[14] Honey + spittle = paradise
❄
Que vergonha.
ㅡ Você pode me deixar sozinho um pouquinho? ㅡ Peço, assim que Jungkook me coloca de pé e eu quase faço xixi ali mesmo quando vejo o vaso sanitário.
ㅡ Por que, meu bem? ㅡ Me olha com aquela atenção cuidadosa.
Ai, não... Eu quero chorar!
Não posso dizer a ele que quero fazer xixi, porque vai ficar muito feio. Urinar é uma palavra muito... Aish.
Ah, eu posso... Ah, não. Nem pensar. Se eu falar que quero fazer o número um, ele vai lembrar do número dois e...
ㅡ Eu quero fazer xixi! ㅡ Solto quase em um grito, e quase choro de vergonha. Ainda mais quando Jeon dá uma gargalhadinha fraca quando percebe meu desconcerto.
ㅡ Tá bom, meu bem. ㅡ Ele deixa um beijinho em minha testa para, logo depois, sair peladinho para fora do banheiro.
Eu olho em sua bunda musculosinha e grande e quase explodo em risos quando o vejo todo desleixado, com sua intimidade balançando livre. Mas resolvo voltar a atenção para a minha, que é um pouco menor que a dele ㅡ rá ㅡ e fazer xixi logo, sem pensar muito no incomodo em meu traseiro e em como estou meio fraco para me manter de pé.
ㅡ Jun, pode vir! ㅡ O chamo depois que dou a descarga, e alguns segundos depois ele entra pela porta, desta vez com suas roupas e a boxer que ele deixa sobre o lavatório. Não entendi mas tudo bem.
Tomar um banho nunca foi tão bom como agora, com Jungkook ensaboando meu corpo depois de me colocar com cuidado debaixo do chuveiro.
Antes de tudo, com cuidado, ele checou a água como quem checa se está no ponto certo para dar banho em um bebê, com o pulso, em seguida perguntou, antes de eu entrar, se estava bom, mas eu pedi pra ele esquentar mais porque eu gosto de água quentinha. Só que ele disse que não pode porque faz mal pra minha pele linda, e eu, rendido pelo elogio, obedeci igual o gatinho que sou, sem nem revirar os olhos.
ㅡ Jun. ㅡ Chamei manhosinho quando ele começou a lavar meus braços.
ㅡ Sim, bem? ㅡ Usou o apelido reduzido, e eu sorri meio aos ares para isso.
ㅡ Agora eu sou o gatinho do Jungkook? ㅡ Questionei com um bico enquanto abaixo a cabeça para ele lavar meu cabelo ㅡ inclusive atualmente estou pensando em mudar a cor ㅡ e então recebi um olhar observador de Jeon, como se estivesse satisfeito com o que falei.
ㅡ É. ㅡ Concordou e se abaixou, pedindo meu pé: ㅡ Dá o pé, mulatinha ㅡ brincou, e eu me surpreendo pela milésima vez, porque não sei de onde o homem tão formal e impermeável sabe coisas que só quem já viveu em uma fazenda sabe. É, eu já vivi em uma quando meus avós ainda eram vivos.
Dou meu pé a ele, que está agachado no chão, e penso no quão carinhoso ele tem sido comigo. ㅡ Jun ㅡ o chamo, monótono, mas em todas as vezes ele sorri quando o faço.
ㅡ Sim, bem? ㅡ Detalhe: Ele está reduzindo o meu bem para bem outra vez. E isso é muito bem fofo, só que faz mal pro meu coração que fica errando as batidas.
ㅡ Por que Himeros? ㅡ Indago.
ㅡ Eu não gosto muito mais desse tratamento. ㅡ Ele ensaboa minhas pernas com cuidado, tratando-as como um tesouro caro. ㅡ Faz parte de um grupo em que participo, relacionado ao BDSM. ㅡ Explica.
ㅡ Como funciona esse grupo? ㅡ Me viro de costas para lavar meu bumbum, mas eu mesmo o faço, meio envergonhado.
ㅡ Nós o formamos há cinco anos atrás, da turma de filosofia. Tínhamos aula juntos. É composto por sete dom's, e cada um adotou um nome de qualquer ser da mitologia grega para se apresentar quando estiver em algum lugar onde combinamos a comparecer em conjunto. Por exemplo, naquele dia da boate nós estávamos lá, e por isso me apresentei como Himeros. ㅡ Concluiu.
ㅡ Hm, entendi. Mas o que significa Himeros mesmo? ㅡ Pergunto, só para ouvir aquilo saindoda boca de Jungkook.
ㅡ Na época me faltava um pouco de noção. Seokjin quem escolheu por mim, então acabei por não me importar muito. Himeros é um dos quatro Erotes.
ㅡ Os quatro filhos de afrodite? ㅡ Interrompo-o.
ㅡ Sim, meu bem. Himeros significa deus do desejo sexual, um gêmeo de Eros e assim como ele, também é filho da deusa do amor e da fertilidade. ㅡ E sorriu meio fraco, com os fios de cabelo molhado balançando. Eu sorri, rendido.
ㅡ E quem é Seokjin? ㅡ Não deixo de indagar, meio receoso.
ㅡ O homem que estava na boate no dia em que você me conheceu. ㅡ Explicou, e eu fiz uma careta.
É o maluco de Nárnia.
ㅡ Nix. ㅡ Relembro.
ㅡ Sim, que é como a deusa da noite. ㅡ Sorriu.
ㅡ Eu não sabia disso. Qual o mito? ㅡ Parece tão inútil...
ㅡ O mais famoso é de que Nix, a personificação da noite, foi um dos primeiros seres a nascer, o qual foi fundamental no nascimento dos deuses. Dizem que ela é irmã de quatro deuses primordiais por ser filha de Caos, o primeiro deus primordial, o que a faz ter ligação com os filhos do mesmo, sendo eles; Érebo, da escuridão; Gaia, da terra; Tártaro, do submundo, que aliás já foi dado como irmão de Caos. E de Eros, do amor incondicional e desejo sexual. ㅡ Eu já sei de tudo isso, mas ouví-lo falar todo perdidinho me deixa bobo. ㅡ Não existe um mito que eu não conheça, mas dizem que Nix habita os céus por ser a deusa da escuridão e da magia, e ela tinha o poder de tirar e dar a imortalidade aos deuses. Seokjin a escolheu porque todos os deuses a temiam, ainda mais porque vários seres primordiais nasceram de seu Ovo cósmico, nos céus profundos e perversos. ㅡ Terminou de explicar, e eu suspirei, sonhador, afastando os pensamentos de que provavelmente Seokjin disse "Eu escolhi Nix porque ela é fodona e abafa todo mundo".
ㅡ Isso é bonito. ㅡ Comento. E na verdade existe um mito que conheço, mas não vou falar isso, pois não quero magoar seu ego. Jungkook acabou de provar que é um anjo só por se denominar por Himeros, um deus esquecido.
Então ficamos assim, em silêncio, e quando Jungkook está lavando minha barriga não deixo de o provocar, pairando minha mão em seu peito firme, de pele tão molhada que parece o próprio oitavo pecado capital. ㅡ Quem são esses dom's? ㅡ Questionei, curioso.
ㅡ Eu não posso revelar a identidade deles, meu bem. Eu apenas disse que Seokjin é um deles porque você já o conheceu e provavelmente ainda o verá, pois é meu amigo. ㅡ Tirou minhas mãos de seu corpo, e eu fiz uma careta. ㅡ Eu não tenho controle quando estou perto de você, então pare de me provocar. ㅡ Falou, meio sério.
ㅡ É por isso? ㅡ Caio na gargalhada. ㅡ É por isso que você sempre se senta longe de mim? ㅡ Observei seu semblante que foi desviado de meu rosto, mas tive que parar de fazê-lo quando um pouco de água entrou no meu olho.
ㅡ Também ㅡ e esfregou minha barriguinha, com carinho e cuidado.
ㅡ E quem disse que você tem que manter o controle? ㅡ Apoiei de novo minhas mãos em seu peitoral brilhando com a luz fraca, depois quis acariciar os gominhos. Já sentindo algo aqui...
ㅡ Eu estou dizendo. ㅡ Repreendeu sério. ㅡ Por favor, não me toque enquanto eu não permitir. ㅡ Pareceu um pouco alterado, e eu me retraí de repente, assim como minhas mãos.
Apenas deixei que ele terminasse de me lavar sem pensar muito nessa mudança de humor que nunca passaria despercebida por mim, e quando a atmosfera ficou um pouco mais leve porque ele começou a lavar minhas costas, perguntei: ㅡ E você fez aulas de filosofia?
Jungkook finalmente me tirou do box após algum instante de silêncio, e então me enrolou em duas toalhas e pediu (ou mandou): ㅡ Escove os dentes e fique aqui. Eu vou me lavar e já te enxugo. ㅡ Notei os únicos ralos e castanhos pelinhos de sua virilha, arrepiados, e não me perguntem porquê eu quis deixar beijinhos ali.
ㅡ Não precisa. Eu mesmo enxugo. ㅡ Falei quando ele entrou no box.
ㅡ Você vai me obedecer. ㅡ Disse firme, e naquele tom calmo de sempre que não me deixa pensar que ele é um sádico completo.
Dei de ombros, meio chateado, e então sibilei um "tá bom" e abaixei a cabeça, analisando meus pés pequenos um pouco úmidos e logo me lembrei de ter que escovar os dentes, e assim o fiz. Não quis mais olhar no espelho.
ㅡ Eu fiz aulas de filosofia, sim. Na faculdade de direito o pessoal que gostava de filosofia conseguiu que um professor nos desse aulas de graça porque ele era muito próximo a todos, e eventualmente um amigo me colocou na turma porque sabia que eu era um amante da mitologia, filosofia social e afins. ㅡ Resolveu responder, me observando quando abriu uma fresta entre as duas partes foscas do box.
