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[38] Mudança de Curso

O Capitão Jeon passou entre os mortos jogados pelo chão, cujos corpos estavam sendo recolhidos pelos piratas. Seokjin e Sungjae cuidavam dos feridos, enquanto outro grupo vasculhava o que mais tinha valor no galeão, antes que o navio fosse completamente tomado pela água. 

Os marinheiros que sobreviveram, foram ignorados enquanto tentavam fugir em botes.

Jimin suspirou quando sentiu que Jungkook estava parado próximo a ele. Estava mexendo nos próprios dedos, e mesmo sem coragem ergueu a cabeça para encarar o Alfa. Ele ficou aliviado por não ver pena ou decepção em seu olhar.

— Precisamos ver as rotas, não é?

O Capitão Jeon balançou a cabeça suavemente, assentindo. Jimin levantou e seguiu para a cabine, quando passou próximo ao corpo de Eddie, ele evitou olhá-lo. O Alfa foi logo atrás, observando-o. 

Dentro do cômodo, Jimin se mostrou indiferente quando abriu o livro de registros sobre a mesa. Ficou confuso quando o Alfa posicionou a mão sobre a dele e fechou o livro outra vez.

— Mas-...

— Senta aqui. — Jungkook o levou para uma cadeira. 

Jimin permaneceu sentado e esperando enquanto o Alfa buscava um balde com água. Ele umedeceu uma pequena toalha e passou suavemente no rosto do Ômega. 

Curioso, Jimin olhou para o lado e só então percebeu através do reflexo de um espelho, que seu rosto estava sujo de sangue. A cena de Eddie mirando uma pistola em seu rosto o fez estremecer. Os olhos baixaram até o coldre do Alfa, onde estava a arma que Jungkook usou para matar o Ômega. Ela também estava suja de sangue.

O silêncio reinou no ambiente enquanto a limpeza estava sendo feita. Quando terminou, Jimin avaliou sua aparência no espelho, não restava uma única gota de sangue, nem mesmo no cabelo. 

— Eu não me comparo a você. 

O Alfa estava de costas, secando as mãos. Quando ouviu a afirmação do loiro, ele virou o corpo devagar, com o cenho franzido.

— Do que está falando?

— Somos o oposto, como capitão de um navio. Você é bom em tudo o que faz, eu tenho sorte de ter ajuda de pessoas fortes, e ainda assim acabo fazendo algo precipitado.

— E você acha mesmo que eu cheguei até aqui sozinho? Tem ideia de quantas pessoas dessa tripulação já me traíram e tentaram me matar? — Jungkook riu pensativo. — Sobre escolhas erradas que fiz, então… somos mais parecidos do que você pensa. Claro, temos nossas diferenças. Você é bem mais condescendente.

— E você, impiedoso.

O Alfa deu de ombros.

— Se não for o sangue do meu inimigo, será o meu a ser derramado.

— Literalmente… Hoje quase foi o meu. Se não fosse por você… — Jimin suspirou quando o Alfa lhe acolheu entre os braços. — Está sempre me salvando das bobagens que faço.

— Não fale assim, meu coração — Jungkook o beijou no topo da cabeça. — Você está indo bem. Só precisa ser um pouco mais rigoroso. Precisa mirar suas armas em qualquer um que seja suspeito, inclusive Ômegas.

— Nunca havia pensado nessa possibilidade. Matar outros Ômegas… — “mas eles já pensaram em matar você”, Jungkook pensou, mas ficou em silêncio apenas ouvindo as reflexões do mais novo. — Não sou tão bobo ao ponto de pensar que todos os Ômegas são bonzinhos, mas sei que muitos estão nessa vida porque não tiveram outras escolhas. 

— Não pode salvar a todos. Acredite, você já faz muito tentando.

— Como é difícil essa coisa de ser capitão. — Jimin mudou a postura, passando a arrumar a franja que estava toda para trás quando o Alfa o limpou. 

— Qualquer coisa…

— É só matar. — O Ômega continuou. Jungkook assentiu. Estava ao lado dele e sorriu grande com a resposta rápida do loiro. — Desisti dessa coisa de ser capitão há uns anos, mesmo assim eles confiaram em mim.

— E ainda confiam, pode ter certeza. Falo isso por mim.

