[05] It's good for me
❄
Ver minha mãe deitada sob a cama fria daquele hospital teria sido horrível se Jeon não estivesse ao meu lado, mesmo que distante de meu corpo.
Ele a observava da porta, parado na soleira, sem se mexer, e sua visão ficava perdida no rosto doente de minha mãe.
Me perguntei, por um instante, o que se passava na cabeça dele e daria o que fosse para descobrir.
Levei um susto quando um som rouco atingiu meus ouvidos e virei-me para minha mãe, sabendo que era ela quem estava emitindo-o, e então observei o lenço que rodeava sua cabeça despida dos seus belos e agora, esquecidos, fios de cabelo castanho caramelado. Os fios que eu tanto amava inalar o perfume...
ㅡ Oi, mãe ㅡ cumprimentei-a, sereno, e então tomei suas mãos nas minhas enquanto oferecia o melhor sorriso fechado que tinha.
ㅡ F-filho... ㅡ Uma lágrima escorreu pelo canto de seu olho. Me segurei para não chorar também quando limpei-a com o dedão.
Suspirei, juntando forças para minha voz não sair embargada. ㅡ Hey, não chore... ㅡ Pedi, observando seus olhos castanho claro serem fechados para acatar meu pedido, e eu segurei a mão gélida.
Uma calma presença num corpo quente parou atrás de mim, tocando brevemente meu corpo com o seu, o que fez todos os pêlos de meu corpo se eriçarem.
ㅡ É-é seu... namorado? ㅡ Minha mãe perguntou falhamente para mim, observando Jungkook.
ㅡ Oh, não. ㅡ Respondi de imediato, me afastando um pouco dele, que observava minha mãe com um sorriso fechado adorável no rosto. ㅡ Ele é só um amigo. ㅡ Completei, fingindo rir com despreocupação sobre aquela pergunta.
ㅡ Devia namorar com ele. Olhe como ele é bonito. ㅡ Disse minha mãe, com um sorriso sugestivo, e eu tossi rapidinho.
Olhei para Jungkook para pedir desculpas pela sugestão absurda de minha mãe, mas ele se aproximou da cama e tomou a mão de minha mãe que eu segurava, e logo em seguida disse: ㅡ Quem sabe um dia, senhora Park. ㅡ E depois sorriu tranquilo como se aquilo fosse possível e a coisa mais possível de acontecer no mundo.
Suas orbes brilhavam como uma noite estrelada e eu fiquei sem reação ao voltar para perto de minha mãe.
ㅡ Não diga bobagens, mãe. Isso não é possível. ㅡ Retruquei e tomei sua mão de volta, lançando um olhar repreendedor para Jungkook, que riu sacana de volta. ㅡ Me diga como a senhora se sente com a químio. ㅡ Desconversei.
Ela me encarou alguns segundos com um sorriso em meia lua e percebi que estava medindo as palavras, o que sempre faz quando está tentando explicar algo complicado, tipo quando ela teve que me contar como que os bebês são gerado e como nascem.
ㅡ Eu estou indo bem, meu bebê. ㅡ Disse de repente, me lembrando de como aquele apelido me envergonhava, e eu rapidamente captei sua técnica de esquiva. Queria me envergonhar para eu focar nisso e esquecer do assunto anterior.
ㅡ Não me chame assim na frente dos outros, mãe. ㅡ A repreendi, morto de vergonha, e nem ousei olhar para Jungkook. ㅡ E tem certeza que está indo bem com a quimio? ㅡ Levantei as sobrancelhas para demonstrar que saquei tudo.
ㅡ Tenho, sim. ㅡ Afirmou com uma tranquilidade forçada.
Minha mãe era dura na queda. Talvez, por isso, eu fosse tão teimoso e complicado.
ㅡ Hm... ㅡ semicerrei meus olhos para ela. Ela sorriu com seu típico sorriso despreocupado ㅡ Então por que a senhora está com esses olhinhos fundos e o doutor Jung disse que você desmaiou enquanto fazia o procedimento?
ㅡ Filho, se eu... ㅡ Ela começou seu assunto mórbido de sempre e a interrompi, sabendo o que viria a seguir.
ㅡ Mãe, hoje não. ㅡ Rolei os olhos. ㅡ A senhora não vai bater as botas e eu não vou cuidar da Toy pra senhora porque a senhora mesmo vai fazer isso, okay? ㅡ Reconfortei, oferecendo um sorriso gentil.
