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[39] Um Ômega Corajoso

Da primeira vez que ergueram o abrigo, Jimin e Jungkook não faziam ideia de quanto tempo iriam permanecer naquela ilha, logo construíram algo mais firme e reforçado para durar por um longo período de tempo. Dessa vez não seria necessário uma estrutura tão mais complexa e demorada. Com a ansiedade do pequeno Ômega gritando, eles pretendiam terminar aquele abrigo ainda naquele dia.  

Após a refeição, Jungwon acompanhou Jimin até um laguinho onde poderiam se banhar tranquilamente, enquanto Jungkook terminava de fazer a armação da coberta. Assim que retornaram para ajudar o Alfa, viram-no encaixando o suporte do teto com cuidado.

— Espero que esse teto não decida frescar com a minha cara outra vez. — Jungkook disse quando os Ômegas chegaram perto.

Jimin avaliou a estrutura.

— Acho que dessa vez você aprendeu a lição e seguiu meu conselho de nivelar a coberta. 

Jungkook fez sinal de positivo para Jimin, concordando. Depois, ele se abaixou e chamou o filho.

— Sobe aqui pra você colocar as folhas lá em cima.

— Cuidado pra ele não cair. — Jimin ajudou o filho a sentar nos ombros dele. Quando o Alfa se levantou, ele alertou outra vez: — Cuidado pra esse menino não cair, Jungkook!

— Relaxe, coração. Quando foi que eu coloquei nosso filho em perigo? 

— Você quer uma lista em ordem alfabética ou cronológica? — Jimin cruzou os braços.

— Seu pai não sabe brincar, Jungwon… — Jungkook sorriu quando fez carinho no queixo do Ômega mais velho. — Pega mais algumas folhas pra fazer nossa cama?

— Tá bom… — Jimin puxou o punhal do Alfa e seguiu para dentro da floresta novamente.

Jungkook estava segurando um punhado de folhas. Ele entregou uma ao filho e o pequeno encaixou na armação do teto.

— Eu vou dormir com vocês, certo? — Jungwon questionou. — Quero dormir no meio dos dois, como eu fazia quando era pequeno.

— Você ainda é pequeno.

— Mas eu cresci bastante desde meu último aniversário.

— Não queria crescer tão rápido, filho. Aliás, não se torne adulto.

— Por que, não? 

Jungkook ponderou, imaginando quantos Alfas que se aproximassem do seu pequeno ele teria de matar. Ele balançou a cabeça quando se perdeu fazendo as contas mentalmente.

— Não discuta com seu pai, faça o que estou dizendo — ele disfarçou, para não responder. — Coloque essas folhas e não cresça. 

Jungwon franziu o cenho, confuso com a resposta do pai. No entanto, logo deixou sua curiosidade de lado quando o mais velho lhe entregou mais uma folha.

— Coloque direitinho pro teto não cair.

— Se cair a gente destrói ele todo. 

— É assim que se fala! — O Alfa vibrou. 

Uma por uma, Jungwon foi encaixando as folhas até ficar satisfeito com a coberta. Em seguida, Jungkook o desceu quando Jimin retornou com mais folhas e ramos macios.

— Já terminaram de construir o abrigo? — Jay e Taesung se aproximaram. O menor carregava o coelho entre os braços. 

Jungwon olhou para o pai Ômega. Jimin sorriu para ele, já imaginando o que queria.

— Vai brincar. Seu pai me ajuda com a cama.

Assim que recebeu a resposta, o pequeno correu junto aos Alfas. Puffy se libertou dos braços de Taesung e pulou animado ao redor das crianças na beira-mar. O coelho estava completamente sujo e com as patinhas molhadas. 

Jimin olhou à sua volta e viu que nem todos piratas estavam se embebedando. Scott e Sungjae assistiam as crianças brincarem, enquanto outros levavam frutas para o navio através dos botes. 

