobre as coisas que Alice falou… — o ômega iniciou, mas não conseguiu concluir depois que Taesung olhou para ele.

Com o silêncio de Hyun, o alfa expressou:

— Também gosto de você. 

O ômega ergueu as sobrancelhas e desviou o olhar, quando o médico se aproximou dele. Mas o alfa não fez nada além disso. Hyun é realmente tímido, mesmo que tenha bastante afinidade com o mais velho.

A força de vontade que fez para não sair correndo foi tremendo, pois mesmo que não estivesse olhando em direção ele sabia que o alfa ainda o observava. Juntando um pouco mais de coragem, ele perguntou:

— Por que não disse isso antes?

— Você é muito novo ainda. Pensei que não deveria.

— Não sou tão novo assim! Faço dezesseis em duas semanas e não terei essa idade para sempre.  — Hyun apoiou as mãos na cintura, com uma expressão indignada. O alfa sorriu de um jeito enigmático. — Por que tá sorrindo assim?

Taesung manteve o mesmo sorriso quando respondeu:

— Porque o tempo passa rápido…

— Então você esperaria por mim? — O ômega o encarou com um olhar cogitativo. Sentiu o rosto esquentando a cada segundo que se passava sem o retorno do mais velho. 

— É óbvio. — Ambos sorriram após a resposta sempre tão explícita do alfa. 

Hyun deixou de lado qualquer vergonha ou timidez quando desceu da mesa em um pulo, para abraçar o médico pela cintura. Taesung retribuiu imediatamente envolvendo-o com seus braços. 

🏴‍☠️

Pouco mais de um mês após adquirirem a nova embarcação, a qual recebeu o nome de Asas da Liberdade, a tripulação escolheu através de voto mais um contramestre, para que este liderasse o outro navio em nome do Capitão. 

Severino foi o nome mais votado entre os marujos do Asas, pelo fato de que sempre estava ajudando um e outro, envolvido em todas as atividades. Apesar de não ter muita habilidade com espadas, ele possuía tato para lidar com os piratas. Além disso, Jungwon aprovou a escolha com satisfação. 

O Asas da Liberdade se tornou um grande apoio para o Luna, nos momentos de ataque. Ele era tão imenso quanto, e por ser um galeão possuía um grande número de canhões e morteiros. À medida que os meses se passavam, do Norte ao Sul, o Mar Tenebroso foi sendo inteiramente conquistado por Jungwon e suas tripulações.

Não havia uma alma viva naquela região que não soubesse seu nome. Os navios mercantes que se aventuravam naquela região, quando tinham sorte voltavam para suas terras espalhando a notícia. Pouco a pouco, os reinos começaram a se referir àqueles navios como O Terror dos Sete Mares. 

Aos 5 meses de gestação, Jungwon parou de atacar embarcações em busca de cargas. Porém, sua tripulação continuou abordando navios sendo comandados pelo contramestre do Luna. 

Somente quando ele chegou aos 7 meses, o curso dos navios foi direcionado para longe das agitações. Qualquer menção à chegada de algum outro navio, o Kraken utilizava suas habilidades com o mar, enviando-os para longe. Era ele quem protegia todo perímetro, em milhas, ao redor do Luna. 

Com a longa pausa em suas atividades pessoais, Jungwon passou a concentrar suas atividades diárias no saque de biscoitos na cozinha. Ele estava sentado em um banquinho, no convés, tomando um pouco de ar fresco, quando um cheiro delicioso vindo das camadas inferiores chamou sua atenção. 

Movido pela necessidade, ele se apoiou na balaustrada para se levantar e seguiu o olfato até a cozinha. Levou algum tempo até chegar no local, devido aos pés inchados, dores nas costas e falta de ar. O aumento do peso e dimensões de seu corpo também causaram mudanças em sua postura, para equilibrar o peso que estava carregando em seu ventre. 

Apesar de ter sido recomendado o repouso, a grande teimosia dos ômegas era de conhecimento geral. Assim que chegou na cozinha, seus olhos brilharam ao ver uma assadeira cheia de biscoitos, esfriando em cima da mesa. Aparentemente não havia ninguém no cômodo, sendo assim, Jungwon levou um biscoito a boca enquanto escondia os outros em seus bolsos. 