Lembrei-me de quando perguntei informações sobre Jungkook a Tae, e ele disse que não podia me dar elas, pois seu irmão não gosta que fale sobre ele sem o consentimento do próprio. E agora, quem está me informando como se fossemos tão íntimos é o próprio Jungkook.
ㅡ Ah, que legal! Então você é formado em direito? ㅡ Indaguei, com um sorriso orgulhosinho e bobo, mesmo estando com a boca cheia de espuma pela pasta de dente. Dá pra irmaginar ele na formatura, tão felizinho...
ㅡ Sim. ㅡ Respondeu, simples.
ㅡ Mas como vocês se juntaram? Vocês fizeram uma rebelião e descobriram o BDSM? ㅡ Brinquei. Jungkook pareceu normal.
ㅡ Não, meu bem ㅡ ufa, está menos tenso. ㅡ Eram muitos alunos, e em um dia enquanto estávamos tendo interferência de sociologia em filosofia o assunto BDSM surgiu. Como eu já conhecia o acrônimo e fazia parte do meio, concordei em debater a favor e argumentar que BDSM não é o resultado de transtornos mentais e nem consequência de influências. Junto comigo debateram esses rapazes, que foram os únicos em uma sala com mais de trinta alunos. Cinco decidiram não debater, e o resto da turma foi contra o termo, e por fim perdemos o debate e a circunstância foi legada como se um praticante do BDSM fosse sempre alguém com distúrbios cognitivos do passado. Enfim eu e os rapazes saímos das aulas, porque não nos sentíamos mais tão confortáveis com tantos olhares convencidos de que somos basicamente transtornados psicologicamente. ㅡ Disse ele, cada palavra com uma calma e cuidado que desconheço em outras pessoas, e eu não sei porquê, mas me interessei tanto pelo assunto.
ㅡ O que são distúrbios cognitivos? ㅡ Não deixei de perguntar.
ㅡ Na verdade, influência cognitiva é mais voltada para a psicologia. É como agir de acordo com o ambiente e as pessoas ao seu redor. Por exemplo, existem pessoas que não se sentem confortáveis em se submeter, mas agem como se gostassem apenas para agradar o dominador por medo ou por querer ser o que não é. ㅡ Explicou pausadamente, com calma.
ㅡ Entendi. ㅡ Fiz um beiçinho em entendimento.
E depois tudo se tornou silencioso, exceto pela água que caía no chão e o barulho da escova sendo esfregada contra meus dentinhos.
Assim que terminei, fiquei parado lá, até que Jeon saiu do banho e sorriu meio reconfortante para mim, em seguida se enxugou devagar, e eu observei cada gesto, cada parte de seu corpo sendo coberta e descoberta pela toalha, tirando as gotas que escorriam pelo meio de seu abdômen. Fiquei perdido ali por um instante.
Eu tenho tanta sorte por ter um dom lindo como esse...
Não falo apenas de beleza física ㅡ que é obviamente esplêndida ㅡ, mas da interior que sei que ele tem. O vejo como uma pessoa completa de tudo.
Pensando longe, quem tiver a sorte de se casar com ele vai ter um namorado, um amigo e um amante para quando precisar. Jungkook possui qualidades que não existe em qualquer ser humano, como ser responsável acima de tudo e cuidar de tudo aquilo que está sob seu poder, mas também de ser um cara família que, pelo que vi, está disposto a deixar todos por ela.
Ele tem todo esse jeito mandão e opressor, mas só de olhar nos olhos dele você consegue ver o quão carinhoso e prestativo é.
Esses olhos escuros como breu, eles devem guardar coisas incríveis, pois o brilho que nelesnreside indica uma alma de quem quer mais, de quem sempre está disposto a descobrir e fazer mais.
Provavelmente não será para mim que ele vá revelar todas as sensações extraordinárias já vividas, mas de qualquer modo, desde que ele esteja feliz e confortável para falar com alguém sobre sua vida ㅡ o que aparentemente não faz muito ㅡ, eu estarei feliz. Porque embora eu goste muito de Jungkook, de todo esse jeito fofo e diferente que ele tem, de toda essa adoração incomensurável e essa atenção que recebo, eu também sei que ele merece alguém que vem de uma família inteira, que possa almoçar aos domingos e ser paparicado pela sogra, de alguém que seja capaz de amá-lo mais, e não de alguém que não tem uma família muito menos pessoas para almoçar aos domingos e paparicá-lo, nem ao menos amor puro, sendo que nem ama a si mesmo.
Eu sei que para amar alguém, primeiro você tem que amar a si mesmo, e eu imagino que nunca conseguirei fazer isso, mesmo que Jun tente e tente. E ele não tem culpa se sou alguém que não tem estruturas suficientes para isso.
Provavelmente Jungkook é só mais um cara que vai entrar em minha vida e depois sair, deixando um buraco imenso para trás que irá se curar com o tempo ou ser preenchido por alguém. A diferença é que essa saída vai ser quando o prazo de validade acabar. E eu não quero pensar no buraco cheio de outros buracos moldados que Jungkook deixará, pois ele é a personificação da perfeição imperfeita. Contraditório, mas é a verdade, e é mais verdade ainda que não é fácil achar alguém que esteja aos seus pés ㅡ pelo menos não para mim.
Ele é perfeito no nível máximo, mesmo com os defeitos insistentes pelo fato de ser humano.
Jungkook pode ser um namorado carinhoso, um amigo prestativo e fiel, um marido que cuida da esposa com cuidado e paciência, que não deixa seu relacionamento ser destruído ou impedido por algo bobo, já que ele resolve tudo com palavras e paciência e isso é essencial para um relacionamento saudável, também é um amante que te fode com força e te leva ao ápice apenas com os gemidos gostosos que ele deixa sair de sua boca linda enquanto está te fodendo.
Deixando que meus pensamentos me tomem, eu acabo perguntando: ㅡ Jun, você quer se casar um dia? ㅡ E ele ficou em silêncio assim como eu, e em um baque eu voltei de meus pensamentos tão intensos quanto a pessoa que está em minha frente. ㅡ Desculpa, essa pergunta é muito invasiva! Desculpa, Jun... ㅡ Dou um tapa em minha própria testa, e ele me observa com cuidado.
ㅡ Não faça isso. ㅡ Arregala os olhos, se referindo ao tapa que me auto desferi.
ㅡ Desculpa... ㅡ Pedi mais uma vez, olhando em seus olhos e alternando entre a gotinha que desceu pelo seu peitoral e foi parar na v-line bem marcada.
ㅡ Eu não acho que alguém vá querer casar-se comigo. ㅡ E abaixou o olhar. Não sei se pela própria resposta ou pela atenção que deu as suas pernas bonitas para enxugá-las com todo cuidado que não é intencional, mas natural.
"Eu quero", pensei em dizer, mas calei minha boca e me abstive de comentar sobre sua fala anterior.
Jungkook é estranho às vezes. Mas, de qualquer modo, eu sou mais estranho ainda de pensar que se tivesse algum bebê que fosse nascer com poderes sobrenaturais, esse bebê com certeza seria filho de Jungkook porque aparentemente ele consegue fazer e saber de tudo.
Depois de se enxugar e vestir as roupas que comprou, sem boxer ㅡ ele a lavou e deixou-a secando no box para meu enfim entendimento ㅡ, Jeon veio me enxugar. Eu já estava quase todo enxuto, então acabei por brincar: ㅡ Você nem vai ter trabalho porque eu já estou quase enxuto. ㅡ Sorri. Ele continuou sério, sem responder meu comentário, e então aos poucos meu sorriso foi morrendo. ㅡ Jun...
ㅡ Sim, meu bem? ㅡ Indagou, depois foi calmamente até meu guarda-roupas para escolher o que eu vestiria e eu fiquei observando-o da porta do banheiro, enrolado em toalhas e apoiado no batente de madeira.
ㅡ Está tudo bem?
ㅡ Sim.
ㅡ Tem certeza?
ㅡ Claro, anjo. Por que não teria? ㅡ Me olhou com curiosidade, e eu balançei a cabeça, dizendo a mim mesmo que estava com neuras bobas. Claro que não contive o tom escarlate que minhas bochechas tomaram pelo tom cuidadoso de sua voz.
ㅡ Por nada. E... Jun? ㅡ Lhe lanço um sorriso quadrado.
Ele me olha com sua paciência e tranquilidade indestrutíveis, e então eu resolvo guardar o pedido que faria para mim mesmo. Por isso digo: ㅡ Estou com sono. ㅡ De todo, não é mentira.
Ele sorri calmo, como se comtemplasse minha fala.
ㅡ Vem aqui, bem. ㅡ Gesticula para que eu vá.
Eu caminho devagar até ele, que me olha com carinho e se abaixa para passar a calça por meus pés, devagar. E depois, a camisa de linho cinza que há muito tempo não uso.
ㅡ Pronto. ㅡ E logo abre as outras portas do guarda-roupas até achar uma roupa de cama, a qual usa em seguida para substutuir pela que está suja.
ㅡ A gente vai dormir junto? ㅡ Meus olhos brilham de repente, mas o sorriso morre aos poucos quando noto sua expressão séria.
ㅡ Não. Eu durmo no quarto de hóspedes. ㅡ Confirmou o que eu temia.
ㅡ Mas Jun, só hoje... ㅡ Manhei, mesmo sem perceber, e Jeon me lançou um daqueles olhares em repreensão.
ㅡ Não. ㅡ E puxou o edredom para que eu entrasse debaixo.
