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˖࣪ ❛ 19 DE JULHO DE 1978
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DEPOIS DE DEENA E JOSH colocarem Sam no banheiro e trancá-la, Ziggy e Luna estavam esperando por eles na sala de estar.

— Está aqui em algum lugar. — Ziggy repetiu baixinho, procurando algum tipo de livro em sua mobília. — Não é isso? — Luna perguntou, pegando um livro com capa marrom. — Sim .— Ziggy suspirou, levantou-se e viu Deena e Josh olhando para as duas.

Deena pigarreou e chamou a atenção de ambas. — Está tudo bem. — Josh sorriu para as adultas. — Ela está completamente presa no banheiro, então ela gosta, totalmente não pode sair agora, estamos bem. — acrescentou ele e logo os rugidos de Sam foram ouvidos em toda a casa.

— Sim, legal. Legal, legal. — ele se virou e para elas novamente com um sorriso.

— Você tem certeza que ela estava possuída pela bruxa e não está se tornando um lobisomem? — Luna perguntou sarcasticamente enquanto se sentava ao lado de Ziggy. — Sentem-se. — Ziggy apontou para o chão para Deena e Josh e eles obedeceram.

Ziggy abriu o livro lentamente ao ver a história que as páginas contavam. — Em Shadyside, o passado nunca é realmente passado. — disse ela, ainda folheando as páginas até que encontrou uma com uma foto.

Todo mundo estava tão quieto que você podia ouvir o tique-taque dos relógios. — Isso foi no dia 12 de julho. — disse Ziggy com a voz trêmula, colocando uma polaroid na mesa que estava diante deles. — Está tudo bem, posso ajudá-la a contar a eles. — Luna esfregou as costas e Ziggy acenou com a cabeça em resposta.

— O verão de 1978. O primeiro dia de acampamento. — Ziggy acrescentou, ainda com a voz trêmula, quase incapaz de continuar falando.

— Deixe-me continuar. Se você... Quiser... — disse Luna, percebendo que Ziggy quase não estava em condições de contar a história que traumatizou sua vida. Ziggy agarrou e recostou-se na cadeira. Quando Luna levantou a foto, eram Cindy e Ziggy paradas em frente à placa Asa Noturna do acampamento na entrada da propriedade do acampamento. Está foto retratou muito bem as personalidades e o relacionamento de Cindy e Ziggy.

Cindy tinha um sorriso no rosto e uma camisa pólo rosa. Ziggy estava com a camisa do acampamento e uma carranca com uma expressão de nojo no rosto enquanto se recostava na pedra, esperando que a foto acabasse.

Luna tirou uma foto do bolso de trás. Era semelhante ao de Ziggy, mas menor e tinha pessoas diferentes nele. Sua irmã Lila estava olhando para a câmera com um sorriso muito apagado.

Luna estava sorrindo brilhantemente com os dentes e suas duas tranças perfeitamente trançadas em seu cabelo. Ziggy suspirou profundamente.

— Uma semana depois, nossas irmãs estavam mortas. — Luna suspirou. Ela não admirava a foto há tanto tempo, ela quase tinha esquecido que Lila tinha cabelos loiros, assim como seu pai, cuja morte ela culpou o pai de Nick Goode. Ambas as mulheres passaram a contar a história de 19 de julho de 1978, o massacre de Camp Nightwing. Falaram sobre sangramentos nasais, ataques de machado, beijos, ossos da bruxa, pregar peças em Sheila com tinta vermelha, humilhar Nick Goode, fraturar tornozelos, perder entes queridos e trazer pessoas de volta à vida parecia uma história que você não deveria contar para alguns adolescentes que escalam através de sua janela.

— Isso foi em 19 de julho de 1978. — Ziggy terminou a história depois de cerca de meia hora contando detalhes sobre tudo.

— Cinco mil novecentos e trinta e sete dias atrás. — acrescentou ela. — Ziggy estava morta, Lila e Cindy também. Eu estava deitada ao lado de minha irmã e seu cérebro enquanto Nick Goode estava aplicando RCP em Z e a trouxe de volta à vida. — explicou Luna.

Deena e Josh olharam para as duas com surpresa. — Então você é a Ziggy? — Josh perguntou a ela enquanto ela olhava para elas.

— Vocês pensaram que ela era Cindy? — Luna perguntou a eles, criticando-os levemente, mas tentando não fazer com que se sentissem culpados. Com o passar dos anos, ela se adaptou a uma personalidade muito sarcástica.

— Contamos a todos a história de como nossas irmãs morreram. Como as duas se sacrificaram por nada. A história que acabamos de contar. Ninguém acreditou em nós. — disse Ziggy, sem tirar os olhos do livro que tinha nas mãos.

— E Nick? — Deena perguntou a eles. — Bem, você não se torna xerife por acreditar em histórias de fantasmas, certo? — Luna se virou para eles com olhos lacrimejantes, lembrando-se das boas lembranças que teve com Nick quando criança.