De repente, sua visão periférica captou uma atividade ao lado e quando virou-se naquela direção, seu corpo paralisou ao ver Zoe e Eunji olhando diretamente para ele. O ômega estava com os bolsos e as mãos cheias de biscoitos, além do que estava em sua boca.

— Eu posso explicar… — Jungwon tentou encontrar uma desculpa para o roubo, mas as garotas não estavam preocupadas com o fato.

— Você veio até aqui sozinho? — Eunji se aproximou, puxando uma cadeira e ajudando-o a se sentar.

— Poderia ter caído nas escadas. — Zoe acompanhou do outro lado. 

— Eu tava com fome… — Suspirou cabisbaixo. Nas últimas semanas ele sempre estava faminto, ou com muito sono. 

— Tudo bem. Pode ficar com os biscoitos. Posso fazer mais com a Eunji.  

— Melhor você voltar lá pra cima — a alfa indicou. — O forno deixa a cozinha cheia de fumaça e fuligem.

— Me ajuda? — Jungwon estendeu as mãos para a irmã. — Não consigo levantar sozinho.

— Não quer que eu te leve lá pra cima? Eu consigo.

— Não precisa. Devagar eu chego lá.

Apesar de causar algumas dificuldades na vida do ômega, a visão dele daquela forma era adorável. Até o jeito de andar havia mudado. À medida que seguia pelo corredor, parando às vezes para recobrar o fôlego, ele parecia uma bolinha faminta por biscoitos. 

Seus alfas estavam ajudando no serviço do navio, mas assim que sentiram o cansaço do ômega devido aos seus esforços travessos, foram ao seu encontro para levá-lo à cabine. No entanto, quando eles chegaram no convés, Jungwon já se encontrava na água, nadando perto do Kraken. 

— Jungwon! — Lian o chamou, da balaustrada. Jay estava ao seu lado.

O ômega estava flutuando de costas, com os olhos fechados. Assim que ouviu seu alfa, ele os abriu e acenou para ambos com um sorriso tranquilo. Depois, voltou a fechá-los novamente, movimentando os braços e as pernas com delicadeza. 

Aquela sensação de leveza era tudo que ele queria. O momento ajudou a reduzir o desconforto que sentia, além de aliviar o cansaço. Apesar de estar em uma área onde são vistos tubarões e demais predadores, ele permaneceu tranquilo, pois sabia que nenhum deles iria se aproximar com aquela criatura gigantesca perto dele. 

O Kraken manteve-o protegido de qualquer perigo, e quando Jungwon sentiu fadiga nas pernas, ele usou um de seus tentáculos para oferecer apoio e descanso ao mesmo. O ômega estava sendo cuidado por todos, inclusive por seu amigo marítimo.

“A temperatura da água está diminuindo, é melhor você ir se aquecer na cabine.”

— Você tem razão, mas estava tão bom… — Jungwon lamentou, mas aceitou a ajuda para voltar ao navio.

“Segure-se firme.”

Do mesmo modo que o trouxe a água, o Kraken utilizou seus longos braços para levá-lo de volta ao convés do Luna. Prontamente, Jungwon estava sendo aquecido por seus alfas no interior reconfortante da cabine. 

— Tenho vontade de te apertar e te morder inteiro quando te vejo assim — Lian disse, após ajudá-lo a despir-se. Ele estava com um joelho apoiado no chão e as duas mãos na barriga do ômega.

Jungwon estava muito lindo e fofo a sua visão, e também para o alfa mais novo, que estava logo atrás dele ajudando-o a secar o cabelo.

— Queria que ele ficasse assim pra sempre. — Jay brincou.

— Vamos engravidar ele sempre e sempre. Assim ele nunca deixa de estar assim, com essa barriguinha adorável. 

— Estão planejando isso bem na minha frente? — Jungwon riu. 

— Mas é claro. Você é a parte essencial. — Jay respondeu. 

Agora, ambos ajudaram-no a vestir uma camisola macia e limpa.

