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[74] Retornando a Nabuco

Não fpi revisado, provavelmente tem muita palavra errada e nomes fora de lugar, mais tarde eu volto e corrijo <3 Boa leitura:


🏴‍☠️


No momento em que acordou, Jungwon sentiu falta de um calor específico em seu lado direito. Quando abriu os olhos, viu que apenas Jay permanecia deitado com ele na cama, até então dormindo. Ainda deitado, seus olhos buscaram pelo cômodo e ele encontrou Lian de pé, parado próximo a janela e olhando através dela.

Ficou por um tempo apenas observando, esperando para ver o que ele pretendia, mas o alfa continuou parado olhando pela janela. Com cuidado para não despertar o mais novo, Jungwon se levantou e caminhou até onde o alfa estava. Ao notar sua aproximação, Lian sorriu, para ele removendo a franja do caminho para beijá-lo na testa.

— Bom dia, gatinho. — Ele voltou a observar pela janela.

— Bom dia. — Jungwon o abraçou de lado e deitou a cabeça no ombro dele. — O que tanto olha lá fora?

— Só estou pensando em algumas coisas... — o ômega ficou em silêncio. Depois de um tempo, Lian continuou: — As vezes eu me pergunto como estão as coisas com a Jiang, a Marinha e o Almirante.

— Penso que se tivesse acontecido algo ruim, nós saberíamos.

— Também penso assim.

— Tudo bem sentir saudade de quem a gente gosta.

— Eu sei... Não estou arrependido mas queria que eles me perdoasse pelo que fiz.

— Eu tenho certeza que já perdoaram.

Lian sorriu para ele. Ainda não tinham conhecimento disso, mas o ômega tinha razão. A princípio houve ressentimento e decepção, mas conforme o tempo passava o Almirante se acostumou a ideia de que Lian agiu com suas próprias convicções.

Ambos olharam para trás quando Jay resmungou algo sobre os cabos do navio, ainda dormindo, moveu-se pela cama e depois voltou a ficar em silêncio quando virou para o outro lado. Lian desviou o olhar para o pescoço do ômega e sorriu, Jungwon franziu as sobrancelhas quando perguntou:

— O que foi?

O mais velho não respondeu, ao invés, pegou um pequeno espelho pendurado na parede e virou de frente para ele. Os olhos do ômega foram crescendo com a visão de como Lian deixou a área de seu pescoço. Ele tirou o espelho da frente e tentou pegar a bandana preta, mas o outro afastou suas mãos.

— Nah! Essa coleira é minha — Jungwon ergueu as sobrancelhas e riu, Lian corrigiu-se: — Quero dizer, bandana...

O ômega desistiu daquela e foi em busca da bandana do alfa mais novo, mas Jay estava dormindo despreocupado, até mesmo havia gostado do adereço de cor branca. Jungwon não conseguiu pegá-la de volta. Buscou entre os baús e encontrou um lenço de Jimin, que ele costumava brincar imitando seu pai quando era criança.

— Você não precisa fazer isso — Lian comentou. — Seu pai sabe o que fazemos aqui.

— É, mas eu não preciso exibir pra ele... — Jungwon se aproximou dele e pediu o espelho, Lian o ajudou segurando para que o mais novo pudesse arrumar o lenço em volta do pescoço. — Como ficou?

— Lindo. — Ele baixou o espelho e deixou um selinho em sua boca. — Poderia levá-lo para nossa cama agora mesmo.

Embora tenha apreciado a proposta, Jungwon tinha coisas a resolver naquela manhã. Ele precisava calcular com a cozinheira os mantimentos para voltar a Nabuco, já que a mesma não sabia fazê-lo sozinha. Reparos no Luna também eram necessários, buscando rentabilidade e segurança da embarcação. Além, é claro, de outros problemas que os piratas traziam.

— Faz um favor pra mim? — Jungwon solicitou e o alfa assentiu. — Fica de olho na tripulação, e quando o Jay acordar diz a ele que estou com a cozinheira no mercado comprando mantimentos. Fala pra ele escolher alguns alfas pra ajudar a trazer as provisões pro Luna.

