009
˖࣪ ❛ MINHA MELHOR GAROTA
— O9 —
— VOCÊ SAI HOJE À NOITE, CERTO? — Luna perguntou enquanto se sentava na cadeira ao lado da cama de hospital que Ziggy estava deitado. — Sim, porque? — ela respondeu com um sorriso suave.
Luna tinha visitado Ziggy todos os dias por duas semanas. Ela sabia que Tabitha suspeitava de Ziggy e dela, mas não cabia a ela questionar a filha sobre tal coisa, muito menos se ela não tivesse falado com ela sobre isso.
Ela sabia que Luna acabaria revelando-se para ela, e ela ficaria mais do que feliz em apoiá-la.
— Eu estava esperando que talvez você gostaria de sair ou vir hoje à noite. Minha mãe é enfermeira, então a sua não precisa se preocupar com nada. — Luna sugeriu.
— Eu adoraria, mas não acho que minha mãe gostaria muito dessa ideia. — Ziggy se virou para a janela, onde sua mãe as observava constantemente. Abs dos olhos cobrindo quase todo o rosto. Ela poderia facilmente ser confundida com uma sem-teto se não tivesse um passe de visitante pendurado no pescoço. O cheiro de álcool inundava todo o corredor sempre que ela falava.
— Ela sabe que estamos traumatizadas pra caralho com o que aconteceu no acampamento. Basta dizer a ela que você precisa de alguém que entenda o que você passou.
Ziggy sorriu ao ver como Luna estava procurando desculpas para simplesmente sair com ela. — Claro. Vou perguntar. — ela riu. — Vou esperar sua ligação, então. — Luna sorriu e se levantou. — Venha aqui. — sussurrou Ziggy e acenou para que ela se aproximasse.
Quando o fez, deu um beijo rápido nos lábios de Luna sem que sua mãe percebesse. — Christine Berman. — Luna deu uma risadinha. — Eu tive que beijar minha melhor garota. — Ziggy sorriu e acenou para ela.
Não havia palavras suficientes no vocabulário em inglês para descrever o quanto Luna amava Ziggy. Como ela a fazia se sentir, como elas falavam uma coma a outra, tudo tornou mais fácil 'superar a morte de suas irmãs' para ambas.
As duas sentiram terrivelmente a falta de suas irmãs, mas de alguma forma o amor uma pela outra tornava tudo um pouco mais tolerável.
Na viagem de carro para casa, Luna perguntou à mãe se ela poderia convidar Ziggy. — Se a mãe dela permitir, claro. Por que não? — ela encolheu os ombros, mantendo os olhos na estrada.
Tabitha pensou que talvez Luna tivesse superado a morte de Lila muito rapidamente, mas a verdade é que ela não mudou. Ela viu Lila, Cindy e Ziggy morrerem e viu Nick trazendo Ziggy de volta à vida.
Ela não era o tipo de pessoa que mostrava suas emoções em público, mas tem chorado até dormir todas as noites desde 19 de julho. Luna culpou a morte de sua irmã por si mesma, sabendo que se ela não estivesse muito distraída, ela não teria caído e quebrado o tornozelo.
Horas se passaram enquanto Luna estava deitada em sua cama, esperando por uma ligação de Ziggy. Enquanto se deitava nas cobertas brancas e azuis da cama, ela esperou o telefone tocar.
Ela pensou que talvez Ziggy não viesse, afinal, ela se sentiu uma idiota, ela até sentiu como se os pôsteres da banda que estavam colados em sua parede estivessem rindo dela.
Luna, ela acabou de sair do hospital. Ela não vai vir até você, pensou Luna.
23h27, leu no relógio.
Ela começou a desistir e desligou o abajur que estava em sua mesinha de cabeceira. — Ei! — ela ouviu um sussurro vindo de trás dela. Ela se virou para ver Ziggy parado do outro lado da janela.
— Ziggy. — Luna disse baixinho e abriu a janela para que Ziggy pudesse entrar. Graças a Deus ela morava em uma casa com apenas um andar.
— Você veio. — ela abraçou a ruiva enquanto os dois sorriam. — Claro que sim. Por que não? — perguntou Ziggy, sentando-se na cama com todas as almofadas e bichinhos de pelúcia que Luna tinha. — Bem, eu não sei. — Luna zombou e sorriu.
— Sua mãe está em casa? — Ziggy perguntou, olhando para a porta e também admirando todas as decorações na parede de Luna.
Luzes de fadas penduradas, pôsteres de bandas, fotos de amigos de Shadyside e os livros nas prateleiras.
— Uh, sim. Provavelmente dormindo, mas sim. — Luna deu de ombros. — Por que?
Ziggy se voltou para ela. — Então, eu posso fazer isso? — ela agarrou o queixo de Luna e puxou-a para um beijo, que durou mais do que eles pensavam. — Sim, você pode. — Luna sorriu e beijou-a novamente, sentindo um sorriso se formar no beijo, vindo dos lábios de Ziggy.
As duas faziam uma a outra se sentir como adolescentes idiotas, o que, afinal, elas eram. As borboletas voaram nos estômagos enquanto o beijo durava cada vez mais, suas bocas se movendo e suas mãos acariciando os cabelos uma da outra.
Luna parou de beijar Ziggy quando a ouviu gemer um pouco de dor, sua mão voando para o estômago. — Você está bem? — Luna perguntou, preocupada e olhando para ela. — Sim. Ainda está curando, mas dói um pouco. — explicou ela, levantando a camisa para mostrar a gaze que cobria todo o seu estômago e seus auxiliares.