Adsim que o fiz, com uma expressão triste carregada no rosto, ele completou com algo que me deixou pelo menos um bocado feliz: ㅡ Me espere escovar os dentes e eu fico aqui até você dormir.
Eu não sei se ele cedeu, ou se isso faz parte do cuidado que ele se responsabiliza a ter comigo pela nossa relação D/S, mas sei que fiquei igual a um gatinho quando ele se deitou ao meu lado depois de voltar do banheiro, em cima do edredom, e então fez um carinho gostoso em meu cabelo assim que deixou um beijinho em meus lábios.
O hálito amentolado fez todos os pêlos de meu corpo reacordarem, mesmo que minha derme estivesse bem aquecida pelo edredom, e provavelmente pelas batidas quase descompassadas de meu coração.
Eu o olhei um pouco sonhador, assim, debaixo, com meus olhinhos brilhando para os traços perfeitos de seu rosto. Jeon abriu um sorriu fraco de volta, com aquela risadinha anasalada que ele deixa escapar quando percebe que estou o observando.
Quando percebi, estava realmente com sono e acabei bocejando vergonhosamente, pois me lembrei do filme Lucas no formigueiro e de como no reino das formigas bocejar é nojento. Mas por influência do carinho das mãos cirúrgicas e carinhosas de Jungkook e de todos os pensamentos sobre o que aconteceu entre a gente nesta noite, eu acabo por murmurar, meio inconsciente, meio abobado pelo sono: ㅡ Hoje foi o dia em que eu mais me senti feliz, Jun. ㅡ E adormeço, sem perceber nada mais que o rosto de Jeon em meus sonhos, até que amanhece.
Já pela manhã, quando acordei com uma voz insistente chamando por meu nome e uma luz chatinha invadindo as cortinas finas, acabei por me encolher mais e cobrir minha cabeça com o edredom. Só que me descobri quando senti cheiro de algo como pães recém assados e café, o que fez meu estômago roncar bem alto.
Abri os olhos rápido, meio atordoado com a luz que os preencheu, mas fiquei mais ainda quando percebi a imagem acima de mim, me observando com a cabeça levemente inclinada para o lado e uma expressão analítica e inocente no rosto. Aqueles olhos brilhantes e curiosos.
ㅡ Jun... ㅡ Tapei a boca para dizer, porque graças aos deuses me lembrei que hálitos humanos não são convidativos ao amanhecer depois de um longo sono, e ele se aproximou para deixar um beijo bem demorado e cuidadoso em minhas bochechas gordas, em uma de cada vez, e logo após perguntou:
ㅡ Como dormiu, gatinho? ㅡ Sorriu malicioso para mim, e eu mordi meus lábios, nervoso ao observar os seus em uma curva tão sugestiva.
ㅡ Vai me chamar assim agora, daddy? ㅡ Provoquei, e recebi um olhar mais sério de volta. Eu acabo por rir de sua reação. Toda vez que falo algo mais provocativo ele age como se não esperasse por isso e seus olhos fitam os meus em um grau mais profundo de atenção.
ㅡ Se você for me tratar por daddy, eu posso pensar no caso. ㅡ Ele envolve minhas mãos com as suas, e meu peito fica ainda mais aquecido.
ㅡ Eu posso fazer o que você quiser, senhor. ㅡ Deixo um beijo cheio de malícia em sua mão quando a aproximo de minha boca, sem deixar de olhá-lo com um brilho sacana no olhar.
ㅡ É bom que não me provoque hoje. ㅡ Alertou, e eu respirei mais devagar. ㅡ Também é bom que se levante para ir tomar café, pois seu estômago gritou "Estou com fome, me alimente!" ㅡ imitou uma voz super grossa, e eu uni minhas sobrancelhas em uma careta de dor com um suspiro sofrido pelo misto de vergonha e vontade de apertar Jungkook por ele estar tão espontâneo, e então ignorei a vontade de beijá-lo para por minha higiene bucal em primeiro lugar.
ㅡ Que horas são? ㅡ Questiono de súbito, identificando que os céus da Ásia, através da fresta da janela, ainda não aparentam indicar mais que oito da manhã.
Ele me observa por um instante. ㅡ Sete e vinte e sete. ㅡ Diz depois de checar seu relógio de pulso.
Olho um pouco mais para baixo de repente e reparo que ele está de terno e camisa social. Franzo o cenho e observo o ambiente ao redor, o que me possibilita ver a sacola com os acessórios para petplay, que usamos na noite anterior, e que provavelmente Jungkook limpou para guardá-los pois o rabinho está com uma beiradinha visível para fora.
ㅡ Você vai trabalhar? ㅡ É a primeira coisa que pergunto so o observar me observando.
ㅡ Não, meu bem. Estou de terno porque tenho um encontro com um familiar, se lembra? ㅡ Diz, meio conformado demais.
ㅡ Lembro. Mas você comprou um terno e vai de terno encontrar um familiar? ㅡ Uno minhas sobrancelhas para ele, que desliza os dedos sobre elas em seguida e as coloca no lugar, pois provavelmente estavam despenteadas.
ㅡ Eu liguei para Taehyung trazer até aqui. ㅡ Explicou. ㅡ E eu vou, sim, de camisa e calça social, pois me sinto bem assim. ㅡ Me deu um sorriso simplista, antes de novamente pegar minha mão. Taehyung está aqui?
É estranho estar em um impasse entre o coração e o cérebro o tempo todo. Em alguns momentos quero me entregar de bandeja para Jungkook, em outros quero me afundar até que suma e não deixe que ele me contamine mais com seus sorrisos suaves. Opto pela segunda opção neste momento, por segurança.
ㅡ Ah, entendi. ㅡ Desvio de seu toque e tomo cuidado para não levantar rápido da cama devido a pressão que já é baixa. ㅡ Então você logo terá que sair... ㅡ Acabo fazendo um bico entristecido.
ㅡ Nós. ㅡ Ele corrige, sério demais. Às vezes realmente me assusto com o tom que ele usa em coisas que não são apropriadas, como correções ou avaliações, mas desta vez meu susto não foi pelo tom sério e, sim, pela palavra usada.
ㅡ Como nós? ㅡ O olho, incerto.
ㅡ Você não está mais disposto a ir almoçar com minha família? ㅡ Indagou-me. Eu arregalei os olhos.
ㅡ Jungkook, isso é sério?!
ㅡ Sim. ㅡ E sorri.
ㅡ Ai, Eros, senhor de todo o amor incondicional do planeta! ㅡ Sorri de orelha a orelha enquanto juntei as mãos frente ao corpo. Jungkook não pareceu muito confortável. Parei para repensar no que falei e... Ah. ㅡ Então quando a gente vai? ㅡ Rearranjei a rota do assunto.
Ele segurou minha mão por um instante, depois me lançou um daqueles olhares que quase me deixam cego pelo brilho dos seus olhos, e então disse: ㅡ Depois que você tomar o café da manhã. ㅡ Sorriu. Eu também.
ㅡ Então eu vou lá tomar o café e escovo os dentes e visto roupas e... ㅡ Ele me interrompeu com um dedo sobre meus lábios. Meu coração falhou uma batida.
ㅡ Você vai tomar o café, depois um banho, em seguida escovar os dentes e depois vamos juntos até a casa de meus pais. E se você for um bom garoto, nós podemos ir em algum lugar que você quiser quando terminarmos tudo por lá. ㅡ Explicou.
Eu queria não me iludir sobre Jungkook me apresentar para a família dele. Cara, são os pais dele. O quão importante isso deveria ser?
ㅡ Isso é ótimo. Eu vou ser um excelente garoto. ㅡ Falei ao alto, todo cheio de ansiedade pelo que faríamos depois que saíssemos de lá.
ㅡ Espero que sim. ㅡ Disse-me ele, sem olhar em meus olhos, que agora estão tristes.
Normalmente ele diria "É claro que vai" após eu dizer que vou ser um bom garoto, mas digamos que não ando tão merecedor dessa confiança. Mas vou recuperá-la. Anotem isso em seus celulares.
ㅡ Eu vou, senhor. ㅡ Sorri convencido antes de me levantar e ir diretamente para a cozinha, com Jungkook me acompanhando.
E assim que chegamos lá, após eu atravessar o batente da porta e o cheiro se tornar cada vez mais convidativo, Jeon sentou-se em uma cadeira ao lado da mesa circular e deu leves palmadas em sua coxa para indicar que eu devia me sentar lá.
Respirei fundo para reordenar o bombeamento de sangue do meu coração. E então me sentei, meio ansioso, meio desnorteado, e assim que senti a textura de suas coxas em minhas nádegas, acabei por relembrar da noite passada. Tossi um pouco antes de pegar a xícara de café que Jungkook me serviu, e tossi mais ainda quando ele segurou a xícara assim que a pegou de minha mão e ofereceu-me, o que me deixou desnorteado por saber que ele vai me dar café na boca.
Olhei em seus olhos quando aproximou a xícara de louça branca e perfeita para bem perto de meus lábios, que moldaram um bico para recebê-la. E quando dei um gole no café não tão quente, vi o pomo de adão de Jungkook se mover, o que quase me fez afogar com o café quando engoli a bebida em um ato brusco e afetado demais.
Depois ele serviu o leite no copo, e eu engoli em seco ao me lembrar de ontem. Normalmente eu teria de segurar o riso, mas lembrar de Jungkook me dizendo "Gatinho gosta de leitinho?" é meio... tensamente excitante.
Me remexi desconfortável em seu colo e tentei afastar os pensamentos de Jungkook com as pernas grossas jogadas sobre o edredom macio, segurando o próprio pau com os olhos escuros de desejo, enquanto se prepara para me foder em vários sentidos. Foi inútil.
