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• Due

A estrada à nossa frente estava deserta, e eu seguia com o carro na velocidade permitida pela última placa vista alguns metros atrás. Laís estava sentada ao meu lado enquanto mexia no celular e comentava sobre as fotos que havíamos tirados no passeio feito na cachoeira que costumávamos ir.

A noite começava a chegar, e o céu tinha algumas nuvens espalhadas por ele, mostrando as primeiras estrelas que já começavam a aparecer.

— Era para termos saído mais cedo — Laís comentou depois de bloquear o seu celular. — Não gosto de viajar à noite.

— Verdade — concordo com a cabeça, sem deixar de prestar atenção na estrada. — Mas logo vamos chegar em casa.

Olho para minha esposa e seguro a sua mão enquanto começava a conversar amenidades com ela para que ela pudesse ficar mais relaxada, mas de repente, vi um animal parado na estrada, e num impulso, coloquei o carro para o outro lado, mas quando vi o clarão do farol do que parecia ser um caminhão, eu só ouvi o grito vindo de Laís.

E então, eu acordo.

Me sento na cama enquanto respiro fundo, eu estava suado e tudo ao meu redor parecia girar, pego meu celular e vejo que já passava das 3h da madrugada. O ambiente estava em um silêncio quase sufocante que é interrompido apenas pela minha respiração acelerada.

Respiro fundo mais uma vez e passo as mãos no meu rosto, tentando me recuperar daquele pesadelo que costumava aparecer como uma visita indesejada, sempre com os mesmos detalhes de dor e desespero.

Viro o rosto e olho o espaço vazio ao meu lado da cama, o travesseiro permanecia intacto do mesmo jeito que eu sempre deixei desde quando eu me permiti entrar naquele quarto mais uma vez. Dou um suspiro de tristeza, e o peso da saudade atinge o meu peito como uma faca afiada.

A ausência dela era devastadora, e ocupava um lugar na minha mente que nenhuma memória parecia ser capaz de preencher. Às vezes, o sonho parecia tão real que, por alguns segundos, eu acreditava que ela estava lá, viva e ao meu lado, mas quando eu despertava, a verdade me atingia em cheio.

Me levanto e sigo até a janela, abro a cortina e avisto a noite majestosa do lado de fora, abro a janela parcialmente e vejo uma chuva fraca caindo trazendo um clima frio para dentro do quarto enquanto as lembranças daquele fatídico dia vinham como um filme em preto e branco: a estrada, o acidente, as consequências e o vazio que se seguiu desde então.

Eu sabia que precisava seguir em frente, mas aquele dia trágico havia me tirado uma das pessoas mais importantes da minha vida assim como o brilho dos meus olhos.

Nada mais importava.

Fico ali, observando a escuridão do lado de fora por um longo tempo, enquanto a vida continuava a parecer uma estrada interminável e deserta. O cansaço começa a pesar sobre mim, e decido ir me deitar para tentar dormir sem que esse pesadelo venha me atormentar novamente.

Sei que a noite será longa, mesmo assim me deito, puxo o cobertor sobre meu corpo tentando encontrar algum conforto, mas tudo parece vazio, e o quarto logo mergulha em um completo silêncio.

Respiro fundo e fecho os olhos, tentando afastar os pensamentos que insistem em aparecer. "Amanhã vai ser um novo dia", eu torço, embora eu duvide disso. Sei que a dor não vai embora, fica apenas adormecida, às vezes ela acorda e me golpeia com força, mas não há nada que eu possa fazer a não ser aceitar os seus golpes.

Olho para o teto e suspiro antes de fechar os olhos, e fico ali, imóvel, torcendo para que o sono venha e me faça dormir, nem que seja por algumas horas.

Ouço o despertador tocar, mas já estou acordado há alguns minutos enquanto encaro o teto, procuro por algum ânimo para encarar o dia, mas sei que não será fácil, como nunca é.

Me levanto da cama, e sinto os meus ombros tensos, não vi a hora em que fui dormir, mas sei que não consegui descansar. A minha mente ainda estava agitada e os pensamentos estavam em uma completa desordem que eu não conseguia arrumar. Caminho em direção ao banheiro enquanto retiro o meu pijama, coloco a roupa no gancho que havia no cômodo e avisto o meu reflexo no espelho manchado, meus olhos estavam inchados e eles me olham de voltam com uma expressão vazia.

Entro no box e ligo o chuveiro, e rapidamente adentro debaixo do jato de água gelada que caía ali sentindo o meu corpo relaxar por um momento, dou um suspiro longo e penso nos últimos anos que se passaram onde nenhum deles havia sido fácil.

