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[57] Filter

Jungwon permaneceu sozinho por um curto período de tempo, se tratando do Black Swan, sempre havia marujos por todas as partes do navio. Ele então desceu até o deque e ficou sentado no cais, observando as ondas quebrando contra as bases que sustentavam o embarcadouro.

Um pouco depois, Diamante e Sungjae surgiram no lugar do navio onde o lúpus estava. O Ômega de cabelo prateado comentava com o outro sobre como o sol queimava sua pele muito delicada, quando avistou o filho mais velho do médico ajudando o Capitão Jeon subir uma vela que estava mais baixa. 

— Nossa, como seu filho ficou gostoso. 

— Tome vergonha nessa tua cara. Ele tem idade de ser seu filho. Te orienta!

— Olhar não arranca pedaço. — Diamante deu de ombros. — Se ele fosse um pouco mais velho eu pegaria.

— Olha quem tá ali pertinho — Sungjae mostrou Jungwon sentado no cais. — Eu vou achar lindo quando ele arrancar teus olhos com as adagas dele.

— Ele não faria isso…

— Jungwon!? — Sungjae gritou chamando. — Escuta só o que tão falando sobre o-... 

Diamante o calou quando pressionou a mão contra a boca dele. Jungwon olhou para cima e franziu as sobrancelhas sem entender por que os dois mais velhos estavam naquela dança esquisita. Ele sentiu o Kraken se aproximando, quando uma onda maior cresceu se desfazendo contra os pés dele, deixando suas botas molhadas.

— Você fez de propósito, não foi?

“Não.” — A criatura respondeu. Em seguida, lançou um esguicho de água nele. — “Mas isso foi.”

Estava fazendo aquilo para animá-lo, visto que ele podia sentir como o Ômega estava cabisbaixo. Jungwon resmungou enquanto tentava secar a franja molhada. 

— Muito engraçado. 

Outro jato de água foi lançado. Jungwon respirou fundo e olhou para a criatura que estava próximo da superfície.

“Vai fazer o que?” — O Kraken manteve o olhar. — “Jogar água de volta?”

O Ômega fechou os olhos para não se jogar na água e “acabar” com a raça dele. Aquela lula descarada estava realmente fazendo graça com a sua cara. 

— Quer parar com isso?! Estou todo molhado, agora tenho que ficar aqui e me secar…

“Pelo menos agora sua mente está voltada para algo menos relevante.”

— Você fica lendo meus pensamentos?!

"Estamos conectados, você sabe” — o Kraken lembrou. — “Eu só tento não prestar atenção quando você está pensando em coisas… como os humanos chamam? Obscenas?”

Todo o sangue do corpo do Ômega se concentrou no rosto dele, tamanha era a vergonha que sentiu. 

— O que você quer dizer com coisas relevantes? — Perguntou, tentando mudar de assunto.

“O seu navio.”

— Não é meu, é do Capitão Fran.

“E em consequência, seu.”

— Em todo o caso, ele vai continuar no fundo do Pacífico. Meu pai não me deu permissão para ir buscá-lo.

“Eu não preciso disso.” 

— Não quero você sozinho tão distante. 

“Eu vivi sozinho por milhares de anos. Algumas semanas não significam nada para um ser imortal” — ele o lembrou, em seguida provocou: — “Ou você não consegue passar alguns dias sem precisar que eu te salve da Marinha?”

— Você realmente deveria trabalhar como bobo da corte. 

“Eu só preciso da sua permissão” — O Kraken revelou. — “Não posso me afastar por mais de duas milhas sem que você aprove.”

— E se eu for com você? — Jungwon se levantou animado.

“Claro! Vamos construir um abrigo em cima de mim, e pode confiar que ele será muito seguro para as tempestades que acontecem em alto mar.” — Vibrou com sarcasmo. O Ômega revirou os olhos. — “De Pacífico, esse oceano só tem o nome. Eu vou. Apenas diga que posso”

— Você sabe que é livre.

"Então fale. É preciso que você diga com as palavras”

— Você pode ir. Pode ir ao outro lado do mundo, se você quiser — Jungwon fez graça, mas logo depois disse com seriedade: — Mas volte para o seu lar.

As últimas palavras tocaram suavemente no interior da criatura. Viver perto daquele garotinho e vê-lo crescer, foi de longe os melhores anos de sua vida infinitamente longa. Ele tinha uma casa, um lar, e era perto de Jungwon. 