Jimin sorriu sentindo-se mais confiante. Ele sabia que Jungkook estava sendo sincero, podia sentir pela marca. Ouvir palavras de incentivo de seu Alfa, sendo ele um dos capitães mais bem sucedidos, deixava o Ômega tranquilo em relação aos erros que cometia.

— E quanto às próximas rotas? — Jimin mudou de assunto. — Vamos permanecer saqueando até preencher todo o porão?

— O porão do Black Swan é grande, e temos provisão suficiente para uma boa temporada no mar. Por mim, vamos continuar com os saques. O que você acha?

— Eu penso o mesmo. Mas não acho que devemos esperar até que o porão esteja completamente preenchido, o peso vai deixar o Black Swan mais lento. Seria problemático em um ataque.

— Concordo. Vamos pensar em um lugar onde podemos começar a esconder nosso tesouro.

Jungkook reabriu o diário provisório e sentou em sua cadeira para finalmente iniciar os registros do dia em questão. Jimin, por sua vez, deixou a cabine para informar a tripulação sobre as decisões que foram tomadas. 

Hoseok sugeriu uma ilha em que haviam encontrado um dos fragmentos, quando Jimin e Jungkook naufragaram. A ideia foi bem recebida, e Taehyung buscou encontrar em seus mapas a localização do local.

Enquanto isso, Jimin desceu até o cômodo em que as crianças estavam dividindo. Ele bateu na porta e abriu devagar, encontrando os três sentados no chão, colorindo alguns desenhos. Puffy estava deitado ao lado do Ômega. 

— Tudo bem por aqui? 

— Sim, papai. — Jungwon ergueu o rosto e sorriu para ele. — Algum problema lá em cima?

Mesmo que o pequeno fosse bastante inteligente e forte, Jimin apreciava quando ele desenvolvia atividades “normais” para alguém de sua idade. Embora fosse tão novo, Jungwon já possuía entendimento sobre o que eles faziam sempre que iniciavam um ataque, ou eram atacados. Ele se preocupava e até mesmo desejava participar de um saque.

— Não, meu amor. Está tudo bem. — Jisung estava sentado em uma das camas, lendo um livro. — Ji, vem aqui fora um pouquinho?

O Ômega guardou o livro em cima de uma cômoda e seguiu o mais velho para fora do quarto. Jimin o levou até o fim do corredor, e informou sobre o desfecho do ataque que sofreram:

— Eddie morreu. Ele tentou me matar mas o Jungkook acabou com ele.

— Está morto… que pena. — Jisung apertou o cabo da katana com força, indicando que ele mesmo gostaria de ter matado.

— Sobre isso…

— Pode parar. Sei o que vai dizer, e saiba que nunca julgaria você. Não é por ser meu irmão, mas eu também já levei muito revés até entender que não posso confiar tão facilmente nas pessoas.

— Eu não confiei completamente nele… 

— Viu? Você não é bobo. Até seu Alfa deve ter dado uma chance a pessoas erradas. 

— Foi a mesma coisa que ele me disse.

— Esse é o ponto, aprender com a experiência.

Jimin assentiu, ficando pensativo. Lembrou-se das palavras de Jungkook, sobre não ter conquistado tudo sozinho. Alguém como o capitão de um navio precisa de um braço direito. Namjoon auxiliava o Capitão Jeon em tudo que ele necessitava, um Alfa confiável e respeitado pela tripulação, que estava com Jungkook antes mesmo dele se tornar o líder do Black Swan e lhe ajudou a conquistar tal feito.

Em vista disso, Jimin entendeu que para se tornar um bom capitão, ele necessitava de alguém capaz de transmitir seus interesses com ou sem a sua presença. Assim como Namjoon é para o Capitão Jeon.

— Ji, você gostaria de ser o meu contramestre? — O lúpus perguntou, pegando o mais novo de surpresa.

Jisung jamais pensou em obter qualquer tipo de vantagem por seu irmão ser um dos capitães. Ele desejava o sucesso de Jimin e da tripulação em conjunto, independente de sua posição no navio.

— Mas o Baek é tão mais experiente do que eu. 

— Ele tá mais pra força bruta da equipe… — Jimin segurou nas mãos dele. — Eu preciso de alguém que não seja tão implacável, mas que não seja flexível demais. O equilíbrio. 

— E você acredita que seja eu…

— E quem mais poderia ser, se não aquele que me ajudava a roubar os docinhos antes das festas?

— Bons tempos.— Jisung sorriu.

