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Capítulo 2

Capítulo 2

Miguel

(Algumas horas antes de encontrar com Alessandro)

— Um menino tão bonito.

Os dedos do bêbado desgrudaram meu cabelo e levantaram meu queixo. Seus lábios se abriram em um sorriso cheio de dentes. Muitos dentes. Muito grande. Ele sorriu porque encontrou sua razão para sair da floresta e eu sorri de volta porque ele não sabia o que estava por vir.

— É tarde para você sair sozinho. — Seu sotaque europeu indefinido era quebrado e empolado. Eles vinham para essa parte cidade com frequência, geralmente em grupos de três ou quatro, às vezes oito ou dez, mas esse número alto era raro. Chamaria muita atenção. — Sua mãe não vai ficar preocupada?

— Eu não tenho mãe — respondi. Era verdade. A única gota de sinceridade que esse homem teria de mim.

— E seu pai? — Eu conhecia a luz em seus olhos. Vinha de algo mais sombrio do que qualquer um dos becos escuros nas entranhas da cidade.

Levantei a mão e apontei para o bar do outro lado da rua. Algumas letras no letreiro néon foram apagadas, então se lia: B r do Jo a.

— Ah — ele disse em um tom de compreensão, recostando-se contra a parede. — E ele deixou você aqui sozinho?

— Ele não gosta de mim quando bebe.

— Você deve se sentir sozinho — disse ele em um tom de falsa simpatia. Sua respiração de uísque saiu de sua boca em uma nuvem nociva de ar branco, efeito do frio. Eu sabia exatamente o que ele queria comigo, e eu tinha esse conhecimento profano por muito tempo para minha pele até tensionar mais. O ódio, no entanto. Isso nunca desapareceu.

Felizmente para as outras crianças nas ruas do centro velho de São Paulo, naquela noite, o "bafo de uísque" me encontrou.

Eu balancei a cabeça em afirmação, e ele empurrou a parede, as mãos enfiadas nos bolsos de sua jaqueta de couro irregular. Era gasta e bem usada, mas parecia que ele tinha pago muito dinheiro para fazer com que parecesse assim. As manchas eram novas e tinha uma caveira e ossos cruzados. Eu sempre gostei de caveiras.

— Nós poderíamos sair daqui — ele ofereceu. — Se você quiser alguma companhia.

— Onde? — Eu perguntei, fingindo estar hesitante. Os predadores sempre gostam de um pouco de perseguição. Ele não era minha verdadeira presa, mas toda caça bem-sucedida exigia isca e ele se encaixava bem na conta.

Ele olhou em volta, como se ele tivesse um destino em mente. — Acho que passei por um restaurante não muito longe daqui. Eu vou comprar um sorvete para você.

Meus lábios se curvaram em um sorriso que eu não consegui segurar por mais tempo. Não havia nenhum restaurante perto de lá, apenas um motel barato e um beco vazio. "Bafo de uísque" virou-se, mas não antes de eu ver o brilho de excitação em seus olhos azuis pálidos. Ele pensou que ele tinha encontrado alguma presa fácil.

Eu o segui pela rua cheia de gente, passando por alguns olhos errantes que olhavam para nós, mas não faziam nada para intervir. Talvez eles achassem que ele era um membro da família, ou talvez eles estivessem todos muito aborrecidos para dar uma merda. Havia uma razão pela qual ele escolheu essa parte da cidade como sua área de caça. Uma razão diferente que eu escolhi para a minha.

Quando percebi que ele estava indo para o motel, parei de andar. O olhar em seu rosto dizia que ele estava preocupado que eu tivesse percebido seu blefe. Eu coloquei um sorriso inocente e me perguntei se alguma vez houve um tempo em que a inocência era mais do que uma expressão que eu pratiquei no espelho. — Há algo que eu quero mostrar a você — eu disse em uma voz de bebê.

— Onde? — ele perguntou, olhando em volta.

Meu sorriso se alargou em um sorriso e eu entrei nas sombras do beco. Parecia passar por um portal. Eu escorreguei um pouco mais para trás até que pude sentir a proteção da escuridão se aproximando de mim. Fechei meus olhos e me deixei engolir pelas sombras.

— Garoto? — "bafo de uísque" grunhiu, chutando uma lata de lixo enquanto ele tropeçava na escuridão. — Que porra tá acontecendo?

Eu respirei fundo e comecei a gritar no topo dos meus pulmões. A isca estava no lugar. Agora eu só tinha que continuar com o roteiro.

— Que merda é essa? — "Bafo de uísque" rosnou. — Pare com isso!