— E como pretendem me convencer disso? 

— Primeiro a gente faz assim… — Lian o pegou no colo e o conduziu para a cama. — Depois a gente te enche de beijos.

Os dois alfas passaram a acariciá-lo com afeto e o beijaram carinhosamente. Ambos deixaram a mão apoiada na barriga do ômega, para sentir de vez em quando os movimentos do bebê. Todos estavam ansiosos para brevemente tê-lo em seus braços. 

Assim têm sido seus dias durante os últimos meses. Apesar de não tentarem proibi-lo de fazer alguma coisa, Lian e Jay se mantinham atentos às peripécias do ômega. Jungwon nunca gostou de ficar parado em um lugar só, e eles sabiam disso. Ele apenas diminuiu seu ritmo devido aos riscos que implicam a sua gestação.

Naquele dia, o Capitão se aventurou além da medida, em vista disso, escolheu fazer sua refeição na cabine. Estava cansado para descer até a cozinha e não quis ser levado. 

Ao ficarem sabendo, a tripulação preocupou-se, uma vez que Jungwon fazia questão de sempre estar com eles durante as refeições, mas Jay os tranquilizou. O Capitão apenas queria descansar um pouco. 

Como já estava se aproximando o dia em que Jungwon iria descansar, Jay buscou seu irmão a fim de tirar algumas dúvidas quanto ao parto, uma vez que Taesung era o único médico a bordo e não possuía nenhuma experiência naquele tipo de procedimento. 

— Você assistiu quando os gêmeos nasceram, não foi? 

— Eu ia fazer quatro anos, Jay. — Taesung piscou incrédulo.

— Mas e a Eunji? Ela é mais nova.

— Eu tinha cinco! 

— Você realmente nunca participou de um parto? 

— Não um de verdade, mas o Seokjin e nosso pai fizeram uma espécie de boneco…

— Boneco? Ai meu Deus… e se não for natural? E se precisar de cirurgia?

— Nos muitos ataques do Black Swan, a gente sempre levava um corpo lá pra baixo e assim eles me ensinaram técnicas cirúrgicas na prática. Já fiz esse tipo de procedimento no cadáver de uma beta. 

— Mas e se…

— Jay, presta atenção — Taesung segurou em seus ombros e o virou para si —, para de me enxergar como seu irmãozinho mais novo por um minuto. Estou preparado para isso. Confia em mim!

— Eu confio, desculpa… você sabe que eu sempre fui assim, meio medroso. 

— Você não é medroso, só é cauteloso demais. — Jay sorriu assentindo, mas logo o mesmo sorriso desapareceu quando o irmão concluiu: — Mas bocó você sempre foi, não resta dúvida. 

— Mas é uma peste mesmo…

— Quase chorei com a conversa de vocês. — Morgana surgiu, assustando os alfas.

— De onde você surgiu?! — Jay passou a mão no peito. — Tava escutando nossa conversa?

— Claro. Vocês falam alto pra cacete. — Ela deu de ombros. — A questão é que eu posso ajudar. Eu participei de alguns partos na minha vila, posso auxiliar o médico se quiserem. 

— O que você acha? — Jay virou para o irmão. 

— Vamos conversar na enfermaria, se você me convencer de que sabe o que está fazendo, eu permito. — Taesung decidiu.

A ômega assentiu, e Jay suspirou tranquilo. Embora confiasse no conhecimento do irmão, se Morgana realmente tivesse experiência na prática, seria algo grandemente valioso. 

🏴‍☠️

— JAY! LIAN! — Jungwon gritou de dentro da cabine. — AAAHH!

Um dos alfas entrou pulando pela janela, o outro quase arrombou a porta, mas ambos prontamente já estavam no pé da cama para socorrer o ômega. Mas Jungwon estava estranhamente calmo. Ele só demonstrou um pouco de ansiedade, sentado no colchão e balançando os pés no ar. 

— Que aconteceu? Tá sentindo alguma coisa? — Lian segurou em sua mão. 

— Quer que eu chame o Taesung? — Jay segurou na outra.