Ele chegou com o copo até minha boca, me olhando profundamente, e quando vi seus olhos nos meus o efeito do olhar correu por todo meu corpo para só então eu perceber que ele estava alheio aos meus pensamentos.
Bebi um gole do leite puro, mesmo que não goste assim e, sinceramente, prefiro o de Jeon.
ㅡ Eu quero croassã. ㅡ Falei. Jungkook pegou um deles com calma, depois levou até minha boca e eu mordi em uma ponta, sentindo a textura da melhor massa do mundo. ㅡ Nossa, que delícia ㅡ falei, com a boca um pouco cheia demais. Jungkook não sorriu, apenas pegou uma uva e levou até minha boca. A comi com casca (porque gosto) e Jungkook me observou com mais atenção.
ㅡ Você come inteira? ㅡ Perguntou.
ㅡ Sim. Eu gosto. Agora quero um morango. ㅡ Sorri meio de lado, por reflexo, e Jungkook pegou o morango sem tirar seus olhos dos meus para levá-lo vagarosamente até minha boca, e antes que eu mordesse-o, suguei a pontinha, e a medida que suguei com força usei os dentes para cortar um pedaço.
Jungkook engoliu a saliva e pela primeira vez o vi se remexer desconfortável abaixo de minhas nádegas. ㅡ Jimin... ㅡ Disse em tom de repreensão, e eu tive que segurar o riso. ㅡ Você disse que seria um bom garoto. ㅡ Avisou, calmo, e eu me encolhi de súbito.
ㅡ Tá bom, desculpa. ㅡ Falei de supetão, antes de dar uma mordida simples no morango que estava estendido para meus lábios.
Ele sorriu fraco, cortando o transe, e então terminou de dar todas as coisas que pedi nos momentos seguintes em minha boca, como um pai dando comida ao filho e observando a forma peculiar como mastiga. E em todas as vezes eu sorri para ele, percebendo o quanto nunca imaginei que isso pudesse acontecer, muito menos que Jungkook fosse aparecer em minha vida. O fato é que só a presença de Jungkook exala tensão sexual, e eu sou um navegador mergulhando nessa dádiva de tê-lo ao meu lado.
Quando terminamos tudo, Jungkook pediu para que eu fosse escovar os dentes, e quando terminei e esperei-o fazer o mesmo, nós finalmente saímos de casa com a mão dele apoiada na base de minhas costas. E naquele momento, no caminho do prédio até o carro, eu percebi que não havia mais nada que eu quisesse mais do que aquele carinho tão bonito de Jungkook para comigo, e também não havia mais nada que eu quisesse menos do que aquele vazio tão inócuo, tão preciso de que se preenchesse.
Aquele vazio de saber que minha mãe estava em um hospital, morrendo aos poucos. Aquele vazio de saber que eu tenho Jungkook mas nunca sei se realmente o tenho. Aquele vazio de saber que eu estou tão sozinho quanto minha superficialidade transparece.
É um vazio que é preenchido por uma dose de sarcasmo que esconde a ferida profunda que guardo dentro de mim, aquela ferida que foi causada pela ausência de meu pai e de carinho dos familiares que nunca conheci.
ㅡ Meu bem. ㅡ Jungkook chamou-me, sem olhar em meus olhos.
Observei seu rosto sério, mas ao mesmo tempo tão distante. ㅡ Sim? ㅡ Continuei a observá-lo.
Jungkook coçou o queixo e estendeu uma de suas mãos para mim, em cima de seu colo, e eu acompanhei o movimento com o olhar para depois encaixar meus dedos nos dele e pensar que daria tudo em troca de seus pensamentos.
ㅡ Quanto ao almoço em família...
ㅡ Não me importarei se sua família for complicada. ㅡ Completei, pois já havia notado seu desconforto ao se tratar de assuntos familiares.
Talvez sua família não seja muito boa, não o aceite bem ou seja daquelas tradicionais que menosprezam o filho bissexual e o tratem como "indeciso". E tudo isso realmente não me importa, desde que Jeon esteja comigo e eu com ele. E é por isso que afago sua mão em um carinho suave e lhe deixo um sorriso fraco. E ele o devolve, depois de me analisar por um instante e chegar a conclusão de que eu entendi o que devo fazer.
E o que eu esperei, após ele deixar um carinho breve em meus cabelos foi "bom garoto", apenas por reflexo, mas Jeon também é humano e sabe divergir uma coisa da outra.
ㅡ Obrigado. ㅡ Abaixou a mão de meus fios loiros para entrelaçar seus dedos no meu outra vez, até que chegássemos naquela casa desconhecida. Ou melhor, a mansão.
A mansão que, quando avistei, me fez arregalar os olhos e me sentir uma formiga na humanidade.
ㅡ Santa Madre! ㅡ Sussurrei para mim mesmo, e Jungkook sorriu enquanto manobrava na curva para chegarmos no portão eletrônico.
ㅡ E aí, Namjoon. ㅡ Cumprimentou o cara que chegou ao seu lado, com um aperto de mão, depois do moreno de terno e luvas escuras lhe fazer uma breve reverência.
ㅡ E aí, Jeon mais novo. ㅡ Sorriu provocativo. Jungkook semicerrou os olhos para ele.
ㅡ Sabe que não gosto desse tratamento. Me chame apenas de Jungkook. ㅡ Avisou, e o homem de terno sorriu desleixado.
Alternei meu olhar entre os dois, sem entender nada.
ㅡ Seu pai não está no alto das nuvens hoje, então arrume mais um caminhão de paciência para ele. ㅡ Avisou, meio cuidadoso demais. Fiz uma careta, sem entender porque Jeon sorriu tão vagamente no instante seguinte após o portão se abrir.
ㅡ Quando é que eu não arrumo? ㅡ E voltou a manobrar, desta vez para dentro dos arredores da mansão.
Olhando bem para Jeon Jungkook agora, ele parece uma pessoa totalmente diferente. Mesmo com o terno, é como se seu semblante estivesse mais descontraído, menos opressor.
Frazi o cenho para minha reparação.
ㅡ Está tudo bem? ㅡ Perguntou, ainda com seu cuidado indestrutível.
ㅡ Está? ㅡ Fui eu quem perguntei.
Ele me olhou incerto, meio atencioso, e por fim sorriu devagar. ㅡ Quando estou dominando, é preciso que eu seja mais cuidadoso e atencioso e menos extrovertido, meu bem. ㅡ Quase suspirei pelo apelido.
Não importa quantas vezes ele me chame assim, eu sempre vou suspirar como uma adolescente apaixonado.
ㅡ Mas acima de tudo sou humano, e tenho uma família. Embora essa família não seja das mais civilizadas e cordiais. ㅡ Completou calmamente, e então parou frente a alguns arbustos, me permitindo ver a enorme porta da casa.
Então Jeon Jungkook tem dois eu's interiores, hm? Acho que gosto dos dois.
ㅡ Jimin! ㅡ Uma voz gritou ao longe, e a julgar pelo timbre rouco, identifiquei logo quem era e lançei um olhar silencioso para Jungkook em permissão de sair e ir encontrar meu amigo. Jungkook não disse nada, só me deu aquele sorriso fraco e indicou com o queixo para que eu fosse, sem tirar os olhos profundos dos meus, o que me causou um transe até que Taehyung gritou, me assustando quando já chegou perto da porta, todo hiperativo: ㅡ O pintinho, eu te chamei. Você nasceu com deficiência auditiva? ㅡ E apoiou os braços na base da janela aberta, colocando seu rosto bonito para dentro, o que me fez ficar ansioso para saber como é a interação entre ele e o irmão que está no volante, o que me fez dizer algo no momento seguinte.
ㅡ Jungkook, o Taehyung me chamou de surdo. ㅡ Fiz um bico emburrado, e então ele sorriu e Tae revirou os olhos.
ㅡ Na verdade ele apenas lhe perguntou se você nasceu com deficiência auditiva. ㅡ E desceu do carro.
Puxa.
ㅡ Ih, tomou-lhe nas ventas! ㅡ Tae gesticulou com as mãos em um tapa, e eu mostrei a língua para ele.
ㅡ Com licença, querido irmão ㅡ Jungkook foi quem disse, e eu já estou tentando não me surpreender mais. Tae fez uma reverência como se permitisse que a princesa passasse.
O agora não mais tão amedrontador abriu a porta para mim, e eu desci, com o olhar de Taehyung sobre nós. E quando terminei, Jungkook apoiou uma das mãos em minha cintura e depositou um breve selhinho suave em meus lábios, o que fez seu irmão pular, achando fofo.
ㅡ Puta que pariu. Eu tô louco pra ver uma foda de vocês. ㅡ Taehyung suspirou, e o encanto que fiquei por achar que ele achou fofo se quebrou.
Enquanto isso Jungkook que fingia que não estava ouvindo nada, disse: ㅡ Quem sabe, querido irmãozinho. ㅡ E deixou dois tapinhas nas costas do boquiaberto irmão. Me lembrou a Cherry de Riverdale, todo sínico e despreocupado.
Taehyung me lançou um daqueles sorrisos sacanas e complacentes, e eu me encolhi, meio tímido.
ㅡ Fique calmo e tudo ficará bem, anjo. ㅡ Jungkook tranquilizou, ou avisou...
Enquanto ele me puxava para dentro da grande mansão, Taehyung já saiu correndo para entrar primeiro, e eu não me contive em observar a divergência tão enorme entre ele e o irmão, que no momento me puxou para dentro da mansão, segurando minha mão com carinho.
Quando finalmente entramos pela porta que Tae deixou escancarada, eu finalmente pude deslumbrar todo aquele requinte rústico e puro verniz, de madeira brilhante e marrom.