O lixo caiu na parede de tijolos enquanto ele corria em minha direção. Eu me virei e comecei a correr, meus tênis batendo no paralelepípedo. Continuei gritando até que a mão dele envolveu a parte de trás do meu casaco, me puxando para fora dos meus pés. Sua mão suja ao redor da minha boca abafou meus gritos e suas amargas maldições afogaram minha voz.

Mordi com força na mão dele e assim que o sangue dele encheu minha boca, ele soltou um grito de dor e me deixou cair. Eu bati no chão com força e meu joelho latejava. Antes que eu pudesse ficar de pé, sua mão fechou ao redor do meu tornozelo. Ele puxou com força e a parte de trás da minha cabeça bateu no chão quando meu corpo saiu do chão e voltou. Meus ouvidos começaram a tocar e minha cabeça vibrou e cantou como um gongo, mas uma sombra mais escura que a escuridão colidiu com o "bafo de uísque" e ambos atingiram a parede oposta com um clamor de latas de lixo e caos.

Eu fiquei de joelhos e enfiei os dedos nos sulcos irregulares da calçada enquanto o chão se inclinava para baixo de mim. Meus ouvidos estavam tocando ainda quando me levantei e escutei a luta acontecendo à minha frente. Um grunhido animalesco ecoou pelo beco estreito, abafando o ruído estridente em meus ouvidos, e ouvi um ruído molhado. Um grito abafado foi interrompido e seguido por um baque pesado, depois um rosnado baixo.

Desumano. Eu conhecia bem o som. Minha presa estava na armadilha.

— Por favor — eu sufoquei em um tom de medo, recuando contra a parede e fazendo o meu melhor para parecer o menor possível. — Não me machuque.

Por um momento, não havia mais palavras na escuridão. A sombra de um homem emergiu e se aproximou. — Eu não vou te machucar. — A voz ainda era áspera como a do animal que ele tinha sido momentos atrás, mas havia simpatia naquele tom de cascalho. — Você está seguro agora.

— Você o matou.

Mais silêncio. Então — Qual é o seu nome, garoto?

— Miguel — eu respondi. — Quem é você?

Eu podia sentir sua hesitação quando ele finalmente entrou em um raio de luz. Apenas a metade esquerda arranhada de seu rosto era visível, mas eu sabia pelo brilho dourado de seus olhos, que "bafo de uísque" não era o único monstro no beco naquela noite.

Três é uma multidão.

— Venha comigo — disse ele suavemente, estendendo a mão. Eu olhei para a palma da mão dele, ainda salpicada de sangue. Algumas delas estavam secas. Esta não foi sua primeira caçada da noite, mas estava prestes a ser sua última. — Eu vou te levar de volta para casa.

— Eu não tenho uma casa. — Minha voz falhou. Eu nem precisei mais fingir. Parte do medo era real.

Meu salvador ficou em silêncio. Sombra, decidi chama-lo. Seu nome não importava e eu sabia que ele não diria de qualquer maneira.

— Está tudo bem, — disse ele, baixando o tom. — Você pode vir comigo. Eu conheço pessoas que irão ajudá-lo.

Eu tinha certeza que ele conhecia. Eu estava contando com isso. Finalmente, peguei a mão dele e deixei que ele me tirasse daquele beco. À luz da rua, pude vê-lo claramente. Ele tinha cabelo castanho curto e pele bronzeada. Olhos escuros e gentis que piscaram sobre mim em genuína preocupação. Eles pareciam marrons quando o luar não estava refletindo neles.

Por todas as contas externas, ele parecia um homem perfeitamente normal, e ele tinha feito um trabalho decente de se livrar do sangue em torno de sua boca. Ele deixou apenas uma mancha, no entanto. Nada que um estranho andando pela rua escura notasse. Não havia razão para pensar que uma criança traumatizada saberia o que ele realmente era.

— Vamos — disse ele, acenando para eu segui-lo. Eu fiz, todo o caminho até outro bairro. As casas eram modestas, mas estava muito longe dos campos de caça encardidos que eu chamava de lar.

Sombra parou em uma casa de dois andares com tinta branca descascada e tirou um conjunto de chaves. Ele abriu a porta e tirou os sapatos perto da entrada. Havia outros três pares: botas de trabalho masculinas, um par de sapatos femininos pretos e um par de pequenos tênis azuis e vermelhos com cadarços listrados. Quando vi os tênis, meu estômago revirou.

Pela primeira vez naquela noite, senti algo além do tédio. Não foi exatamente culpa. Não era uma emoção que eu entendia ou pensava que era capaz de sentir, mas o que quer que fosse, se instalou pesadamente na boca do meu estômago como um pedaço de pão mal mastigado.