— Não… — o ômega balançou a cabeça. — Eu quero muito uma torta de limão. 

— Vamos ver. — Certo de que a cozinheira não sabia fazer, Jay foi até às prateleiras em busca de um livro com a receita.

— Quase tive um troço — Lian permaneceu na cama com o ômega. 

— Eu que vou ter um, se não comer essa torta hoje mesmo. — Jungwon fez drama. 

— Não sei fritar um ovo, imagina fazer uma torta. — O alfa se corrigiu após ver o biquinho tristonho que ele fez. — Mas vamos dar um jeito.

— Esse travesseiro tá muito duro — Jungwon reclamou com voz mimosa.

— Deixa que eu ajeito pra você — Lian bateu no travesseiro até deixá-lo fofo e macio. — Assim está melhor?

— Está ótimo. — O ômega relaxou, abrindo um sorriso satisfeito. 

— Encontrei. — Jay levou um livro até o outro alfa. — Aqui está a receita para tortas de todos os sabores. 

— Hmmm… que bom. Vou ficar aqui esperando. — Jungwon suspirou com as mãos apoiadas na barriga. 

Os alfas deixaram a cabine e seguiram diretamente até a cozinha. Jay leu a receita em voz alta, cada um ficou encarregado de juntar algumas partes dos ingredientes. 

Lian escolheu o que acreditava serem os mais acessíveis, mas não esperava que teria dificuldade para encontrar justamente o item principal, os limões. 

— Na última vez que abastecemos os cozinheiros fizeram separadamente. Talvez tenha no Asas. — Jay o lembrou.

— Está sugerindo que eu vá até o outro navio em busca de limão?

— É isso, ou vai dizer pro Jungwon que não vai ter torta. 

A segunda opção nem mesmo era uma opção. Ele não se atreveria a voltar na cabine, olhar nos olhinhos brilhantes do ômega e dizer que ele não teria sua tão aguardada torta de limão. Por isso, Lian não perdeu tempo e seguiu o conselho de seu alfa. 

No convés do Luna ele encontrou mais outro contratempo. Os navios estavam ligeiramente afastados, era necessário dispor uma viga de madeira entre ambos para chegar ao outro lado. Mas Lian não estava disposto a mover a pesada prancha, se tinha uma criatura que poderia ajudá-lo nessa questão.

O alfa inclinou o corpo tentando enxergar alguma coisa sob as águas, mesmo que não tenha visto nada ele sabia que o Kraken estava ali. Já imaginando que seria ignorado, ele resolveu tentar:

— Krazinho, meu grande amigão, será que você não poderia me dar uma mãozinha, ou melhor, um tentáculo, e me ajudar a chegar no Asas?

Como era de se esperar, não houve sequer alguma perturbação na água. Embora tenha escutado, o Kraken não moveu nem mesmo um centímetro, continuou descansando sob o manto das águas escuras, imperturbável. 

Tendo presenciado muitas vezes o que Jungwon expressava em voz alta para com a entidade marítima, Lian tinha uma certa ideia de como a mente daquela criatura funcionava. Levando isso em consideração, ele resolveu tentar novamente:

— Oh magnífica e poderosa criatura colossal, será que vossa eminência poderia ajudar esse reles mortal a chegar no outro navio? 

O Kraken prontamente ergueu seus tentáculos e permitiu que Lian caminhasse através das embarcações. O alfa não estranhou a ousadia da criatura, visto que até mesmo Jungwon, às vezes, precisava comprar seus favores com maçãs. 

Depois de conseguir os limões com o cozinheiro do Asas, Lian enfrentou o mesmo obstáculo durante o retorno. O Kraken não ficou esperando ele voltar para o Luna, e novamente se recolheu no fundo do mar. 

— Oh incomparável e extraordinário todo-poderoso Kraken, poderia mais uma vez estender vosso esplendoroso tentáculo para que esta pobre criatura retorne ao Luna?

Todo cheio de si, o Kraken mais uma vez demonstrou sua vaidade ao dispor seus longos braços para ajudar o alfa. É evidente que a entidade não precisava daquilo, mas foi divertido para ele fazer o jovem enaltecê-lo daquela forma.