— Você lembra daquela vez que o nosso pai venceu as eleições, e você ficou distraindo eles enquanto eu pegava docinhos pra gente? 

— Sim! Eu fingi que me machuquei, todo mundo ficou preocupado. — Ambos riram. — Eu já fiz isso com o Jack uma vez, enquanto ele me treinava.

— Esse é o espírito! 

— Bom, em nome de todos os docinhos que roubamos juntos — Ele riu divertido e nostálgico. Em seguida, mudou a postura para uma mais séria. — E por todos os saques que iremos realizar, eu aceito ser o seu contramestre.

Jimin mostrou um enorme sorriso e o abraçou. Um sentimento reconfortante lhe cobriu, e a certeza de que a cada queda, ele teria a mão firme de seu irmão para lhe ajudar a levantar. 

Quando separaram o abraço, Jisung orientou:

— Como seu contramestre, Jimin, o primeiro conselho que dou é: nunca fale mal de si mesmo na frente do Baek. Ele vai te agredir.

Jimin ergueu as sobrancelhas e apoiou as mãos nos quadris. 

— Ele não pode fazer isso, sou o capitão dele. — Jisung o olhou de modo que dava a entender que sim, Baek o faria. Jimin deu meia volta e seguiu resmungando ao longo do corredor, na direção do convés, indignado. — Onde fica o respeito com o capitão?! 

Jisung sorriu. Como Chanyeol sempre dizia, Baekhyun era selvagem por natureza. O sorriso deu lugar ao susto quando ele ouviu a voz de Jackson logo atrás:

— Já se alimentou?

— Eu estava indo fazer isso agora mesmo. — Jisung girou devagar, ainda tenso devido ao susto.

— Você vai vestido assim?

Jisung vestia apenas uma camisa do Alfa, que lhe cobria até pouco acima das coxas. 

— É como me sinto confortável — O Ômega explicou com semblante cansado. — As calças apertam demais. 

Jackson suspirou incomodado. Ele olhou à sua volta mas não tinha ninguém mais além deles dois. Contudo, no caminho até a cozinha eles iriam passar por muitos marujos, e algum deles provavelmente iria olhar as pernas do Ômega.

Mas Jackson não podia fazê-lo vestir as roupas que o próprio Ômega afirmou estar incomodando. Jisung estava grávido e necessitava de conforto e sossego.

— Eu vou com você. — Jackson afirmou, pretendendo arrancar os olhos de quem ousasse olhar para ele.

Jisung sabia sobre as intenções do Alfa, ele o conhecia bem. O ciúme era algo que ambos tinham bastante em comum.


🏴‍☠️


Defronte as águas aparentemente pacíficas do oceano de mesmo nome, o Black Swan seguia o rumo da ilha selvagem em que encontraram um dos fragmentos do Imperium, em uma caverna sinuosa e escura, e que esconde diversos animais ferozes.

A rota utilizada passava por dentro do que se conhecia por Triângulo da Morte, onde os mais diversos fatos inexplicáveis aconteciam com tripulações desavisadas, ou àquelas que ousavam desafiar as leis do lugar, como o Black Swan. 

Até mesmo o Kraken, que sempre acompanhou o navio pirata, sentiu a mudança no segmento da região. Era como se a antiga criatura conhecesse os mistérios que envolviam aquele lugar.

As crianças da tripulação estavam na popa, sendo treinadas pelo Capitão Jeon. Taesung, que estava começando a aprender a ler, praticava seus estudos lendo livros de origem médica. Ele verdadeiramente via o pai Ômega como um grande exemplo, logo queria ser como ele. Já o mais velho, tentava imitar Scott em tudo. 

— Eu gostaria de lutar como meu pai — Jay afirmou, logo em seguida tentando mostrar como o Alfa em questão se movimenta: — Ele faz assim… depois isso... aí ele gira e faz assim! — O Capitão e seu filho assistiram a demonstração atentamente. — Mas meu pai segura a espada com uma só mão. Eu uso as duas. 

— Então use apenas uma mão para empunhar sua espada, ué. — Jungwon afirmou o que seria óbvio.

— Mas se eu fizer isso meus ataques não serão precisos, vou errar… — o mais novo murchou os ombros. — Ela sempre cai da minha mão, ou então eu me desequilibro e caio no chão.

— Você não vai conseguir, se ficar desistindo tão fácil. — Jungkook foi direto, removendo sua espada da bainha. — Pegue sua espada e bloqueie meu ataque usando apenas um braço.

