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Capítulo 3

- O teu nome é mesmo Hepzibah Saran Smith? - perguntou Cora, dando uma dentada delicada na sua salada - E Hepzibah é o nome da tua mãe?

      Sarah assentiu, a boca cheia de comida. Sabendo que Cora iria repreendê-la caso fosse falar enquanto comia, preferiu engolir o que tinha na boca primeiro, falando depois:

- Não é um nome horrível? Por isso digo que me chamo Sarah, é esse o meu primeiro nome. Nem sei de onde é que os meus bisavós foram tirar o nome Hepzibah!

     Cora sorriu, ficando impressionada com a facilidade que Sarah tinha de a fazer rir. Apesar das suas reservas, era ótimo ter a Hufflepuff como amiga, com a sua gargalhada contagiante e o seu brilho natural. Mesmo nos seus dias mais rabugentos, Sarah conseguia manter uma energia entusiasmante, o que equilibrava a personalidade tranquila e controlada de Cora.

     Sarah só tinha um problema.

     A língua afiada.

- Perdeste alguma coisa? - perguntou a morena bruscamente, lançando um olhar irritado a uma das Ravenclaw do segundo ano.

- Sarah! - repreendeu Cora, sorrindo para a aluna em questão - Desculpa a minha amiga, ela não gosta que fiquem a olhar para ela muito tempo...

- Devias controlar mais a tua amiga, Cora. - advertiu a outra, de nariz empinado - A princesa dos Ravenclaw não se devia dar com uma pessoa assim, não achas?

- Assim como, coisinha?! - retorquiu Sarah, virando-se completamente para a rapariga - Linda e fabulosa?!

- Vamos embora. - pediu Cora, pondo-se de pé - Sarah...

- Não sei como é que os Hufflepuff ainda têm a coragem de dizer que és a Herdeira deles. - continuou a mais velha, sendo repreendida por outra Ravenclaw sentada ao seu lado.

- Clare, já chega, está toda a gente a olhar...

- Clare, certo? - perguntou Cora, aproximando-se da jovem - Olha, como uma Ravenclaw de nascença, aconselho-te a não teres esse tipo de comportamentos. É suposto sermos inteligentes e superiores a questões mundanas como o preconceito e os mexericos. Aconselho-te também a focares-te mais na tua vida e menos na dos outros. És irmã do Michael, não és? - perguntou, referindo-se a um colega seu - Pois é, ele contou a toda a gente que nem um feitiço de Levitação consegues fazer sem explodir a sala. Não é lá grande feito para uma Ravenclaw, não achas?

      A miúda, Clare, fitou-a com uma expressão mordaz no rosto ruborizado, ao qual Cora respondeu com o sorriso mais gentil que conseguiu.

- É apenas um conselho da princesa da tua Casa, nada mais.

     Sem mais nada a dizer, Cora deu as costas à rapariga, sentindo o peso dos olhares dos Ravenclaw mais próximos sobre si. Ao olhar em volta, franziu o sobrolho ao não encontrar Sarah em lado nenhum, o que a fez suspirar.

      Sarah tinha um longo caminho pela frente durante os seus anos em Hogwarts.

**

- O que é que estás a estudar agora?

       Poucas horas depois, as duas amigas tinham-se reencontrado na aula de Transfiguração, onde Sarah contou à Ravenclaw que fora reportar o ocorrido ao Diretor, o que surpreendera Cora. Não havia muita gente com a ousadia que Sarah tinha; o normal era as pessoas irem chorar e esconderem o quanto aquilo as magoava, guardando tudo para si.

      De acordo com Sarah, isso nunca aconteceria com ela.

- Transfiguração. Estou a terminar de fazer o trabalho de casa.

     A cabeça da Hufflepuff bateu ruidosamente na mesa da Biblioteca. Era sempre a mesma, apercebeu-se Cora, sentavam-se sempre na mesma mais ao fundo da Biblioteca, aquela cuja janela tinha a vista mais bonita para os campos de Hogwarts.

     Aquela era a mesa delas.

- Tu acabaste de sair da aula! O trabalho de casa é só para entregar para a semana e tu já estás a fazê-lo?!

      Cora encolheu os ombros.

- Assim não me esqueço de o fazer e faço a revisão da matéria dada. Dois em um!

- Por favor, não me transformes numa aluna aplicada durante os próximos anos da nossa amizade.

- Não te fazia mal nenhum. Além do mais, quem disse que nós vamos ter mais anos de amizade? - perguntou Cora, na brincadeira.

     Sarah sorriu.

- É óbvio que vamos ser amigas para sempre, Raven. - afirmou, tratando Cora pelo apelido que a própria Sarah inventara - O teu medalhão até brilha noutra cor quando estou ao pé de ti, isso é uma prova de amizade verdadeira!