— Sim, senhor.

O ômega sorriu pelo tom utilizado por Lian, e antes que mudasse de ideia quanto a aceitar a proposta feita pelo mais velho, ele deixou a cabine.

Assim que deixou o cômodo, a primeira pessoa que encontrou foi justamente o Capitão Jeon, que pretendia falar com o mesmo. Lian saiu logo depois do ômega, Jungkook não disfarçou o desagrado ao ver seu genro.

Jungwon rapidamente cruzou seu braço com o do pai, e o levou consigo caminhando em direção a frente do navio. Lian seguiu outro rumo, mas não deixou de sentir a mesma intimidação de quando o mais velho ameaçou matá-lo outro dia.

— Bom dia — encostou a bochecha no braço dele. — O que faz meu querido pai, tão cedo, no meu navio?

— Jimin comentou sobre a sua dificuldade com a navegação.

— Não é bem uma dificuldade... só um pouquinho de inveja porque não tenho e não terei um navegador como o Tae.

— Você conhece o ofício e é tão bom quanto ele.

— Trocaria seu navegador por mim?

— Eu ficaria com os dois. — Jungkook sorriu para ele.

— Muito astuto, Capitão Jeon. — O menor também sorriu. — Eu aprecio que meus pais estejam dispostos a me ajudar, mais do que já tem feito, mas como capitão desse navio eu quero resolver as coisas que são de minha responsabilidade.

Jungkook assentiu. Lembrou-se de quando saiu em busca de um navegador que ao menos soubesse como utilizar uma bússola, encontrando não somente um bom entendedor, mas um cartógrafo excepcional. E ainda de brinde um alfa bastante fiel veio junto.

Com o tempo, Jungwon haveria de encontrar membros mais eficientes para a sua tripulação. Levou algum tempo até que o próprio Capitão Jeon encontrasse os integrantes que mais fazem diferença no Black Swan.

— Eu entendo... Mas e um médico? Você poderia aproveitar que estamos aqui e ir ver seu tio. Sungjae também é uma boa opção...

— Eu adoro conversar com eles, mas quanto a um médico, o Taesung já garantiu que pretende se juntar a minha tripulação. Ele já tem quase dezesseis, só preciso esperar mais dois anos.

— Há certas coisas que não podem esperar tanto tempo assim...

— Do que você tá falando, pai? — Jungwon cruzou os braços. — Não estou doente.

Não era exatamente de alguma doença que o mais velho estava se referindo. Ele só não sabia como dizer, e embora ignorasse a maioria do tempo, ele tinha conhecimento do que alfas e ômegas fazem quando estão juntos. O assunto era um tabu para ele.

Passaram-se meses durante a viagem até o presente reino, Jungwon estava há muito tempo convivendo com seus alfas, se por algum acaso ele estivesse grávido, as atividades referente a ataques teriam de ser canceladas. Jungkook só não conseguia entrar neste assunto tão diretamente.

— Não precisa estar doente pra ver um médico. É importante.

— Sério? — O ômega riu. — Logo você que era obrigado por meu pai a ir pra enfermaria...

— Jungwon — ele o interrompeu —, no meu tempo, quando meu pai dizia: Jungkook, faça isso, é pro seu bem, eu fazia sem questionar.

Jungwon o olhou desconfiado.

— Tá bom, eu vou ver o meu tio. Está bom assim? — Jungkook suspirou satisfeito, e assentiu. O ômega virou-se para a cozinheira, que aguardava por ele no convés: — Corty, preciso resolver uma coisa antes, quando o Jay aparecer pode ir com ele na frente. Ele sabe do que precisamos.

— Certo, Capitão.

— Vamos, pai — Jungwon o levou consigo.

Ainda com os braços cruzados, os dois desceram a rampa do Luna e cruzaram o embarcadouro até o Black Swan. O ômega cumprimentou todos os bucaneiros que estavam no convés, em seguida desceu sozinho, em busca dos médicos. Ele encontrou Sungjae sozinho, corrigindo algumas atividades respondidas por Taesung.