O Ômega rumou então para dentro do abrigo. Jungkook foi logo atrás e o ajudou a espalhar as folhagens e deixar o chão mais confortável. Em seguida, guiou o loiro para que sentasse em seu colo, de frente para ele.

— Eu não mereço um prêmio por não ter derrubado o teto dessa vez? — Jungkook perguntou, com as mãos apoiadas na cintura do mais novo.

Jimin sorriu encaixando as mãos no rosto dele, se aproximou devagar e deixou um simples e carinhoso beijo nos lábios do Alfa. 

— Não estamos sozinhos.

— A gente vai pro navio e volta rapidinho… — Jungkook sugeriu. O Ômega inclinou a cabeça para o lado, visivelmente contra a ideia. — Mas… Jungwon pode entrar aqui a qualquer momento.

Jimin assentiu. Ele beijou o Alfa mais uma vez antes de escorregar para o lado e esticar o corpo ao deitar-se de costas. Com o movimento, parte da pele abaixo do umbigo do Ômega ficou à mostra.

— Então você vai ter de se comportar. 

Jungkook ergueu as sobrancelhas, Jimin mordeu o lábio contendo uma risada pela reação do Alfa. Os olhos de Jungkook apreciavam o corpo do mais novo, à medida que se inclinava ao lado dele, até estar apoiado sobre um cotovelo. 

A mão direita dele tocou a barriga exposta do Ômega. A pele dele era suave, e o contato criava uma sensação singular em relação à palma áspera do Alfa. Jimin apenas assistiu ele deslizando a mão até parar espalmando sobre o ventre dele.

— Você ficaria lindo com outro filhotinho aqui dentro.

Jimin estava com as mãos apoiadas atrás da nuca. Ele sorriu com a afirmação do Alfa, considerando apenas uma brincadeira da parte dele.

— Estou falando sério.

— Tá bom… — Jimin riu desacreditado. 

Logo mais à noite, mesmo depois do jantar, as luzes exteriores do Black Swan continuavam apagadas. Namjoon não queria alertar nenhuma embarcação que possivelmente se perdesse por ali, para que não fossem até eles para pedir ajuda. A única iluminação que eles tinham era a lua, e algumas lamparinas no interior do navio. 

O navio estava sendo guardado pelo próprio contramestre, Seokjin e outros marujos que preferem o conforto de suas camas, à dormir ao relento, já que as tendas não foram erguidas. Alguns que ficaram na ilha pretendiam voltar para o navio também, mas estavam bêbados demais para conseguir diferenciar os botes das pedras que formam piscinas naturais.

No entanto, havia aqueles que apreciavam a natureza em sua forma mais pura. Parecia que, quanto mais distante da civilização, mais verdes eram as folhas das árvores. As estrelas se mostravam mais brilhantes, e ao invés do barulho da população e carruagens pelas ruas, ouvia-se apenas o som das ondas chegando na praia e o vento balançando as árvores.

Jungwon entrou na cabaninha engatinhando, seguindo entre os pais que já estavam deitados. Puffy também se espremeu entre eles e conseguiu um lugarzinho entre os braços de Jungwon.

— Que saudade de dormir assim com você — Jimin expressou, abraçando e beijando o filho na cabeça. — Meu bolinho...

Embora Jungwon não gostasse de ser tratado como um bebê, em momentos como esse ele se sentia tão envolto de amor, que esquecia cada centímetro no qual tomava nota de seu crescimento. 


🏴‍☠️


No dia seguinte, com exceção de Puffy, Jungwon já se encontrava sozinho dentro do abrigo quando acordou. Ele observou o sol entrando pelas pequenas frestas na parede, e o coelho que estava devorando boa parte da folhagem que a cobria.

— Não pode, Puffy… — ele o removeu, mas o coelho se libertou e voltou a roer uma folhagem que lhe parecia bastante saborosa. — Tá bom, eu vou pegar mais pra você, mas não coma as paredes do nosso abrigo.  

Jungwon pretendia voltar a dormir, mas Puffy não apenas lhe ignorou como começou a abrir uma abertura no cantinho da parede. 

