Prólogo
– Finalmente. – eu me encontrava sentado à janela do apartamento abandonado. Encarei a pessoa que havia me encontrado e dei um sorriso debochado, mesmo ferido como estava. – O que fez para me encontrar? Usou um feitiço de localização?
– Você nunca permitiria. – ela respondeu. Falava em voz baixa, como se tivesse medo que eu agisse. Em outros tempos eu o faria, com certeza, mas estava ferido, cansado e com poucos poderes para agir. Não. O tempo de fugir havia acabado.
– Tem razão. Porém já tem um tempo que baixei minha guarda. Você me encontraria mais rápido de tivesse usado um feitiço. – desviei meu olhar para a janela novamente. O céu estava estrelado como nunca, como em meus sonhos, quando eu conseguia chegar à minha terra. – Claro que não usaria um feitiço de localização. Requer um sacrifício e isso vai contra seus princípios, não é? – voltei a encará-la.
Estava mais bonita do que nunca. Eu podia sentir o poder emanando dela com a mesma facilidade com que havia sentido as ondas que os humanos emanam sem saberem. Foram essas ondas energéticas que me alimentaram por séculos, mas o preço estava ficando cada vez mais alto, até para mim. No fim era bom que ela não usasse esse tipo de recurso, fazia com que eu a amasse mais ainda.
– Não importa. Chegamos enfim ao nosso embate final e já é tempo de colocarmos os pingos nos i desta nossa empreitada. Veio sozinha?
– Vai fazer diferença se eu disser que não?
– Ah vai. – falei exibindo um sorriso. Eu queria me levantar, mas até isso requer uma força maior do que eu podia gastar. Havia um último ato a ser feito e não era sua hora ainda. – Quando ele chegar aqui, e ele vai chegar, vai entender. Ao contrário de você, ele não tem medo de usar um feitiço localizador. Seu colar te protege dessa magia, mas não a mim, e como eu já disse, minha guarda está baixa há muito tempo...
– O que isso quer dizer?
– Na hora certa vai entender. Antes que termine sua missão, há mais algumas coisas que precisa aprender. E meu tempo é curto, tanto quanto meus poderes. Está disposta a sacrificar alguns minutos para ouvir a história de uma criatura como eu? – como ela permaneceu em silêncio, eu apenas sorri. – Claro que está. Veio por isso, não foi?
– Saia da minha mente.
– Não estou nela. Não preciso. Você é muito transparente quando fica nervosa, Christine.
Olhei novamente pela janela. A lua brilhava em todo seu esplendor lá fora. Estava chegando o momento, mas ele estava atrasado e se tem uma coisa que odeio mais do que perder meus poderes, é esperar.
– Já que seu amigo está atrasado, vou começar nossa história. Bem, a minha. Você aparece nelas algumas vezes. Sua família também. Seu "amigo" também. O destino faz disso, às vezes. — digo pausadamente me lembrando de alguns dos momentos.
Ela fez um gesto em direção ao colar, me obrigando a agir rápido. Estiquei o braço direito em direção a ela e movi meus dedos, paralisando-a ali mesmo.
– Ainda não, minha cara. Vai ter tempo para isso. E prometo que não vou resistir como acha. Mas primeiro precisa entender as coisas. Sinto muito pela dor que vai sentir, mas precisa me ouvir. – e então Christine gritou.
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