De volta a cozinha do Luna, Lian encontrou seu alfa literalmente com as mãos na massa. Jay estava com as mangas dobradas, misturando a farinha, a gordura e outros ingredientes. 

— Tá aqui. — Lian colocou os limões em cima da mesa e puxou uma cadeira para sentar.

— Ótimo. Agora faz o recheio.

— Não sei fazer. Vou estragar tudo.

— Não, não vai. É só você olhar na receita. 

— Certo… — Lian moveu o livro para perto dele e leu todo o modo de preparo com atenção. 

O compartimento onde os piratas preparavam seu alimento era rústico e com poucas ferramentas para refeições mais delicadas. Eles possuíam mais caldeirões, para dar conta do número de pessoas a bordo. Jay e Lian usaram o que tinham para o plano funcionar. Se Junbuu estivesse no Luna, ficaria orgulhoso. 

Enquanto isso, Jungwon continuou sentado confortavelmente com as costas apoiadas em alguns travesseiros, esperando o retorno de seus alfas com a tão esperada torta. O cheiro já podia ser percebido em outros compartimentos, incluindo a cabine.

— Calma que eles já estão vindo com a nossa tortinha… — O ômega sorriu ao sentir o entusiasmo em seu ventre. Ele passou as mãos suavemente sobre a barriga e começou a cantarolar, transmitindo serenidade.

O Capitão percebeu quando a porta foi aberta, mas manteve os olhos fechados enquanto prosseguia com a cantoria doce e suave. Lian e Jay tentaram não fazer barulho ao se aproximarem, para não atrapalhar. Eles deixaram a torta em cima da mesa e aguardaram em silêncio o ômega concluir a cantoria. 

Quando abriu os olhos, Jungwon sorriu para um e outro, recebendo a mesma expressão de ambos. Apesar de sentirem todas as emoções e sentimentos pela marca, seu genuíno amor também era transmitido pelo olhar.

— Então? — Balançou os pés ansiosamente.

— Não temos certeza se ficou bom… — Jay logo se adiantou. 

— Claro que ficou bom — Lian foi mais otimista. — Está uma delícia, você vai ver só…

Jungwon não duvidou em nenhum momento que o alimento estaria saboroso. Ainda com um desejo insistente de comer a torta, seu sorriso aumentou quando viu o alfa mais velho retornando com uma fatia para si.

Os dois assistiram o ômega dar a primeira mordida e esperaram uma resposta do mesmo, mas Jungwon mordeu novamente e continuou comendo a fatia sem se preocupar com coisa nenhuma. Nada poderia interromper o momento entre um ômega grávido e sua torta de limão. 

Somente quando terminou de comer, ele expressou com entusiasmo:

— Tá uma delícia, maravilhosa, esplêndida, inigualável! — Jay soltou o ar que estava prendendo e sorriu com o outro alfa. — Cadê o resto?

— A fatia que eu trouxe é enorme, você vai comer mais?

— É claro! Eu tô comendo por dois.

— Tudo bem. — Lian ergueu as sobrancelhas pois não sabia onde caberia tanta comida, mas fez o que ele pediu.

Os olhos do ômega brilharam quando viram a torta em cima da cama. Evidentemente, Jungwon não pretendia comer tudo aquilo sozinho, portanto, pediu para que seus alfas sentassem com ele para que pudessem saborear juntos a deliciosa iguaria.

 🏴‍☠️

Era madrugada quando Jungwon acordou privado de sono. Não tinha muita coisa para fazer e acabou dormindo a tarde inteira. Sentiu vontade de beliscar algum lanchinho, mas quando olhou para Lian e Jay e os viu dormindo tão tranquilamente, desistiu da ideia de acordar qualquer um dos dois e decidiu ele mesmo ir até a cozinha.

Os únicos que estavam acordados eram os marujos que faziam a vigília daquela noite. Jungwon os viu conversando quando passou por eles no convés. Mas foi quando chegou na passagem para os dormitórios que sentiu espasmos dolorosos na região pélvica, e um líquido quente escorrendo pelas pernas. 

