[09] Rules of worship, game
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Nem sempre acontecimentos rotineiros tem verdadeira importância em nossas vidas, mas tive dúvidas quando, no amanhecer do dia, acordei vagarosamente e cansado da noite conturbada e decorada por sonhos e pesadelos.
Primeiro, tive um pesadelo relacionado à minha mãe ㅡ o qual não quero me lembrar. Depois, por fim, este que durou mais, eu e Jungkook estavamos em uma cidade bonita. Em uma fração de segundo já ficamos em um quarto lindo e espaçoso, arquitetado de forma detalhada, e ele ouvia as batidas de meu coração contra meu peito nu enquanto eu segurava seu rosto macio contra minha pele descoberta. E então, em outro vacilar de consciência, eu e Jungkook assistíamos ao pôr do sol quando crianças, juntos, mas ele se foi quando, assim que deviei meu olhar e voltei a olhá-lo, seu rosto havia sumido, juntamente com seu corpo e o coração que havia lhe entregado. E isso me deixou cabisbaixo.
Olhei em volta quando despertei do sono cansativo, a respiração nítida, assim que Jungkook saía pela beira da calçada em mr. E então pousei meus olhos no teto branco do quarto, desviei para o criado mudo, onde apenas o aparelho preto que era meu celular se destacava em todo o branco, com um cabo conectado-o na tomada da parede.
Jeon havia colocado meu celular para carregar.
Me sentei devagar, ainda com o tilindar de meu consciente atento contra o subconsciente, me achando um louco por estar abalado com um sonho.
Mas, afinal, onde está Jungkook a essa hora da manhã?
Bom, também não demorou muito para que a outra parte de meu cérebro se esquentasse para ter a capacidade de lembrar que os tais três dias que espaçou para nos vermos novamente seria, para Jungkook, preenchido por reuniões de trabalho, ou pelo menos foi isso que ele disse.
ㅡ Bom dia, vida. Que tal facilitar tudo para mim hoje, hm? ㅡ Questionei sozinho, me levantando da cama com uma dorzinha insistente no bumbum. ㅡ Poxa, Jeon, você tinha que ser tão grande? ㅡ Resmunguei falsamente, lembrando-me de quando ele me fodeu com força e rápido, depois me bateu, achando que ambos seriam punições, enquanto para mim, era diversão, prazer e êxtase puro.
Sentei na beira da cama, pensando no que fazer em seguida, mas logo me assustando quando vi que estava vestido com uma boxer preta, o que me fez eu me cheirar e chagar a conclusão de que não haviam resquícios de cheiro de sexo ou gozo em mim. Estaquei no colchão quando imaginei o porquê de eu estar limpo.
Lembro-me vagamente de um tecido morno e úmido ser tocado em meu corpo nu e eu gostar da sensação... E mais nada.
Foi isso; Jungkook me limpou e saiu de fininho antes que eu acordasse.
Não sei se me levantei pela força da raiva de ele ter me deixado sem se despedir, ou por notar um bilhetinho sob uma escrivaninha branca como nuvem logo ao lado da cama, ou os dois.
O peguei, abrindo com cuidado para ler a caligrafia bonita e bem grafada no papel amarelado, me assustando e sorrindo desacreditado com o que li.
"Você realmente tem uma bunda gostosa, meu bem. Nos vemos em três dias."
E foi só isso.
Ele escreveu só isso.
Tudo bem, Jimin, não é como se você estivesse esperando uma carta onde ele diz que eu você foi ótimo e qualquer coisa assim, ou que ele sentirá saudade dentre esses três dias...
Andei um pouco manco, com a bunda verdadeiramente fodida, e então fui ao banheiro decidido a pegar minhas roupas para ir embora. Porém, onde estavam minhas roupas?
Voltei para o quarto e fui diretamente ao enorme guarda-roupas, e pela graça de deus, vulgo Jungkook, ele estava aberto e, assim que abri suas portas tão mais grandes que eu ㅡ não que eu seja pequeno ㅡ, me deparei com mais uma porcaria de espelho.
Poxa, Jeon deve ter uma tara por espelhos, porque não é possível que seja só o universo querendo ferrar com meu psicológico assim...
Me observei mesmo que sem querer, mas então notei uma manchinha aqui, outra ali... E logo vi o sinal de um chupão em meu pescoço, e não deixei de sorrir fraco e satisfeito por ter uma marca que a boca emoldurada pelos lábios avermelhados mais belos e bem desenhados do planeta fez em mim. Isso me deixa bobo de um modo idiota, e sem querer parecer um bobo idiota, pego o par de roupas que ele deixou separado para mim, ficando bobo mesmo sem querer por ele ter tido o cuidado de fazer isso para provavelmente me deixar plantado no quarto como um idiota, mesmo que já sabia que Jeon nunca deixa passar nenhum detalhe.