       A jóia em forma de coração brilhava no tom dourado mais bonito que Cora já vira. Sabia de cor o motivo para isso mas nem sequer se lembrara de contar a Sarah a bonita e aterradora história da maldição dos Herdeiros.

     Cora olhou para cima, avaliando a amiga. Esta tagarelava animadamente sobre qualquer coisa, os olhos âmbar brilhantes de entusiasmo. Quidditch, percebeu. Era esse o tema que tanto animava Sarah e que tanto a revoltava, já que não pudera fazer as provas para Seeker (primeiros anos não estavam autorizados a entrar na equipa).

      Sorriu, afastando os pensamentos sobre o medalhão para longe. A história dos fundadores era apenas uma lenda há várias gerações, o rasto do Herdeiro de Slytherin tendo-se perdido ao longo do tempo. Para a sua mãe, Aurora, era uma história cuja lição era apenas uma: quanto mais afastada dos Slytherin, melhor. Claro que isso não resultara com Aurora, já que tivera uma relação com Eric Rowle, um Slytherin com muito orgulho. Para Cora, era o seu objetivo de vida: evitar qualquer ligação emocional com um Slytherin.

     A maioria dos alunos e professores olhavam para as duas como se fossem donas da escola. Ambas tinham o sobrenome dos fundadores a pesar-lhes nos ombros, marcando-as para sempre, dentro e fora de Hogwarts.

      Para Sarah, o nome Hufflepuff nada de bom lhe trouxera. Era filha de um homem que a abandonara, cujo sobrenome não só lhe trazia uma visibilidade que não queria, como também era o nome da Casa onde pertenceria por sete anos. Ser uma Hufflepuff era uma maldição, não uma dádiva como os seus colegas de Casa pensavam.

     Para Cora, só lhe trazia responsabilidades. Tinha de ser a melhor aluna de Hogwarts, tinha de ser educada, gentil, sensata e nunca perder a postura de boa menina. Era uma responsabilidade a tempo inteiro, um fardo que nunca estaria nos ombros de uma criança de 11 anos.

     Cora não era uma criança qualquer.

      Era uma Ravenclaw.

- Desculpa...  Vais precisar desse livro?

      Os olhos safira de Cora arregalaram-se, assustados, enquanto dava um salto, sobressaltada. O rapaz que a abordara recuou um passo, envergonhado.

- Não queria assustar-te...

- Não tem problema, não fizeste de propósito...

       Ambos sorriram, atrapalhados. Sentada à frente da ruiva, Sarah revirou os olhos, estendendo o livro a que o rapaz se referia.

- Leva o livro e acaba com este momento constrangedor, por favor.

- Sarah, consegues ser menos rude uma vez na vida? - perguntou Cora, erguendo a sobrancelha.

      Sarah encolheu os ombros.

- Noutra vida, talvez.

- Não tem problema. O meu amigo Sirius também tem a língua afiada, já estou habituado. - retorquiu o rapaz, com um sorriso - Chamo-me Remus. Remus Lupin.

- Cora Ravenclaw. A minha amiga chama-se Sarah Smith. - disse a ruiva, estendendo a mão num gesto educado, ao qual o rapaz apertou de imediato - Não és do primeiro ano, pois não? Tenho aula de Feitiços com os Grynffindor e nunca te vi lá. Segundo ano, talvez?

- Se ele é amigo do Sirius Black, é do segundo ano. - respondeu Sarah, impedindo Remus de falar - Já deves ter ouvido falar dele, não? - Cora abanou a cabeça, fazendo a morena suspirar - É um espertalhão que tem a mania de responder aos professores e armar confusão. Não sei se ele se acha engraçado ou...

- Faz-me lembrar alguém que conheço. - brincou Cora, sorrindo a Remus e ignorando por completo os resmungos da amiga - Foi um prazer conhecer-te, Remus.

- A ti também, Cora. - Remus pestanejou, forçando-se a ser educado com Sarah, de quem não tirara a melhor primeira impressão - E a ti também, Sarah...

- Duvido. - retorquiu a Hufflepuff, acenando brevemente ao rapaz.

      Remus Lupin engoliu em seco, embaraçado com o peso do olhar de Cora sobre si. A ruiva tinha os olhos mais bonitos e intensos que Remus já havia visto, embora não fossem completamente sinceros. Por detrás da postura direita, do sorriso gentil e do cabelo perfeitamente atado numa trança embutida, Remus conseguia ver que existia uma outra Cora, muito menos rígida e exigente do que a que se via à superfície.

       Se havia algo que Remus reconhecia bem era uma máscara.

      Ele era perito em usá-las.

- Vocês gostam de Quidditch? - perguntou, surpreendendo-se a si mesmo.