— Mas-...

— Eu não vou repetir. — O Alfa se colocou em posição ofensiva.

Jay faz como ele indicou. O Ômega se afastou para dar mais espaço aos dois, torcendo para que o mais novo conseguisse se defender segurando a espada como Scott sempre faz, utilizando apenas uma mão.

O Capitão investiu contra o Alfa, e como esperado, o menino não conseguiu conter e deixou a arma aqui.

— De novo. — Jungkook afirmou, voltando à posição inicial.

Da mesma forma, o pequeno não manteve a espada firme em punho, e tropeçou cambaleante enquanto defendia-se da nova ofensiva do Capitão. Ficaram no mesmo exercício durante alguns minutos, e em todas as vezes Jay ou deixava a espada cair, ou ele mesmo ia de encontro ao chão. 

Embora Jungkook diminuísse a intensidade dos ataques, eles ainda eram intensivos para alguém que possuía apenas seus 7 anos de idade.

— Você consegue, Jay! — O Alfa olhou para o lado e viu Jungwon sorrindo para ele. — Confio em você!

O pequeno Alfa abriu um grande sorriso bobo, se esquecendo completamente das vezes que o Capitão disse sobre não tirar os olhos de seu adversário. Mas o que realmente incomodou o lúpus foi a inocente troca de olhares entre as crianças, que para ele soou de outro jeito. 

— Preste atenção!— A voz de Jungkook soou quase como um trovão. O menino imediatamente moveu o rosto na direção dele. — Afaste mais os pés um do outro, isso vai dar maior apoio pro seu corpo.

O menino fez como ele indicou, afastou os pés e colocou a espada na frente do corpo, enquanto o braço livre ficou posicionado de lado, de modo a dar mais estabilidade ao corpo. 

— Não pense em como seu pai faria… — Jungkook aconselhou. — Mas em como você pode fazer.

Jay respirou profundamente e aguardou com os olhos atentos a cada movimento do Capitão. Jungkook o atacou como das outras vezes, mas dessa vez o pequeno se defendeu corretamente. 

Sem acreditar, Jay piscou algumas vezes até compreender realmente o que havia acontecido. Ele conseguiu se defender de um ataque do Capitão Jeon, depois de várias tentativas fracassadas. Ele sorriu e pulou, juntamente com o Ômega que o abraçou contente. 

— Eu sabia que iria conseguir! — Jungwon festejou com ele. 

Até mesmo o Capitão Jeon sorriu satisfeito. Era bom ver o treinamento ter algum efeito. 

— Está bem, já chega de tanta comemoração — o lúpus afastou os dois pelos ombros. — Vamos ver como você se sai daqui pra frente. Das próximas vezes não vou pegar tão leve.

— Estarei pronto, Capitão. 

Jungkook franziu o cenho. Até mesmo a postura do pequeno Alfa havia mudado após aquele acerto. Ele só esperava que não fosse apenas pelo calor do momento. 

Não havia muita coisa a ser feita. Com Jimin ajudando com algumas questões, restava mais tempo para que Jungkook pudesse utilizar seu tempo com outros assuntos. O Alfa até havia esquecido o que era ter tanto tempo livre assim. A pedido das crianças, ele continuou com o treinamento.

— Não lance sua adaga assim, Jungwon. — O mais velho foi até a balaustrada e puxou a lâmina que havia entrado na madeira. — Use um punhal ou uma faca. A partir do momento que você lança sua arma principal, você fica em desvantagem. 

— Sim, pai… — ele passou a mão sobre o cós e sentiu o punhal que ganhou de Lian. Mas não queria usar, com medo de perdê-lo.

O navegador interrompeu o treinamento, um grupo de piratas estava com ele. Pareciam ansiosos com alguma coisa. O Capitão fez uma pausa para encará-los. Taehyung iniciou:

— Capitão, segundo nossa localização atual, estamos navegando próximo da ilha em que naufragou com o Jimin-...

— Pode ter moedas lá ainda!

— Vamos ancorar, Capitão!

Alguns piratas interromperam, mas deixaram de falar quando Taehyung os encarou de modo severo. Os piratas disfarçaram olhando uns aos outros, e algumas velas.

— Como eu estava dizendo — o Beta voltou a encarar o Capitão —, posso levar a gente pra essa ilha, já que muitos acreditam que ainda resta algo do tesouro. Mas as tempestades são mais frequentes por aqui. 