— Que menino inteligente — o médico sorriu consigo mesmo. — Tinha que ser meu filho mesmo...

— Olá. — O ômega bateu na entrada, indicando sua presença.

— Jungwon! — O mais velho sorriu para ele assim que o viu. Ele bateu no assento ao lado quando indicou: — Vem, senta aqui.

— Meu tio não está...? — Perguntou já constatando, olhando para os lados ao passo que se aproximava.

— Levou o Taetae no mercado, aqui eles vendem ervas e fazem remédios diferentes. Foi onde eu aprendi a utilizar papoula como analgésico.

— Ah, que bom... quero dizer, eu gostaria de conversar com ele mas, bom, é um pouco constrangedor falar com ele sobre isso...

— Pode falar comigo, se quiser.

— Então... estou aqui porque, supostamente, meu pai acha que estou grávido

— Já entendi. Ele sofre da mesma síndrome que o Scott — Jungwon ergueu as sobrancelhas e esperou ele continuar: — A síndrome do: eu tenho medo de ser avô.

— É... — Jungwon riu. — Ele não disse com todas as letras, mas deixou bastante evidente.

— Mas algum deles já atou o nó em você?

— Não. Meu pai me falou sobre isso — Jungwon estava se referindo a Jimin. Ele sorriu tímido, quando acrescentou: — Se bem que quando estamos juntos, não queremos nos separar...

— Eu entendo. — Sungjae piscou para ele. — Não sei o Lian, mas você e o Jay não são estéreis, então se você sentir que o nó foi atado, pode ter certeza que vem um piratinha a caminho.

— Não é o que desejo no momento. — Jungwon sorriu nervoso. — Quem sabe futuramente.

— Então meu filho vem no meu navio e nem ao menos para pra falar comigo — eles ouviram a voz do capitão Jimin dramatizando a medida que se aproximava pelo corredor.

O cheiro de rosas que chegou junto, revelou que o ômega não estava sozinho. Alguns passos depois e os dois capitães do Black Swan surgiram na entrada da enfermaria. Jungkook olhou para o médico e depois para o filho, esperando por alguma coisa, enquanto Jimin cruzou os braços e aguardou uma posição do filho.

— Eu te ouvi do corredor, tá? — Jungwon se aproximou e o abraçou.

— Era pra ouvir mesmo — Jimin retribuo o abraço, e o beijou na bochecha quando separaram. — Eunji só quer saber de Hoseok, Arata e canhões. Você vem aqui e a primeira pessoa que vai ver é o sogro na enfermaria, sendo que a cabine dos capitães fica bem no convés.

— Foi ele que embaralhou meu juízo — Jungwon apontou para Jungkook.

— Eu?!

— Como assim? — Jimin perguntou.

— Ele acha que o Jungwon está grávido — Sungjae foi direto, depois olhou para o alfa e confirmou: — Ele não está. Seu filho sabe o que está fazendo.

— Pra sorte do seu. Você não iria querer ficar órfão de um filho.

Sungjae arregalou os olhos, sentindo seu lobo se enfurecer. Ele virou-se para Jimin, antes que jogasse uma cadeira no alfa:

— Capitão, eu tenho permissão para deixá-lo viúvo?

— Coração, você vai deixar ele falar assim com seu alfa?

— Eu faria o mesmo com quem ameaçar os meus filhos — Jimin cruzou os braços e o repreendeu com o olhar.

— Mas que... — Jungkook suspirou revoltado. Ele buscou em Jungwon algum apoio, mas o ômega claramente não estava do seu lado, dessa vez. — Hm. Eu só não quero que eles cometam o mesmo erro que eu, permitindo que meu ômega navegasse estando nessas condições...

— Quanto a isso não precisa se preocupar — Sungjae deixou claro: — Se o Jay não cuidar muito bem do ômega dele, eu mesmo vou puxar a orelha dele até ela ficar arrastando pelo chão.

— Hm. — Jungkook suspirou novamente, e deixou a enfermaria.

— Meu Deus... — Sungjae sorriu nervoso, desfazendo a pose. — Pensei que ele fosse me matar.

