Capítulo 3 ✨ UM POUCO DE SOLIDÃO NÃO FAZ DIFERENÇA.
Edany Sans
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Não posso dizer que não tentei. Pois no momento em que você está de frente para uma pessoa arrogante te perguntando de suas experiências você só tem um "Aprendi com meu pai" como resposta, acabava me calando e desistindo de mais uma entrevista.
Arrumar emprego na França é realmente complicado. Na verdade, quase todos os lugares devem ser assim... Porém, digo que deve haver alguém tramando contra mim, porque nada dá certo?
A maioria das pessoas querem confiança, querem um currículo impecável e você sendo estrangeira acaba dificultando ainda mais a situação.
— Eu... É... — A mulher de aparência impecável me olha com desdém.
— Não tenho experiência.
— Está bem. — Se ajeitou na cadeira esticando os braços na mesa e unindo as mãos.
— Recomendação você tem?
— Não, mas meu pai já trabalhou aqui. — Ela me olha surpresa, pega meu currículo e analisa ele por uns segundos.
— Seu pai era o Francis Smith? — Concordo com um aceno de cabeça.
— Realmente ele é bom no que faz... — Ela suaviza a postura. — Mas onde está ele? Você ainda tem 16 anos, certo?
Abri a boca e a fechei por várias vezes. Como você vai dizer: — "Estou sozinha e meu pai morreu faz uma semana e meia". E quem se importaria com isso?
— É. Eu não, na verdade são dezessoito... — Devo ser rude ou não? Opinei por silêncio que é a maneira sábia de se dizer que não é o assunto do momento. Abaixei a cabeça, ainda se trata de um assunto doloroso.
— Ah tudo bem, assunto pessoal. — Ela abana as mãos para afastar o constrangimento de dentro do ambiente.
— Não é a primeira morta de fome que emprego neste restaurante… — ouvir seus resmungos que me fez xingar internamente, desejando enterrar a caneta em sua goela.
— É que ele não costuma faltar. — Ela completa mantendo a expressão de "Me desculpe, eu sou esnobe demais para me simpatizar com um nada" estampado na cara seca dela.
— Eu sei, ele ama o que faz. — Digo tentando transparecer tranqüila, porém a dor tomava conta do meu corpo e ela havia notado, pois ficou pensativa.
— Está bem. — Ela diz se levantando da cadeira. — Entraremos em contato.
— Okay.
Sai as pressas dali, meus olhos carregados eu precisava me aliviar, chorar abraçada a alguém... Mas quem?
Estou sozinha.
— Hei, moça! — Alguém me chama do fundo do restaurante. Mas não parei, eu não queria que me vissem nesse estado.
Corri o mais rápido que consegui aguentar, ainda com a sensação de estar sendo seguida. Entro em um ônibus que estava com as portas quase se fechando, sentei em um banco qualquer e pela janela vejo um homem vestido de ¹Dólmã na esquina.
Virei meu rosto para ninguém presenciar as lágrimas e o choro silencioso por estar em local público. Aguentei segurar o nó que se formou na garganta. Depois de cinco minutos, peguei o dinheiro da bolsa, paguei e desci em frente de casa.
Abri a porta com certa urgência, me tranquei e comecei a chorar. Subi para o quarto tomar banho e parei de frente para o espelho, olhos fundos e escuros com olheiras, estou mais magra e meu cabelo sujo e desidratado. Lembro quando minha mãe ajudava a fazer meus penteados para a escola ou quando me dava um abraço apertado.
— Como você me faz falta mãe. — Entro debaixo do chuveiro frio, não me importando com a dormência no corpo. Mais uma vez chorei. Chorei com o enorme vazio no peito que toma espaço a cada dia.
Deixo meus joelhos dobrarem e escorrego as costas na parede áspera, chamuscada de cimento que arranharam a mesma. A ardência me fez sentir certo alívio, ao qual não consigo explicar... Mas era bom.
Minha mente pedia descanso, pedia um basta, e mesmo assim nada poderia surtir efeito.
— Você Edany, deixará de ser idiota! — Seco as lágrimas em frente ao espelho ainda com o corpo molhado envolto numa toalha de cor roxa.
— E voltará a ser feliz. — Limito a um sorriso forçado, depois me dirijo para o quarto trocar de roupas. Coloco um pijama rosa com desenhos de nuvens brancas e deito. Passei a tarde inteira ocupada com lágrimas.
— Preciso ser forte. — Digo minutos antes de adormecer com a luz da Lua entrando pela janela.
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Foi mais curto do que eu costumo escrever, mas talvez... Eu disse TALVEZ no próximo teremos algo bom.
Gente, torcemos aí pela Dany!!!! Beijo até o próximo capítulo 😘
Dicionário:
DÓLMÃ: Uniforme de cozinheiro.
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