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[61] O Caos em Nabuco - Parte 2

Lembram da flor de tulipa que pode trazer as pessoas que morreram de volta à vida? Então…🌷 

Boa leitura:

Havia uma frota de navios ancorados no porto de Xangai, esperando que todos os marinheiros subissem a bordo para finalmente seguir rumo a Nabuco. Três, dos onze galeões de guerra, pertenciam à Marinha coreana, já os demais eram chineses, evidentemente.

Os oficiais mais jovens estavam transportando as últimas provisões para a viagem. Caixas com alimentos, comidas e remédios. Além disso, também tinham um grande estoque de munição e outros materiais de guerra.

Yue se despediu do filho ainda em sua casa. Recusou-se a acompanhá-lo até o porto pois não queria vê-lo partir, sem a certeza de que estaria indo para mais uma missão com a Marinha, e que voltaria. Por mais que compreendesse os sentimentos dele, era demasiadamente doloroso. Só lhe restava rezar, para que seu único filho fosse feliz onde quer que esteja.

Lian estava ajudando alguns outros marinheiros com o paiol, quando viu o Almirante trocando algumas palavras com o então Coronel Yang Zi. Estava evitando-o, então, tentou passar despercebido. Porém, o líder da Marinha notou sua presença e o chamou, após dispensar o Coronel.

— Estive pensando esses dias e percebi que fui injusto quando impus que você escolhesse um lado. Então se você não quiser lutar, posso designá-lo para alguma função aqui mesmo, na China.

— Eu quero ir. Eles sempre souberam quais eram minhas atribuições, e eu, a atividade deles. — Lian fingiu, em relação a Jay e Jungwon. — Cedo ou tarde esse dia chegaria. Não há como fugir.

O Almirante enrugou a testa, compadecendo-se um pouco pela situação. Ficou orgulhoso com a postura do mais novo, mas obviamente não era bom vê-lo naquela posição. 

— Vamos torcer para que os pais aceitem o perdão real. Um deles pode até servir a Marinha com você, visto que possuem boas habilidades. O Ômega, contudo, não possui permissão. — Lian não se aguentou e riu. — O que foi?

— Jungwon é mais forte do que qualquer um aqui. Pode ter certeza. 

— Não duvido de você, mas as leis são claras quanto a Ômegas servindo a Marinha. — Lian não respondeu. O Almirante mudou de assunto: — Ficarei no galeão principal. Você permanecerá aqui, sob o comando do Coronel Yang Zi.

— Eu o conheço. Ele já foi algumas vezes na casa do meu pai. 

— Então você deve saber que ele é um pouco implacável…

— Um pouco? — Lian se lembrava bem de como Yang Zi lidava com os oficiais de níveis inferiores. Humilhando-os. 

— Tome cuidado. Ele não admite erros.

— Sim, senhor. — O mais velho assentiu e girou para deixar a embarcação, mas parou no momento em que Lian o chamou: — Almirante?

— Sim?

— Eu não queria ter dito que não sou seu filho. Estava chateado. — Ele precisava se expressar. Depois da escolha que fez, as chances de poder falar com o Almirante novamente eram relativamente baixas. Ele precisava saber o que Lian sentia de verdade. — O senhor me fez sentir o que é ter um pai de verdade. Agradeço por todos os ensinamentos e pelas vezes que esteve ao meu lado.

— Por que isso parece uma despedida? 

— Estamos indo para uma batalha. Nunca se sabe o que pode acontecer…

— Acredito que sairemos vitoriosos, afinal, temos a vantagem da surpresa. — Ele relaxou as feições quando concluiu em relação ao que Lian expressou: — É muito bom saber disso, filho. E sempre estarei ao seu lado. 

Lian sorriu para ele. Quando o Almirante finalmente virou de costas e deixou o galeão, os olhos marejaram em desconsolo. Mesmo se quisesse, não havia mais como voltar atrás, a frota naval já estava partindo em direção a Nauco, e com ela, os últimos dias do jovem oficial servindo a Marinha chinesa.

🏴‍☠️


Desde o confronto assombroso que ocorreu há quase duas semanas, todos os navios piratas permaneceram em posição no cerco ao redor da Ilha de Nabuco. Prontos para defender sua República.