— Ah, não! — O Ômega despertou de vez e sentou, puxando o coelho para seu colo. — Eu falei pra você não comer as paredes, coelho teimoso! O que eu faço com você, hm?!

— Um delicioso cozido com ervilhas. — Ele ouviu a voz de Bob ao lado do abrigo. 

Quando abriu a porta e saiu com o coelho nos braços, ele viu o pirata apoiado em uma árvore enquanto mastigava de maneira asquerosa um pedaço de mamão. O Ômega não disfarçou o desagrado com o comentário do pirata quando o encarou.

— Por que tá me olhando desse jeito? — O Alfa deu de ombros. — Você que perguntou.

Bob riu, jogando a casca no chão ao lado do menino. Jungwon desviou o olhar até a casca, em seguida, moveu os olhos até o Alfa novamente.

— Perguntei ao Puffy, não a você.

Bob sorriu falsamente quando rosnou. O modo como Jungwon o encarava parecia com Jimin quando estava bravo, combinado a mesma aura ameaçadora do Capitão Jeon. 

Jungwon o irritava pelo fato de ter apenas nove anos, e ignorar completamente a ameaça quando Bob poderia quebrar seu pescoço com apenas um movimento. Foi o que se passou nos pensamentos de Bob quando o Ômega girou lhe dando as costas, assim que Jimin o chamou.

— Eu juro que se esse garoto desaparecer eu lavo o convés sozinho por um ano inteiro. — Bob comentou para Fritz e Dylan, que estavam perto.

— Isso é uma aposta? — Os olhos de Dylan brilharam. — Está mesmo falando sério?

Bob assentiu. Fritz encarou os Alfas com olhar de espanto.

— Vocês dois ficaram loucos? Eu também não gosto do menino, até porque não suporto crianças. Mas isso já passou dos limites. 

Os piratas rolaram os olhos com desprezo, quando a Alfa se afastou de ambos, seguindo na direção da praia onde estavam assando peixe em uma grande fogueira. 

Jimin arrumou o cabelo do filho, enquanto o pequeno fazia seu desjejum com algumas frutas. Os piratas estavam aproveitando aquela manhã para se divertirem. Baekhyun, que costumava fabricar suas próprias flechas, encontrou uma boa fonte de bambu e contou com a ajuda de Chanyeol para remover o material da floresta.

Assim que terminou de se alimentar, Jungwon pretendia entrar na floresta para colher mais alguns ramos que seu coelhinho apreciou. Ele chamou Jay para lhe acompanhar, mas Scott chamou o filho para que lhe ajudasse no conserto de um dos botes.

— Tudo bem, depois a gente brinca. — Jungwon se despediu do mais novo e rumou para a floresta.

Jay ainda ficou observando até o Ômega sumir por entre as árvores. Em seguida, foi de encontro ao pai que já o aguardava com algumas ferramentas.

Na floresta, Jungwon passou pelo casal que recolhia alguns bambus, acenou para eles e seguiu caminho até o arbusto de Puffy. O coelho se empanturrou enquanto o Ômega retirava alguns ramos. 

Um pequeno animal que fazia daquele arbusto seu lar, assustou Puffy fazendo-o fugir assustado. Jungwon não pensou duas vezes quando correu logo atrás. Ele tentou chamá-lo durante a perseguição, mas o coelho se assustou ainda mais ouvindo os passos do Ômega atrás dele. 

Jungwon só conseguiu alcançar o coelho quando chegou do outro lado da floresta. Estava exausto quando caiu de joelhos com as mãos na areia macia, respirando ofegante. Puffy parou na margem, com seus olhos enormes e assustados. 

O Ômega ainda encarava a areia quando enxergou pela visão periférica, o coelho passando por si, para se esconder na floresta. No momento em que ergueu o rosto para olhar a frente, enxergou um navio ancorado um pouco distante da praia. Era o Adventure, um dos navios pertencentes à Barba-Negra, que havia se perdido pelo Triângulo da Morte.