— Entendo a preocupação dele, mas não tiro sua razão. — Jimin revelou. — Ameaçar o filho de um ômega é assinar sentença de morte.

— Obrigado. — Sungjae sorriu para ele.

Após esclarecida a confusão. Jungwon acompanhou o pai quando ambos deixaram a enfermaria. Eles encontraram Seokjin e Taesung pelo caminho e conversaram com eles durante algum tempo.

Um pouco mais tarde, Jungwon encontrou Jay e a cozinheira Corty pelo mercado, e alguns alfas da tripulação transportando algumas mercadorias para o Luna. Ele ajudou a adquirir o restante das provisões, e posteriormente retornou ao navio para dar continuidade a outros ofícios.

🏴‍☠️

As tripulações permaneceram por mais alguns dias no reino da Índia mas logo retornaram seguindo a mesma rota. A intenção não era ficar vagueando entre os reinos, mas saquear o máximo de navios possível. A viagem de volta prometia mais saques, e foi o que eles fizeram.

Retornando para Nabuco, meses após deixarem a Índia para trás, o porão das duas embarcações estavam com os baús cheios de prata e cargas que roubaram durante o tempo em que estavam navegando de volta.

Muito tempo havia se passado desde a última vez que o Black Swan passou uma temporada tão longa saqueando em alto mar. Isso só foi possível graças à enorme capacidade que o Luna possui de armazenar mercadorias. O Capitão Jeon ficou tão satisfeito, que pretendia estender a parceria com o filho a lugares mais distantes.

— Mar Tenebroso? — Jungwon estudou o mapa diante dos seus olhos. Ele estava na cabine junto ao Capitão Jeon, Namjoon e Taehyung. — É claro, eu tenho muita curiosidade de conhecer esse lugar, mas não com tão poucas armas no Luna.

— Você está certo — Namjoon concordou. — Não sabemos o que vamos encontrar. Aquele lugar é tão imprevisível quanto o Triângulo da Morte.

— Você terá bastante tempo para armar o seu navio — Jungkook disse. — Essa é uma viagem demorada que necessita de muito preparo.

Os quatro concordaram que em menos de 2 anos, os navios estariam navegando rumo aos reinos além do Mar Tenebroso. Namjoon e o Capitão Jeon deixaram a cabine do Luna, Taehyung ficou guardando seus mapas enquanto Jungwon o observava.

O navegador percebeu o menor lhe observando, sorriu para ele e continuou recolhendo seus mapas, mas o olhar contínuo e intenso do ômega o deixou curioso quanto ao que Jungwon pretendia. Taehyung virou de frente para ele e perguntou:

— Posso te ajudar com alguma coisa?

— Infelizmente não.

Taehyung o estudou por um tempo. Pelo olhar do ômega era evidente que o interesse dele estava no conhecimento do navegador. Com efeito, o beta não seria capaz de fazer muita coisa por ele, mas uma coisa ele poderia.

— Eu posso te dar um conselho? — Jungwon respondeu que sim, movendo a cabeça. — Não tente imaginar o seu navio como o dos seus pais. Você pode ser melhor.

— Eu não faço isso... — tentou disfarçar, mas o beta ergueu uma sobrancelha. — Tá bom, eu só queria um navegador como você, um cozinheiro com o Junbuu, um atirador como o Hoseok, uma mecânica como a Dahyun...

A lista não cresceu porque Taehyung o interrompeu, quando sugeriu:

— Certo, veja bem, quero que feche seus olhos e me diga a qualidade mais essencial na tripulação de um navio, que seja acima de qualquer talento.

Jungwon respirou profundamente e fechou os olhos, assim como o beta disse. Não foi tão difícil chegar a uma conclusão, quando passou anos de sua vida lendo os antigos diários de bordo do Black Swan, e também histórias contadas pelos pais.

Sem falar na história de sua vida passada. Um capitão traído pela própria tripulação.

Jungwon abriu os olhos quando respondeu:

— Lealdade.

— Eu sei que talento é muito importante, mas se seu navegador for fiel, você será rico.

— O problema é que eu não tenho nenhum.