Os habitantes da Ilha estavam aos poucos retornando ao cotidiano de sempre, tentando se recuperar da violência crua que presenciaram. Os locais destruídos, foram reparados com a ajuda uns dos outros. Nabuco já sofreu inúmeros ataques, mas nunca caiu, de fato. Sua localização facilitava o comércio com reinos de mares distantes, por isso sempre foi tão desejado. 

Os piratas revezavam a vigilância para não serem pegos de surpresa. Um grupo monitorava no horário do dia, outro durante a noite. Navios mercantes foram proibidos de ancorar, até que o conflito chegasse ao fim.

Ryuk estava em uma das torres do Forte, auxiliando Arata com a manutenção dos canhões, quando viu um galeão no horizonte através de uma luneta. Ainda não era possível enxergar a bandeira hasteada, todavia, o alarme foi entoado à medida que mais navios surgiam.

Os piratas, que estavam à toa pelos convés das embarcações, correram cada um para ocupar suas posições, quando todos finalmente identificaram a frota de guerra navegando em direção à Ilha.

— São eles — Jimin estava em um dos navios, já que o Black Swan ainda não havia retornado para Nabuco.

Com ele também estavam seu contramestre, Jungwon, Jay e Sungjae. Os demais Ômegas se encontravam na Fortaleza, assim como Taesung. 

— O que faremos? — o capitão Bartholomew caminhava aflito de um lado para o outro. — Não seria melhor começar logo atacando? Todos juntos indo só de uma vez contra eles!

— Não — Jimin respondeu de costas para ele, encarando a frota naval se aproximando distante. — Desse modo seremos cercados, e será terrivelmente fácil para eles alcançarem a Ilha.

— Essa espera é angustiante! 

— Bartholomew? — Jisung o chamou. Assim que teve a atenção do mesmo para si, ele solicitou: — Por favor, se acalme.

O Alfa parou de resmungar, indo para outro canto. Os marujos daquela tripulação estavam atentos à Marinha, e também à conversa no convés. 

Os outros Capitães estavam cientes de que deveriam esperar, ao menos, os galeões chegarem perto o suficiente para que seus disparos acertassem o corpo dos navios. Mas o Capitão Bartholomew estava dificultando as coisas.

— Eles vão acabar com a gente! — Ele voltou, parando no meio do convés. — Não há mais tempo para esperar. Preparem os canhões!

Os marujos trocaram olhares confusos. Jimin ainda estava observando o movimento da frota, para então decidir como agir. Ele ouviu os resmungos de Bartholomew e olhou para trás, encarando-o enquanto este se manifestava como um alucinado:

— O que vocês estão esperando?! — O Alfa rosnou para a tripulação. — Eu mandei preparar os canhões, bando de cães miseráveis. Eu vou fazer cada um-...

O discurso de Bartholomew foi interrompido por um tapa no lado direito da face. O Alfa passou a mão na área atingida e virou o rosto para ver o Capitão Jimin, autor da agressão, diante dele. A tripulação acompanhava atentamente.

— Controle-se! — O Ômega exigiu. — Se não pode fazer o mínimo como um Capitão, não leve seus Alfas e Betas a morte. Está com medo? Esconda-se no porão. Ajudará muito mais do que espalhando o caos por aqui.

Bartholomew se calou, esperando com os demais.

— Jimin — o irmão dele chamou. — Estão se movendo.

A breve comoção se desfez quando todos viram o galeão que estava no meio da frota, avançar diretamente contra aquele navio pirata. Os demais também avançaram, de dois em dois, ao longo do navio principal da Marinha, como se estivessem se espalhando para atacar cada canto da Ilha.

— Icem as velas! —  Capitão Jimin ordenou. — Aproar ao vento!

— Alimentem os canhões! — o contramestre de Bartholomew ajudou. — Preparem-se para o impacto! 

Tiros de canhão foram disparados contra o navio pirata, sendo devolvido imediatamente, em uma intensidade menor. O galeão de guerra da Marinha era muito maior, tanto em tamanho quanto na quantidade de armas disponíveis.

Outro galeão seguia pela enseada da Ilha, só não contavam que Arata e demais Alfas e Betas estavam prontos com os canhões do Forte apontados para o primeiro que aparecesse na linha da praia de pedras. Os disparos foram feitos, acertando o casco do galeão. 

A estrutura do Forte balançou, quando foram atingidos em resposta, pelo navio da Marinha. Os piratas se defenderam escondendo-se atrás dos muros, e logo em seguida revidaram.