Termino o meu banho e pego a toalha para enxugar o meu corpo por completo, e enquanto me enrolo no tecido, retorno para o quarto torcendo para que o dia seja menos doloroso. Pego uma roupa limpa no armário e me visto calmamente, e depois de me vestir, saio do local e desço as escadas enquanto ouço as vozes vindo da cozinha.

Caminho devagar até o cômodo e ali vejo minha família reunida na mesa, meu pai, Antônio, estava sentado na cabeceira e tomava um gole do seu café preto que não poderia faltar para ele nas manhãs. Ele levanta o olhar para mim ao notar a minha presença e me observa com cuidado, desde que Laís se foi, ele se dispôs a vir à minha casa todos os dias para tomar café comigo, não que fosse um problema para ele, afinal, nossas casas eram separadas apenas por uma parede, nossos quintais eram juntos e mantínhamos um portão que conectava os dois espaços.

— Bom dia, filho — ele me cumprimenta com um sorriso, como se tentasse aliviar o peso do silêncio que ainda insistia em ficar desde a perda da minha esposa.

— Bom dia, pai — cumprimento de volta, tentando disfarçar o nó que formava na minha garganta.

— Dormiu bem?

— Nem tanto, tive mais um pesadelo — confesso depois de me sentar na cadeira em frente ao meu irmão mais velho, Augusto, que me observava com cuidado.

Sua esposa, Raíssa, estava sentada ao seu lado, e franziu as sobrancelhas, mas não falou nada. Era o jeito dela, assim como meu irmão, sempre analisando ao redor, mas raramente se envolviam diretamente na situação, mas eu sabia que eles sempre estariam ali para o que eu precisasse.

— Sobre o quê? — meu pai pergunta com a voz cheia de preocupação, como se quisesse absorver o meu desconforto.

— Mais um com a Laís — dou um suspiro longo. — Sonhei com o dia em que ela se foi. É como se eu não conseguisse sair daquele momento.

O silêncio toma de conta da cozinha, meu pai deu mais um gole no seu café e segurou a xícara firmemente tentando ficar forte. Ele era o mais controlado quando o assunto era minha esposa, mas eu sabia que ele sentia tanto quanto eu.

— Vai passar — ele disse com a voz baixa. — Sei o quanto é difícil, mas vai passar.

Concordo com a cabeça, mesmo sem convicção. Pego um pedaço de bolo, e começo a comer sem muita vontade, as manhãs eram pesadas desde que ela se foi, e mesmo que eu tivesse o apoio da minha família, o vazio que Laís deixou ainda parecia ser impossível de preencher.

Meu pai, mais do que eu, sabia como era difícil perder alguém que amava. Lembro quando perdemos minha mãe para o câncer e o quanto ele ficou devastado com aquela perda, mas nunca o vi perdendo a fé, mesmo que nos primeiros anos tivesse sido horrível para todos nós.

Logo ouvimos passos se aproximando, e segundos depois vemos Helena, minha filha, aparecer no local. Ela usava um pijama de planetas que estava um pouco amarrotado e segurava a sua boneca de pano que sua avó materna havia feito para ela.

Com 7 anos, Helena estava cada vez mais parecida com a sua mãe, e todas as vezes que eu a olhava e via as sequelas causadas pelo acidente, a cicatriz que tomava quase a sua perna direita toda, e as manchas das queimaduras nos seus braços, eram como se as lembranças do dia que mudou as nossas vidas para sempre voltassem a me atingir com força.

Mas mesmo com todas as perdas, ela carregava uma alegria contagiante, seu sorriso inundava o nosso dia de alegria, como se ainda pudesse haver um resquício de esperança nesses anos dolorosos.

— Bom dia, Lenoca — meu pai a cumprimenta com o apelido carinhoso que ele havia lhe dado, enquanto ela caminha na minha direção dando um bocejo. — Dormiu bem?

— Bom dia — ela responde e abraça o meu corpo, fazendo com que, por um momento, os pensamentos tristes que me rondavam se dispersassem. — Sonhei com borboletas.

— É mesmo? — Raíssa pergunta com entusiasmo, e observa a sobrinha com carinho, como sempre fazia quando queria ouvir as suas histórias mirabolantes. — E como foi?

— Foi divertido, elas tinham asas coloridas e voavam perto de mim. Uma delas pousou na minha mão e me levou para um jardim florido, onde tudo brilhava.

— Que legal, Lenoca! — meu pai exclama com um sorriso orgulhoso pela sua neta.

— Foi sim — ela concorda e se senta na cadeira ao meu lado. — A mamãe estava lá, ela usava um vestido branco e parecia um anjo sorrindo pra mim.

Por um momento, o silêncio pousou sobre nós causando uma emoção. Eu tento não deixar as lágrimas caírem para que Helena não veja, e meu pai limpa a garganta enquanto Augusto pergunta para a sobrinha.