— Chame Jimin e Namjoon na cabine, já estou indo. — Jungkook deliberou, voltando-se para as crianças em seguida: — Depois continuamos.

Os dois assentiram e foram brincar com Taesung e Puffy, no porão, entre os muitos saques e pedras preciosas que já completaram boa parte do recinto.

Na cabine, o Capitão encontrou não só apenas aqueles que ele indicou, mas também o Ômega grávido. Jimin esclareceu:

— Ele é meu contramestre. 

Jungkook assentiu e seguiu até a mesa, onde havia um mapa aberto e já rabiscado pelo navegador. 

— Sei exatamente como nos levar à ilha em que naufragaram. — Taehyung revelou a Jimin.

— A ilha que escondemos parte do tesouro? — Namjoon perguntou, o Beta confirmou.

— A ilha da nossa cabaninha… — Jimin olhou para Jungkook, que sorriu para ele. 

Jimin sorriu de volta, mordeu o lábio e fechou os olhos. Com eles fechados, o Ômega lembrou-se de como foi ser amado pela primeira vez. Pela marca, Jungkook sabia exatamente o que ele estava sentindo, e quando Jimin abriu os olhos novamente, o Alfa ainda lhe encarava e piscou transmitindo uma mensagem que apenas eles entendiam.

— Há três crianças e um Ômega grávido a bordo — a voz de Namjoon chamou a atenção para o mesmo. — É loucura atravessar o Triângulo da Morte apenas pra ver se tem alguns trocados lá.

— Não é apenas isso. A tripulação quer. — Taehyung articulou. — Eles estão animados.

— Se a tripulação quer tanto assim então vamos — Jungkook afirmou olhando para Jimin. O Ômega disfarçou o sorriso desviando o olhar. 

— Está falando sério? — Namjoon perguntou boquiaberto.

— Sim. Vai ser bom um descanso entre os ataques. Temos recursos suficientes para isso.

— Podemos até pegar muitas frutas — Jimin fortaleceu o argumento. 

O contramestre Alfa encarou cada um que estava na cabine, em busca de apoio. Ele mirou sua atenção no Ômega grávido:

— Diga que não sou o único a pensar que esse desvio de rota é uma grande perda de tempo.

— Eu entendo seu ponto… Mas eu quero conhecer o local em que o Jimin e o Capitão Jeon ergueram a cabaninha.

— E o que garante que ainda está de pé? Muitas tempestades já devem ter derrubado.

— Claro que não. — Jimin cruzou os braços. — Nós passamos dias nos dedicando a erguer aquilo. Ficou tão forte que nem a pior das tempestades derrubaria.

— E lá vamos nós gastando recursos com uma viagem sem sentido… —  Namjoon desistiu, caminhando para fora.

— Não seja tão dramático, homem. — Taehyung o acompanhou. — É apenas um pequeno desvio na rota…

O navegador guiou a tripulação por um caminho em que acreditava ser o mais seguro. Porém, o alto mar em que o Triângulo da Morte se localizava, era efetivamente imprevisível. 

Embora Taehyung tenha cartografado o local enigmático, localizando todas as ilhas em que naquela parte se situavam, nem mesmo ele poderia prever as divergências daquela região, e uma tempestade os castigou dias após a mudança do itinerário.

— Não liberem a âncora ainda! — Jungkook ordenou.

— Segurem-se! — Namjoon avisou, momentos antes de uma onda atingir a lateral do casco.

Capitão Jeon olhou para o lado e viu Jimin segurando firmemente em um dos cabos. O Ômega ignorou o frio e as fortes ondas, e caminhou tentando manter-se de pé em meio ao balanço incerto da embarcação. 

— Diminuam as velas! — Jimin instruiu. — Vocês dois, me ajudem a prender a retranca!

O tempo passou rápido, e Jimin já não era o mesmo Ômega perdido entre os piratas, que mal sabia o que fazer com as partes de um navio. Em meio a intensa tempestade, ele estava entre os Alfas fixando um dos cabos. Uma onda violenta atingiu o convés e os três se agarraram às cordas.

— Estão presos! — Jared avisou sobre os joanetes, as velas menores que se encontravam nos pontos mais altos.

— Cortem os cabos! — Capitão Jeon ordenou. 