A fila de embarcação pirata, lado a lado, defendendo a Ilha, dispararam seus canhões contra os galeões que se aproximavam. Foi uma série de explosões simultâneas, mas nem todos os atiradores conseguiram mirar os canhões no local mais indicado.

O galeão de guerra em que o Almirante estava, seguiu velozmente indo em direção ao do Capitão Jimin. Mais dois navios surgiram ao lado do galeão, prontos para cercá-lo. Pela estratégia da Marinha, eles dariam prioridade em abater aquele em que tivesse o líder mais proativo. Isso iria desestabilizar os demais.

— Peguem aquele demônio loiro! — Coronel Yang Zi rugiu. — Timoneiro, orle a estibordo!

Lian estava no convés quando ouviu a ordem. Vários navios se moviam ao seu redor, o grito de piratas e oficiais, os disparos de canhões e o som do mar agitado causavam um barulho estrondoso, mas ele se concentrou no que estava acontecendo à sua volta. Ele viu quando o Capitão Jimin estava sendo cercado por dois navios, enquanto o Galeão do Almirante avançava pelo meio. 

O navio comandado pelo Coronel seguiu seu curso pela direita, Lian pensou em um jeito de impedi-lo rapidamente. Colocou em prática a primeira ideia que lhe veio à cabeça e subiu as escadas até o convés superior, para solicitar o leme:

— Deixe-me guiar o galeão. — Ele segurou em uma das malaguetas da roda do leme e o puxou para si. 

O timoneiro puxou de volta.

— Está maluco?! Volte a sua posição, marujo!

Não havia tempo para aquela discussão, por isso, Lian se colocou atrás dele com o braço em volta do pescoço, e o pressionou fazendo-o perder o ar e desmaiar logo em seguida. 

Sem demora, ele assumiu o leme, segurando na roda com tanta força quanto no dia em que guiou por breves minutos o Black Swan. Lian fechou os olhos e inspirou fundo, estava no controle da embarcação. Quando abriu os olhos novamente, ele pôde ter uma visão muito melhor da batalha, dos navios trocando disparos e os marinheiros correndo pelo convés. 

Quando os canhões foram carregados e estavam prontos para serem disparados contra o navio em que Jimin estava, Lian girou o leme fazendo o galeão dar uma forte guinada para o outro lado. Os oficiais que estavam no convés foram pegos de surpresa, e o fogo que seria contra a embarcação pirata, atingiu o outro navio da Marinha.

— O timoneiro ficou louco! — Yang Zi gritou, se levantando do chão. — Detenham-no!

Bruce olhou na mesma direção e seus olhos quase saltaram quando viu o mais novo assumindo o leme. Ele correu para impedi-lo, assim como outros oficiais quando perceberam que havia um traidor entre eles. 

O primeiro que chegou foi recebido com um tiro no peito. Lian segurava o leme com uma mão e a pistola com a outra, disparando contra os oficiais que tentavam se aproximar, sem perder o controle do navio. Quando a pólvora acabou, Bruce chegou jogando seu corpo contra o do mais jovem.

Ambos caíram no chão e o leme perdeu o guia, o navio seguiu descontrolado, sendo levado apenas pelo vento em uma direção qualquer. Bruce trocou socos com ele enquanto xingava-o utilizando todas as maldições que conhecia. O mais novo estava embaixo dele quando agarrou seu pescoço e o forçou a erguer a cabeça. Segundos após a ordem de lançar fogo, uma bola de canhão passou levando a cabeça de Bruce, e seu corpo caiu por cima do de Lian, jorrando sangue e sujando o uniforme branco dele.

Quando empurrou o corpo de Bruce para o lado, já havia outro oficial pronto para agarrá-lo. Contudo, Lian girou a perna e o derrubou. Ele tomou posse da pistola de Bruce, ficou de pé e disparou contra Ross, que estava no chão.

O galeão em que estava seguia direto contra o Porto de Nabuco, onde iria bater violentamente, mas Lian optou por ignorar os oficiais que subiram, para virar o leme novamente e impedir a colisão. Com isso, os marujos finalmente conseguiram segurá-lo.

— Leve-o para uma das celas! — Yang Zi ordenou cheio de cólera. — Não há uma alma viva neste mundo que o salve da condenação que te aguarda, déspota traidor! 