Vesti a calça jeans casual que ele havia separado, e ela se encaixou perfeitamente em meu corpo, assim como a camiseta cinza e um outro tênis branco ㅡ este que devolveria quando o visse novamente pois não admito que Jeon pague e compre tudo para mim como ele quer fazer.
Abri o guarda-roupas apenas mais uma vez para alinhar meus fios bagunçados, enrolando um pouco ao observar o chupão que foi deixado na lateral direita de meu pescoço, mas fui interrompido quando meu celular fez um bip para avisar a chegada de novas notificações.
Corri para checá-lo, já que não recebia quase nada ㅡ ou absolutamente ㅡ de notificações novas, ficando bobo com o que vi em seguida: "Três novas mensagem de Jeon Jungkook". Ele mesmo havia salvado seu número para mim.
|Bom dia, meu bem.
|Tome café da manhã e
se alimente corretamente.
E me mande uma foto para
eu ver como a roupa ficou
em você.
|Espero que tenha dormido
bem.
[ 7:09 AM]
Sorri pelo seu cuidado comigo e também pelo rumo que a ordem de mandar uma foto seguiu em meus pensamentos.
Me debruçei sobre a cama para responder.
Bom dia, senhor Jeon|
Irei cuidar da minha|
alimentação direitinho
E a roupa ficou ótima,|
olha só :)
[ 7:11 AM]
Esperei por longos cinco minutos, mas ele não ficou online e nem me respondeu, e por isso resolvi deixar o celular de lado e descer lá embaixo para comer alguma coisa sem estar com fome, mesmo que isso me fizesse parecer um bocado folgado.
Assim que cheguei ao pé da escada, havia uma porta à esquerda aberta. Era toda esculpida em desenhos mínimos e rústicos. Caminhei em direção à ela curiosamente, percebendo, quando cheguei, que era uma biblioteca. Meu rosto se iluminou automaticamente.
Entrei ali sem hesitar, boquiaberto com a quantidade de livros que havia lá, e mais ainda quando avistei minha coleção preferida de livros; crepúsculo, a a coleção Fallen da Lauren Kate.
Sem hesitar abri Fallen, o qual era de capa dura, diferente do que eu tinha.
ㅡ O amor transforma os homens em anjos. E o orgulho, transforma os anjos em demônios. ㅡ Uma voz desconhecida e grave soou atrás de mim. Dei um salto e me virei de supetão.
ㅡ Misericórdia! ㅡ Apoiei a mão no peito depois de avistar um rapaz de fios loiros e tatuagens à mostra. A citação elegante não combinava com sua aparência.
ㅡ Desculpe-me se te assustei. ㅡ Ele pôs-se a sorrir quadrado, e só então percebi o quão bonito é. ㅡ Prazer, sou Kim Taehyung. E você, provavelmente... Park Jimin? ㅡ Questionou com um sorriso cortez.
ㅡ Sim. ㅡ Entendi minha mão hesitante, e apertei a sua estendida, grande e macia. Fiquei pasmo com o tamanho.
ㅡ Santa Madre! ㅡ O rapaz exclamou de modo engraçado. ㅡ Olha o tamaninho dessa mãozinha! ㅡ Ele virou a palma de minha mão para si e a observou, parecendo maravilhado. ㅡ Aliás, você é minúsculo, e não só sua mão! ㅡ Voltou a observar, e eu fiz um bico emburrado, logo me desfazendo de seu aperto.
ㅡ Eu não sou minúsculo. ㅡ Fiz uma careta.
ㅡ Ora, se não é... Olha que tamanho de gente! ㅡ Apoiou sua mão no topo de minha cabeça como se tivesse medindo a estatura de um gnomo. ㅡ Parece até um pintinho! ㅡ Riu e apertou minhas bochechas.
ㅡ Ai, sai! ㅡ Tirei suas mãos de minhas bochechas e massageei o lugar dolorido.
ㅡ Credo, que pintinho mal criado! A galinha não te chocou direito, foi? ㅡ Questionou com seriedade. Demorei um tempo para me dar conta de que ele estava só brincando. ㅡ Já sei, você vai ter o apelido de pintinho da cobra. Vocês é o pintinho e Jungkook a cobra. ㅡ Sorriu. Eu arregalei os olhos e torci o nariz.
ㅡ Você é doido. ㅡ Voltei a folhear o livro, sem me importar com sua presença esquisita.