Havia também alguns botes na margem. Conforme Jungwon ficava de pé, ele podia ver mais claramente o que mais tinha a sua volta. Vísceras de peixes, que na ausência de uma fogueira, devem ter sido devorados cru, pingos grossos de sangue à medida que ele se aproximava da margem e marcas de luta pela areia molhada.

O menino espiou dentro de um dos botes e quase caiu para trás quando encontrou um corpo dentro. Virou-se na direção da floresta para avisar a tripulação, mas suas pernas paralisaram quando viu um grupo de Alfas a alguns metros, observando ele de longe. 

— Olha só, um petisco pra gente. — Um dos piratas afirmou.

Jungwon regressou os passos, já sentindo as ondas cobrirem seus pés. 

— Vai fugir nadando, peixinho? — Um Alfa zombou e os demais riram.

— Esperem — Um outro disse. — Ele é filho de Jeon Jimin.

Os piratas hesitaram. Tinham ouvido falar que Jimin e o temido ex caçador de cabelo avermelhado, haviam rendido sozinhos a tripulação inteira do Deep Sea, no memorável dia em que a dona do leilão sucumbiu pelas mãos do Ômega lúpus.

O que deixava a situação mais tensa, era o fato de que o Alfa daquele Ômega era o tão temido Capitão Jeon.

— O que vamos fazer?

— Calma, deixa eu pensar.

— Deixem que eu vá embora, e eu não conto pra ninguém que estão aqui. — Jungwon obviamente estava mentindo.

— Você acha que a gente é burro?

— A inocência da criança.

— Calem a porra da boca! Me deixem pensar, mas que merda!

— Você tá pensando desde que a gente ancorou nessa maldita ilha, e bosta nenhuma saiu dessa sua cabeça de vento! — O pirata sacou uma pistola e mirou no rosto dele. — Atira, seu idiota. Me manda pro inferno que você logo será o próximo quando o Capitão Jeon aparecer aqui com a tripulação dele.

O Alfa rosnou e guardou a pistola de volta. Querendo se aproveitar da distração, Jungwon correu para tentar contorná-los e fugir através da floresta. Mas um dos piratas o alcançou, erguendo-o do chão pelo torso e cobrindo-lhe a boca para que não gritasse.

Jungwon puxou uma de suas adagas e perfurou a lateral do abdômen do pirata, que o largou de imediato. Antes de cair no chão o Ômega puxou sua arma de volta, tropeçou e se reergueu para tentar correr novamente, mas outro pirata o puxou pelo pé. O menino prontamente moveu sua lâmina cortando o braço do Alfa quando o mesmo tentou se defender.

Embora fosse bastante habilidoso, o Ômega era muito novo e obviamente, não poderia lutar sozinho contra um grupo com cerca de dez Alfas. Dois dos piratas apossaram-se das armas dele, e um outro o manteve sob a mira de uma faca.

— Já decidi — o Alfa que estava pensando comunicou. — Vamos levá-lo à Barba-Negra, assim ele não arranca nossas peles.

— Ele vai afundar o Adventure. Você esqueceu que essa criança tem pacto com o Kraken?

O Alfa pensou um pouco mais, antes de acertar a pequeno com um golpe rápido e fazê-lo desmaiar.  

— Aí está. Leve-o para o navio. Vamos zarpar imediatamente.

Os piratas não se importaram com o bote cujo corpo estava jogado dentro. Eles embarcaram nos outros dois e remaram ligeiros a caminho do Adventure. 


🏴‍☠️

Assim que terminou de ajudar o pai, Jay imaginou que Jungwon já havia retornado de sua ida à floresta, mas não havia nem sinal do Ômega. Ele o procurou pela praia, o abrigo e até certa parte da floresta sozinho. Não encontrando, o Alfa decidiu se distrair com seu irmãozinho ainda na floresta, observando formigas.