Tudo acontecia muito rápido, os piratas, embora tivessem um número maior de embarcações, a maioria delas tinham um tamanho muito inferior que os navios de guerra. O galeão que cercou Jimin pela esquerda, fazia nova manobra para alvejá-lo outra vez com seus canhões, quando uma força marítima o afastou bruscamente. Quatro tentáculos surgiram agarrando os mastros e partindo-os logo a seguir.

Jungwon estava tão concentrado na luta contra os oficiais que haviam invadido o navio pirata, que sequer notou a aproximação do Kraken. Conforme a criatura Marinha destruía o galeão, alguns marinheiros pularam no mar e outros conseguiram se transferir para outras embarcações. 

O galeão do Almirante escapou do Kraken, mas ainda seguiu perseguindo o que Jimin estava. Jungwon buscou no convés algum sinal de Lian, mas não o viu. Talvez, o oficial estivesse escondido esperando o momento para fugir e se juntar a eles. Haviam muitas alternativas, mas ele não estava disposto a aguardar por nenhuma delas.

O Ômega subiu no parapeito do convés e lançou-se caindo em direção ao mar. Mas ele não caiu na água. O Kraken surgiu com parte do seu corpo do lado de fora, Jungwon correu por cima dele conforme a criatura se aproximava do galeão. O Kraken sabia exatamente o que ele pretendia fazer, e seguiu conforme os pensamentos do lúpus. 

Lançou um tentáculo contra o casco do galeão, abrindo uma abertura por onde Jungwon se lançou para dentro, encontrando alguns oficiais na parte inferior do navio. Assim que pisou no pavimento da embarcação inimiga, puxou as adagas e avançou contra os Alfas. O Kraken lhe deu cobertura quando puxou um marujo que pretendia atacá-lo por trás, e o lançou para longe.

Jungwon derrubou todos os marinheiros que entraram em seu caminho, seguindo a procura do jovem oficial, imaginando que o mesmo estaria com o Almirante. Acontece que Lian estava preso por correntes em uma das celas mais profundas de outro galeão. Eram muitos, todos em movimento e trocando disparos. Encontrá-lo no meio de tudo isso seria uma verdadeira complicação.

Jay o protegeu quando o Ômega surgiu no convés do navio inimigo, disparando contra todos enquanto Jungwon cortou um cabo das velas para ser levado de volta ao navio pirata.

— Ele não estava com o Almirante! — Informou para o mais novo.

 — E se ele não estiver aqui? Pode ter mudado de ideia pela mãe dele.

— Ele veio, Jay. Ele veio! — Os olhos do Ômega desviaram-se para um navio de velas negras se aproximando velozmente. Ele imediatamente virou-se para o Capitão: — Pai! O Black Swan está de volta!

Jimin olhou na direção indicada e sorriu assim que viu a embarcação chegando cada vez mais perto. O Black Swan possuía mais poder de fogo do que qualquer outro navio ali presente, incluindo os galeões de guerra. 

Assim que o viram se aproximar, os comandantes da Marinha firmaram uma linha única de ataque contra a embarcação negra. O Capitão Jeon estava pouco se importando com aqueles imbecis, às suas ordens, Hoseok já estava a postos, liderando cada pirata que ocupava os aparelhos explosivos. 

Dahyun tomou conta do canhão giratório, próximo do leme. No momento em que Chaerin deu o sinal, a Beta disparou contra o timoneiro do galeão que tentou cercá-los pela direita, fazendo o navio perder o controle momentaneamente e deslizar para longe do Black Swan.

Os galeões de guerra deixaram a posição para se defender dos potentes canhões e morteiros do navio pirata. No momento em que abriram espaço entre si, Jay notou que havia uma embarcação onde ninguém estava a bordo. Estava ancorada no centro de todas elas. 

— Jungwon, eu acho que sei qual navio está repleto de explosivos — ele chamou o Ômega, que lhe deu toda atenção. — Está vendo aquele alí no centro? 

— Bando de… — o Ômega interrompeu a si mesmo para informar ao Kraken, por meio da mente, qual embarcação ele não deveria se aproximar.

“Eu senti o fedor do alcatrão de longe” — A criatura respondeu. — "Não se preocupe, sei identificar ameaças e posso facilmente me livrar delas. Milhares de anos fazem de mim uma criatura muito esperta.” — Concluiu, se gabando.

Jungwon sorriu, respirando tranquilamente por um curto período de tempo, visto que mais oficiais invadiram o convés de navio. 

