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Capítulo 13

- Então a tua mãe agiu como uma maluca... mais uma vez? Como é que isso ainda te surpreende? - questionou Sarah Hufflepuff, olhando-a por cima do ombro.

        O apito do comboio soou em alto e bom som, cortando momentaneamente a conversa. Cora soltou um suspiro, arrastando o seu malão ao longo das carruagens. O uniforme dos Ravenclaw já estava no seu corpo, os cabelos soltos pela primeira vez desde que ingressara em Hogwarts, o rosto afogueado das despedidas rápidas da mãe, que parecia querer despachá-la o mais depressa possível.

O coração de Cora doía; o pai não aparecera para se despedir dela, como fizera no primeiro ano e como faria no segundo, se não tivesse ido parar ao St. Mungus. Havia uma tensão entre os pais diferente dos habituais arrufos, algo que despertava ainda mais a curiosidade de Cora, a qual refreara desde os acontecimentos no baile dos Malfoy. Aurora parecia ainda mais atenta e rígida do que o costume, enquanto Eric parecia cada vez mais distante, apenas comunicando com a filha de longe a longe e por carta. A sua família apenas lhe causava transtornos e, por isso, Cora nunca se sentira tão feliz em regressar a Hogwarts.

Com Sarah ao seu lado, essa felicidade multiplicava-se, já que a amiga era a pessoa mais divertida e excêntrica que Cora conhecia.

- Onde é que a Haillee se meteu? - perguntou Sarah, parando bruscamente e fazendo a amiga embater nela - Ups, desculpa. A pirralha ainda agora estava à minha frente. Ei! Cachorro! Cachorro, viste a minha irmã?!

A figura alta e diferente de Sarah causava sempre impressão por onde passasse. Não havia muitos negros em Hogwarts e a sociedade continuava a ser bastante rígida com pessoas com outros tons de pele. A Hufflepuff não se importava com os olhares de lado, as provocações ou as eventuais tentativas de ataque. Rebatia sempre, defendia-se sempre e acabava por se envolver em brigas físicas... no mundo Muggle, porque em Hogwarts não precisava. Depois de agredir uma aluna, fora parar ao gabinete do Diretor. Em vez de castigada, Sarah vira-se frente a frente com Dumbledore, o qual queria saber a razão pela qual agredira outra menina. Quando se explicara, o Diretor prometera-lhe que resolveria o assunto sem ser necessário recorrer à violência. A partir daí, Sarah prometera ao Diretor nunca mais tocar com um dedo em ninguém, passando assim a reportar qualquer situação que ocorresse, sem medo.

Sarah não tinha medo de nada e era isso que Cora mais admirava nela.

- Texuginha! - saudou Sirius, a quem Sarah se dirigira com petulância- Cresceste desde a última vez que te vi... Sabes o que isso quer dizer?

- Oh por favor! - a mais nova estendeu-lhe uma moeda, irritada - Essa aposta era desnecessária!

- Tu é que a quiseste fazer. - o rapaz piscou-lhe o olho, lançando os cabelos lisos para trás - Perdeste. Aceita a tua derrota com dignidade. Olá Cora! - a ruiva acenou-lhe, ciente de que Sirius não reparara na sua presença até ela pigarrear, os olhos castanhos nunca abandonando o rosto de Sarah - O Remus está com o James e o Peter no segundo compartimento à direita.

- Obrigada...

- Sirius, foca-te! - Sarah estalou os dedos à frente do nariz do amigo, que pestanejou, o sobrolho franzido - A minha irmã. Haillee. Viste-a?

- Sim sim, ela passou por mim, mais umas miúdas da idade dela...

- Onde? Fala criatura!

        Sirius balbuciou qualquer coisa que Cora não entendera, mas Sarah sim. Com a sua habitual indelicadeza, a Hufflepuff afastou o Black do seu caminho, seguida de perto pela Ravenclaw. Esta fitava as costas da amiga com a sobrancelha erguida, um ar de espanto no seu rosto.

- Desde quando Sirius conhece a tua irmã? - perguntou, aproximando-se dela.

        Sarah engasgou-se. Um lampejo do que pareceu embaraço tomou conta da sua expressão, a boca abrindo-se e fechando à medida que procurava responder sem gaguejar:

- Bem... Ele... Ele precisava de um sítio para fugir durante as férias de Verão e eu... Deixei-o passar lá uns dias.

          Os olhos âmbar de Sarah fitaram por breves instantes os safira da melhor amiga. Esta nada disse, assentindo sem se pronunciar. Aquele mero gesto significava muito para Sarah; não era qualquer pessoa que ela confiava o suficiente para contar a sua história, a doença da mãe e muito menos mostrar a pobreza com que as Hufflepuff viviam. Não era exatamente por vergonha da sua situação, apenas prezava a sua privacidade e, principalmente, queria proteger a mãe a todo o custo.