— Foi? E o que ela falou pra você?

— Ela disse que tá com saudade e que eu tenho que cuidar de você, pai. — Não consigo me segurar e uma lágrima desce pelo meu rosto, mas eu a limpo rapidamente. — Não chora, ela também disse que sempre vai estar por perto, mesmo que eu não veja ela.

Suspiro fundo, sentindo o calor das suas palavras preencher o meu peito. A dor ainda era imensa, e não havia nada que eu pudesse fazer para que ela fosse diminuída, mas naquele instante, a inocência de Helena me trouxe um conforto que eu não sabia que precisava.

— Ela está certa, meu amor — eu falo, ainda emocionado. — E nós também estaremos sempre aqui com você.

Helena concordou com a cabeça e pegou um pão doce que meu pai sempre trazia para a neta. Enchi o seu copo com leite e ela começou a tomar o seu café da manhã calmamente, e por um momento, o peso do meu peito diminuiu, sabendo que, apesar de tudo, minha filha era a razão pela qual eu precisava continuar.

Depois de tomar o café, Helena foi brincar com seus lápis e cadernos na sala, ela espalhou suas coisas pelo tapete enquanto cantava baixinho uma música desconhecida por mim. Era uma das suas atividades favoritas, e sempre que eu a via tão concentrada naquilo que ela gostava de fazer, eu ficava mais tranquilo.

Sigo até o meu quarto e me preparo para mais um dia de trabalho. Meu pai mantinha um estabelecimento que abria para o almoço, e durante a noite, funcionava como um bar e restaurante. Era um negócio de família que ele havia construído com muito esforço, e há alguns anos, eu havia assumido o cargo de chef principal, enquanto meu irmão assumia a parte administrativa.

Pego os meus acessórios importantes do dia, e os coloco dentro da minha mochila, anoto mentalmente os serviços que precisava fazer depois do almoço para que tudo ficasse meio encaminhado para a noite onde era o expediente mais intenso, especialmente nos fins de semana.

Quando estou quase pronto, ouço batidas na porta que me tiram dos meus pensamentos, e logo vejo o meu pai aparecer no local, ele já estava pronto para o trabalho, e usava as suas roupas simples sem deixar de ser impecável.

— Tudo bem com você? — ele pergunta com uma voz preocupada.

— Sim — respondo enquanto ajusto o relógio no pulso. — Alguns dias mais difíceis que o outro, mas preciso seguir em frente.

Meu pai me observa com um olhar de compreensão de uma pessoa que já havia passado por várias batalhas. Ele então se aproxima mais um pouco e coloca a mão no meu ombro me trazendo um certo conforto.

— Não precisa enfrentar isso tudo sozinho, filho — ele me fala com calma. — Sempre estaremos aqui para você.

— Obrigado, pai — eu respondo com um olhar de gratidão.

Seguimos de volta para a sala, e observo Helena concentrada no seu desenho, vou até ela para lhe dar um beijo na sua cabeça, e ela levanta o olhar para mim me dando aquele sorriso que me desconserta.

— Estamos indo trabalhar — eu aviso. — Comporte-se e lembra que eu amo você.

— Também amo você, papai — Helena sorri e olha para meu pai. — Tchau, vovô.

— Tchau, Lenoca.

Dou mais um beijo na sua cabeça, e vimos Augusto aparecer no local para nos acompanhar, e logo nós três seguimos para o restaurante. O caminho era curto, então seguíamos a pé, aproveitando para conversar e organizar os pensamentos, e não demora muito para que chegássemos no estabelecimento.

Meu pai abre o local, e nós três começamos a organizar as mesas, logo em seguida eu sigo para a cozinha, e ali era onde eu conseguia esquecer por um momento todos os problemas que rondavam a minha vida. Era como se fosse uma terapia, o ritmo para preparar os pratos e foco para deixá-los em perfeita ordem não me deixavam pensar em outra coisa.

Respiro fundo, e coloco o meu avental para depois adentrar no local. O aroma dos temperos frescos que vinham da horta que mantínhamos na nossa casa preenche o espaço, e naquela hora eu deixo todos os pensamentos pesados do lado de fora e coloco minha energia naquilo que eu mais amava fazer.

Eiii.. ✨❤️

Depois de anos, voltei.

Aqui conhecemos mais da família do Pedro, e inclusive vemos a dor que ele ainda sente por ter perdido a esposa. 🥺

Conhecemos também a mini querida, Helena. Esperam que ela seja uma personagem marcante? 🤗❤️

E como acham que a Heloísa vai conhecer o Pedro? 🤔 Quero teorias. 

Beijinhos 😘❤️

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