Os galeões que cercaram o Black Swan, tentaram forçar o Capitão Jeon a seguir diretamente contra o navio com explosivos, sua intenção era causar a destruição do navio pirata juntamente com a criatura abissal, quando o mesmo tentava defendê-los.

Foram milhares de tentativas, por centenas de anos, mas ninguém nunca conseguiu abater aquela criatura. O Kraken carrega em seu corpo as marcas de todos os ataques que sofreu, e exploração por parte daqueles que tiverem controle sobre si. Esta era a primeira vez que ele lutava ajudando humanos, simplesmente porque era de sua vontade. 

Tinha todo o controle sobre as águas em volta dos navios. Criou uma onda gigante afastando o Black Swan de outros galeões, e fez com que um dos navios da Marinha se chocasse contra aquele enviado cheio de pólvora, piche e alcatrão. A explosão foi inevitável. Ninguém da embarcação conseguiu se salvar.

O Black Swan passou entre o galeão do Almirante e o navio em que Jimin estava, servindo como escudo no momento em que os canhões foram disparados contra a pequena embarcação pirata. O Capitão, Jay e demais Ômegas pularam de volta para o navio de velas negras, e a tripulação finalmente se uniu outra vez.

Os canhões do Forte se sobressaíram contra o galeão que tentou invadir a Ilha pela enseada, porém, a estrutura da Fortaleza foi seriamente danificada. Assim como os outros navios piratas. Porém, com a chegada do Black Swan e seu armamento pesado, a Marinha sentiu grande dificuldade em prosseguir com aquela investida. Além do Kraken, que seguia destruindo as embarcações, ignorando os ataques disparados contra si.

O galeão do Almirante deu uma última volta com seus canhões disparando contra o Black Swan. Chaerin rapidamente moveu o navio para longe do fogo, enquanto Hoseok guiava os piratas em mais uma série de disparos certeiros, causando grandes avarias no galeão.

O Coronel Yang Zi, disposto a dar um fim épico àquela batalha e retornar à China como um herói, lançou o galeão contra o Black Swan. Sabia que estava prestes a sacrificar a vida dos marinheiros que lutavam pelo convés mas, para ele, a vida de todos ali era descartável, se fosse para concluir seus objetivos com êxito. 

Antes que o Black Swan fizesse uma manobra para se defender, o Kraken envolveu todos os seus braços em torno do galeão. Aos poucos, a embarcação foi sendo destruída. Lian estava preso na cela quando viu a água invadindo com abundância o compartimento interior do navio.

Jiang desceu para tentar ajudá-lo, afinal, mesmo com toda aquela traição, ela ainda o considerava como um irmão mais novo. Apesar de sua tentativa, o navio foi puxado para o fundo e completamente destruído. Os marinheiros foram espalhados pelo vórtice criado pelo Kraken, e tentaram nadar para a superfície, com o único intuito de sobreviver.

Lian possuía as mãos presas pelas correntes, logo não conseguiu o mesmo feito. Jiang mergulhou mais uma vez, mas mudou de ideia quando viu com seus próprios olhos o Kraken envolvendo-o em um tentáculo e removendo o Alfa da água, para logo em seguida adicioná-lo de pé no convés do Black Swan.

O Alfa tossiu recuperando o fôlego que perdeu durante o tempo em que prendeu a respiração. Diante do fim da batalha, os galeões que restaram bateram em retirada, deixando muitas embarcações piratas completamente destruídas e o caos para trás. Agora, só restava oferecer o perdão. 

Os piratas se amontoaram no convés do Black Swan, todos em volta do jovem Alfa vestindo o uniforme da Marinha. Estavam obviamente muito furiosos, e querendo descontar toda a fúria de terem sido atacados, mesmo após o acordo que firmaram entre si.

— Pelo menos um deles eu levo! — Fritz rugiu, puxando a espada da bainha.

A Alfa avançou contra Lian que, desarmado e preso, não tinha nenhuma chance de se defender. Jungwon não pensou quando seu corpo agiu mais rápido, pulando diante do Alfa para tentar impedi-la. 

Fritz não conseguiu parar a tempo e investiu a espada transpassando-a no peito do Ômega. A lâmina perfurou o coração de Jungwon, o sangue imediatamente escapou do ferimento e de sua boca. Seu corpo enfraqueceu e ele só não caiu de vez, porque Lian precipitou-se para frente e usou o corpo para ampará-lo. 

Por um segundo, o tempo havia parado no convés do navio. Jay foi o primeiro a se mover quando correu, caindo de joelhos diante do Ômega, que estava deitado sobre o colo do Alfa. 