Com isso, o Kraken submergiu e com uma velocidade acima de qualquer artifício criado até então pelo ser humano, ele se tornou incolor como a água e seguiu como uma forte corrente marítima em direção ao Pacífico Sul.

🏴‍☠️

No casarão da Marinha que até então era usado como base das forças militares do Império Chinês, na Ilha de Nabuco, o Almirante Wo estava conversando com sua oficial algo relativamente importante. Jiang passou-lhe uma informação que parece ter deixado o seu superior muito satisfeito.

— O Imperador precisa saber disso. — Ele brandiu. — Você fez um ótimo trabalho, Jiang. Continue fiscalizando o depósito das nossas cargas no porão.

— O senhor voltará à China?

— Imediatamente. — O mais velho confirmou. 

Seus olhos voltaram-se para uma silhueta que vinha descendo as escadas. A maruja fez o mesmo, e encontrou Lian aproximando-se de ambos.

— Você quer me ajudar a organizar o porão? — Jiang pediu. 

— Claro.

— Não. Eu tenho outro serviço pra você. — O Almirante interrompeu, e indicou a Alfa: — Leve o Bruce, o Ross e a Tiff.

Jiang assentiu, evitando revirar os olhos. Não gostava de lidar com Bruce e seu bando de insuportáveis. Porém, ordens são ordens, e ela obedeceu sem questionar.

Desse modo, Lian acompanhou o Almirante até o quarto do mesmo. Ele ficou na porta, com a postura de guarda exigida de um oficial parente a um superior. Lee abriu a mala em cima da cama onde passou a organizar seus pertences para a longa viagem. 

— Você sabe que não precisa manter essa pose quando estamos a sós — ele olhou para trás e sorriu para o mais novo. — Entre e feche a porta.

— É o costume... — Lian fez como ele disse, e se aproximou. — Por que está arrumando as malas? Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceram muitas coisas boas. Melhores do que eu esperava. Jiang concluiu a missão que atribuí a você, e mais algumas coisas… mas são apenas teorias, que logo serão postas em prática quando eu voltar. 

— Por que não posso mais ajudar a Jiang com as cargas?

 — Não é bem assim, Lian… você possui uma convivência melhor com os piratas, é o mais indicado a permanecer mantendo nossas boas relações com eles, circulando por Nabuco.

— O que há naquele porão?

— Você sabe, documentos, registros…

— É apenas isso?

— São assuntos da China, que um oficial não deve ficar bisbilhotando.

— Não confia em mim, não é?

A pergunta pegou o Almirante de surpresa. Ele fechou a mala e passou as mãos por cima dela, certificando-se de que estava bem travada. Depois, virou-se para o mais jovem:

— Eu confio a minha vida a você. Mas a sua inclinação em manter essa amizade com os piratas, pode trazer consequências a todo um povo.

— Eu não faria nada para prejudicar o Império Chinês. 

— Tem certeza disso? — Lian não respondeu. Ele escondeu o fato de que havia concluído a missão, isso poderia prejudicar a China indiretamente. — Chegará o momento em que você terá que decidir de qual lado está, a quem você é leal. Está pronto pra isso?

— Espero que esse dia nunca chegue.

O Almirante suspirou, relaxando os ombros. Ele sabia que aquele dia poderia estar mais perto do que Lian imaginava. 

— Eu amo você como um filho. Já imagino como um futuro Tenente. Você tem talento e competência para isso… só não permita que relacionamentos paralelos interfiram no seu futuro brilhante com a Marinha.

Lian refletiu em silêncio. Tudo estava em paz, aparentemente, então por que ficar atrás de mais guerras e conflitos? A resposta para seu questionamento se resumia a uma única palavra: poder. 

Era uma lástima, mas tanto a Marinha quanto os piratas não estavam interessados em abandonar seus interesses, porque poderiam influenciar, para o bem ou para o mal, no relacionamento afetivo de três fulanos. 

— Vem comigo até o embarcadouro?

O mais novo assentiu, e o acompanhou. Lee o colocou a par de algumas intenções que tinha sobre aquele lugar. Era de seu interesse conquistar o domínio de Nabuco pacificamente, por meio do perdão real. Para tal, o Almirante pretendia buscar a permissão do Imperador, para então poder oferecer aos piratas a oportunidade de resignar-se, sem serem condenados à forca pelos crimes que haviam cometido.