A casa cheirava a purificadores de ar. Havia pelos por toda parte, no piso de madeira maciça, em aglomerados pela esquina e por toda a parte de trás do sofá de camurça bege. As escadas pareciam frágeis e uma jaqueta estava sobre a grade desbotada. Eu podia ouvir as pessoas no andar de cima, conversando. Um segundo depois, uma mulher desceu as escadas, deu uma olhada para mim, depois para Sombra, e o entendimento penetrou.

— Outro, Beto? — ela perguntou em um tom exasperado.

Não. Merda. Eu não queria saber o nome dele. Eu não gostava de saber seus nomes.

— Ele estava abalado — ele resmungou, como se já soubesse que estava em apuros por levar para casa uma criança de rua. — Eu não podia deixá-lo sozinho.

Uma sensação como uma faca fria penetrou fundo em minhas costelas e queimou. Isso era culpa depois de tudo? Ou talvez pavor. De qualquer forma, fiquei em silêncio enquanto fui conduzido para a cozinha e sentado à mesa. A mochila de uma criança estava pendurada nas costas de uma das quatro cadeiras desencontradas e uma tigela de cereal frio foi colocada na minha frente antes que o homem e a mulher entrassem na outra sala para conversar.

Eu podia ouvi-los discutindo atrás de uma porta fechada pelo corredor em voz baixa. A voz dela subiu acima da dele, mas eu não consegui entender as palavras. Eu não precisei.

Não importava.

A caça estava quase no fim.

As janelas quebraram e eu permaneci sentado enquanto os homens de preto entravam, apenas olhando para o meu cereal intocado para que eu não tivesse que olhar para eles. Os flocos multicoloridos subiam e desciam na superfície do leite como pequenos navios em um mar branco espumoso. Eu ouvi os passos na escada e levantei minhas mãos para os meus ouvidos, apertando com força.

Não foi o suficiente para silenciar o primeiro grito, mas foi embora. Os rosnados desumanos não duraram muito antes de serem abafados pelo tiroteio. Um corpo bateu no chão. Então outro. Uma criança gritou e eu pressionei minhas mãos com mais força na minha cabeça, forte o suficiente para parecer que ia explodir.

Pelo que pareceu uma eternidade, o andar de baixo permaneceu vazio, até que os dois primeiros homens de preto desceram, arrastando um corpo bem embrulhado em um saco de lixo pelas escadas. Eu me levantei da mesa. Eu não queria ver o um pequeno saco passando por mim.

Meu trabalho foi feito. Eles não sentiriam minha falta.

O ar parecia veneno, pesado com a toxicidade da morte, então prendi a respiração e engasguei no momento em que saí do bairro de casas velhas e malconservadas. As ruas estavam mais silenciosas do que antes. Os caçadores estariam longe quando alguém chegasse.

Caminhei até não mais reconhecer as ruas de memória. Já passava da linha frágil da terra de ninguém que existia entre o centro e as ruas onde drogados se acumulavam na calçada. Caçar na cidade em si era uma missão suicida, mas eu sabia que os lobos veriam exatamente o que Beto tinha visto: uma criança indefesa perdida na expansão de concreto.

Uma rua se tornou a próxima e todas as placas de neon começaram a se tornar fitas coloridas na minha visão periférica. Eu pressionei minha mão no tijolo frio e deixei-o arrastar, raspando o sangue junto com a camada superior da minha pele até que as pontas dos meus dedos estavam cruas e sangrando. Eu me perguntei quanto tempo levaria para chegar ao osso.

Eu estava perto de descobrir quando ouvi isso. Música. Música fraca e trêmula que parecia vir de todos os lugares e de lugar nenhum ao mesmo tempo. Eu mudei de direção e comecei a seguir a música com meu coração, não com meus ouvidos. Isso me levou para dentro e para perto de um parque meio abandonado até encontrá-lo.

O menino. Ele era pequeno, com cabelo castanho-escuro bagunçado e olhos tão azuis. Suas roupas estavam cobertas de sangue e a camisa era grande demais para ele, combinava com seus tênis e as mãos ensanguentadas ao seu lado que eram comicamente superdimensionadas por sua constituição leve. Seus olhos eram ainda maiores, e o azul neles foi engolido em preto assim que ele me viu.

Eu olhei para o corpo atrás dele e voltei para o seu rosto congelado em choque. Era um rosto bonito, mesmo que houvesse sangue borrado nele. — Você o matou.

Ele olhou para mim por um pedaço de eternidade e sua resposta foi. — Sim.

E assim, eu sabia que tudo seria ... diferente.

**

Olá lobinhes,

Tenso. quem diabos é esse Miguel? se ele fizer mal pro meu bebê Alessandro... aaaaaaaaaaaa. 

Cliquem na estrelinha. deixem seu comentário. sempre fico feliz em saber que acharam do capítulo.

bjokas e até a próxima att. 

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