Antes mesmo dos piratas olharem para cima, Jackson subiu e se equilibrou em uma das vergas de um mastro, continuando o caminho através dos mastaréus até chegar nos joanetes. Com uma mão ele segurou uma das cordas e com a outra ele puxou uma faca e cortou os cabos, livrando o aparelho imediatamente.

Jackson desceu por uma corda e agiu rápido quando puxou Jimin pelo braço quando uma onda poderosa chocou-se contra o navio. O Ômega se desequilibrou e quase caiu no oceano, se não fosse pelo cunhado.

— Obrigado! 

— Aproar ao vento! — Namjoon gritou. 

Chaerin fez como indicado, direcionando a frente da embarcação contra as ondas. Essa era a melhor maneira de evitar que um navio virasse completamente para o lado e afundasse em meio a uma tempestade. 

No momento que o temporal repentino se afastou, alguns piratas se encontravam pelo convés, consertando as partes que foram danificadas, pelo menos as que eram possíveis naquele momento. 

Chaerin estava sentada com as costas apoiadas na base do leme, com a cabeça baixa. Ela ergueu o rosto quando Dahyun penteou com os dedos o longo cabelo prateado dela para trás, e o prendeu com um elástico. 

As mãos suaves da Beta se encaixaram em ambas as faces de Chaerin, ela beijou os lábios da timoneira com suavidade e murmurou gentilmente:

— Descanse, está exausta. 

— Estão todos bem? — A Alfa perguntou.

— Sim. — Dahyun sorriu.

— Que ótimo… — Chaerin suspirou profundamente.

— Você foi incrível. — A Beta ajudou ela a se levantar. — Agora vem descansar, o Capitão vai assumir o leme. 

Chaerin assentiu e acompanhou a mecânica até os dormitórios. Em seu lugar, Jungkook assegurou-se de manter a embarcação seguindo o curso ajustado pelo navegador.

No alto de um dos mastros, Jimin, Jungwon e Billy dividiam a cesta da gávea e uma luneta. Era o dia do Alfa vigiar os arredores, mas Jimin e seu filho estavam mais ansiosos para encontrar a ilha em que o lúpus naufragou com o Capitão Jeon.

— Ai! — Jungwon resmungou. — Você pisou no meu pé, Billy.

— Desculpa, mas essa cesta é muito pequena para nós três. — O pirata avaliou. 

— Tem razão. Por que você não desce?

— Nossa, mas você tá me expulsando? — O Alfa ergueu as sobrancelhas, indignado. — Vai você, o posto é meu.

— Eu não, vai tu!

— Shhh vocês dois! — Jimin reclamou. Ele estava com a luneta olhando em uma direção. — Parece que encontramos a ilha.

— Deixa eu ver — Billy pediu e recebeu a luneta. — Verdade! Eu vou tocar o si-...

Antes que o pirata pudesse concluir sua fala, Jungwon ficou na ponta dos pés, agarrou a cordinha do sino e balançou, indicando que avistaram algo. Taehyung confirmou que aquela era a ilha do naufrágio, e logo eles estavam ancorando e descendo os botes.

Ao desembarcarem na margem, Jimin marchou na direção da floresta com o cenho franzido e sem acreditar no que estava vendo. Jungkook o seguiu e teve a mesma reação. No lugar do abrigo que haviam construído, restavam apenas cinzas e alguns vestígios de que algo foi erguido ali. 

— O que aconteceu aqui? — Jungwon perguntou tristonho. Ele segurava na mão de Jimin quando ergueu o rosto e o encarou. — O que houve com a cabaninha? Só tem cinzas.

Jimin o encarou de volta com o mesmo olhar de decepção. Jungkook seguiu vasculhando o local, e disse ao concluir sua inspeção:

— Isso foi a Marinha. Só pode ter sido.

— Por que a Marinha faria algo assim, pai?

— Porque eles são… — O Alfa mediu as palavras antes de continuar. —… a escória. É o que você vai encontrar de pior no mar, porque eles são como lobos sob a pele de cordeiros.

Jungwon lembrou-se de Lian e seu desejo em se tornar um oficial da Marinha. Em seu entendimento, o Alfa não era como o descrito por seu pai, mas ele guardou a observação para si mesmo.

Os piratas que desembarcaram levaram muitas pás e arcas consigo, mesmo com os avisos de Namjoon eles realmente acreditavam que ainda haveria moedas no esconderijo daquela ilha. Ledo engano. A decepção foi total e coletiva.