Mas pelo que conhecia de pelo menos uma das tripulações, Lian sabia que eles não estavam interessados no perdão de um velho sacripantas. 

Quando chegaram no porto, encontraram um Ômega de cabelos negros sentado em cima de uma das caixas empilhadas no deque. Jungwon os observou e sorriu para Lian, assim que seu olhar cruzou com o dele. 

— Enviarei um Tenente para que fique durante minha ausência.

O Almirante se despediu do oficial e embarcou no navio mercante, que tinha como destino a Coréia, porém, faria uma escala na China.

— Por que você tá molhado? — Lian se aproximou do pirata.

— Foi o Krazinho. — O Alfa olhou para a água e se afastou. Jungwon riu. — Não se preocupe, ele não vai te molhar. 

— Ainda bem, porque hoje nem é sábado.

O Ômega riu novamente. Embora fosse apenas uma brincadeira por parte do Alfa, ele sabia que alguns membros da tripulação levavam aquilo muito a sério. 

Lian estava com o cotovelo apoiado na caixa onde o menor estava sentado, e ambos seguiam conversando e rindo animadamente. Ele encontrou um caranguejo andando por cima de uma rede de pesca, que estava amontoada um pouco mais atrás. Pegou o crustáceo, que logo ergueu as pinças, e o exibiu diante do Ômega.

— Olha só, o senhor Crabie.

— Nossa! — Jungwon inclinou-se mais perto do bicho. — Que patas enormes! 

— Já ouviu falar na história do Ômega que beijou o caranguejo e ele se transformou em um príncipe?

— Você está inventando isso. 

— Claro que não. É um clássico infantil.

— Então beija ele pra gente ver. 

— Só funciona com os Ômegas.

— E se o senhor Crabie gosta de Alfas? — Lian franziu o cenho, encarou o caranguejo e o beijou na carapaça. Jungwon ergueu as sobrancelhas e riu. — Você é louco!

— É, parece que ele não gosta. — Concluiu, movendo o crustáceo para mais perto do outro. — Sua vez.

— Eu não vou fazer isso. — Jungwon agarrou o pulso do Alfa que segurava o bicho, e virou o rosto, para mantê-lo afastado. — Lian! — Os dois estavam rindo alto enquanto o caranguejo movia as patas. — Ele vai arrancar meu nariz com essas pinças!

Alguém que se escondia atrás do estaleiro exibiu sua presença batendo palmas. Os dois, que se divertiam no pier, cessaram a brincadeira quando viram Bruce se aproximar tal como uma cobra.

— Que cena mais linda. Um oficial da Marinha, de putaria com um pirata.

— Você não devia tá ajudando os outros no porão?

— Eu decidi que não. O Almirante não tá aqui. Jiang não é nada pra me dar ordens. — Bruce deu de ombros e virou-se para Jungwon: — Onde tá aquele seu namoradinho?

— Tá interessado nele por que?

— Ainda fiquei devendo a ele aquela surra de limpar a rua com sangue.

Jungwon riu com deboche, negando com a cabeça enquanto olhava para o oceano. Lian manteve-se austero, sem mover a atenção do outro oficial. Ele sabia o quanto Bruce era traiçoeiro. Foi assim que passou durante todo treinamento com os aprendizes, com o Alfa agindo covardemente sempre que alguém baixava a guarda.

— Você deve tá querendo ir parar em outra lata de lixo — o Ômega voltou a olhar para ele. 

Bruce arregalou os olhos e se afastou um pouco mais do pier. O sangue fugiu de seu corpo e ele ficou branco, como papel, esperando um tentáculo surgir e agarrá-lo outra vez. Mas nada aconteceu. Ele arriscou um passo à frente, depois outro. Olhou para Jungwon com a testa franzida, com um sorriso começando a crescer quando sacou uma pistola e mirou contra ele.

— Ele não tá aqui, não é?

— Que você tá fazendo?! — Lian moveu-se ligeiro, ficando entre Jungwon e a mira do oficial.

— Sai da frente — Bruce ordenou. — Vamos ver se aquele demônio do mar vai fazer alguma coisa.

Do alto do Black Swan, Eunji e Sarah brincavam de simular batalhas no fundo da embarcação. Elas estavam fingindo que as caixas empilhadas na popa eram canhões, e que cada uma manuseava uma fileira de cada lado do navio. 