A mansão inteira era revestida em madeira a qual só um metro deve custar o apartamento que aluguei inteiro, e também em veludo vermelho, que inclusive compõe o tapete da escada que dá para os quartos de cima. Eu me pergunto o quão rico a família Jeon é, mas não me aniquilo por isso, pois sei que Jungkook jamais pesaria bens materias com relação a nós, e provavelmente nem com qualquer outra coisa.
ㅡ Gosta? ㅡ Questionou, sorrindo, e antes que eu dissesse um não ㅡ porque não gostei mesmo ㅡ, uma voz atrás de nós nos interrompeu.
ㅡ Jungkook, que bom que veio. Preciso que vá até a sede da empresa neste exato momento. ㅡ O homem tão mais velho e extremamente parecido com Jungkook disse, com um óculos chique moldando a aparência tão opressora e pôse de quem sempre está ocupado, pois enquanto ele caminhava em direção à nós, não tirou os olhos dos papéis em sua mão, e nem a mão da caneta. Já sei, é o pai de Jungkook.
Jungkook pareceu respirar fundo. ㅡ Pai, hoje é domingo. Não vou até a empresa. ㅡ Ele disse, mas o homem do seu lado parecia tão mais opressor que senti meu dom um pouco vulnerável.
ㅡ Eu não tenho tempo para suas birras, Jungkook. Se for, então vá logo. Se não, me diga de uma vez que mando Namjoon ir. ㅡ Olhou nos olhos do filho por cima dos óculos, mesmo que fossem da mesma altura e possuíssem a mesma fisionimia.
ㅡ Eu não vou. ㅡ Reafirmou Jungkook.
ㅡ Como eu imaginava. ㅡ O homem simplismente saiu andando e foi em direção a porta, e de lá apenas estalou os dedos, e instantes depois Namjoon fez uma breve reverência para o Jeon mais velho, para depois receber as devidas ordens do homem e sair dali, provavelmente para cumprir a tarefa.
Quando o homem voltou-se para nós, eu finalmente me lembrei da reverência e fiz menção de me abaixar para tal, mas Jungkook colocou a mão em frente ao meu peito para impedir-me, e eu encarei seu rosto que buscava a atenção do pai.
ㅡ Pai, temos visitas para o almoço. Podemos esquecer o trabalho por hoje, pelo menos? ㅡ Pediu, mas estava longe de ser um real pedido. Não existe divergência no quesito personalidade firme entre Jeon Jungkook e o Jeon não sei o que mais velho. A única diferença é que o Jeon mais velho usa a autoridade para literalmente mandar de um modo ignorante, e Jungkook, para fins prazerosos.
O mais velho primeiro abaixou os óculos na altura do nariz, olhou para o filho. Deviou o olhar, olhou para mim e me avaliou da ponta da cabeça à sola dos pés, e eu senti meu corpo gelar. Jungkook soltou aquele suspiro nasal que indica que ele não está nada de acordo com o que está acontecendo.
ㅡ Não. ㅡ O velho rabujento disse, sem nem mesmo me cumprimentar, e então saiu andando em direção a uma parte mais afastada da casa. Eu fiz uma careta daquelas que se cria um papo abaixo do queixo e encarei Jungkook, que coçava os olhos, exaurido.
ㅡ Bom, esse foi meu pai, Jeon Seagull ㅡ Gesticulou com uma mão na direção que o pai tinha sumido, e então deixou que ela caísse em sua coxa. Eu suspirei devagar. Jeon também tem problemas familiares. Ele também sofre.
Acho que um dos piores erros do ser humano é pensar que só ele sofre.
ㅡ Jun. ㅡ O chamo, tentando encontrar seus olhos com os meus enquanto me aproximo devagar, e em mesmo tom consigo que ele me olhe nos olhos. ㅡ A gente pode fazer uma coisa pra compensar esse estresse, hm? ㅡ Sugiro, meio sacana, meio de repente assim como ele faz todas as vezes. Jungkook devolve o sorriso de canto de lábio, e enfim me toma em seus braços em um impulso, chocando nossos peitos com seu rosto bem próximo ao meu.
ㅡ E qual seria essa coisa? ㅡ A voz tão sugestiva e sensual foi sussurrada ao pé de meu ouvido, e ao encontrar nossos olhares mais uma vez ele sorriu tão sacana, mas tão sacana, que eu quis pular em seu colo pelo tesão que me causou.
ㅡ Bom... ㅡ Tentei, mas...
Outra interrupção.
ㅡ O almoço tá na mesa, cambada! ㅡ Tehyung apareceu de sei lá que puta que pariu e gritou para deus e o mundo escutar, até que voltou seus olhos para nós e nos analisou de cima a baixo. ㅡ Não sei se vocês sabem, mas pais não sentem tesão vendo filhos transarem. Muito pelo contrário. Então parem com essa putaris e venham comer.
Eu reverei os olhos e Jungkook me soltou, recompondo a postura.
ㅡ Vamos almoçar, meu bem. ㅡ Ele me puxou com cuidado depois de me dar um sorriso não-mais-sacana-infelizmente.
Assim que chegamos na cozinha, vi uma mulher mais velha com roupas de empregada sair pela porta dos fundos, e eu confesso que fiquei meio triste por saber que quem fez aquela comida que cheirava tão bem não participaria da refeição.
ㅡ Ela saiu porque ela quis. ㅡ Taehyung disse, já servindo seu prato com apenas Yakisoba. ㅡ Eu sempre falo pra ela ficar, mas parece que ela tem medo. ㅡ Completou.
Imagino o modo que ele diz pra ela ficar, com aquele jeito todo debochado: "Pode ficar. Os patrões tem cara de pitbull mas não são agressivos".
Dei de ombros e começei a me servir com molho de algas, arroz e um pouco de carne bovina com molho de shoyu. Resumindo, o básico que gosto.
Embora naquela mesa tivesse um banquete com muitas coisas, assim como eu Jungkook serviu os mesmos componentes de meu prato, mas escolheu não colocar o shoyu.
ㅡ Não gosta de molho de shoyu? ㅡ Questionei a ele, levando uma colher de comida à boca.
Antes que Jungkook respondesse, o abelhudo a nossa frente disse: ㅡ Esse aí não gosta de nada. Acredita que quando ele era pequeno ele comeu uma minhoca? E agora fica com esse enjoamento. Mas ele comeu uma minhoca, uma minhoca! ㅡ Contou, enfiando uma grande porção da massa do Yakisoba na boca.
Jungkook engasgou com a comida e começou a tossir, enquanto eu segurei o riso.
ㅡ Sério, ele comeu uma minhoca, e ainda disse que tem gosto de terra com cocô. Tinha sete anos o pestinha. ㅡ Continuou, e eu vi Jungkook corar aquele rosto bonito inteiro para só então eu ceder a explosão de risos, que provavelmente o envergonharia mais ainda, mas foi incontrolável.
Puxa vida, ainda bem que Taehyung existe para me contar essas coisas.
ㅡ Isso deve ter sido engraçado. ㅡ Eu quem falei, voltando a comer minha comida e olhando vagarosamente para Jungkook, que fitava Taehyung com um olhar que diz "Eu vou te matar depois" e levava uma generosa colherada de comida à boca.
Quando o tatuado notou, finalmente encarou-o. ㅡ Que é? Não falei nada mais que a verdade. ㅡ Fez um bico, falsamente desentendido.
ㅡ Há coisas que são desnecessárias, Taehyung. ㅡ Rebateu, todo emburradinho.
ㅡ Ah, Jun... Isso foi engraçado. ㅡ Eu o olhei, todo sonhador, recebendo um risinho contido de volta que fez meu coração doer de tanta fofura, enquanto o cantinho de seus lábios estavam sujos pelo molho de algas.
ㅡ Jimin ㅡ Tae me chamou, e antes de eu voltar lentamente minha atenção para ele, Jungkook foi mais rápido e arregalou os olhos, inflando as narinas em aviso a Tae, mas é óbvio que meu amigo não deu importância. Com esse olhar sobre mim, eu já teria feito xixi na calça, ou coisa pior...
ㅡ Sim? ㅡ Indaguei, alternando meu olhar entre ele o maxilar travado de Jungkook.
Taehyung fechou os olhos daquele modo debochado e então fez um bico ignorante, como se quisesse dizer a Jungkook que ele não tá nem aí, e depois fingiu cochicar só para mim: ㅡ Pergunte a ele como ele sabe que tem gosto de terra e... da outra coisa. ㅡ Encorajou, e outra vez eu vi Jungkook engolir em seco e empurrar comida goela abaixo.
De primeira eu arregalei os olhos, mas depois comprimi os lábios para não rir devido as mil e uma possibilidades que me passaram na mente.
Jungkook não olhou nem para mim nem para Tae. Apenas focou a atenção no prato e nos hashis em sua mão, ainda com a pele em um quase vermelho tomate. E antes que eu desviasse do assunto, o língua solta quis falar, mas algo mais estrondoso nos interrompeu. Enfim, o dia está cheio de interrupções.
Ouvimos o som lá do pátio, como se algo tivesse bruscamente se chocado com a parede, o que quase me fez cair da cadeira. Mais precisamente, um carro.
Jungkook arregalou os olhos para Tae, que revirou os dele, e então murmurou: ㅡ Namjoon. ㅡ E deixou a cadeira em um movimento brusco para andar rápido em direção a porta bem longe, encontrando o pai no caminho, que também andava depressa para o mesmo destino.
Taehyung foi o próximo a se levantar, e eu, sem entender porra nenhuma e assustado tanto pelo barulho quanto para a monitonia do revirar de olhos de Tae por algo assim, apenas me levantei para seguí-lo quando ele estendeu sua enorme mão para mim e disse: ㅡ Vem, pintinho. ㅡ E eu fui, sem me importar com o apelido.