     O Lupin não era uma pessoa extrovertida, muito menos alguém que fizesse amigos facilmente. A sua sorte no primeiro ano fora Sirius Black, cuja maior dádiva era ter uma lábia inimaginável. Tinham ambos sido selecionados para os Grynffindor e Sirius não perdera tempo em falar com Remus, a quem se referira como "A pessoa com o rosto mais amigável na mesa dos Leões".

      O que era irónico, tendo em conta que o rosto de Remus era marcado por várias cicatrizes hediondas aos seus olhos.

- Sim. - respondeu Sarah, prontamente.

- Não. - disse Cora, encolhendo os ombros ao receber um olhar crítico da Hufflepuff - Desculpa, Sah.

      As duas riram, o apelido carinhoso que Cora acabara de inventar para a amiga deixando-a mais bem-disposta.

- Eu também não gosto. - disse Remus, encolhendo-se ligeiramente ao ver Sarah erguer uma sobrancelha - Mas os meus amigos adoram. Amanhã é o primeiro jogo do ano, Grynffindor Vs Slytherin. Vou lá estar para apoiar o James, ele é o Seeker da equipa...

- Aquele James Potter? O dos olhos verdes? - questionou Sarah, curiosa.

- Esse mesmo. Vocês querem vir connosco?

        Cora observou o rosto expectante de Remus, notando as linhas finas no seu rosto. Algumas eram relativamente recentes, outras já esbatidas pelo tempo. O Grynffindor baixou a cabeça, claramente notando a atenção com que Cora o olhava e afastou-se ligeiramente, desconfortado.

- Desculpem, foi uma péssima ideia...

- Claro que vamos. - respondeu Sarah, de imediato.

- Eu tinha o grupo de estudo de Feitiços combinado amanhã...

- Cora, o grupo de estudo pode ser reagendado para depois, Quidditch não! - interrompeu Sarah, com entusiasmo - Além do mais, pode ser que surga a oportunidade de eu mostrar as minhas habilidades enquanto Seeker! O James pode cair a meio do jogo, partir uma perna...

- E tu não poderias substituí-lo porque não és da equipa dele.

- É melhor eu ir. - murmurou Remus.

     O rapaz afastou-se, amaldiçoando-se a si próprio. Ele já tinha o seu grupo de amigos, mesmo que nenhum partilhasse dos mesmos interesses que ele. Não era qualquer pessoa que frequentava a biblioteca, fazia os trabalhos de casa no próprio dia para não se esquecer depois, tinha grupos de estudo para partilhar opiniões e ajudar outros colegas, ler realmente os livros que os professores recomendavam...

- Hey! - chamou Cora, segurando-lhe o braço - Nós vamos lá estar. Que livro devo levar para passar o tempo enquanto o jogo está a acontecer?

      Remus pestanejou, surpreendido. O brilho nos olhos de Cora davam a entender que ela compreendera alguma coisa que ele não fizera intenção de mostrar, uma sensação que era recíproca.

- Gostas de literatura Muggle? - questionou o Lupin, sentindo as bochechas queimarem.

     Cora encolheu os ombros, um gesto que ela parecia fazer com frequência.

- Nunca li. Não eram permitidos na minha casa, a minha mãe recebeu uma educação muito rígida nesse aspecto. Mas gostava de experimentar. Porquê a pergunta?

- Há uma pequena secção para os livros Muggles na Biblioteca. Gosto de um em particular chamado "Orgulho e Preconceito". É um pouco complexo ao nível linguístico mas...

- Um desafio! Gosto disso. - Cora sorriu, gentilmente - Obrigada pela recomendação, Remus.

- D-De n-nada, Cora.

      A Ravenclaw acenou-lhe e ele virou as costas, caminhando rapidamente para junto da Bibliotecária com o livro que estivera pouco tempo antes com Cora.

      Sentada no mesmo sítio, Sarah sorria matreiramente, fazendo Cora revirar os olhos.

- O que foi agora?

- És um verdadeiro íman para os rapazes, Raven. Que raio de perfume é que tu usas que os atrais tanto?

- Uma pena que eu não esteja interessada em rapazes, não é? - ripostou Cora, encolhendo os ombros - Não tenho idade para isso.

     Sarah bufou.

- Não tens idade para teres rapazes à tua beira e tens idade para não fazeres mais nada da vida do que estudar?

- Estudar garante-me um futuro. Rapazes garantem-me chatices. - respondeu a ruiva, recitando algo que a mãe lhe ensinara tantas vezes - E amigas chatas recebem sermões. Queres ajuda com o teu trabalho de História da Magia ou vais continuar a falar da minha vida?

       A Hufflepuff não respondeu.

      Em vez disso, deitou-lhe a língua de fora.

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