— Não! Não! Não! Não… — Repetia conforme as lágrimas desciam. — Jungwon?!!! Levanta! — Insistiu inutilmente.

O Capitão Jeon empurrou os dois Alfas tirando-os de seu caminho, agarrou o corpo do filho e desceu correndo em busca de Seokjin. 

Capitão Jimin estava parado encarando estático o pavimento coberto com sangue. Lentamente, seus olhos foram se movendo na direção em que Fritz estava, ainda com a espada nas mãos. 

— C-capitão, foi sem querer! Ele entrou na frente! Não consegui parar… — Ela gaguejou, deixando a espada cair no chão e dando passos para trás, à medida que o Ômega se aproximava.

Jimin gritou quando agarrou o pescoço da Alfa e apertou contra o mastro. Seus olhos estavam prateados e cheios de lágrimas, enquanto a Alfa se debatia tentando se livrar do aperto. Ele a soltou, apenas para agarrar as duas pistolas e disparar simultaneamente contra o rosto de Fritz. 

Mesmo quando a pólvora acabou, continuou apertando o gatilho. Ele só parou quando Jisung chegou perto, e quase foi atingido quando o lúpus puxou a espada para desferir um ataque contra ele.

— Jimin, não! Não deixe isso tomar conta. Não faz isso! — Jisung estava igualmente em prantos. Ele sabia exatamente como era perder o controle de sua humanidade, e implorou encarando o mais velho nos olhos: — Por favor, você sabe que é forte! 

— A flor… — Jackson sussurrou para o Ômega.

O coração de Jisung quase saltou para fora, com a esperança de que aquele pesadelo fosse revertido.

— Vai!! — Ele rosnou, vendo o Alfa descer correndo as escadas em direção ao próprio quarto.

A comoção no convés cresceu à medida que os piratas se exaltaram ainda mais. Alguns estavam extremamente transtornados, outros com ainda mais raiva de Lian, acreditando que tudo aquilo era culpa dele. Taehyung e Sungjae foram até a cabine para impedir que as crianças deixassem o local.

— A culpa é desse infeliz! — Thon gritou, sacando a pistola. Ele parou quando Jay ficou de pé, entre ele e Lian.

— Nem que eu mate todos vocês… — o mais novo proferiu, segurando também uma pistola. Seus olhos âmbar estavam encharcados. — Ninguém vai encostar nele!

Outro pirata tentou desarmá-lo, mas foi impedido quando Scott mirou sua arma contra ele. Aquilo estava se tornando um caos. Namjoon avaliou a situação e pediu para que Yoongi e Hoseok levassem Lian para o porão, e que ficasse com o mesmo até que os capitães decidissem o que seria feito. 

Jisung tocou em seu ombro, quando o contramestre virou-se para ele, o Ômega notou que seus olhos também estavam com lágrimas. Ele compreendeu a decisão do Alfa, enquanto Lian permanecesse à vista dos bucaneiros, as chances de um banho de sangue acontecer eram extremamente altas.

— Os capitães não estão em condições de decidir nada agora — Emma articulou. — Devemos votar e decidir por eles. Prancha ou expulsão.

— Ninguém vai fazer nada! — Namjoon rosnou alto. — Estamos todos muito agitados agora…

Enquanto o contramestre colocava ordem no convés, Jackson praticamente arrancava as tábuas do pavimento de seu próprio quarto. Havia esquecido onde exatamente guardou a tulipa, mas sabia que ela estava ali em algum lugar.

Alguns metros depois, na enfermaria, o Capitão Jeon estava parado ao lado da maca em que seu filho estava deitado. Seokjin havia deixado o cômodo quando percebeu que já era o fim, não aguentou observar o corpo do sobrinho e sentiu-se inútil por ver tamanha dor nos olhos de seu irmão, sem nada poder fazer.

Jungkook passou a mão carinhosamente pelo rosto do Ômega. Não possuía mais controle de nada. Se alguém quisesse chegar naquele cômodo e lhe fazer mal, ele nada faria para impedir. Talvez poderia ser até um favor, pois ele desejou fortemente estar no lugar de Jungwon.

— Onde ele está?! — Ouviu a voz de Jimin vindo no corredor, e correu para impedi-lo de ver o corpo do filho naquela situação novamente. — Jungwon!??

— Não… — Ele o abraçou, tentando levá-lo de volta para o convés.