Quando paramos frente a porta, Jungkook estrou para dentro com as mangas da camisa social dobradas até o cotovelo e um pequeno respingo de sangue na lateral do tecido branco. Por isso eu arregalei os olhos, e antes que ele dissesse qualquer coisa, eu quem disse: ㅡ Jungkook, por que você tá sujo de sangue? ㅡ Tapei a boca em espanto.
ㅡ Só essa que me faltava. ㅡ Seagull rabujento entrou porta adentro, com a mão na testa. ㅡ Jungkook, leve-o ao hospital, pois já que ele é o motorista ninguém pode fazer isso agora. ㅡ Disse, sem se importar muito.
Olhei para o Jeon mais novo e senti que ele não queria obedecer a ordem do pai, mas pelo que vi mais cedo no portão, tinha algo mais importante do que isso, agora.
ㅡ Jimin, meu bem, eu vou levar Namjoon até o hospital. Foi apenas um corte na face, tudo bem? Nada muito grave. ㅡ E deixou um breve beijo em minha testa. Eu poderia me importar com o afeto, mas seu pai bobão já havia saído de nossa presença.
ㅡ Mas o que houve, Jun? ㅡ Questionei, meio manhoso.
Ele pareceu frustrado ao suspirar para dizer: ㅡ Namjoon trocou o freio pelo acelerador e bateu em uma daquelas estátuas do jardim. ㅡ Explicou.
Parece eu quando meu ex melhor amigo foi tentar me ensinar a dirigir.
ㅡ Coitado... ㅡ Falei, deixando um selhinho nos lábios de Jungkook. ㅡ A gente se vê mais tarde? ㅡ Questionei, bobinho.
Ele me deu aquele sorriso de quem nunca descansa. ㅡ Sim, meu bem. Mas eu preciso ir visitar aquele familiar o qual mencionei em seu apartamento, então provavelmente só voltarei à noite. ㅡ Explicou com cuidado, e eu fiz um bico triste.
ㅡ Tudo bem ㅡ dei de ombros.
ㅡ Eu também vou ㅡ Tae apareceu atrás de mim do nada, vestindo uma jaqueta bonita e ajeitando a bandana de maloqueiro em sua cabeça ㅡ a qual adoro por já fazer parte de sua personalidade.
ㅡ Mas e o Jimin? ㅡ Foi Jun quem perguntou, incerto.
Taehyung me analisou, e eu dei de ombros. ㅡ Ah, ele se vira. Não nasceu quadrado. ㅡ E foi em direção à porta. ㅡ Mais tarde vocês transam. Agora a gente precisa ir. ㅡ E me lançou uma piscadela para enfim sair porta afora. ㅡ Puta merda! ㅡ E gritou.
Me assustei, olhando para a porta para então fazer menção de sair, ato que foi interrompido pelas mãos fortes de Jungkook. ㅡ Taehyung é escandaloso. Não tem ninguém em casa, então fique aqui e se sinta à vontade. ㅡ Avisou.
ㅡ Mas e seu pai? ㅡ Questionei, com receio.
ㅡ Vai ser como se você fosse invisível até que eu converse seriamente com ele. ㅡ Explicou, meio cansado. Senti minha garganta se fechar.
Ser invisível.
Com certeza eu iria embora quando Jungkook saísse, e foi o que fiz quando apenas me conformei e deixei que ele se fosse, para então sair de fininho pela porta dos fundos e depois pular o portão. Não me perguntem porquê, mas senti que tinha que fazer aquilo, e nem era tão alto.
Quando caminhei para longe do condomínio e poucos minutos depois consegui um milagroso táxi, decidido a pagá-lo assim que decesse no ponto de chegada porque estava sem a carteira e nenhuma ideia de como chegar até meu apartamento alugado, informei o local e o homem tranquilo me levou para lá, desta vez sem atiçar meu trauma de taxistas.
No meio do caminho, para evitar maiores desavenças porque havia dito a Jungkook que o esperaria, resolvi pedir a Tae que acalmasse a fera para mim e a mandasse para meus domínios em meu apartamento. Por isso tentei ligar para ele, e quando tentei mais quatro vezes seguidas ele ainda não atendeu, decidii mandar uma mensagem.
O indivíduo não atende|
E esperei alguns poucos segundos para que o felizardo me respondesse.
| O indivíduo está cagando
E eu ri, meio sem humor.
Cagando como, criatura?|
| Sentado no vaso, com o cu
Meu deus Taehyung, eu só|
quero saber onde vocês estão
| Na zona. O Jungkook veio visitar
a mãe, que é uma garota de programa
Oooooiiii?????|
| Calma, to brincando
É que a gente tá no
hospital e me deu vontade
de cagar, aí eu vim pro banheiro
e to fazendo o serviço
E o Jungkook?|
| Não, ele disse que não
queria cagar
Taehyung eu só quero saber|
se ele tá bem e se o Namjoon
tá melhor
| Você é um amigo tão ruim
Nem se importa com minha
rotina caganível
????|
| Jungkook é praticamente o
homem de ferro
| Namjoon é um cu sensível mas
só quebrou um dedo da mão
Mas como que ele foi|
quebrar esse dedo?
| Sei lá... Namjoon é um desastre
ambulante que mal para em pé
|🔊Áudio: "Jimin, socorro, o Jungkook
não quer me deixar cagar em paz"
O homem que dirigia o táxi arregalou os olhos quando ouvi o áudio no volume máximo por não ter percebido que estava tão alto. Meu rosto virou um tomate.
Tae, fala pro Jun que eu|
vim pra minha casa, e que
se for da digníssima vontade
dele, que ele venha aqui pro
meu apartamento
Mandei a mensagem mais debochada da minha vida.
Mas não fala desse jeito|
que eu escrevi porque senão
ele come meu cu
| Ih, foi mal. Ele já leu.
TAEHYUNG!!!!|
| Ah, qual é. Até parece que
tu não quer que ele coma seu cu
🙄|
Você realmente mostrou|
a mensagem pra ele?
Quase roí o restinho de minhas unhas.
| Claro.
Deuses...|
| E ele riu todo bobo, dizendo
que um dia você tinha dito que
ele parece um velho chato e que
você é brat
| A última parte ele deu ênfase,
acho que ele queria que eu te
contasse essa parte em especial
EU NÃO SOU UM BRAT!!!!|
Travei a tela do celular e segui emburrado até que o moço parasse frente ao meu apartamento.
ㅡ Moço, aqui minha identidade. ㅡ Ofereci-a a ele, que vincou a testa em confusão. ㅡ Como estou sem dinheiro, vou ali dentro pegar e como garantia de que não vou fugir fique com a minha identidade até que em volte. ㅡ Expliquei e saí correndo em direção a portaria, deixando um sorriso falso para aquela cobra recepcionista e subi no elevador para chegar até meu cantinho, onde peguei o dinheiro da corrida e me apressei para baixo outra vez.
Quando cheguei lá, ofereci o dinheiro a ele. ㅡ Aqui.
ㅡ Não, moço. Um tal de Jeon Jungkook já pagou. Ele me ligou e como eu já estava aos arredores, me pediu para andar naquela rua ao lado da mansão bonita porque você ia sair de lá logo e procurar um táxi. ㅡ Disse, meio confuso.
Eu sorri incrédulo mentalmente, pois o quão bem Jeon Jungkook pode me conhecer?
ㅡ Então tá, obrigado. Até mais ver. ㅡ E fiz um tchauzinho após pegar minha identidade. E então o gesto foi retribuído para enfim eu me infiltrar outra vez em meus aposentos após subir através do claustrofóbico elevador.
Em todo esse tempo que fiquei lá no apartamento vazio, apenas me pús a fazer uma limpeza geral no ambiente e procurar os objetos que usamos na noite anterior, não encontrando nada por provavelmente Jungkook ter levado consigo. Aff.
Por fim, às quatro, resolvi me render à uma ducha bem quente e completa, se é que me entendem, para se caso Jungkook resolver aparecer mais tarde.
Depois disso, me enxuguei devagar, tendendo a repetir os gestos cuidadosos de meu dom quando ele me deu um banho, para em seguida me posicionar frente ao espelho, relaxando para tentar encarar meu corpo que até agora está me parecendo um pouco normal. Porém, quando observo cada parte exposta dele, cada gordura, cada estria e cada cicatriz de infância, não consigo mais olhar. Não consigo.
Abro o pequeno armário em um movimento brusco e de lá tiro a pasta de dente que coloco na escova para só escovar meus dentes e sair dali, sem nem mesmo contemplar aquelas marcas que Jeon deixou em meu corpo na noite de prazer. As marcas que entregam o quão insanamente nos entregamos um ao outro.
Após me vestir com algumas roupinhas simples como calça confortável, uma regata branca e a boxer básica preta, finalmente me sento no sofá grande e mais confortável do que o que havia em minha casa antiga, e me ponho a vasculhar minhas redes sociais, me deparando com notificações imediatas daquele fórum em que entrei uma só vez e esqueci de sua existência por um tempo, onde aquele mesmo homem insuportável dizia em uma das três mensagens que mandou "Vou ter que foder sua boca para te ensinar a ficar calado, garoto?".
Garoto.
Só Jeon pode me chamar assim. Desde quando ele acha que pode ter esse direito?
"Na verdade, eu já tenho um dominador muito mais eficiente para isso (se é que me entende) rs"
Respondo-o e não saio do fórum, na intenção de pesquisar um pouco mais sobre os fetiches.
E santa Afrodite, existem tantos!
Um que vi me deixou muito interessado pela prática, onde está escrito "blood play", mas antes que me aprofundasse mais na pesquisa, duas leves e tonalizadas batidas na porta me interromperam. E eu sei de quem são.