ㅡ Olá ㅡ uma voz serena surgiu na porta. ㅡ Me desculpem, mas o horário de visitas acabou e a senhora Park precisa descansar. ㅡ O médico de cabelos já grisalhos disse, entrando no quarto e se posicionando ao pé da cama em que minha mãe estava.
Bati o pé no chão e choraminguei, recebendo uma expressão engraçada de Jungkook e uma confusa do médico.
Me contentei cabisbaixo, sabendo que aquilo estava estranho e resolvi deixá-la para perguntar ao médico o que houve, de fato.
ㅡ Vá, filho... ㅡ Ela apertou minha mão em um carinho uma última vez e sorriu. ㅡ Eu te amo. Não se esqueça de cuidar da Toy e regar as flores. Nos veremos quando houver oportunidade. ㅡ Disse como numa despedida, e eu senti meu coração doer.
ㅡ Ora, não diga bobagens, mamãe. ㅡ Rolei os olhos e depois recebi um sorriso de volta. ㅡ Eu também te amo e nos vemos em breve mesmo. ㅡ Depositei um beijo nas costas de sua mão de pele pálida e já flácida demais.
ㅡ Até mais, senhora Park. ㅡ Jungkook apertou a mão de minha mãe calmamente, sorrindo como um coelhinho.
ㅡ Cuide do meu bebê, menino...? ㅡ Disse ela, sorrindo familiarmente para ele, enquanto sugeria que ele dissesse a ela o seu nome.
Semicerrei meus olhos para os dois.
ㅡ Jungkook. Jeon Jungkook. ㅡ Disse ele. ㅡ Desculpe-me, estou um pouco lerdo hoje... Que cabeça a minha... ㅡ Pousou a mão na testa em um ato desnorteado pelo esquecimento das apresentações formais.
ㅡ Não há problemas, Jungkook. ㅡ Minha mãe sorriu para ele. ㅡ Mas prometa que cuidará do meu bebê ㅡ disse, meio severa, e eu arregalei os olhos e minhas bochechas coraram. Tapei-as com as mãos e fechei os olhos de vergonha.
ㅡ Eu prometo. ㅡ Jungkook prometeu e eu o olhei surpreso, mas não recebi seu olhar de volta.
ㅡ Vamos. ㅡ O médico ofereceu um meio sorriso típico de quando vai dar uma notícia ruim, e nos indicou o caminho com as mãos, como se já não soubessemos.
Não me contive em revirar os olhos e mostrar a língua quando ele saiu porta afora, na frente de Jungkook, e continuei o trajeto ainda meio atordoado com a promessa repentina. Mas logo me dei conta de que era fácil fazer aquela promessa, já que era uma das partes do contrato.
Paramos no corredor, logo depois da porta envidraçada do quarto em que minha mãe estava.
ㅡ Quer que eu vá ou que eu fique aqui, meu bem? ㅡ Jungkook questionou, me deixando mais desconcertado ainda.
ㅡ Oh... Pode... ficar. ㅡ Falei em um impulso, sentindo meu coração se aquecer de algum modo idiota pelo apelido, mas antes que me arrependesse o médico pôs-se a falar:
ㅡ Bom, senhor Park, eu preciso lhe explicar algumas coisas. ㅡ Começou.
ㅡ Sim. ㅡ Me atentei em sua fala, ansioso.
Jungkook se aproximou mais e apoiou a mão na base de minhas costas, o que não chamou a atenção do médico como eu imaginei que aconteceria. Senti meu corpo tremer.
ㅡ Sua mãe teve complicações na quimioterapia. ㅡ Como eu suspeitava. ㅡ E ela não poderá mais fazê-la, pois o tratamento está prejudicando em alta quantidade as células boas que ainda restam. E eu suspeito que o quadro clínico de sua mãe vá piorar gradativamente durante os próximos meses. Porém, se isso não acontecer, tudo ficara consideravelmente bem. Mas se acontecer, presumo que sua mãe terá poucos meses de vida ㅡ disse, depois de hesitar um monte, e eu fechei minha expressão de repente.
ㅡ Tudo bem. ㅡ Concordei calmamente, ainda tentando cair a ficha do que estava acontecendo. ㅡ E você tem certeza disso? ㅡ Encarei seu rosto sério e reconfortante.