Além da ilha estar localizada na região mais insegura da costa asiática, eles acreditavam que eram os únicos ancorados naquela região. Todos estavam mais relaxados em relação à segurança. Em vista disso, a ausência do pequeno só foi considerada suspeita próximo da hora do almoço. 

— Jungwon não estava com você? — Jimin perguntou com o cenho franzido. A última vez que tinha visto o filho, ele estava acompanhado do pequeno Alfa.

— Sim, mas o meu pai me chamou, então ele foi sozinho buscar os matinhos do Puffy. 

Jimin olhou na direção da floresta, pensativo. Depois, buscou com os olhos mais uma vez encontrar o filho pela praia, mas entre tantos piratas o menino efetivamente não estava por ali. Com isso, ele chamou o Capitão e convocou todos os piratas da praia.

— Não encontro meu filho em lugar algum. — O Ômega informou. — Quero que entrem nessa floresta e me ajudem a procurá-lo por cada centímetro desta ilha. 

Os piratas se separaram e buscaram por Jungwon durante algum período de tempo. Até que o próprio Jackson foi o primeiro a chegar de fato, no último local que o pequeno esteve antes de ser levado. 

O Alfa analisou a cena e buscou rapidamente por alguma embarcação no horizonte, mas não havia nenhum indício do Adventure. Jackson retornou para o outro lado da ilha, e aqueles que ele encontrava pelo caminho, o seguiam para finalmente saber o que havia acontecido.

— Havia mais alguém ancorado na ilha — a revelação de Jackson fez Bob e Dylan tremerem dos pés à cabeça. — Houve uma luta ontem à noite e outra hoje pela manhã. Um corpo foi deixado para trás, dentro de um bote. A julgar pelas roupas do infeliz, o Jungwon foi levado por piratas.

— Mas Bob e Dylan disseram que não tinha mais ninguém na ilha. — Jared avaliou.

— Retornem para o navio — Jungkook indicou um grupo. — Digam para Namjoon que prepare o navio para partir imediatamente. — Ele girou para outros Alfas: — Prendam Dylan e Bob nas árvores. 

— Não temos culpa! — A voz de Bob se tornava cada vez mais alta e desesperada, à medida que era levado até uma das árvores. — Eles apareceram do nada!

— Depois a gente resolve isso, Capitão — Dylan argumentou desesperado, ao ser amarrado na árvore ao lado de Bob. — Agora o que precisamos fazer é encontrar seu filho.

— Oh, como eles estão preocupados — Fritz riu debochada. — Não foram vocês que fizeram apostas sobre o filho do Capitão desaparecer?

— Desgraçada! 

— Mentirosa! — Dylan berrou logo após. —  Não pode confiar nela, Capitão!

Jungkook ignorou a discussão entre os piratas com a Alfa. Ele girou a cabeça e olhou diretamente para Chanyeol. O Alfa estava perto da fogueira quando captou a ordem silenciosa. Ele recolheu uma das hastes finas de metal que estavam utilizando para assar os peixes, e caminhou até parar de frente à Bob.

Os olhos de Chanyeol examinaram o corpo dele dos pés à cabeça, o Alfa preso não parava de tremer e implorar. O ex caçador sorriu quando viu que o pirata havia urinado nas calças.

— Nossa, Bob — Chanyeol moveu a haste ainda quente próximo ao rosto de Bob —, eu nem comecei ainda e você já está todo molhado.

— Vai se foder! 

Bob gritou quando teve o ferro deslizando para dentro de sua carne, na região do ombro. Foi possível sentir o cheiro de gordura queimando.

— Não temos tempo pra brincar, Bob. Diga o que o Capitão quer saber.

— TIRA QUE EU FALO! 

— Se eu tirar ele daqui, esse ferro vai entrar na sua boca e descer pela garganta. — Chanyeol perfurou ainda mais e mexeu a haste de um lado para o outro. — Olha só, dá até pra sentir seus músculos derretendo.

— A culpa é dele! — Dylan afirmou, com medo de ser o próximo. — Ele falou pra gente não ir até o outro lado da floresta!