ㅡ Dizem que sim, porém não. ㅡ Contrapôs o rapaz. ㅡ Tá explicado o porquê de Jungkook se interessar por você. ㅡ Comentou em tom óbvio. Me virei em uma fração de segundo e encarei seu rosto falsamente despreocupado.
ㅡ Como sabe que o Jungkook... Digo, o que você sabe? ㅡ Corrigi, pois, bom...
Será que alguém mais naquela casa super estranha sabia do nosso tipo de relação?
ㅡ Sei de nada. ㅡ Encarou um ponto qualquer na parede e se fez de desentendido. ㅡ Eu poderia até saber, mas você disse que eu sou doido... ㅡ Insinuou com falsa tranquilidade. Soltei um suspiro nasal e quase ri de seu jeito engraçado.
ㅡ Tá bom, me desculpe por te chamar de doido. Mas isso não quer dizer que você não seja doido. ㅡ Fiz uma pausa entre uma frase e outra. ㅡ Agora me diga o que sabe sobre... a gente. ㅡ Pedi, me referindo a eu e Jungkook.
ㅡ Eu sei de muita coisa. Afinal, eu sou irmão dele e vivo aqui. ㅡ Meus olhos arregalados entregaram minha surpresa. Eles não tem um mínimo traço de personalidade ou física que sejam semelhantes.
ㅡ Irmão? ㅡ Perguntei, confundido.
ㅡ É, ué. Não sabe o que é irmão? ㅡ Me observou com obviedade, mas não consegui assimilar nada. ㅡ É o filho que nasce quando seu pai transa sem proteção com sua mãe outra vez, aí o espermatozoide fecunda o óvulo, e entã...
Revirei os olhos e o interrompi. ㅡ Eu sei como um óvulo é fecundado e tudo o mais... ㅡ Cruzei os braços, dando atenção à ele outra vez. ㅡ Mas eu não sabia que Jungkook tinha um irmão. E muito menos como... ㅡ Desisti de completar a frase com medo de ofendê-lo. Era meio difícil acreditar que Jungkook, o homem mais bem alinhado na opressão e seriedade, fosse irmão de um cara tão maluco e cheio de tatuagens. Nada contra, só para deixar claro. É que é inesperado.
ㅡ Louco como eu? ㅡ Questionou. ㅡ Pois é, também não sei. ㅡ Deu de ombros.
ㅡ Eu não quis dizer isso. ㅡ Tentei desviar, mesmo que ele não parecesse se importar nem um pouco. ㅡ É só...
ㅡ Ah, sem essa, vai. Eu sou rico mas não sou cheio de mimimi. ㅡ Disse ele, também revirando os olhos. Me deu vontade de rir.
ㅡ É, você deve ser bem rico mesmo... ㅡ Observei a enorme biblioteca, chegando à conclusão de que meu cérebro é incapaz de calcular quantos livros há aqui.
ㅡ A biblioteca não é minha, só pra avisar. ㅡ Informou, e eu girei minha expressão em estranhesa.
ㅡ Então de quem é? ㅡ O observei com receio. Não dele, mas sobre de quem imaginei que fosse ㅡ algo também inesperado.
ㅡ Do Jungkook. ㅡ Disse como se fosse óbvio.
Eu realmente não entendo esse pessoal que fala em tom de obviedade, como se fosse a coisa mais lógica do mundo. Além de eu ser lerdo, é quase irracional que alguém que não participa de algo vá saber como funciona.
ㅡ Ele gosta de ler, então? ㅡ Tentei parecer o menos surpreso possível.
ㅡ Claro. Desde pequeno. ㅡ Observou uma das estantes do fundo. ㅡ Ele brigava com a mamãe pra ela deixar ele comprar livros sobre mitologia, mas a ela detestava a ideia de que ele lêsse sobre esse gênero porque tinha medo de Jungkook acreditar em deuses e tals... Mas ele nunca pensou por esse lado. Ele só achava interessante mesmo. Tanto é que, quando criança, seu deus grego preferido era Apolo. Ele o admirava muito, embora seja frio e cauculista.
A bomba de informação foi despejada em minhas costas como uma barra de ferro, daquelas bem pesadas e puras.
ㅡ Me diga, sabe qual é o preferido dele agora? ㅡ Questionei, incerto sobre o que estava pensando.
ㅡ Himeros. ㅡ Respondeu.
Só então tudo fez sentido.
Boate. Himeros. Mistério. Contrato. Relação.
Himeros é basicamente o deus do sexo.
ㅡ Impossível... ㅡ Pensei alto e ri desacreditado do que finalmente deduzi.