ㅡ Não, pois como eu disse, há condições. ㅡ Relembrou. ㅡ Há cinquenta porcento de chance para cada uma das delas. ㅡ Reafirmou.
Balançei a cabeça em concordância, ainda sem saber o que pensar.
Jungkook se aproximou de meu corpo e eu me esquivei. Não queria a pena dele.
ㅡ Era só isso? ㅡ Questionei inexpressivo, presumindo que fosse.
ㅡ Não. ㅡ Disse de repente e meus pés congelaram no lugar. ㅡ Também queria dizer que eu vou fazer o melhor que posso para dar tudo certo, senhor Park. Eu realmente vou me empenhar para que tudo fique bem. ㅡ Relaxei sobre os pés, e então senti um aperto esquisito no peito.
ㅡ Muito obrigado, de verdade. ㅡ Agradeci e apertei sua mão, logo me virando para porta, sem me dar conta de que Jungkook ainda estava ao meu encalço.
ㅡ Você quer ir embora? ㅡ Notei seu cuidado em não me fazer perguntas além das necessárias.
Eu não conseguia distinguir o que estava sentindo, mas sabia que estava fraco demais. Saí porta afora, sentindo o ar fresco me deixar mais relaxado como se finalmente tivesse encontrado uma fonte de vida.
Vida.
É exatamente isso que está se esvaindo de minha mãe.
ㅡ Eu quero ir para minha casa. ㅡ Falei seco, depois caminhei em sua frente.
ㅡ Tudo bem. Eu posso te levar. ㅡ Jungkook concordou, caminhando apressado, sem ficar para trás.
Me virei de repente e apoiei minha mão em seu peito firme. Ele me encarou, meio assustado.
ㅡ Não. Eu vou de táxi. ㅡ Olhei em seus olhos escuros, certo do que estava dizendo e transparecendo a maior certeza que tinha para ele não insistir.
Ele hesitou por um momento, mas enfim cedeu. ㅡ Tudo bem. ㅡ Ele disse assim que tirei minha mão de seu peito, que aliás é bem firme.
Pela graça de algum deus, um táxi vazio passava pela rua despovoada. Acenei para o motorista, que em encarou, forçando a visão para ver quem era, e eu me apressei para a porta assim que ele parou, sem olhar para Jungkook.
ㅡ Não costuma fazer despedidas? ㅡ Jungkook apoiou a mão na porta do carro quando eu ia fechar.
ㅡ Não gosto delas. ㅡ Rebati mau humorado de alguma forma e fiz menção de puxar a porta.
ㅡ Fique bem e me ligue se puder. ㅡ Disse já com as mãos nos bolsos de sua calça social, encarando um ponto qualquer do outro lado da rua. ㅡ E se quiser. ㅡ Completou, enquanto meus olhos focavam seu pescoço delicioso, a linha de seu pomo de adão completando a imagem perfeita.
ㅡ Okay. ㅡ Balançei a cabeça para sair de meu transe e olhei para frente.
Jeon me observou, transmitindo por seu olhar tão expressivo um pouco de afeto e preocupação, depois pediu: ㅡ Fique bem, por favor. ㅡ Isso mesmo. Ele pediu por favor.
ㅡ Eu vou. ㅡ Afirmei e me recostei no banco, deixando o remorso por tê-li tratado com falta de educação de lado, e logo disse ao motorista: ㅡ Rua trinta e sete do centro, casa vinte e um. ㅡ Informei e o homem de cabelos grisalhos assentiu.
ㅡ Te vejo em breve. ㅡ Jungkook sorriu fechado e fez um tchauzinho com sua mão comprida.
ㅡ Vou pensar. ㅡ Contrapús, com um sorriso malicioso.
Ele me olhou tranquilo, como se nem tivesse ouvido o que eu disse, e no instante seguinte seu sorriso se convencido se dissipou quando o motorista virou as chaves e saiu do lugar em que estávamos depois de colocar o endereço no GPS, assim como o meu.
Olhei para trás, através do vidro, vendo o corpo bonito de Jeon coberto por um suéter escuro. Suas mãos estavam dentro do bolso enquanto ele ainda encarava um ponto qualquer no chão, aparentemente magoado, de alguma forma.
Resolvi dizer ao motorista para parar o carro e voltar para que eu pudesse me despedir direito e me redimir sobre como agi imbecil, mas sua pergunta seguinte me fez parar de olhar para trás com remorso e me sentar novamente no banco.