Eles costumavam brincar e Lila cuidava deles enquanto eles tinham chás e lutas de espadas.

— Ele era meu melhor amigo até que começou a se apaixonar por ela e me ignorou completamente. — Luna se virou para Ziggy com um leve sorriso idiota.

— Quero dizer, não é como se ela gostasse dele ou algo assim, mas ele ficou muito irritado com esse assunto. — ela riu, cheirando o nariz escorrendo e enxugando suas pequenas lágrimas.

— Ele vinha para nossa casa com sua família. Nossos pais eram próximos, mas eu não conseguia olhar para o rosto dele. Mas a primeira vez que o vi depois disso foi há algumas horas. Ele estava na porta, mas eu.... Meio que... O chamei de merda e o fiz sair... — ela acrescentou e Josh soltou uma risadinha.

— E você? — Josh perguntou a Ziggy. — Quando foi a última vez que você o viu?

Ziggy lembrou de todas as memórias que ela teve com Nick Goode. Nenhum deles era bom. Não como as que ela teve com Luna, pelo menos.

— Não pude mais vê-lo depois disso. — Ziggy balançou a cabeça, colocando-a nas palmas das mãos.

— Por uma noite, todos nós acreditamos que havia uma maneira de acabar com isso. Mas depois disso, não há fim para isso. — Ziggy levantou-se de sua cadeira enquanto outro despertador zumbia por toda a casa.

— Como eu disse, não há como acabar com isso. Sua maior esperança é deixar está cidade e torcer para que um ônibus não atropele você na saída. — disse Ziggy em um tom maldoso. — Zig... — Luna agarrou a mão dela para se acalmar.

— Encontramos o corpo. — Deena interrompeu a cena. Ambas, Luna e Ziggy olharam para ela com choque em seus rostos. — O que? — Luna perguntou baixinho.

— Sim. Perto da rodovia 5 na floresta entre Shadyside e Sunnyvale. — ela respondeu. — Não, isso não é possível. — Ziggy suspirou e se virou para Josh, que confirmou.

— Pode ser qualquer um! — Ziggy ergueu as mãos no ar. — Ziggy, que porra... — Luna foi interrompida por Deena. — Por que você acha que nosso amigo morreu? Ou Alice, Cindy e Lila? Os assassinos estavam atrás de nós porque encontramos algo que eles não queriam que encontrássemos. — Deena raciocinou, olhando nos olhos de Luna. — Você sabe que ela está certa. — ela sussurrou para Ziggy.

Ziggy ainda contornava aquele cantinho em que estava presa, tentando processar o que Denna estava dizendo a eles. — E a enfermeira Lane estava certa. Se reunirmos a mão com o corpo, podemos acabar com isso. E sabemos onde está o corpo, então tudo de que precisamos é a mão. O osso da mão ainda está enterrado sob a árvore pendurada? — Deena perguntou, quase com lágrimas se formando em seus olhos enquanto ela falava sobre a maldição que levou seus melhores amigos para longe dela.

— Sim. Quer dizer, ninguém pegou. Eu sei que fui a última pessoa a sair. — Luna disse a eles. Deena rapidamente pegou as chaves de seu carro e caminhou em direção à porta.

— Nós vamos te ajudar, mas vamos esperar por você aqui. Cuidaremos de Sam. — Luna deu um tapinha no ombro de Deena e deu um sorriso suave.

Deena rapidamente o transformou em um abraço e suspirou profundamente. — Nada de ruim vai acontecer com ela, eu prometo. — Luna sorriu e a abraçou de volta. — Eu sei como é pensar que você está prestes a perder alguém por quem está apaixonado. Eu sei que você tem um bom coração, Deena. Não vou deixar você passar por isso. Vamos ajudá-los, pessoal. — Luna sussurrou em seu cabelo.

— Obrigada. — Deena suspirou e olhou para ela novamente, agora se afastando do abraço. — Agora, saia antes que algo ruim aconteça de novo. — Ziggy as interrompeu e Deena saiu rapidamente com Josh.

Depois que fecharam a porta, Ziggy certificou-se de que havia trancado todas as portas e janelas novamente. — Luna? — ela disse enquanto trancava a última janela da cozinha.

— Eu ouvi o que você disse a Deena. — acrescentou ela. — O que? — Luna perguntou, imaginando onde estava o problema. — Você disse 'para perder alguém que você ama', certo?

— Merda, Ziggy. Eu não tive a intenção de esconder isso de você, mas eu sabia que você não... — Luna foi interrompida por Ziggy beijando seus lábios. — Está tudo bem, eu também. — ela sorriu depois de se afastar.

— Oh. — a boca de Luna formou um sorriso malicioso. — Eu não acho que agora é o momento mais apropriado, você não acha? — ela perguntou, apoiando os braços nos ombros enquanto Ziggy as descansava na cintura de Luna. — Bem, eu tinha que fazer isso antes que fosse tarde demais.

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