— FOI VOCÊ, MISERÁVEL! 

Jungkook avançou contra eles, mas Jimin o impediu. O alívio de Bob e Dylan durou apenas alguns segundos, até o Ômega proferir:

— Deixe eles aqui, o tempo se encarregará de matá-los. 

Os piratas estavam diante da pior forma que poderiam morrer. Aos poucos, de fome, sede, frio ou insolação. Sem falar que, com o tempo, os músculos de seus corpos ficariam atrofiados pela posição que estavam sendo forçados a ficar. As cordas estavam presas de tal forma, que mal permitiam os Alfas de se moverem. 

— Eu vou fugir daqui, vou encontrar você e aquele seu-... AAAHH!

A ameaça do pirata foi interrompida por um tiro no joelho dele, disparado por Jimin. 

— Quero vê-lo tentar. — O Ômega olhou para Dylan, o pirata fez questão de deixar claro:

— Eu não vou! Por favor, me mate logo de uma vez.

— Quando encontrar meu filho, talvez eu volte aqui pra te matar. — Jimin guardou a pistola. — Vou pensar no seu caso.

O Capitão Jeon deu apenas uma ordem; verificar se eram os únicos por ali. Mas Bob e Dylan fizeram suas escolhas, o que os levou ao presente momento de pura agonia. Eles assistiram os piratas subirem nos botes e se afastarem na direção do navio.

Sem demora, eles estavam a bordo do Black Swan. Todas as velas já estavam içadas para que o navio contornasse a ilha o mais depressa possível, deixando os piratas Bob e Dylan para trás.

Taehyung seguiu Jimin até a cabine, juntamente com Jisung, Namjoon, Jackson e o próprio Capitão Jeon. Hoseok e Arata deixaram os canhões prontos para caso encontrassem qualquer navio naquela direção, a mais provável para onde os piratas que levaram Jungwon avançaram.

— Eles sabem quem são os pais do Jungwon — Jackson afirmou. — Do contrário, não teriam fugido feito covardes.

— Apenas Barba-Negra e sua tripulação insana seriam loucos o bastante para isso — Jisung analisou junto ao Alfa.

— Tae... — Jimin parou ao lado do navegador, cuja atenção estava voltada para um mapa em cima da mesa. — Diga que você tem ideia de para onde eles foram…

O Beta ergueu o olhar para o Ômega grávido.

— Seguindo sua linha de raciocínio, o que Barba-Negra faria depois de colocar as mãos nele?

— Se eu fosse ele me esconderia, e ficaria em um lugar seguro até que tivesse controle total sobre o Jungwon. — Jisung explicou: — Controlá-lo significa ter o Kraken à disposição.

Namjoon fechou os olhos, evitando anunciar o quanto havia dito que aquele desvio de rota era uma péssima ideia. Mas não era hora para aquilo.

— Um lugar não muito longe, mas não perto demais… — Taehyung voltou a estudar os mapas. — Há duas ilhas na direção em que estamos seguindo. Na verdade são como um pequeno arquipélago, cheio de grutas profundas e sem sinal de vida. Dificilmente alguém sobreviveria lá por muito tempo.

— Então é pra lá que nós vamos. — Jungkook anunciou.


🏴‍☠️


No momento em que acordou, Jungwon sentiu uma dor de cabeça intensa e também em uma das maçãs do rosto, onde havia sido agredido. Ele estava deitado de lado, com mãos e pés amarrados, e com uma mordaça na boca.

Com certa dificuldade, ele conseguiu se sentar e olhar ao redor. Não havia dúvidas, ele estava no porão de um navio, ele conhecia bem a estrutura de um. Estava cheio de barris, caixas e algumas arcas. Um rato enorme surgiu em cima de um caixote ao lado de sua cabeça, ele estremeceu com o susto e o roedor fugiu.

Jungwon fechou os olhos e respirou lenta e profundamente. Ele não podia se desesperar, embora estivesse à beira de chorar. Dessa vez, Jay não estava com ele

— Você está aí? — Ele perguntou para o Kraken, dentro de sua cabeça. — Por favor, me ajude. 