— Prepare o morteiro, Ji! — Sarah exasperou. — Eles são muitos!

A mais nova assentiu e correu em direção a ponta traseira, movendo as lamparinas que serviam — na imaginação das garotas — como armas giratórias. No momento em que mirou no alvo invisível à esquerda, ela enxergou o pequeno conflito envolvendo seu irmão e dois Alfas da Marinha. 

Mais atrás, dois oficiais estavam se aproximando. 

— Sarah, olha! 

A mais velha correu para ver o que a outra estava mostrando. Ela buscou por alguma arma de fogo ao redor e bufou, já que possuía apenas uma faca que ganhou de Jisung. 

— Jay, me empresta tua arma rapidinho — Sarah pediu.

— Pra quê? — Ele se aproximou e entregou o objeto. 

Antes que a menina respondesse, ele mesmo viu a cena logo abaixo alguns metros à esquerda. Ignorou o fato de que ela estava mirando a arma onde o conflito estava acontecendo e virou-se seguindo naquela direção.

— Não! — Eunji puxou o braço da prima. — Pode acertar meu irmão!

Jay desceu a rampa de madeira sentindo seu sangue fervendo de raiva. Já havia tolerado o bastante daquele oficial. Seu lobo estava enfurecido, e mesmo que Lian estivesse tentando proteger o Ômega, com seu corpo bloqueando a mira de Bruce, ainda não era o suficiente. Ambos eram alvos daquele miserável.

— Eu vou te diz-... — o discurso de Bruce foi interrompido quando um punho acertou um lado de sua face. 

O impacto foi tão forte que o Alfa perdeu o equilíbrio, posteriormente largando a pistola no momento em que caiu na plataforma do cais. Ainda no chão, tentou se defender quando Jay se colocou sobre ele e iniciou uma série de agressões, com os punhos cerrados.

Bruce inclinou o corpo para frente, no intuito de sair daquela posição desfavorável, mas a situação piorou quando o pirata agarrou seu pescoço, enquanto assentava golpes em seu rosto. 

Ross tentou ajudar o amigo assim que chegou diante da confusão. Aprontou-se para bater no pirata, no entanto, foi surpreendido quando Lian jogou o corpo contra o dele. Eles caíram no chão onde permaneceram atracados.

Tudo estava acontecendo muito rápido e ao mesmo tempo. Antes mesmo que pudesse descer da caixa e ajudá-los, Jungwon gritou quando teve o cabelo puxado para o lado. O seu corpo foi junto e ele quase caiu.

— Deixa o Lian em paz! — Tiff exigiu.

O Ômega agarrou a mão dela e girou. Ela foi obrigada a largar o cabelo dele para que seu pulso não fosse torcido. Esquivou-se no momento em que a Beta moveu um soco em seu rosto, logo após, lançou o cotovelo contra o queixo da oficial, que virou-se com o impacto. 

Jungwon empurrou as costas da Beta com o pé, que gritou dando alguns passos desequilibrados para frente, antes de cair na água. Quando virou-se para intervir na briga dos Alfas, viu quando a oficial Jiang parou diante dos 4 que ainda estavam rolando pelo chão. 

— Ross! Bruce!— Ela estava sob a posse da arma que o oficial havia perdido. Como os Alfas não responderam, ela mirou para o alto e atirou. Os 4 cessaram a briga imediatamente. — Que merda tá acontecendo aqui?!

— Alguém me ajuda! — A Beta pediu, tentando subir no deque.

— Tiff?! — Jiang encaixou a arma no coldre e correu para ajudar.

Jungwon puxou o Alfa pirata pela mão, colocando-o ao seu lado. Jay estava com os nós dos dedos vermelhos e um pouco machucado, do tanto que bateu em Bruce. Já este, estava com algumas partes do rosto sangrando e começando a inchar seriamente. 

Lian ficou de pé examinando o estado deplorável em que estava seu uniforme. Ross se levantou limpando o canto da boca, cuspiu uma mistura de saliva e sangue, e ficou parado ao lado de Bruce. 

No alto do Black Swan, Sarah e Eunji ainda assistiam a cena. A mais velha manteve a mira de sua arma em Jiang, esperando que a mesma indicasse qualquer sinal de que poderia ser uma ameaça para Jay ou seu primo Jungwon.

Enquanto isso, a própria Jiang havia acabado de ajudar Tiff a subir no deque novamente. Estava cheia de ódio e toda encharcada. Só não voou para cima do Ômega, porque foi impedida pela Alfa.