ㅡ O quê? Jungkook associar-se à um deus que é mestre em sexo? ㅡ Fitei-o, pasmo. ㅡ Não é novidade. Jungkook é cheio dessas estupidezes infantis. ㅡ Disse com sarcasmo.
Cambaleei sobre os pés.
ㅡ Está tentando me dizer que sabe de tudo sobre Jeon? ㅡ Minha voz entregava o tom agudo de incredulidade. ㅡ Quem você pensa que é pra falar que Jungkook é estúpido? ㅡ O sangue ferveu em minhas veias.
ㅡ Eu sou o irmão dele, seu lesado. ㅡ Rolou os olhos. ㅡ E isso que ele faz é bobagem. ㅡ Jogou a bunda em cima da mesa e se sentou ali, balançando os pés infantilmente enquanto continuava.
ㅡ Você está me confundindo. ㅡ Balançei minhas mãos no ar.
ㅡ Você é que é confuso. ㅡ Apontou, levantando as sobrancelhas para mim. Uni as minhas. ㅡ Você não vê no que está se metendo? ㅡ Questionou, e eu observei seu rosto sem entendê-lo nem por uma letra do que dissera.
ㅡ Não, oras. ㅡ Revirei os olhos e cruzei os braços.
ㅡ Você não aceitaria esse contrato se souber na cilada em que está caindo. ㅡ Avisou, aéreo.
ㅡ E no quê exatamente eu estou caindo? ㅡ Questionei, já impaciente demais.
Ele se levantou da mesa e se posicionou em minha frente, de modo que tive que olhar debaixo para ver seu rosto bonito.
ㅡ Às vezes, nossos inimigos somos nós mesmos. E em outras, é alguém para quem abrimos nosso coração. ㅡ Tocou a ponta de meu nariz suavemente. ㅡ Me diga, Jimin, você abriu o seu coração para Jungkook? ㅡ Fitou meus olhos como se já soubesse a resposta. Eu engoli em seco. ㅡ Acho que você já entendeu o que eu quis avisar. ㅡ Seu corpo se distanciou para fora da biblioteca. E então eu fiquei parado ali, imóvel.
Não havia como dizer ou fazer algo com aquela angústia no peito.
Impossível.
Me sentei no chão e apoiei meu rosto entre minhas mãos, tentando fugir da pergunta que me fora feita anteriormente, a qual ressoava em meus pensamentos ansiosos sem parar.
Clique. Clique. Clique.
A cada clique a pergunta se repete. Em cada clique meu coração dispara. E após cada clique só me vem uma frase na mente: "Eu estou perdido".
Sim, estou perdido. É exatamente isso.
Jeon Jungkook, o tão belo e intocável homem de suavidade inabalável... Me propusera um contrato.
Eu realmente quero um contrato que lista regras e envolve uma relação combinada? Ou eu quero mais que isso?
Subi correndo as escadas, indo direto para a cama e procurando lá, observando se, em algum lugar, ele havia deixado as folhas de papel onde estava todo o regulamento do acordo. E se ele tivesse deixado no quarto, só havia um lugar onde deixaria.
Estava dentro do guarda-roupas, assim como imaginara.
Folheei-as rapidamente, e fui parar direto no verso da primeira, onde era explicado um básico de como seria a relação. E, bom, cheguei a três conclusões:
1: As regras me parecem absurdamente loucas e imorais.
2: Eu não acho que possa me submeter a tais coisas.
3: Talvez esse contrato não me favoreça tanto quanto imaginava.
O que diz aqui me deixa espantado. E os nomes dos... fetiches da primeira folha me deixam mais ainda, e tenho medo do que possam significar as regras. Pulo direto para a folha onde elas estão, enumeradas corretamente em números romanos, uma abaixo da outra, logo depois de um parágrafo onde diz que não haverá tolerância para com o descumprimento delas.
1 - Nunca tocar em seu Dom quando ele lhe amarrar.
Lembrei-me de quando estávamos juntos, prestes a ter a tão, aish... primeira vez, e ele citou essa, e isso faz com que eu fique com as bochechas ruborizadas de um modo idiota. Continuei lendo.