- Ele foi muito simpático com a Haillee. - comentou a Hufflepuff, esboçando um sorriso de lado.

       Cora sorriu de volta. Confiava no discernimento da amiga para confiar em Sirius Black e presenciava todos os dias a amizade entre eles. Se Sarah permitira que ele entrasse na sua vida daquela forma, então era porque ele merecia.

          Ou talvez porque Sarah começava a ter uma paixoneta pelo caminho, a julgar pelo sorriso no seu rosto. A Ravenclaw tapou a boca com a mão, rindo discretamente.

- Haillee, aqui estás tu!

        Por ser tão protetora da família, Sarah tinha alguma dificuldade em ter Haillee a ingressar em Hogwarts pela primeira vez. Ficara muito feliz quando a irmã recebera a sua carta mal atingira os onze anos, comprovando assim que era uma bruxa como a sua família adotiva. Contudo, não conseguia deixar de se preocupar com o que a mais nova poderia passar: com os seus traços exóticos, os cabelos encaracolados, a pele caramelizada e os lábios cheios, Haillee não se assemelhava a uma típica criança inglesa. Para além disso, era adotada, não tendo por isso um estatuto sanguíneo definido. Dificilmente a informação de que Haillee era adotada iria passar despercebida em Hogwarts, já que tudo se sabia e tudo era motivo para os puros-sangue e preconceituosos fazerem a vida negra às suas vítimas. Assim sendo, Sarah não conseguia evitar sentir o coração apertado, querendo proteger a irmã a todo o custo.

Haillee, por outro lado, estava felicíssima. Por mais que amasse a irmã e a mãe, conhecer pessoas novas era tudo o que ela mais queria. Quando Sarah irrompera pelo compartimento onde estava adentro, a mais nova erguera de imediato a cabeça, com um sorriso animado no rosto.

- Mana, estas são Amara e Martha! - apontou para as gémeas com quem estivera a conversar, que acenaram educadamente na direção da mais velha - Estávamos agora mesmo a falar...

A Hufflepuff deixou de a ouvir, vendo Haillee tagarelar animadamente como se a vida fosse feita de algodão-doce e unicórnios. Ela sempre fora assim, pensou Sarah, suspirando. Dinâmica, tagarela, confiava facilmente nas pessoas e Sarah temia que um dia isso lhe saísse caro. No entanto, tinha de deixar a irmã viver e não podia protegê-la de tudo, por mais que quisesse.

- Ela vai ficar bem. - assegurou-lhe Cora, pousando uma das mãos no seu ombro - Tem a tua garra e a tua coragem. Não te preocupes.

- Impossível. - resmungou Sarah, acenando brevemente à irmã, que estava demasiado ocupada a conversar para a ver - É a minha irmãzinha. Vou sempre preocupar-me.

**
As duas melhores amigas adentraram o compartimento, seguidas por Sirius. A Ravenclaw sentou-se à frente de Remus Lupin, saudando o amigo com um sorriso gigante no rosto, enquanto Sarah e Sirius permaneceram de pé, discutindo sobre uma qualquer aposta que estavam prestes a fazer.

- Já terminei todos os livros que me emprestaste. Eu nem acredito que estive estes anos todos a perder a maravilha que é a literatura Muggle!

- Olá para ti também, Cora. - respondeu Remus, esboçando um sorriso contido.

As bochechas do Lupin ruborizaram ao vê-la conversar, descontraída e tranquila como raramente a vira. Estava tão concentrada em Remus que nem sequer reparara em quem estava ao lado dela. Por breves instantes, o coração de Remus bateu mais depressa, esperançoso. Cora Ravenclaw soltou um suspiro, terminando o seu monólogo que o menino achara absurdamente encantador.

- Cora! Olá!

A voz de James Potter fê-la enrubescer, inevitavelmente. Virou-se na sua direção, esboçando um sorriso contido e um olhar de soslaio, não se demorando o tempo que gostaria a admirar os seus bonitos olhos verdes, os óculos redondos que escorregavam pelo seu nariz abaixo, os cabelos negros desgrenhados num desalinho que ela apenas achava encantador nele. Acenou brevemente, sentindo os cabelos ruivos balançarem com o movimento. Em vez dos longos cabelos compridos, cortara-os pelos ombros após o baile dos Malfoy, numa tentativa de parecer mais nova, mais infantil, mais... ela. Para sua surpresa, James parecia ter-se engasgado, os olhos arregalados enquanto a observava.