— Eu quero vê-lo! — Jimin reagiu de volta, tentando passar por ele. — Nosso filho tá bem alí, Jungkook!! Ele tá ali! 

— Não, meu coração — abraçou-o com mais intensidade. — Ele não está mais…

Era possível ouvir o lamento do Ômega de todas as partes do navio, e impossível descrever a dor de ambos os capitães, abraçados no pavimento superior da embarcação. De todos os anos em que o Capitão Jeon liderou aquela tripulação, aquela foi a primeira vez que os piratas o viram chorar.

No momento em que encontrou a tulipa roxa, inteiramente intacta, perfumada e cheia de vida, Jackson dirigiu-se com pressa para a enfermaria. Assim que chegou na porta, ele parou. Seus olhos mal podiam acreditar no que estava enxergando. 

O lobo Ômega lúpus de Jungwon estava de pé ao lado dele, materializado na forma de seu pai, o Capitão Francis. A voz fugiu da garganta do Alfa, ele abriu a boca mas nada articulou.

— Use-a, Jack! — Francis declamou, se referindo a tulipa em suas mãos.

O Alfa voltou a controlar seu próprio corpo, quando avançou ligeiramente na direção do pai. Jackson estendeu a mão que segurava a flor para ele, mas parou no meio do caminho. A última vez que viu seu pai foi na praça de Busan, quando ainda era criança e o mesmo havia sido enforcado. 

Só ele sabe quanto sofrimento aquilo lhe custou, e o quanto desejou vê-lo só mais uma vez. Porque toda aquela raiva que sentia do pai, era apenas a dor que não havia sido curada. Em suas mãos estava a única chance de trazê-lo de volta…

Por outro lado, Jungwon estava morto diante dele. O pequeno Ômega cresceu fazendo-o se lembrar dos bons momentos que viveu com o Capitão Francis. Sua vida foi ceifada tragicamente e tão cedo, quando o mesmo ainda tinha tanto para conquistar. 

Com isso em mente, o Alfa recuou a flor diante do pai e a depositou sobre o coração do Ômega mais jovem. 

— Me perdoa… — ele sussurrou, sem coragem de encarar o pai.

Sentiu a o calor da mão de Francis pousar suave em sua bochecha, e voltou a encará-lo quando o mesmo afirmou:

— Você fez o certo. — Sorriu para ele. — Estou muito orgulhoso.

— Eu que tenho muito orgulho de ser seu filho. — Mal podia conter as lágrimas. — Sempre tive.

— Eu sei. — Os olhos desceram para a arma na bainha do Alfa. — Minha espada…

— Pretendia entregar a Sarah, mas ela não quis, acredita? — Indagou chocado, rindo entre o choro.

— Deve ser porque ela foi feita apenas para que Ômegas a dominasse — Francis revelou. — É o que está escrito no cabo, com as runas: entre muitos, um Ômega.

— Então era isso que tava escrito — disse, passando a mão sobre o cabo. — Talvez um dia o Hyun possa aceitar.

— Essa espada quem me deu foi um bom capitão. Ficarei feliz se ele aceitar o presente.

Jackson sorriu, assentindo. Ele olhou para Jungwon, a tulipa estava sumindo, assim como o local do ferimento, quase cicatrizado completamente.

— Eu encontrei o Imperium, pai — ele proferiu, fazendo Francis sorrir de uma orelha a outra. — Conheci o mundo que você queria me mostrar.

— E você conseguiu um tesouro muito mais valioso, não foi? — Perguntou se referindo a Jisung e os gêmeos. — Estou muito feliz em saber que você encontrou o amor novamente. 

— Eu te amo. — Jackson afirmou, e agradeceu se referindo à flor: — Obrigado.

— Eu te amo, Jack — Francis respondeu. — Desde sempre e até a eternidade.

Jungwon tossiu, quando repentinamente voltou a respirar. Jackson inclinou-se sobre o Ômega, a flor havia desaparecido de vez e junto com ela o grave ferimento, deixando apenas uma cicatriz no peito dele, na altura do coração.

O Alfa sorriu buscando o pai, mas Francis já não estava mais ali. Ele retornou de onde viera assim que o coração de Jungwon voltou a bater. 

— Por que estamos na enfermaria? — Olhou confuso para o Alfa, à medida que tentava se levantar. — O que aconteceu?