ㅡ Jungkook! Já tava com saudade. ㅡ Eu disse, quando o vi do lado de fora, tão cansadinho...
ㅡ Eu também, meu bem. ㅡ E me puxou para um selhinho rápido.
ㅡ Vem, entra. Hoje não vou esquecer de te convidar a entrar. ㅡ Sorri divertido, dando passagem para que ele entrasse, e então me posicionei frente ao sofá para arrumar as almofadas. ㅡ Você sabia que eu não ia ficar lá? ㅡ Questionei, mesmo já sabendo a resposta.
ㅡ Sim. A palavra invisível trouxe um brilho diferente aos seus olhos e logo percebi que você não ficaria por lá. ㅡ O ouvi se sentar na poltrona larga, e quando me virei para vê-lo outra vez, seus olhos se desviaram rapidamente e focaram meu rosto, pois estavam em minha bunda. Sorri de lado. ㅡ Sim, eu estava olhando para sua bunda. ㅡ Ele afirmou, antes mesmo que eu o provocasse.
ㅡ E por que só olha? ㅡ Indaguei, fingindo inocência para em seguida me aproximar devagar.
ㅡ Porque olhar me faz pensar algumas coisas. ㅡ Apoiou as duas mãos em minhas coxas quando parei em sua frente, com suas pernas bem abertas e relaxadas, diferente de seus olhos, que pesavam como escuridão. ㅡ Me diga o que está pensando. Se caso nossa vontade for mútua, eu posso realizá-la. ㅡ Acariciou o músculo sensível com suas grandes mãos.
ㅡ Eu... ㅡ Já me senti rendido, pesando aquelas palavras. ㅡ Eu... Queria que você me fodesse de quatro. ㅡ Confessei, meio envergonhado e tímido, sensações que evaporaram quando Jun me lançou um sorriso cúmplice.
ㅡ Em qual lugar? ㅡ Questionou, profundo. Seus olhos nos meus olhos.
ㅡ Onde quiser, senhor. ㅡ E é verdade.
Com Jungkook me fodendo de quatro, eu posso estar até em cima da muralha da China que não fará diferença.
ㅡ Bom garoto. ㅡ E com isso ele se levantou de repente, puxando minhas pernas para cima cima para que eu enlaçasse-as em seu quadril. Local onde senti algo meio durinho...
Depois que dei uma risada satisfeita e recebi um sorriso sugestivo de Jungkook, uni nossos lábios em um beijo quente que se intensificou na medida em que adentramos a cozinha, e com o pé fechou a porta, sem perder o equilíbrio nem a firmeza.
Depois me colocou em cima da mesa, sabe-se lá para quê, e então derrubou o único toalhado no chão para me empurrar mais para o centro. Senti meu coração bater ansioso no peito, e então encarei seu rosto tão lindo um pouco acima do meu enquanto ele se posicionou acima de mim para tomar meu rosto entre suas mãos e voltar a me beijar com volúpia e sabedoria, como se soubesse exatamente quando morder meus lábios e sugá-los.
ㅡ Aqui tem mel? ㅡ Ele perguntou, enquanto suspirei contra sua boca quando ele arranhou minha nuca.
ㅡ Tem. ㅡ Respondi, totalmente zonzo pelas sensações.
ㅡ Onde? ㅡ Respirou meio desajeitado quando tentei encontrar minha ereção coberta contra sua coxa, vencendo na tentativa.
ㅡ No... No... ㅡ Tentei, mas nada saía enquanto meu cérebro só dizia uma coisa: Nós vamos transar na mesa e vai ter mel no meio?
ㅡ Acho que você esquece que gosto que respondam minhas perguntas, garoto. ㅡ E apertou meu maxilar com uma força moderada. Sorri meio entorpecido.
ㅡ D-desculpe, senhor. ㅡ Pedi, procurando seus lábios com os meus. ㅡ Está na prateleira. ㅡ Falei, sem explicar muito devido ao fato de que só há uma prateleira acima da pia.
Então, para meu desgosto, Jungkook saiu do ponto em que se encontrava meio acima de mim e foi até ela, e eu não contive meu olhar que desceu por toda sua fisionomia deliciosa e tão máscula.
ㅡ Já ouviu falar e ·food play? ㅡ Questionou com os olhos nos meus, e eu sorri complacente.
ㅡ O fetiche por usar algum alimento em relações sexuais ou não? ㅡ Tentei, e recebi um sorriso que afagou meu ego.
ㅡ Eu estou orgulhoso, garoto. ㅡ E deixou um beijo em meu lábios, sugando o inferior quando foi me soltar, para onde nossos olhos seguiram o movimento até que ele o soltasse, o deixando dolorido. ㅡ Tire a camisa. ㅡ Ordenou. E no instante seguinte deslizei o fino tecido pelos meus braços e cabeça, até que ficase totalmente nu da cintura para cima e jogasse a peça longe, o que fez Jungkook me observar com tanta atenção e cuidado que não senti a necessidade de tapar as gordurinhas. ㅡ Agora a calça. ㅡ Observou todos os meus gestos, com o vidro de trezentos ml's de mel entre mãos.
Fiz o que ele mandou, tirando a calça com cuidado para dar o mesmo caminho que dei para a camisa; O chão. Jungkook sorriu satisfeito enquanto abria o pote de mel, e eu senti a textura da madeira forte e fria contra a parte traseira de minhas coxas grossas demais mesmo que não houvessem sido malhadas.
ㅡ Agora a roupa íntima. ㅡ Me lançou aquele sorriso de canto de lábio que só ele tem, coçando o queixo enquanto observava o volume proeminente abaixo do tecido, o que me levou a analisar o seu, que parecia estar bem mais necessitado.
Enfim segurei a boxer e a puxei meio desajeitado, expondo minha intimidade que tocou meu umbigo para ele, que deixou transparecer mais alguns graus de desejo em seus olhos de breu.
ㅡ Jun... ㅡ Gemi, meio manhosinho.
ㅡ Quietinho, garoto. ㅡ Se aproximou devagar, com aquela análise que parece querer contornar cada linha de meu corpo com os dedos, e então subiu na mesa como um predador prestes a atacar a presa para só então abrir cada um dos botões da camisa, com calma e cuidado, me deixando ansioso, e jogando-a para longe quando terminou.
Observei cada gominho, os quais ainda ei de tocar e saciar minha vontade, e eu quis lambê-los e chupá-los, acariciar a pele apenas para ver Jeon se contorcer por mais. Mas a única coisa que fiz foi me manter quieto e apoiar meu corpo nas mãos espalmadas com a madeira atrás das costas para deixar Jun derramar o mel geladinho em meu abdômen.
Quando ele o fez, acima de meu peito e abaixo da clavícula, um fiozinho âmbar desceu pelo meio de meu abdômen e antes que ele escapasse pela lateral das costelas, me causando arrepios, Jungkook se abaixou de súbito e capturou o fio doce com a língua para em seguida retomar todo o caminho retrógrado até o ponto de partida.
Me contorci contra a mesa que já não parece tão fria e tentei tocar minha ereção, que se tornou mais necessitada devido a temperatura e o toque molhado de sua língua, em alguma parte de seu corpo.
Eu quis mais uma vez tocá-lo, e quis ainda menos receber minha primeira punição, então só me entreguei ao êxtase dos prazeres carnais quando meu dom lambeu um de meus mamilos amarronzados e sugou-os, causando uma onda de eletricidade que percorreu cada centímetro de meus nervos centrais.
ㅡ Jun, por favor... ㅡ Pedi nem sei o quê, ainda mais necessitado quando suas duas mãos seguraram minhas costelas e os dedões foram propositadamente afundados no tecido adiposo de minha barriga. Ele sugou meu mamilo mais uma vez, com ele dentro de sua boca enquanto balançou a cabeça de um lado para o outro, como se testasse a elasticidade, mas esse ato só me fez gemer bem baixinho e devagar, totalmente manhoso.
Jungkook sorriu com meu mamilo preso entre seus dentes. ㅡ O que quer, bem? ㅡ Deixou o montinho marrom em um estalo que me fez tremer, e então subiu mais para cima e aproximou nossos lábios, para fazer meus olhos se perderem nos seus e os meus tentarem encontrá-los. ㅡ Calma, gatinho. Você está com pressa? ㅡ Por Zeus, eu preciso...
ㅡ Sim. ㅡ Confessei, precisando mais que qualquer coisa de que Jungkook me fodesse naquela mesa.
ㅡ Isso não foi uma bos resposta, garoto. ㅡ E deixou um beijo no cantinho de meus lábios, para em seguida descer da mesa e me deixar atordoado.
ㅡ Jun... ㅡ Chamei, choramingando enquanto observava seu torso nu bem em minha frente.
ㅡ De quatro. Agora. ㅡ Ordenou, firme, com aquele semblante irredutível enquanto apontou para a mesa.
Juntei todas minhas forças para me posicionar de quatro na mesa gelada ㅡ mas agora mais aquecida devido a tensão no ar ㅡ, e então deixei minhas duas pernas bem abertas e o corpo inclinado para Jungkook ver minha intimidade totalmente exposta.
O que eu não esperava, era sentir algo ser derramado em minha fenda, que se contraiu com o choque tão quente, e quanto olhei para trás vi Jungkook deixar o mel cair dos seus lábios ㅡ que provavelmente aqueceu misturado a saliva de sua boca quente ㅡ cair em minha entrada, que piscou para ele mais uma vez quando sua língua deslizou ali, serpenteando para dentro.
ㅡ Se não gostar ou não estiver se sentindo confortável, não hesite em me avisar. ㅡ Disse ele, com o hálito roçando naquela parte tão sensível de meu corpo.
ㅡ S-sim, senhor. ㅡ Obedeci, meio dificultado pelo beijo que Jeon iniciou ali em seguida, como se estivesse beijando minha boca.
