˖࣪ ❛ O PONTO ALTO DA MINHA VIDA
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— VOCÊ NÃO TEM ideia de onde essas crianças estão! — Ziggy avisou Luna enquanto ela insistia em ajudar Deena Johnson, a garota que ligara para elas minutos antes.

Luna queria ajudar essas crianças mais do que qualquer coisa em sua vida. Ela teria amado alguém que era especialista no assunto quando eram adolescentes no acampamento. — Olha, eu sei. E se nós apenas ligássemos de volta? — Luna insistiu e Ziggy revirou os olhos.

— Você não entende? Quanto mais nos afastarmos deles, mais longe estaremos de morrer esta noite. — disse Ziggy e se sentou, colocando as mãos nos bolsos do moletom.

— Você está certa. Eu odeio isso, mas você está. — Luna sentou-se ao lado dela e suspirou.

— Olha, eu sei que isso é difícil para você. É difícil para nós. Mas é melhor ficarmos fora disso e você sabe disso. — Ziggy esfregou as costas de Luna enquanto ela pressionava o rosto nas palmas das mãos.

Ziggy sentiu que tinha enlouquecido enquanto Luna não estava presente em sua vida. As pessoas passavam por sua casa e diziam aos filhos para nunca acreditarem em nada que a senhora dissesse.

— Você pode passar a noite aqui, se quiser. — sugeriu Ziggy. Luna ergueu a cabeça das mãos e sorriu para ela. — Claro. Obrigada. — ela respondeu.

De repente, as duas eram adolescentes novamente. Sentir frio na barriga sempre que uma olhava nos olhos da outra, ajudando a acalmar uma a outra.

Parecia que estavam no quarto de Luna novamente e Ziggy estava prestes a subir pela janela. — Por que você fez isso? — Ziggy perguntou, entregando-lhe um cobertor e um conjunto de pijamas. — Por que eu fiz o quê? — Luna riu, esperando que ela não quisesse dizer o que pensava que ela quis dizer.

— Você sabe. Parou de visitar. — Ziggy suspirou, lembrando-se de todos os bons momentos que Luna havia criado e compartilhado com ela.

— Minha mãe faleceu alguns anos depois de nos mudarmos para lá e eu simplesmente não poderia pagar para vir aqui todos os anos se não tivesse dinheiro suficiente. Fui colocada em um lar adotivo, mas quando fiz dezoito anos, mudei-me e comecei a trabalhar para que eu pudesse ganhar dinheiro e talvez visitar um dia... Eu só... Não esperava que fosse quando houvesse assassinos possuídos. — explicou Luna.

— Bem, merda, agora me sinto mal. — Ziggy riu e Luna riu junto com ela.

— Você poderia ter me explicado por meio de uma carta ou algo assim, não precisava guardar isso para si mesma... — Ziggy a abraçou e Luna retribuiu o abraço.

Elas ligaram a TV, pois ambas estavam agora em roupas confortáveis deitadas no sofá. — Eu gostaria que pudéssemos ajudar essas crianças. — Luna suspirou, bebendo o café da caneca que Ziggy lhe dera.

Cada vez que Luna mencionava Deena e suas amigas, um arrepio corria pela espinha de Ziggy e afastava de sua cabeça as imagens daquela noite no acampamento.

— Sim, eu também. — confessou Ziggy. Ela estava preocupada com eles. Ninguém mais merecia passar pelo que ela passou, muito menos adolescentes que ainda têm uma vida inteira pela frente. — Posso te contar uma coisa? — Ziggy quebrou o silêncio novamente. Luna se virou e perguntou o que era. — Às vezes, eu realmente gostaria de ter ficado morta naquela noite.

Luna era a única amiga de Ziggy e as coisas não ficaram mais fáceis quando ela partiu. Sua mãe foi colocada em reabilitação e ainda está lá.

Não havia mais ninguém a quem ela pudesse recorrer, mesmo que quisesse. As pessoas pensariam que ela tinha enlouquecido depois de dizer a cada pessoa sobre a maldição de Sarah Fier e a única pessoa que ela havia deixado era Nick Goode, que também decidiu ignorá-la.

— Não diga isso. Por que você diria isso? — Luna se virou preocupada para ela. — Se você tivesse ficado morto, não teríamos namorado e até agora em todos os meus anos de vida, essa tem sido a melhor parte. O ponto alto da minha vida, se você puder. — Luna riu. — Mas, falando sério, não diga isso. — acrescentou ela rapidamente.

Ziggy juntou-se a sua risada, mas logo as lágrimas escorreram lentamente por sua bochecha. — Senti tanto a sua falta. — Ziggy a aninhou no sofá enquanto Luna a abraçava.

— Eu também senti sua falta, Zig. — Luna sorriu para ela.

De repente, um papel foi deslizado por baixo da porta. — Ei, o que é isso? — Luna perguntou, levantando-se e caminhando até a porta. — O que é o quê? Tenha cuidado! — Ziggy a avisou, seguindo atrás dela com medo.

Luna pegou e leu. 'ESTÁ ACONTECENDO DE NOVO', dizia. Ela podia reconhecer aquela letra durante o sono. Ela rapidamente abriu a porta, esperando que a pessoa que a deslizou não tivesse ido muito longe. — É bom ver você, seu merda. — Luna falou e o homem se virou.

Demorou um minuto para responder, mas o pegou de surpresa com o que tinha ouvido. — Donovan. Não sabia que você estava visitando. — ele sorriu e voltou para os degraus que acabara de descer.

— Não sabia que você era o xerife. Legal. — Luna respondeu com o mesmo sorriso malicioso em seu rosto. Ziggy se escondeu atrás da porta, tentando não ser visto por Nick. — Onde está Ziggy? — ele perguntou. — Fora. — ela mentiu rapidamente.

Nick não acreditou nela, mas ele não estava pronto agora para lutar com uma garota que tinha tirado, digamos, a garota dos seus sonhos dele. — Até mais, Goode. — Luna disse, fechando a porta.

— Você vai ficar aqui por muito tempo? — ele a interrompeu. — Depende. Minha presença te incomoda? Nesse caso, sim, estou planejando ficar por um bom tempo. — ela sorriu e finalmente fechou a porta e trancou as dezesseis fechaduras.

— Agora eu entendo porque você tem dezesseis fechaduras. — Luna suspirou e olhou para Ziggy, que estava parada atrás dela com um olhar surpreso no rosto. — Foi ele. — Ziggy pensou. — Eu não confiaria nele se fosse você, Zig. — Luna sugeriu, caminhando até a cozinha e abrindo a geladeira.

Só agora ela percebeu que não tinha comido nada durante todo o dia. — Por que não? — Ziggy questionou, seguindo-a até a cozinha.

— Eu não questionaria minhas habilidades de detetive se eu fosse você, Berman. — ela brincou e fechou a geladeira depois de não encontrar nada que desejasse. — Oh sim? — perguntou Ziggy. — Ah, sim. — Luna respondeu, o que só fez um sorriso idiota se formar nos lábios de Ziggy.