— Ninguém te deve explicação! — Bruce rosnou para Jiang.

— Estávamos dando uma volta. — Tiff explicou.

— Vimos quando Bruce tava apanhando dele — Ross completou, apontando para Jay. — Corremos pra ajudar.

— Eu não estava apanhando! — O Alfa rosnou. — E você devia ter estourado os miolos dele!

— A questão é… — Ross olhou para Lian com as sobrancelhas franzidas. — Por que você me impediu de ajudar o Bruce?

O Alfa referido abriu a boca para responder, mas Jungwon tomou a fala antes:

— Seu amigo idiota apontou uma arma para mim!

— Ninguém precisa fazer nada pra ele agir feito um babaca. — Lian afirmou, virando-se para Jiang: — Ele chegou querendo confusão. Como sempre! 

— Estamos bem ao lado do Black Swan, Bruce, seu imbecil! — Jiang rosnou cada palavra. Ela olhou para o navio e só então se deu conta de que haviam duas garotas na popa, assistindo a confusão. Uma delas mirando uma arma em sua direção, os olhos não piscavam e estavam vermelhos. — Meu Deus! Vamos embora!

— Tá com medo de uma menininha? — Tiff riu. — Ela nem deve acertar a gente daqui.

— Talvez, mas o som do disparo bem na popa vai chamar a atenção de quem a gente realmente deveria ter medo. 

A Beta engoliu em seco, sabendo que ela estava falando sobre a tripulação pirata e seus famigerados capitães.  

— Essa foi a última vez que você cruzou o meu caminho. — Jungwon ditou cada palavra olhando fixamente nos olhos de Bruce. 

O Alfa se viu incapaz de replicar, e se condenou mentalmente por isso, foi humilhante. Ainda que que seus pensamentos tivessem articulado uma resposta, ele se viu paralisado diante da ferocidade do lobo daquele Ômega. Jungwon não gritou, Bruce sentiu isso através de seus olhos negros.

— Vamos, Jay. — Segurando na mão do mais novo, ele o puxou consigo na direção do navio. O Ômega ainda olhou para Lian e expressou: — Eu sinto muito.

Sim, ele sentia, e isso se dava pelo fato de que o jovem oficial insistia em se manter dentre aquela corja de canalhas malditos, denominada Marinha Real. 

— Estejam certos de que eu vou escrever tudo isso no meu relatório! — Jiang avisou, rumando para longe.

Ross, Tiff e Bruce a seguiram. Lian permaneceu parado encarando os piratas se afastarem. Seus olhos voltaram-se para o grupo de oficiais quando ouviu Bruce informar:

— Talvez queira adicionar em seu relatório que o Kraken não está aqui. 

Com isso, Lian se juntou aos demais, onde ouviu silenciosamente o Alfa expressar planos idiotas de invadir Nabuco, agora que a criatura Marinha aparentemente não se encontrava para abater qualquer galeão.

🏴‍☠️

Ao retornarem para o Black Swan, Jungwon guiou o Alfa até o quarto do mesmo. O mais velho fechou a porta do cômodo visto que a sua presença naquele quarto era estritamente proibida pelo Capitão Jeon.

— Seu pai não quer você aqui.

— Calado! — Jungwon sentenciou. O Alfa ergueu as sobrancelhas. — Senta na cama.

O Ômega passou despreocupado por ele, seguindo até a prateleira em que Taesung guardava alguns itens da enfermaria. Jay não contestou e sentou na cama muito obediente, o que poderia ser um pouco cômico, visto que seu aspecto físico em comparação ao do Ômega era maior.

— Você parece bravo… — Jay analisou.

Jungwon apenas suspirou enquanto juntava os objetos que iria precisar. Quando terminou, voltou para a cama e sentou ao lado do mais novo. Ele tomou uma das mãos do Alfa e passou a aplicar uma banha, utilizada para diminuir as lesões e também controlar a dor.

— Tem ideia do que você fez? — O Ômega perguntou, após um tempo em silêncio. — Aquilo foi imprudente. 

— Eu fiz o que devia ter feito. Ai! — Resmungou quando o Ômega apertou enquanto enfaixava. — Ele ia atirar em você!

— Ele é um covarde! Estava apenas ameaçando. Mas você chegou de surpresa, ele poderia ter agido por instinto e atirado em você!