— Vai com calma — Jackson o ajudou a se sentar. — Você foi atacado. — Respondeu, mostrando a marca da cicatriz.

Jungwon franziu o cenho, lembrando-se do momento antes da fatalidade. Uma espada veio em sua direção, sentiu uma forte dor no peito e suas pernas fraquejaram. A última imagem da qual se lembra foi do rosto de Lian e Jay, atônitos, sobre ele. Após isso, sua visão tornou-se escura até que tudo desapareceu.

— Eu… morri? — Jackson confirmou balançando a cabeça. — Mas…

— A flor. — Foi o suficiente para fazê-lo entender.

— Você usou comigo… — refletiu. — Pensei que usaria com alguém mais importante…

— Você é importante! — Afirmou, abraçando-o com força e sendo naturalmente retribuído. — Agora vamos, antes que seus pais toquem fogo em Nabuco.

Jungwon riu, descendo da mesa com a ajuda dele e sendo guiado para o convés. Os dois surgiram no pavimento superior com as mãos dadas, onde encontraram a grande maioria da tripulação em um luto pesado.

Jimin ainda estava abraçado ao seu Alfa, se o soltasse em qualquer momento sentia que poderia desabar. Jungkook, por sua vez, tinha a visão da passagem para as cobertas inferiores. Assim que viu o Ômega de pé, ao lado de Jackson, foi como se a vida tivesse voltado para si também. 

— Jungwon! — Separou o abraço para que Jimin pudesse ver.

O Ômega quase caiu quando olhou para trás, e viu seu filho caminhando pelo convés. Desprendeu-se do Alfa e correu na direção dele, abraçando-o de imediato. Jungkook fez o mesmo, tomando os dois Ômegas entre seus braços.

— Meu bolinho! — Jimin chorou abraçado fortemente a ele. — Não faça isso comigo! Não me deixe nunca mais! 

— Como é possível? — Jungkook obviamente perguntou, visto que havia deixado seu filho morto na enfermaria.

— É uma longa história… — Jackson afirmou.

— E eu tenho todo o tempo do mundo para ouvir.

Com a ajuda de Jisung, Jackson contou sobre o sonho que Jungwon teve com seu pai, e o presente que havia recebido por meio dele. A flor de tulipa, pura e etérea, assim como a Gama Agnes revelou. 

Jungwon não conseguiu contar uma única palavra, dado que Jimin não o largava nem por um segundo. 

— Assim você não me deixa respirar… — o mais novo informou.

— Não vou te soltar nunca mais — Jimin respondeu, tornando o abraço ainda mais poderoso. 

— Ele está aqui — Jungkook o beijou na têmpora. — Nosso filho voltou, coração.

— E não vai mais a lugar algum — Jimin finalmente separou o abraço, encaixando as duas mãos em seu rosto. — Nunca, Jungwon… não me deixe nunca mais!

— Não vou, pai — sorriu para o mais velho. — Eu prometo. 

Jungwon olhou para o lado e viu Jay encarando-o, com o sorriso mais sincero que havia visto. Ainda chorando, ele foi abraçado pelo Ômega logo em seguida, assim que este deixou o pai. 

— Você voltou… — Murmurou emocionado. — Achei que tinha te perdido pra sempre.

— Onde está o Lian?

— Eles os levaram para o porão…

— O quê!!?

Antes que pudesse expressar sua revolta, uma agitação nas águas tornou-se absurda e algo subiu, crescendo na superfície. Uma sombra enorme se formou no convés do Black Swan e todos os piratas arregalaram os olhos abismados, encarando o gigantesco navio que havia surgido debaixo do mar.

Não tinha velas, da bandeira só restavam pequenos pedaços presos numa corda no alto do mastro principal. O casco estava completamente desgastado, coberto de cracas e outras criaturas que usavam a embarcação como uma superfície para construir suas casas. 

Quase tudo nele estava destruído, e apenas flutuava porque o Kraken o manteve ali. Ninguém poderia reconhecer qual era aquela embarcação, exceto por Jungwon. Nunca tinha visto antes, mas ele podia sentir. Ele caminhou até parar com as mãos apoiadas no parapeito e sorriu, encarando o navio tão particularmente íntimo.

— É o meu Luna... — Afirmou, admirando a embarcação com os olhos cheios de lágrimas.

Continua…

Não sei se chorei mais escrevendo esse capítulo, ou a cena da morte do Francis no bônus. Só sei que me encontro em prantos 😭

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