- T-Tu estás muito bonita. - disse o Grynffindor, com a sua habitual audácia - Nunca te tinha visto de cabelos soltos... Nem cortados assim. Fica-te muito bem.

Cora não lhe respondeu, encarando-o com um ar surpreendido. Os olhos safira viraram-se para encarar a porta, onde um rebuliço se fazia ouvir, atraindo a atenção de todos. Lily Evans atravessou o corredor, o queixo erguido, seguida por um rapaz cujo nariz sangrava, a expressão de dor bem presente na sua cara. Embora não conhecesse bem Lily, sabia que a outra ruiva não deixava nada por dizer ou fazer caso alguém a tratasse mal, coisa que acontecia com frequência por ser filha de Muggles. Grynffindor dos pés à cabeça, Lily era uma rapariga que Cora não se importaria de conversar, apesar de sempre roubar as atenções de James. Claro que voltara a acontecer, Cora tinha a certeza. Se se voltasse, veria os olhos de James brilhantes ao ver Lily Evans passar por si.

Contudo, ao virar-se para ele, viu os olhos de James fixos... nela.

- Como foi o teu Verão? - perguntou James, chegando-se para junto dela com um sorriso tímido no rosto.

As suas bochechas coraram, traidoras.

**

A Seleção tinha há muito começado mas Cora não ouvirá praticamente nada. O seu coração de adolescente não parava de bater fortemente, os pensamentos ainda presos ao que acontecera momentos antes.

Pela primeira vez em três anos, era com Cora que James conversara o caminho todo até Hogwarts. A sua atenção estivera apenas nela... e só nela.

Soltou uma risadinha, tapando a boca com a mão ao receber olhares desaprovadores dos colegas de Casa. Ao seu lado, Pandora erguera uma sobrancelha, questionando-a em silêncio. Pigarreando, Cora recompôs-se, focando-se no que era mais importante para si: a escola.

- Smith, Haillee!

A Ravenclaw fitou a irmã de Sarah, erguendo o polegar na direção dela quando a viu encará-la. Pela forma como mordia o lábio, Haillee estava claramente nervosa, relaxando ligeiramente ao ver uma figura familiar tranquilizá-la. Na mesa dos Hufflepuff, Sarah roía as unhas, ansiosa. Se Haillee ficasse nos Hufflepuff, poderia ficar de olho nela e estaria mais protegida; apesar dos seus defeitos, os Hufflepuff continuavam a ser os mais bondosos e os mais leais, mesmo com a sua Herdeira, a quem não tinham em boa conta. As outras Casas poderiam ser mais cruéis com Haillee e Sarah não queria isso.

A filha adotiva de Helga Hufflepuff sentou-se na cadeira, o Chapéu Selecionador pousando suavemente na sua cabeça. Por breves instantes, fez-se silêncio. O veredicto não durou muito tempo a chegar.

- GRYNFFINDOR!

**

Nessa noite, Cora deitou-se cedo. Fora um dia longo, cheio de emoções contraditórias e ela não sabia geri-las muito bem. No dia seguinte seria o primeiro dia de aulas e a Ravenclaw estava mais do que motivada, a matéria toda em dia, os livros marcados com a informação necessária, as penas novas e os papiros prontos a serem estreados. Era o primeiro dia de um novo ano, mais um rumo ao seu futuro promissor.

Nessa noite, Cora não dormiu, acordando vezes e vezes sem conta aos gritos, os cabelos colados na nuca devido ao suor, os lençóis caídos no chão do tanto que se mexera. A sua sorte era ter duas colegas de quarto com um sono pesado. Arfante, caminhou em direção à casa-de-banho, abrindo a torneira de rompante e esfregando o rosto com a água corrente, desesperada. Os vestígios do mesmo pesadelo repetiam-se mesmo enquanto estava acordada, atormentando-a. O que se passava com ela? Não era a primeira vez que aquilo lhe acontecia, não desde...

Cora encarou o seu reflexo.

O baile.

O baile mudara tudo.

Porque os seus pesadelos eram sempre preenchidos pela figura gélida e altiva de Tom Riddle. Ou Voldemort, como ele preferira ser chamado. Era sempre ele, a mão estendida, aliciando-a com palavras ditas numa língua que ela não entendia.

E no fim, acabava sempre com ela de varinha erguida...

A matar alguém.

Na primeira noite, fora uma figura sem rosto. Na segunda, a figura de Aurora, jazia no chão vítima da Maldição da Morte lançada pela própria filha. Eric. Sarah. Remus...

Naquela noite, James Potter.

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