— Eu fui mais rápido. — Jungwon dirigiu um olhar, que o Alfa achou mais prudente ficar quieto.

— E o Lian!? Como ele ousa se colocar na minha frente daquele jeito como um escudo humano!? Ele pensa que é feito de ferro, por acaso!? Ai, que vontade de bater nele!

— Certíssimo, amor. Falou tudo.

— Vontade de bater nos dois! — O Ômega se corrigiu encarando-o irritado. — Eu só não faço isso porque…

— Continue.

Jungwon moveu os olhos sobre o corpo do Alfa. Ele umedeceu os lábios, lembrando-se da cena antes de ter o cabelo puxado por Tiff. Voltou a olhar para o mais novo quando concluiu:

— Por causa da surra que deu naquele Seboso. Você ficou tão… — ele suspirou, desviando o olhar.

— Sei que seu pai não o quer no meu quarto, mas já que você está aqui e eu não posso te expulsar… — ele tocou no queixo do Ômega e o virou para si, suavemente. 

Seus olhos desceram até a boca do mesmo, onde segundos depois seus lábios se encontraram. 

Naquele momento, Jackson estava passando pela porta do quarto onde eles estavam. Havia retornado das compras que fez com o navegador, e seguia até o quarto dos filhos. Ele parou dois passos à frente quando notou o aroma de chocolate. Era muito particular para passar despercebido, para ele. 

Voltou dois passos, parou de frente a porta e franziu o cenho quando chamou:

— Jungwon?

Os garotos interromperam o beijo subitamente, encarando-se alarmados.

— É o Jack... — O Ômega sussurrou, um pouco alto demais.

— É, sou eu. Agora abre a porta. 

Jungwon obedeceu, abrindo-a vagarosamente. Ele surgiu com o sorriso mais cínico do mundo, quando viu Jackson no corredor.

— Tava fazendo curativo nas mãos dele. — Foi logo se justificando.

Jackson analisou as mãos do Alfa mais novo, que realmente estavam enfaixadas.

— Lugar de fazer isso é na enfermaria.

— Estou sabendo… não conta pro meu pai. — O Ômega pediu.

— Eu vou contar se não xispar daqui agora mesmo.

Com isso, Jungwon não pensou duas vezes quando saiu ligeiro. Jay o acompanhou com o olhar, e quando voltou a mirar o lúpus, este lhe encarava com um olhar de advertência.

— Você tem sorte que não sou eu o pai dele — Jackson disse. — Do contrário, eu iria te pendurar do lado de fora do navio pelas bolas.

Taesung estava se aproximando do outro lado do corredor, mas escutava a conversa atentamente. Ele abriu os olhos estupefato com a última afirmação. Quando chegou mais perto, Jackson notou sua presença e o aconselhou:

— Não siga o exemplo dele. — Dito isso, se retirou, seguindo finalmente até o quarto em que seu filho Ômega dividia com Jungwon.

— O que você fez? — Taesung perguntou ao irmão.

Jay fez suspense quando pediu para que o menor se aproximasse. Assim que ele chegou mais perto cheio de curiosidade para saber, o mais velho expressou:

— Meia noite eu te conto. — E voltou para o quarto, rindo.

— Aff! Seu cachorro! — Taesung o seguiu. — Não vale! Eu te ajudo sempre que você precisa…

Alguns metros ao lado, Hyun estava em seu quarto, contornando o desenho que havia feito de sua irmã, Sarah, na companhia da mesma. Estava terminando para poder entregá-la como presente.

Jackson bateu na porta do quarto, o Ômega se assustou e acabou derrubando o potinho de tinta preta, que “pegou emprestado” do Capitão Jeon. Os olhos do Alfa pararam no desenho que estava no chão, ao lado da tinta derramada.

— A culpa é minha. — Sarah se adiantou. — Eu obriguei ele a fazer e-...

— Não. — Hyun tomou a vez. — Fiz porque eu quis. Me desculpa…

Jackson nada disse, ele apenas se abaixou e pegou o desenho para observá-lo mais de perto. A modelo estava com o cabelo preso, um dos olhos fechados e mirava uma pistola em quem quer que estivesse olhando para aquela ilustração. Estava magnífica.

— Ficou muito bonito. — O elogio pegou os gêmeos de surpresa, que trocaram olhares confusos. Jackson sentou em uma cama e deixou um pacote no chão, ao lado do Ômega. — Comprei pra você.