— É. Isso dificulta as coisas um pouquinho... Mas eu sei de um lugar onde você pode conhecer as pessoas em seu estado mais sincero.

— As tabernas?

— Gosto da sua inteligência. — Taehyung sorriu para ele. — Me acompanha?

— É claro! Só vou chamar meu pai — se referiu a Jimin.

— Seu pai bêbado é uma graça.

— Estamos falando da mesma pessoa?

— O Jiminie? — Taehyung riu da expressão feita pelo ômega. — Tenho umas boas histórias pra te contar...

O beta foi explicando à medida que seguiam para o Black Swan, em busca do capitão Jimin. Acontece que o ômega nunca bebeu ao ponto de perder a lucidez na frente de seus filhos, Jungwon e Eunji não conheciam exatamente o mesmo Jimin que Taehyung.

No caminho para o navio, eles encontraram Taesung redizendo as mesmas palavras, muito concentrado para não esquecer:

— Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre. Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre. Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre...

— Por que tá repetindo isso? — Jungwon perguntou.

— Tô indo comprar no mercado e não posso esquecer. Tenho uma prova prática hoje e o Jin não quer usar do estoque do navio.

— Entendi.

— Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre.

— Tá, vai logo antes que você esqueça. — Taehyung indicou. — Vamos, Jungwon, a taberna espera por nós.

— Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre — o alfa saiu pelo cais em direção ao mercado. — Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre...

Quem passava por ele ignorava o fato de que o garoto, além de falar sozinho, estava repetindo as mesmas palavras. Quem não deixou de notar a curiosa atitude foi Lis, filha mais velha de Yuri. Os dois são amigos desde que o Black Swan firmou parceria com o Representante de Nabuco.

— Tá tentando enfeitiçar quem? — Ela brincou, rindo.

— Ninguém. — Taesung riu também. — Tô indo comprar isso no mercado.

— Certo... o mercado não vai sair do lugar, que tal você ser um bom alfa e me ajudar a levar esses materiais pro estaleiro? — Lis estava segurando com muito custo algumas barras de metal.

Taesung pegou algumas e ajudou a beta, acompanhando-a até o local onde consertam os navios, sem parar de repetir o nome das plantas.

— Por que você não anota isso em algum lugar? — Ela sugeriu. — Tipo uma receita de bolo.

— Uma receita de remédios... — ele ponderou. — Lis, você é um gênio.

— só agora você descobriu isso? — Ambos riram. A beta mudou de assunto, aproveitando para perguntas antes que ele fosse embora: — Me diz uma coisa, o capitão do Luna, a nova tripulação, ele é seu parente, não é?

— É o meu cunhado. — Revelou, todo orgulhoso. — Meu irmão é o contramestre dele.,

— Então é ainda melhor do que eu imaginei... Será que você não pode me dar uma mãozinha e pedir pro seu cunhado aceitar uma grumete no navio dele?

— Claro que ele aceita. Eu só não fui ainda porque estou estudando e meu professor tá no Black Swan.

— Eu posso aprender sozinha, o problema é que quase nunca chegam navios pra consertar e os que aparecem é sempre a mesma coisa. Quero estar onde tudo acontece. Já que meu pai não me deixa ficar sozinha em Cabuga, eu consegui a permissão dele para me tornar grumete do Luna. Se o capitão permitir, é claro.

— Ele tá em uma taberna perto do mercado, te levo lá se você quiser.

— Perfeito!

A besta largou o estaleiro do jeito que estava, avisou aos mecânicos que iria se ausentar por algum tempo e rumou, junto a Taesung, em direção a melhor taberna de Nabuco.

O local estava cheio, como de costume. A maioria dos clientes que frequentavam aquele lugar eram capitães de navio ou compradores muito ricos, ou seja, apenas pessoas poderosas frequentavam aquela taberna. Os dois mais jovens cumprimentaram Jungwon, Taehyung e Jimin assim que chegaram na mesa que eles ocupavam.

— Se o pai de vocês souberem que estão em uma taberna... — Jimin advertiu. — O que fazem aqui?

Jungwon sorriu consigo mesmo, sabendo que frequentava lugares como esse com Jungkook desde que era uma bebê. O mesmo acontece com Eunji.