Os que tentaram encontrar algum tesouro, jogaram as pás e largaram seus corpos na areia, todos cansados e irritados. Aqueles que não perderam seu tempo com isso, aguardaram por novas ordens dos capitães.

— Vamos construir outra! — Jungwon propôs olhando ansioso de um pai para o outro. — Por favor!? Por favorzinho!

— Vai dar muito trabalho — Jungkook analisou.

— Vai não, pai. Eu vou ajudar!

Jimin já tinha uma resposta. Ele não se conteve diante da fofura do próprio filho e dirigiu um enorme sorriso quando olhou para o Alfa. 

— Está bem, vamos construir o abrigo novamente. — Jungkook se entregou. Jungwon pulou feliz e abraçou o Alfa. — Ajude seu pai a limpar o terreno, vou acertar com Namjoon e já volto.

O menino assentiu e correu ansioso para remover os vestígios de destruição do antigo abrigo. Jimin retirou as partes maiores enquanto o pequeno ficou com alguns cascalhos. Puffy pulou curioso pelo meio da arrumação e ficou sujo de cinzas.

— Você vai tomar banho assim que eu terminar aqui — Jungwon avisou ao coelho. Puffy saiu pulando para outro lugar, e ficou perto de Taesung. — Nem adianta fugir!

— Isso serve pra você também. — Jimin afirmou.

Jungwon olhou para ele e sorriu amarelo. 

Na margem, onde a maioria dos piratas estavam, Jungkook encontrou seu contramestre avaliando a extensão da praia distante. 

— Vamos ficar aqui por um tempo — o Capitão avisou. — Vou erguer um abrigo com o Jimin e o Jungwon. Pode voltar pro navio se quiser.

— Vou fazer isso, mas antes eu acho melhor verificar se somos os únicos aqui. — Namjoon abriu os braços mostrando a distância da praia e a floresta ao mesmo tempo. — Essa ilha não parece ser tão grande quanto Nabuco, mas não tem como saber o que há do outro lado da floresta se ninguém for lá dar uma olhada. 

— Vocês dois — Jungkook falou com dois piratas que estavam aproveitando a sombra de uma árvore, que se estendia até perto da margem —, entrem na floresta até o outro lado da ilha, vejam se somos os únicos ancorados aqui. 

Bob trocou um olhar irritado com seu amigo Dylan. Ambos baixaram a cabeça e engoliram seus rosnados. Eles queriam, assim como os outros, um belo descanso com sombra e água fresca. 

— E lá vamos nós mais uma vez, trabalhando enquanto o Capitão brinca de casinha — Bob resmungou baixo, metros adentro da floresta. 

— E se a gente não for até o fim? — Dylan sugeriu. — Podemos descansar por aqui e dar um tempo. Depois a gente volta e fala que não viu ninguém.

— Se o Capitão souber disso é prancha…

— Ele não vai saber, porra. É por isso que ele mandou a gente vir, ele não quer ir até o outro lado. 

— E se tiver alguém nessa merda de ilha? 

— Não vai ter! A gente tá na porra do fim do mundo. A Marinha já levou o tesouro que escondemos aqui, não vem mais ninguém. 

— É, você tem razão. Não faz sentido a gente caminhar quilômetros para poder constatar o óbvio. 

— É o que eu estou falando — Dylan relaxou encostando-se em um tronco de árvore no chão. Ele fechou os olhos e respirou fundo. — Vamos aproveitar. 

Os piratas permaneceram na posição por longos minutos, logo após, rumaram para o lado da margem onde o Black Swan estava ancorado. 

O Capitão já havia erguido a estrutura do abrigo quando eles se aproximaram.

— Não há mais ninguém na ilha além de nós. — Dylan informou. Jungkook olhou para ambos e assentiu, voltando a atenção no abrigo. 

— Desse tamanho tá bom, pai? — Jungwon surgiu trazendo algumas folhas de palmeira. 

— Está ótimo. 

— Mais alguma ordem, Capitão? — Bob perguntou.

— Não. Podem ficar pela ilha ou voltar pro navio. 

— Vamos ficar por aqui. — Bob afirmou. Dylan o seguiu para onde alguns piratas estavam posicionando um barril de rum.

Jungwon voltou para a floresta atrás de mais folhas. Enquanto isso, Jimin recolhia alguns cipós. Parte da cabaninha já estava erguida quando eles fizeram uma pausa para se alimentar.

Continua…

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