Um grunhido foi a única resposta que obteve do ser marinho. Isso era bom, pelo menos não estava completamente sozinho.

— Pode destruir esse navio?

Silêncio mais uma vez. O Ômega tentou não se frustrar imediatamente, e deu um tempo até pensar em outra alternativa. Mas para a sua surpresa, a criatura respondeu em sua mente:

“Você morreria com todos eles.”

— Para onde estamos indo? 

Dessa vez, o Kraken não se deu o trabalho de responder. Jungwon não insistiu, mas havia um detalhe que não passou despercebido por ele, a criatura teve cuidado em relação ao Ômega estar a bordo, do contrário, responderia apenas que poderia destruir a embarcação como todas as outras, sem se preocupar se o pequeno morreria ou não. 

Em nenhum momento Jungwon foi alimentado, nem ao menos lhe trouxeram uma caneca com água. Passou horas sentado e com fome, até que o anoitecer se mostrou através de uma vigia. Sentia dor por todo o corpo, estava cansado mas não queria dormir, com medo de fechar os olhos e não abrir nunca mais.

Quando o navio ancorou, ele sentiu um leve solavanco. Seus batimentos se multiplicaram e a respiração tornou-se irregular. Ouviu algumas vezes os piratas falarem o nome de Barba-Negra, isso era suficiente para o menino entrar em total pânico, mas de alguma forma seu lobo o manteve estável. 

Um Alfa desceu até o porão, puxou o menino pelo braço sem a mínima delicadeza, e o removeu do porão. Não havia muito a ser visto, estava muito escuro. Mas o Ômega identificou que estava sendo levado por um bote até uma ilha com uma grande colina.

Apenas quando chegaram em terra firme, o pirata livrou o Ômega das amarras e mordaça. A praia era feita apenas de pedregulhos, não havia areia. Jungwon permaneceu quieto, pois sabia o que costumava acontecer com quem abria a boca demais. Os piratas entraram em uma abertura abaixo da colina, completamente escura. O que iluminava o caminho eram tochas levadas por eles. A cavidade subterrânea era longa e eles caminharam por alguns minutos. 

Por um momento, Jungwon imaginou se aquela gruta teria um fim, até que finalmente chegaram a um salão com pelo menos 30 metros de comprimento, cheio de rochas de formas variáveis e estalactites. Apesar da pouca iluminação, o Ômega identificou um barraco no canto da gruta, e algumas celas de metal, aparentemente vazias.

— Vocês mataram aquele Ômega? — A voz ganhou um rosto quando um Alfa velho saiu de dentro do barraco. 

— Eu tenho cara de Gama, Coal? — O pirata que segurava Jungwon respondeu. Ele jogou o Ômega dentro de uma das celas, trancou com correntes e jogou um molho de chaves para um Alfa que estava sentado em uma das rochas. — Não sei, Barba-Negra está dando um jeito nisso.

— Mas ele esteve aqui há uma semana e a única coisa que fez foi deixar um menino. — Coal mostrou uma cela entre dois grandes rochedos. — Eu preciso saber, meus negócios dependem disso!

— Eu falei que o capitão está dando um jeito!

Coal rosnou enfurecido e voltou para dentro do barraco, resmungando algo sobre estar cansado de viver em condições indignas. 

— Fique de olho nesse velho estúpido — o pirata que trouxe Jungwon disse para o que recebeu o molho de chaves. 

Alguns Alfas deixaram uma caixa com alguns suprimentos, e logo em seguida rumaram para fora da gruta. Jungwon ocupou o cantinho da cela mais longe da luz, e ficou observando o pirata sorrir para ele de jeito medonho e ameaçador.

Por mais que se esforçasse para não dormir, suas pálpebras estavam tão pesadas que se fechavam sozinhas. Não deu outra, alguns minutos após o Ômega agarrou-se em um sono profundo. 