— A Lis quer falar com o Jungwon. — Taesung respondeu.

— Pois não? — O ômega sorriu para ela.

— Gostaria de me juntar à sua tripulação. Eu sou amiga do Taetae, seu cunhado, que por sinal é irmão do seu contramestre... — Enquanto a beta evidenciava sua aproximação com Taesung, Jungwon reparou nas vestes da garota e no forte cheiro de alcatrão presente na mesma.

As manchas de graxa nas roupas de Lis, despertaram boas lembranças na mente do ômega. Memórias da época em que Jungwon era o jovem Francis, ajudando seu pai no estaleiro.

— Sou mecânica, quero dizer, ainda estou aprendendo... — Lis continuou. — Mas sou muito esperta e aprendo rápido...

— Você pode se juntar a nós — Jungwon a interrompeu suavemente. — Você tem a mesma idade que o Taetae, correto?

— Sim. Sou mais velha, alguns meses. Logo terei dezesseis anos.

— Ótimo. Seja bem vinda ao Luna. Você pode falar com meu contramestre quanto às regras e demais atividades e obrigações.

— Muito obrigada! Nossa, você não sabe o quanto é uma honra pra mim estar a bordo do Luna! Meu pai disse que o primeiro dono do estaleiro onde trabalho foi o pai do Francis Bonny, você sabia? Ele foi o capitão do Luna também...

— Sim, eu sei disso... — Jungwon sorriu com a empolgação da garota, mas não revelou nada além. — Por favor, não esqueça de falar com o Jay.

— Sim, senhor! — Ela fez algumas referências, depois virou-se para Taesung: — Me leva no teu irmão.

— Calma. Antes eu preciso comprar... Esqueci.

— Aroeira, ginseng, urtiga, gengibre. — Taehyung, Jungwon e Lis informaram, todos juntos.

— É isso, vamos logo antes que eu esqueça. — O alfa segurou nos ombros de Lis e a guiou para fora da taberna.

— Que fofura — Jimin levou o copo à boca e bebeu um pouco mais.

— Gosto da empolgação dela — Jungwon comentou. Ele olhou para Taehyung quando afirmou: — Ela me fez lembrar da conversa que tivemos.

— Que conversa? — Jimin quis saber.

— Lealdade contra experiência — Taehyung explicou, bebendo da garrafa dele. — Concordamos que a primeira opção é melhor para se ter por perto.

— Penso o mesmo. — Jimin expôs.

É certo que nenhuma tripulação consegue ser inteiramente fiel, mas é importante ressaltar a importância de conceder a preferência àqueles em que se pode confiar.

Enquanto eles seguiam conversando na taberna, os dois mais jovens passaram no mercado para adquirir as plantas de Taesung, Antes de seguir para o Black Swan, o alfa conduziu Lis até o Luna e apresentou-a para Jay.

— Tem algo que você sabe fazer?

— Eu sou muito boa consertando navios... quero dizer, não que eu queira chegar assim e já ser a mecânica do navio mas, eu ajudo os mecânicos do estaleiro.

Lis estava diante do contramestre do Luna. Após apresentar seus serviços, a garota achou que soou ridículo sua afirmação, afinal, ela só tinha 15 anos e essa é a idade dos grumetes, o cargo mais baixo de uma tripulação.

Contudo, ao contrário do que ela imaginou, Jay se mostrou contente pelo que ouviu. Ele não a julgou pela pouca idade, pois entendia bem o que era ser menosprezado por ser o mais novo.

— Talvez você possa saber o que tá acontecendo com a nossa âncora. — Jay a guiou para a frente do navio, conforme explicava: — Ela sempre demora um pouco pra soltar completamente.

Lis se abaixou próxima do aparelho e o analisou. Havia muito desgaste pelo material, e isso fazia com que a âncora perdesse sua capacidade de deslizar mais facilmente, com o tempo. Em vista disso, Lis retirou um pequeno pote com óleo do bolso e lubrificou as correntes.