2 - Fazer tudo que meu Dono mandar e submeter-me a todos os seus desejos e loucuras;
3 - Dispor do meu corpo no momento, do jeito e da forma que meu Dono quiser;
4 - Receber seus castigos como prêmios e sua adoração com loucura;
5 - Adorar o corpo do meu Dono todos os dias;
6 - Ser fiel e sincero em qualquer situação. Não tendo qualquer segredo para com o meu Dono;
7 - Serei propriedade exclusiva do Dono, estando terminantemente proibido de se submeter ou me envolver sexualmente, ainda que virtual, com outra pessoa;
8 - Não terei contato com outros mestres sem pedir autorização ao meu dono;
9 - Estarei sempre em constante atenção para aprender, obedecer e executar as ordens de meu Dono;
10 - Tratar meu dono da forma mais respeitosa possível sob o tratamento de 'Senhor';
11 - Usarei a coleira e outros símbolos de posse por todo o momento para demonstrar ser propriedade de meu dono. Não tirando-os em hipótese alguma, exceto se for ordenado pelo meu Dom;
12 - Manterei permanentemente o meu Senhor informado dos meus pensamentos sexuais;
13 - Nunca dormir na mesma cama em que meu Dono dormir;
14 - Informar sempre quando algo ou alguma coisa não me for confortável ao meu Dom;
15 - Ser honesto.
Fiquei atordoado. E como se não bastasse, assim que mirei meus olhos para baixo, havia uma regra escrita com caneta preta, em uma letra bem bonita e grafada.
16 (adicional) - Entregar-me ao prazer intenso independente do que estiver acontecendo.
Sorri.
Talvez Jungkook seja mesmo o deus do sexo, e isso quase é confirmado quando continuo lendo o contrato, perdido na escrita profunda do fim da última página.
"Serei para meu Dono o que ele quiser desde que isso seja confortável para mim.
Farei de cada chicotada recebida, cada dor sentida a prova de minha adoração. Verei nas algemas do meu pulso nossa aliança de adoração eterna. Irei conceber cada Castigo como uma dádiva que representa a certeza de que o caminho escolhido é o melhor para mim e para o meu Dono.
Provarei que êxtase e entrega andam juntos, amor e servidão se completam, Dor e Prazer se alimentam.
Finalmente, farei da nossa relação o encontro entre dois desejos que nunca termina, entre dois corpos que nunca se separam, entre dois seres que viram um só: Dono e Submisso... Enfim, Adoração, Dor e Prazer.
Assim Eu Quero, assim Declaro e assim Cumprirei... pela felicidade e prazer do meu Dono e de mim mesmo.
"O ser humano tem o direito de amar como quiser: tomai vossa fartura e vontade do amor como quiserdes, quando, onde e com quem quiserdes."
Livro da Lei - Alester Crowley
Os signatários deste Contrato concordam que neste caso, exigir-se-á o Direito de Posse, sob as formas e condições a seguir descritas. Segundo o Código Penal , a satisfação da libido, reclama, como condição precípua, a faculdade de livre escolha ou livre consentimento nas relações sexuais. É a liberdade de disposição do próprio corpo no tocante aos fins sexuais. De modo que, o exercício consentido das relações SM não constituem crime previsto em lei. Há que existir uma vontade decidida e contrária, uma oposição que só a violência física ou moral consiga vencer. Sem duas vontades embatendo-se em conflito, não há crime.
Declaro que tive tempo suficiente para refletir e ter ciência das consequências das determinações acima.
O seguinte contrato é verdadeiro e dou fé.
Em..."
Fiquei mais abobado ainda. E talvez, só talvez, à julgar pelas coisas que estou descobrindo sobre Jeon, minha alma seja corrompida do modo mais delicioso possível. E eu quero me corromper com Jeon levando-me aos céus, independente do que tenha que fazer para isso. E é por isso que, no instante seguinte, pego meu celular para lhe enviar uma mensagem, mesmo que ele não tenha recebido ainda a anterior, e digito.
Eu gosto da regra dezesseis.
Apago.
Obrigada por acrescentar|
a regra dezesseis, senhor Jeon.
Travo a tela e sorrio vitorioso, me levantando da cama rapidamnete e desço as escadas logo em seguida.
Saio dali depois de pegar apenas minha jaqueta, e então tiro um dinheiro do bolso logo depois que o portão se abre, sem ligar que Jeon tem um motorista para me levar e menos ainda se ele vai ficar descontente por eu ter ido de táxi. Afinal, ainda não assinei o contrato e, também afinal, talvez eu goste mesmo de desacatar suas regras e da adrenalina que sinto quando o faço.
Depois que asceno assim que saio do grande e extenso condomínio para um táxi, ele para e eu lhe informo o lugar de minha casa. Me recosto no banco e enrolo o contrato, segurando-o firmemente contra meu corpo para não correr o risco de perder. Organizo um mapa mental do que tenho de fazer hoje.
1: Vestir roupas confortáveis.
2: Ir visitar minha mãe.
3: Ir visitar Toy.
4: Ler o contrato inteiro e com calma.
5: Fazer meu dom gozar.
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