— Desculpe. — Luna disse, agora sentada corretamente ao lado de Ziggy. — Não sinta. — Ziggy sorriu para ela. — Vamos apenas conversar e ouvir música. — Luna sugeriu e Ziggy suspirou.
Luna bateu em seu ombro de brincadeira e riu. — O quê? Você é muito bonita, não consigo resistir a você. — Ziggy sorriu, fazendo Luna corar.
Ziggy a puxou para outro beijo, mas Luna se afastou após três segundos. — Vamos conversar. — ela sorriu enquanto pegava o rádio, tocando Queen. — Sobre o que? — Ziggy suspirou.
— Isso. — Luna gesticulou para as duas. — O que nós somos? — ela perguntou.
— Isso é o que você quiser. — Ziggy deu de ombros com um sorriso malicioso. Essa não era a resposta que Luna queria e nem esperava, porque se isso fosse verdade, elas estariam casadas agora. — Você... Pode ser minha namorada se quiser. — Ziggy acrescentou rapidamente à sua declaração anterior.
— Isso sim. — Luna riu e desviou o olhar. — Então isso é um sim? — Ziggy questionou e Luna assentiu rapidamente. — Claro que é um sim. — ela sorriu, puxando seu corpo para mais perto dela e beijando-a enquanto a música tocava ao fundo.
Tudo o que Ziggy conseguia pensar enquanto elas estavam se beijando agora era se elas deveriam contar a alguém que estão namorando. — Algo está incomodando você. — Luna parou e se afastou. — Só não sei se devo contar para minha mãe ou algo assim. Quer dizer, ela é uma alcoólatra que acabou de perder sua filha mais velha. — explicou ela, e conforme dava mais detalhes, percebeu que a resposta a essa pergunta era simples e um grande não.
— Bem, acho que posso contar a minha só para que ela não nos encontre nos beijando um dia e tudo isso. — explicou Luna.
— Ela não é, tipo, extremamente religiosa? — Ziggy questionou, lembrando de todos os domingos em que Luna não podia sair com ela porque ela tinha que ir à igreja. — Sim, bem. Ela vai ter que aguentar porque eu não estou fingindo nada. — Luna zombou.
Alguns segundos ficaram em silêncio depois que as risadas diminuíram. — Lu. — Ziggy quebrou. — Sim? — ela respondeu, virando a cabeça para ela. — Você é tão bonita. — Ziggy sorriu, fazendo Luna corar pela centésima vez hoje.
— Você também não é tão ruim. — Luna deu de ombros sorrindo e Ziggy bateu em seu ombro, rindo. — Oh sim? — Ziggy brincou e imediatamente beijou os lábios de Luna.
Elas estavam se beijando na cama de Luna. Era confortável e aconchegante. Elas sentiram que nunca mais seriam prejudicados. Nenhuma delas poderia explicar o conforto que as duas irradiavam para a outra pessoa.
— Luna, você pode virar seu mus... — Tabitha abriu a porta do quarto de Luna, e Ziggy e ela se afastaram, limpando a boca com as costas das mãos. — Mãe. — Luna se levantou da cama e caminhou em sua direção.
— Oh. — sua mãe disse baixinho.
— Eu vou... Eu vou... — Ziggy levantou-se, caminhando em direção à porta. — Eu posso levar você. — Tabitha a interrompeu com um sorriso.
— Não é necessário Sra. Donovan, posso pegar o ônibus. — Ziggy deu de ombros e agradeceu. — Tão tarde? Bobagem. Eu insisto! — Tabitha balançou a cabeça, embora estivesse de pijama e meio adormecida.
— Sra. Donovan, está tudo bem. Posso pegar o ônibus. Ligo quando chegar. — Ziggy sorriu para ela e Tabitha aceitou.
Ziggy estava grata que a mãe de Luna estava sendo tão legal depois que ela a pegou beijando sua filha, mas ela queria economizar os 30 minutos de viagem desconfortáveis. Ela saiu pela porta e acenou um adeus para Luna da janela.
— Eu não quero que você explique nada se você não quiser, mas você pode me contar coisas, você sabe disso. — Tabitha deu um meio sorriso para a filha e caminhou para seu quarto. — Mãe. — Luna a interrompeu.
— Não contei porque pensei que você seria todo homofóbica e tímida. Quer dizer, você é super religiosa e tudo, então pensei... — ela explicou e Tabitha olhou para baixo, com vontade de rir sobre sua filha quase xingando na frente dela e o pânico em seus olhos.
— Só porque eu sou religiosa, não significa que não vou apoiá-la. Você é minha filha, Luna, e eu te amo muito. Eu simplesmente não posso suportar perdê-la também. — Tabitha começou a chorar enquanto ela explicava.
Luna correu rapidamente e deu um abraço em sua mãe. — Eu também te amo, mãe. — ela sorriu para o abraço e depois a soltou.
Luna sabia que Lila era uma irmã incrível e uma filha incrível. Ela continuou se culpando pela morte, mas muito menos do que antes.
Ela nunca tinha falado sobre Lila com sua mãe depois que ela morreu, mas acabou não sendo tão constrangedor e triste como ela esperava que fosse. Pelo menos Tabitha não tinha problemas com Luna namorando Ziggy.
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