O ômega estudou o longo corredor pouco iluminado por algumas lamparinas e respirou fundo tentando manter a calma. A dor aumentava à medida que as contrações aconteciam, voltar para a cabine não era uma opção. Uma vez que, devido ao horário, a enfermaria evidentemente estaria vazia, ele seguiu apoiando-se na parede até chegar no local onde o médico repousava. 

Após bater algumas vezes, com cuidado para não despertar a tripulação, a porta se abriu e ele foi recebido pelo cunhado. Apesar de estar ligeiramente confuso, o médico logo entendeu a situação e o ajudou a chegar na enfermaria. Após ajudar o ômega a deitar em uma cama, ele chamou Morgana para auxiliá-lo. 

— Preciso deles aqui comigo. — Jungwon se referiu a seus alfas.

— Eu vou chamar eles. — A ômega prontificou-se mas não foi preciso.

Jay tinha o sono extremamente pesado, mas Lian despertou subitamente momentos após a bolsa do ômega se romper. Ele acordou seu companheiro e juntos desceram apressadamente atrás de Jungwon. Morgana encontrou os alfas quando estava prestes a deixar a enfermaria.

— É agora?! — Jay arregalou os olhos quando viu seu ômega deitado na cama, quase entrando em pânico ao sentir as dores que o ômega estava suportando e todo o misto de emoções que irradiou os três. 

— Vocês dois, fiquem do lado dele. — Taesung indicou e prontamente eles o fizeram. A calma e assertiva de quem sabia o que estava fazendo tranquilizou o ambiente. 

Os dois tomaram as mãos do ômega com firmeza, e este apertou com mais força quando sentiu as dores das contrações. Jungwon percebeu que o desconforto foi diminuindo depois que os alfas se juntaram a ele. 

Seu lobo encontrava-se cheio de alegria, não havia como descrever a felicidade que sentiu. A cada minuto que passava o coração pulsava freneticamente. A cada contração aumentava a dilatação necessária para o nascimento. Foi nas primeiras horas da manhã que o médico avaliou Jungwon mais uma vez, e constatou que já era o momento.

— Não prenda sua respiração e confie no seu corpo. — Taesung orientou. — Siga o ritmo das contrações. Na hora que você sentir necessidade de fazer força, pode fazer.

O ômega assentiu e fez como indicado. Ainda que Jay e Lian estejam com ele, partilhando o momento e seus efeitos, era Jungwon que mantinha a maior parte daquela ocasião. Ele fechou os olhos e respondeu aos sinais do corpo, respirando e fazendo força conforme sentia vontade.

Obedecendo ao impulso natural, Jungwon podia sentir o bebê descendo a cada onda. Com os alfas ao seu lado lhe dando força, o médico orientando no que fazer e passando toda confiança, ele contraiu o útero em um reflexo instintivo e veio ao mundo sua primeira filha. 

Em um segundo, Jungwon estava sorrindo com os olhos úmidos, junto com Jay e Lian, olhando a pequena ômega nos braços do médico quando este a levou para perto deles. Mas ainda não era tempo para descansar, o ômega sentiu novamente o impulso para fazer força. Todos ficaram abismados.

— Mais um?! — Morgana ergueu as sobrancelhas.

— Não tira os olhos dela — Taesung indicou em relação a bebê.

O processo que leva ao nascimento se repetiu mais uma vez. Jungwon fechou os olhos e se concentrou no fato de que precisava trazê-la ao mundo. Seguindo seus instintos, assim como foi aconselhado, ele viu o rostinho de sua segunda filha. Jay e Lian mal cabiam em si, mas ainda não era o fim.

Jungwon estava esgotado e sequer conseguia mover as pernas, quando sentiu seu útero contraindo para mais uma expulsão. Ele ergueu o rosto e buscou seus alfas, expressando sua exaustão embora estivesse imensamente feliz. Com ajuda de ambos, ele conseguiu trazer a pequena ômega à luz. 

Quando todos pensavam que finalmente haveria descanso e cuidados com o puerpério, Jungwon sentiu os olhos enchendo de lágrimas. Seu útero voltou a se contrair, mas ele sentia que não tinha mais forças, e ele temeu pelo que poderia acontecer.