Jungwon abriu os olhos, lamentando estar naquele lugar nefasto e escuro, longe de seus pais. O Alfa que mantinha a guarda estava dormindo, e nem sinal do velho dentro do barraco. No entanto, havia um outro Ômega com ele na cela. Diferente de Jungwon, ele já era adulto e possuía cabelo castanho.

— Eles prenderam você também? — O mais novo sussurrou. 

O Ômega olhou para ele e assentiu com a cabeça, em seguida, virou-se para as grades da cela e manteve a atenção lá.

— O que está fazendo? 

— Pensando… — o Ômega respondeu. Ele olhou para Jungwon novamente e sorriu quando o convidou: — Pense comigo...

Curioso, ele engatinhou devagar até ficar ao lado do mais velho. Ele observou as grades até perceber que as extremidades tinham uma espécie de encaixe. Jungwon olhou ansioso para o maior e este o encarou de volta, depois olhou para o Alfa que estava dormindo. 

Jungwon seguiu seu olhar entendendo que, caso tentasse mexer as grades, o metal poderia fazer barulho e acordar o Altar que mantinha a guarda. 

— Escute… — o Ômega acastanhado fez silêncio. 

Jungwon se concentrou o bastante até notar o que parecia ser o som das ondas quebrando contra as rochas do lado de fora. Ele esperou até que outra onda fizesse barulho para mover a grade, o som abafou o movimento do metal. Jungwon conteve um grito de felicidade e olhou para o Ômega, que sorria de volta. 

O pequeno continuou girando as grades até tirá-las do encaixe e criar uma abertura suficientemente grande para que ambos conseguissem passar. Ele foi o primeiro a sair da cela, o outro Ômega saiu logo atrás.

Jungwon indicou a mesma passagem que havia sido levado até ali. Com a ausência das tochas, o longo túnel subterrâneo estava completamente tomado pela escuridão. Por mais que caminhasse seguindo o único caminho possível, ele não conseguia encontrar a saída. 

— Estamos perdidos… — o mais jovem lamentou, cessando os passos. — Eu estou com medo… quero meus pais.

— É o único caminho que existe — o outro afirmou, calmamente. — Precisa continuar, Jungwon. Logo você encontrará a saída. 

O pequeno franziu o cenho. De onde ele o conhecia? Ele não estava conseguindo identificar um nome àquele rosto, que parecia tão familiar. Até mesmo seu nome ele sabia. O Ômega segurou em sua mão e o incentivou a continuar. Jungwon o seguiu. 

Os dois caminharam pelo tempo que parecia ser uma eternidade, até que, no fim daquele longo caminho pavoroso, eles enxergaram o que parecia ser um ponto de luz. Jungwon soltou-se da mão do Ômega e correu na direção dela, que aumentava ainda mais conforme se aproximava.

 

No fim de tudo, aquela luz era o sol. Jungwon pulou de contentamento, estava livre daquele lugar escuro. Ele olhou para trás e esperou até que o outro Ômega chegasse até ele. 

— Conseguimos! 

— Sim. — O Ômega sorriu. Ele encarou o oceano e inspirou a brisa que provinha dele. 

Agora que a escuridão havia passado, Jungwon conseguiu pensar com mais clareza. Ele ergueu o olhar até o Ômega novamente, mas não conseguia lembrar quem ele era. O mesmo ainda encarava o oceano.

— Como você sabe meu nome? — O Ômega mais novo perguntou. 

— Sei mais sobre você do que imagina... — Ele continuava encarando o oceano.

— Mas… — o menino piscou confuso. — Qual é o seu nome? 

O Ômega virou-se de frente para Jungwon e abriu um enorme sorriso para ele, antes de responder:

— Meu nome é Francis.

O barulho das ondas batendo contra a encosta da colina fez Jungwon acordar em um sobressalto. Ele buscou o Ômega de cabelo castanho ao seu redor, mas ainda estava sozinho dentro daquela cela de metal. Aquilo não havia passado de um sonho. 

Continua...

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