Sua língua serpenteava para dentro enquanto seus lábios devoravam a pele enrugada, me trazendo cada vez mais vontade de que ele me fodesse bem forte, e por isso, com meu pau latejando e com meus neurônios racionais dizendo que eu não podia me aliviar sem a permissão de Jungkook, eu rebolei minha bunda contra seu rosto e boca, querendo mais, mas fui interrompido quando um tapa estalado foi desferido em minha nádega esquerda. Gemi e me encolhi.
ㅡ Já que quer tanto que eu te foda, eu vou fazer isso. Mas do meu modo. ㅡ Disse perigoso, com a voz rouca.
Eu ouvi seu cinto ser desabotoado e meus pelos se arrepiarem em reflexo, também ouvi sua calça ser retirada com calma e em seguida sua boxer, que foi parar no chão, assim como a calça.
ㅡ A partir de agora não vale olhar para trás e nem mudar a posição. ㅡ Avisou, e eu choraminguei. Me contentei em apenas rebolar necessitado e controlar a dorzinha nos joelhos e cotovelos.
Assim que Jeon me posicionei ao seu ㅡ e meu ㅡ gosto, seu membro foi serpenteado em minha fenda, e a ponta colocada ali, causando um desconforto que foi dissipado enquanto ele se afundava bem devagar com a ajuda do mel que usou substituindo o lubrificante, com cuidado.
Um de seus dedos pressionaram minha nuca e desceram em uma linha reta e gentil por toda minha coluna vertebral até a base, enquanto todo o pênis de Jungkook ficou dentro de mim, para só então ele rosnar em um ato deliciado. Espinei minha bunda, rendido, e deixei que meu rosto fosse apoiado na mesa enquanto joguei os braços para segurar a borda.
ㅡ Essa temperatura me deixa frustrado, caralho ㅡ e desferiu um tapa em uma de minhas nádegas, e eu sorri deliciado contra a madeira, meio suado demais, meio entorpecido demais.
ㅡ Se você aumentar a velocidade, talvez fique menos frustrado. ㅡ Comentei, com a voz modificada devido ao modo desajeitado que apoiei a cabeça na madeira, pois meio que perdi a força nesse misto de sensações.
Jungkook deu uma gargalhada ofegante, cheia de incredulidade. ㅡ Eu pedi alguma sugestão? ㅡ Indagou, tão perigoso como o próprio fogo. E eu ainda brinco.
ㅡ Não. Eu sugeri porque eu quis. ㅡ Sorri.
ㅡ Eu sei o que você quer ㅡ amaciou uma de minhas nádegas, ainda parado lá dentro de mim, e assim como o meu membro, eu podia sentir o seu pulsar em minha fenda. ㅡ Mas eu não te darei isso agora. ㅡ E cravou as unhas na pele de meu quadril, o que me fez levar um susto, mas não desgostar nem um pouco da sensação.
Suspirei sôfrego. ㅡ E o que você vai me dar? ㅡ Insanamente questionei.
ㅡ Bom... ㅡ Ele tornou a sair de dentro de mim, e eu senti aquilo, aquela dorzinha mesclada a sensação de medo, adrenalina e prazer. ㅡ E vou te foder bem forte e fundo, devagarinho ㅡ Se empurrou de uma vez só dentro de mim, com força e ciente de que eu já estava confortável, e eu apenas apreciei aquele toque tão delicioso, tendo ele parado dentro de mim. ㅡ Até que você atinja o orgasmo mais intenso da sua vida.
ㅡ O mais intenso? ㅡ Não deixei de questionar, boquiaberto.
ㅡ Exatamente. ㅡ E saiu mais uma vez, para depois me arrancar um gemido quando me penetrou com força e precisão. ㅡ Sua primeira punição está no aguardo, caso pense em se mexer antes que eu mande. ㅡ Relembrou, as mãos amaciando minha bunda, até que ele segurou os dois lados com firmeza para deixar minha entrada mais exposta e me foder mais uma vez, com a força moderada causando o som de um estalo pecaminoso pela cozinha.
E então, pela quarta vez, ele me penetrou novamente, totalmente no controle e excitado como eu. Depois uma quinta, sexta e sétima, cada uma pausadamente, sendo decoradas pelo seu cuidado e atenção, juntamente a minha vontade tremenda de ser fodido com força, sem preocupação nenhuma.
ㅡ Você gosta do meu pau em você, garoto? ㅡ Pude sentir seu sorriso complacente, ainda com minhas nádegas entre as mãos no instante em que me penetrou mais fundo, quase encontrando meu ponto.
ㅡ Sim, senhor. ㅡ E sorri contra a madeira que expremia meu rosto.
ㅡ E gosta que eu te foda assim? ㅡ Saiu inteiramente para que eu sentisse sua falta. E assim que gemi necessitado pela vontade tão crescente dentro de mim, Jungkook rodeou seu pau em círculos, pressionando a ponta por toda pele envolta de minha entrada, que se contraiu dolorida para, no instante seguinte, receber mais uma estocada forte de Jungkook, que em um ato rápido segurou meu quadril com as duas mãos fortes e se enfiou até o fundo, gemendo um "Ah" arrastado enquanto o fez. Refleti o gemido.
ㅡ Eu gosto muito, senhor. ㅡ Já completamente insano, sem controle algum, apenas virei a cabeça para o outro lado na intenção de não sofrer torcicolo depois.
ㅡ Que bom. Porque é de meu agrado que você fique inteiramente rendido quando te fodo com vontade. ㅡ Essas palavras surradas pela voz rouca me fez conter um gemido que ressou em minha garganta fechada e rebolar contra seu pau, com ele em mim. ㅡ Você quer mais, uh? ㅡ E me estocou duas vezes seguidas, me fazendo provar um pouco do que seria uma foda tão rápida e bruta a moda de Jeon Jungkook. Engoli em seco.
ㅡ Sim, por favor, senhor. Eu preciso de mais. ㅡ Informei, em um fio de voz rouco e os olhos comprimidos para segurar as lágrimas de tesão.
Ele gargalhou outra vez, incredulamente. ㅡ Acho que já sabe que quem te dará o prazer será eu, e sendo assim, eu decido como te fodo. ㅡ Me penetrou fundo mais uma vez.
ㅡ Oh, deuses! ㅡ Bati a testa contra a madeira.
ㅡ Você clama aos deuses, mas é devoto ao meu pau, não é, garoto? ㅡ E me estocou tão rápido por três vezes seguidas que tanto ele quanto eu sentimos a vontade tremenda de gozar.
ㅡ Sim, senhor. Eu sou inteiramente devoto não s-só... ah! ㅡ Senti chegar ao ápice aos poucos quando ele estocou mais duas vezes, pausadamente, com seu pau inchado e tão quente dentro de mim. ㅡ Sou devoto a você, senhor. ㅡ Completei meio perdido, o que fez Jeon apertar ainda mais meu quadril e pressionar meus joelhos contra a madeira quando me fodeu de cima para baixo, quase montando em mim. E então, quando contrai todos os músculos de minha barriga, necessitado ao sentir a necessidade de Jungkook, ele disse o que fez meu último fio de juízo ir por água abaixo.
ㅡ Por que caralhos você me faz perder o controle, porra? ㅡ Um tapa forte foi desferido em minha nádega direita, e provavelmente deixaria uma marca para me lembrar que Jungkook me fodeu com força e eu amei.
ㅡ N-não sei, senhor ㅡ resfoleguei contra o material seco, sentindo o calor esquentar meu rosto e denunciar a chegada do orgasmo delicioso.
ㅡ Eu vou ter que te foder com força, garoto ㅡ E para a felicidade do meu corpo vulnerável, Jeon começou a me estocar com tanta força e agilidade que sons obscenos ecoaram pela cozinha, trazendo um gemido rouco tão intenso de sua garganta que me fez arfar cada vez mais, o que se intensificou quando ele ordenou: ㅡ Me imagine gemendo seu nome ㅡ com aquele tom que entrega sua necessidade e poder sobre cada átomo de meu corpo.
ㅡ O-oh! ㅡ Gemi mais uma vez ao imaginar sua voz proferindo meu nome em um gemido tensamente excitante, enquanto ele continuava as estocadas rápidas e precisas, como se estivesse tentando encontrar o ponto correto. ㅡ Seria tão bom você...
ㅡ Ah, Jimin... ㅡ Ele gemeu manhoso, e com esse estímulo eu explodi não só em um orgasmo, mas em um misto de sensações intensas acompanhadas pelos sons de "Ah", "Ahn" e "Oh-oh!" que saíram da boca gostosa de Jungkook, até que ele se desmanchasse em mim, me preenchendo com se gozo denso e quente enquanto o meu se espalhava pela madeira da mesa abaixo de mim.
Nunca o vi tão descontrolado assim, e a sensação não podia ser melhor, e com certeza essa foi a intensidade tão deliciosa da qual Jun falara.
Respirei sôfrego, me desmanchando com cuidado na mesa pois meu corpo já não conseguia mais se sustentar. Mas bastou uma frase de meu dom para que eu me sentisse um grau mais recuperado do orgasmo recente:
ㅡ Jimin, se recupere para o segundo round. ㅡ Sussurou em meu ouvido sensível, com a voz rouca e sexy embargada pela respiração deficultada.
Olhei pela janela, já observando as estrelas reduzirem no céu e pensei em quantas vezes já ouvi dizer que existe paraíso na terra. E isso foi algo que eu nunca entendi até que Jeon Jungkook apareceu naquela boate.
🐥
·food play é envolvimento de qualquer comida em uma relação sexual ou não-sexual, no BDSM, no âmbito de praticar a encenação com o alimento.
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