— Não consigo… — ele sussurrou.

— Não está sozinho — Lian o beijou no rosto, mantendo o aperto firme em sua mão.

— Vamos fazer isso juntos. — Jay segurou a outra mão, mantendo a segundo apoiada no ventre do ômega.

Uma onda de calor, forte como uma labareda, tomou conta do corpo do ômega. A dor era tanta que ele sentiu vontade de se entregar. Jay e Lian podiam sentir sua aflição e desespero. A cada contração ele fazia força, e no intervalo descansava ouvindo palavras de conforto de seus alfas. 

O ômega estava com os olhos fechados, apenas ouvindo tudo o que se passava ao seu redor, e sentindo o médico movimentando suas pernas para favorecer a passagem. 

— Só mais um pouquinho e ela sai. — Taesung anunciou com serenidade. 

Jungwon já tinha esgotado todo seu vigor, mas conseguiu ir além dos seus limites. A força que o invadiu foi de uma intensidade descomunal. Ele sentiu a bebê descendo pelo seu corpo e saindo. O alívio veio logo em seguida quando a pequena nasceu. 

Com toda paciência, carinho, dedicação e cuidado daqueles que o cercavam, Jungwon conseguiu trazer ao mundo as quadrigêmeas ômegas. O medo e a angústia haviam desaparecido. Eles conseguiram. A felicidade que os três estavam sentindo naquele momento era inenarrável. 

— Eu quero vê-las. — O ômega recebeu ajuda para erguer o corpo quase sentado, apoiado em alguns travesseiros. 

Atendendo ao pedido do pai, Taesung e Morgana levaram as meninas já embrulhadas em tecido limpo e entregaram primeiramente a ele. Jay e Lian ficaram com as outras duas, uma vez que Jungwon não tinha quatro braços para segurar todas de uma só vez.

— Mesmo olhando pra elas eu não consigo acreditar — Jungwon riu. 

— Não vai caber todas elas no cantinho que a gente arrumou pra ela dormir. — Jay preocupou-se.

— Tudo bem, vamos dar um jeito. — Lian o tranquilizou.

— A enfermaria está cheirando a jardim — Morgana olhou encantada para as ômegas, visto que todas possuíam aroma de flores. — Elas já tem nome?

— Eu pensei em muitos nomes, mas achei que teria um menino — Jungwon riu, buscando ajuda de seus alfas. 

— Essa aqui tem cara de Izzy. — Lian foi o primeiro a nomear aquela que segurava. 

— Elas são idênticas, então vou identificar pelo aroma — o médico explicou.

Lian fechou os olhos e inalou o aroma da filha, antes de responder, sorridente :

— Gardênia.

— A Nina tem cheirinho de peônia — Jay se adiantou.

Todos olharam para Jungwon, esperando o ômega nomear as meninas que faltavam. Ele ponderou um pouco, e decidiu pensando no aroma de cada uma:

— Essa aqui tem cheiro de orquídea e se chamará Suri. Já essa cheira a narciso, então seu nome será Aria.

Após demais procedimentos e cuidados realizados em Jungwon e demais avaliações médicas, Taesung permitiu que ele e suas bebês fossem levados à cabine, sob orientações e sendo acompanhados pelo mesmo.

Naquela hora da manhã a tripulação já estava acordada, fazendo seu trabalho ou esperando instruções do contramestre. Quando viram Jungwon sendo levado por Lian e as pequenas ômegas por Jay, Taesung e Morgana, se agruparam ao redor.

— Capitão, você está bem?!

— O que aconteceu?

— Nossa, olhem só, são quatro!

— Estou bem. Não se preocupem. — Jungwon anunciou. 

— Agora o Capitão precisa descansar — Jay avisou, para que a multidão abrisse caminho. — Podem tirar o dia de folga. 

Com os navios ancorados, não havia muita coisa a se fazer, somente tarefas básicas que poderiam ser deixadas para outro dia. A tripulação saiu comemorando em silêncio, para não assustar as ômegas recém-nascidas.

Continua…

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