— Às vezes uma boa manutenção é melhor do que gastar com consertos caros. — Ela disse, voltando a ficar de pé. — Tente agora.

Jay moveu o aparelho, e assistiu a peça ter um bom desempenho após a vistoria da beta. Lis sorriu satisfeita em apresentar um bom serviço, ainda que seja algo simples.

— Você é boa — o alfa sorriu para ela e ofereceu a mão. — Bem vinda.

— Obrigada. — ela o cumprimentou. — Vou buscar minhas coisas e dizer aos meus pais que fui aceita.

As intenções de Lis eram navegar por longas temporadas, aprendendo as artes mais complicadas de reparar navios, em situações diversas, para depois montar seu próprio estaleiro na Ilha de Cabuga.

No escritório do Representante, onde Yuri costuma receber os clientes, capitães de navios e outros compradores, Lis o encontrou negociando com o Capitão Jeon. Estava tão feliz que ansiosa que ignorou presença dele e correu direto para o pai:

— Ele me aceitou na tripulação!

— Isso é ótimo. — Yuri sorriu para ela, olhou para o Capitão e depois para ele novamente.

— Ah, desculpa... — a beta corrigiu-se, virando para o lúpus: — Oi, Capitão Jeon. Pertenço a tripulação do seu filho, sabia disso?

Jungkook ergueu as sobrancelhas e negou balançando a cabeça. Sem esperar por respostas ou indagações, a garota saiu empolgada em busca da mãe.

— Meu filho não vai ser babá dela. — O Capitão deixou claro. — O serviço é pesado...

— Eu a criei. Sei do potencial que minha filha tem. Jungwon só tem a ganhar com ela na tripulação.

Jungkook assentiu. Não era sua intenção fazer menos da beta. Ele entrou na tripulação de um navio aos 14 anos, e sofreu muito durante este tempo. É óbvio que Jungwon não se compara às perversidades do terrível Alma Negra, mas o Luna continua sendo um navio pirata com pessoas hostis e atividades violentas.

Mas se o próprio Yuri, que foi um caçador e conhece bastante sobre os piratas, permitiu que a mesma se juntasse a uma tripulação sendo tão nova, é porque certamente a treinou bem.

— Neste caso, é bom se despedir da sua filha. Jungwon pretende partir pra Cabuga em duas semanas e vai ficar um bom tempo fazendo melhorias no navio.

Yuri assentiu, pensativo. Depois, abriu uma gaveta e entregou ao capitão o motivo de tê-lo chamado em seu gabinete. Era um envelope já aberto, com uma carta cujo conteúdo o representante não esperou o pirata ler para anunciar:

— É o perdão Real, oferecido pelos três grandes reinos.

— A Marinha esteve aqui? — Jungkook franziu o cenho.

— Não. — Yuri esperou até o capitão terminar de ler o conteúdo, e então continuou: — Essas cartas estão sendo distribuídas por toda a costa asiática. Inclusive Folsom.

— Estão realmente oferecendo perdão aos piratas, em troca de encerrarem suas atividades...

— E ainda vão permitir que fiquem com todo o tesouro coletado.

— Hmm... Quantos já aceitaram?

— Poucos. A maioria não confia nesse grande ato de bondade da Marinha. — Yuri recebeu a carta de volta. — Preocupado?

— Pareço preocupado?

— Não. — Yuri riu. — Apenas quero saber o que pretende fazer.

— O que sempre faço. — O capitão se levantou, para deixar o escritório. — Mas agora tenho um motivo a mais para destruir cada embarcação da Marinha que cruzar o meu caminho.

O Representante ficou satisfeito por ouvir aquilo, embora já soubesse qual seria a resposta do capitão. Seus negócios na ilha dependem muito de quem possui o poder sobre Nabuco. Se a ilha for parar nas mãos da Marinha, Yuri perderá seus lucros e benefícios.

Felizmente, o Capitão Jeon não estava disposto a se aposentar, tal como o capitão Jimin. Sem contar que Jungwon estava começando a se tornar um enorme incômodo para a Marinha. Se depender do jovem capitão, a era dourada da pirataria não acabará nem tão cedo.



Continua...

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