— O que é?! — Sarah se inclinou para ver.

— Deve ser as armas pra gente treinar… 

— Abre… — Jackson incentivou, sorrindo para ele.

O menino suspirou sem muita vontade, mas fez como o pai disse. A primeira coisa que viu foram alguns pergaminhos enrolados. Ele franziu as sobrancelhas e olhou para Jackson, que assentiu, para que ele prosseguisse. 

Hyun continuou e encontrou uma caixinha. Assim que abriu, o sorriso veio imediato quando viu vários potinhos de tinta de todas as cores. Não apenas isso, mas também outros objetos que iriam auxiliar melhor na atividade que ele tanto apreciava.

— Pena de ganso… — O Ômega murmurou. Haviam outras também que ele mesmo reconheceu. — Sabia que ela cria-...

— Um contraste de linhas muito bom. — Jackson continuou. 

— Como você sabe?! 

— Um navegador me contou… aliás, ele quer falar com você.

— Será que ele quer brigar comigo porque roubei os pergaminhos dele…?

— Você só vai saber se for.  

— É melhor não deixar ele esperando.  

Hyun levantou do chão prontamente, abriu a porta e deixou o quarto. 

— Ei! — Jackson chamou, mas foi tarde demais. O Ômega já cruzava o corredor a toda velocidade. Ele olhou para Sarah quando refletiu: — Nem um obrigado…

A Alfa se jogou nele, abraçando-o apertado e muito feliz. 

— Obrigada, pai! Você é o melhor!

Bom, eles são gêmeos, então o abraço de uma deve contar... A verdade era que Jackson estava fazendo drama de propósito. Para ele, aquela felicidade que o pequeno vivenciou, e que poderia ser sentida até mesmo através da irmã, era o suficiente. 

— Você não vai mudar de ideia, certo? — O Alfa quis aproveitar do momento. — Não vai mesmo trocar os canhões por uma espada…

A menina desfez o abraçou e o encarou, suspirando compreensivamente, porém, determinada.

— Supera isso, pai. — Ela deixou o quarto logo em seguida.

Em síntese, Jackson finalmente reconsiderou também o que sua filha mais cobiçava. Se Hyun, que era tão complacente, passou a defender o que gostava ao enfrentá-lo, quem dirá Sarah, que possui uma personagem muito mais forte.

Enquanto ponderava, ele passou a limpar a bagunça deixada pelo Ômega. Estava falando sozinho, comentando consigo mesmo sobre os prós e os contras de deixar as crianças escolherem o que bem quisessem, quando percebeu que havia uma silhueta parada na porta. Ele ergueu o rosto e sorriu constrangido quando viu Jisung encarando-o de volta.

— Você está aí há muito tempo? — Jackson perguntou receoso.

— O suficiente pra ter certeza de que você realmente tá caducando. — O Ômega riu.

— Eu só tava pensando em voz alta… — Levantou disfarçando.

Jisung sorriu negando com a cabeça. Ele entrou no quarto e observou o Alfa organizando o presente que havia dado para o filho.

— Vejo que você foi às compras pro Hyun.

— Você devia ter visto a carinha dele…

— Então você tá mesmo incentivando isso. — Ele cruzou os braços.

Jackson entendia a preocupação do seu Ômega. Jisung passou por muitos tipos de violência, apenas pelo fato de ser um Ômega que não sabia se defender. Ele temia que o mesmo ocorresse com Hyun.

— Eu entendo esse medo.

— Não, meu amor. Me desculpa, mas você não entende. Não sabe o que é ter esse medo dia e noite, em qualquer lugar.

— Tem razão, eu não sei. Mas eu posso te dizer que antes mesmo que alguém tenha a intenção de machucar nosso filho, ele estará morto. Eu prometo a você. — Ele encaixou a mão no rosto do Ômega. Jisung sorriu para ele, relaxando o corpo. — Ele aprenderá a se defender — Jackson reiterou. — Por hora, deixe-o apenas desenhar.

Ainda que continuasse mantendo a preocupação, ele acreditava no Alfa e por isso relaxou um pouco, visto que tinha a mesma intenção quanto a ameaças sobre qualquer um de seus filhos. 

Continua…

Tem gente ainda pedindo especial chanbaek... Gente, mas eu já tô publicando uma shortfic deles ksksksks tá até no meu perfil já 😅

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