ㅡ Você é gay? ㅡ Questionou, aparentemente com nojo.
Me remexi desconfortável no estofado traseiro.
ㅡ Desculpe, senhor, mas essa é uma pergunta pessoal. ㅡ Rebati, um pouco incomodado, em seguida fitei minhas próprias mãos sobre meu colo.
ㅡ Ora, dá pra ver pelo seu... jeito, que você é gay. ㅡ Riu com escárnio. ㅡ Não sei onde é que esse mundo vai parar! ㅡ Completou sua fala ridícula.
Observei bem seu rosto velho e enraivecido. Basicamente era um tipo de vovô novato que tem negação à gays. Costumo dizer que são gays encubados; Não há explicação mais obvia ou satisfatória do que essa.
ㅡ Bom, da minha vida pessoal cuido eu. E sinceramente, pouco me importa o mundo. ㅡ Contrapús, agora despreocupado.
ㅡ Não tem noção do que está dizendo, menino? ㅡ O homem fechou a cara. ㅡ Não tem piedade da sua família e dos seus amigos? Não vê que está contribuindo mais ainda para o fim do mundo? ㅡ Questionou, com histeria. ㅡ Que aberração! ㅡ Bradou.
Encarei um ponto qualquer para fora do carro e apoiei meu queixo em minha mão, logo depois de encostar meu cotovelo na porta, refletindo sobre quantas vezes já havia ouvido aquilo.
ㅡ Eu não tenho ninguém além de minha mãe e de meu pai. ㅡ Falei com tranquilidade. Aquilo já era normal. ㅡ Minha mãe, que inclusive, está deitada na porcaria de uma cama de hospital, vivendo seus últimos dias sofrendo por causa de uma doença, que adivinha? Não tem cura. E meu pai... Bom, meu pai está sempre ocupado com seus negócios e não está nem aí para minha mãe, muito menos para mim. ㅡ Expliquei, refletindo sobre minhas próprias palavras.
ㅡ Aí está o problema. ㅡ Ele disse como se fosse um gênio que descobriu algo. ㅡ Você é um garoto perdido que acha que é gay. Está perdido no mundo, criança.
Sorri fraco de sua conclusão.
ㅡ Não, senhor. Na verdade eu não estou perdido. Eu nunca me deixei perder, e nem vou. ㅡ Afirmei. ㅡ A questão é que a vida é uma só, e eu não me privo de vivê-la do modo que gosto. Eu sou o que eu sou. E eu prefiro ser eu mesmo do que fingir ser o que não sou só para me encaixar. Afinal, cada um tem sua vida e somos livres de alguma forma. ㅡ Concluí, ainda olhando pelo vidro e observando as ruas diferentes, agora mais povoadas do que a que eu estava.
ㅡ Tudo bem, tudo bem... Já percebi seu tipinho. Sei que não vai adiantar te aconselhar. ㅡ O homem disse como se fosse uma obrigação fazer isso.
ㅡ Bom, por acaso você é fiscal de ânus? ㅡ Perguntei falsamente interessado, encarando seu rosto surpreso no retrovisor do táxi.
Seus olhos tomaram proporções maiores para depois ele quase gritar: ㅡ Ora, garoto, quer que eu te coloque para fora do carro à ponta pés? ㅡ Pensei que ele estava prestes a saltar do banco.
ㅡ Coloque se quiser, mas sabendo que não pagarei sua corrida até aqui. ㅡ Desafiei, com tédio.
ㅡ Não vai pagar? Então vou chamar a polícia e dizer que você pediu para eu te trazer até aqui e que não quer pagar pela corrida. ㅡ Ameaçou, com muita raiva.
Sorri debochado.
ㅡ Faça isso sabendo que ficará sem o pagamento da corrida. E de quebra com fama de fiscal de ânus, porque informarei sobre o seu interesse em minha vida pessoal que é, basicamente, dano moral por estar me ofendendo com seu preconceito infundado. ㅡ Contrapús, ainda entediado.
O homem bufou e senti que sua cabeça ia explodir de tão vermelho que seu rosto ficou.
Pelo menos ele continuou o caminho em silêncio e não disse mais nada.
Quando paramos em frente a minha casa, ele apenas informou o preço da corrida. Paguei e o carro saiu derrapando no asfalto.
Fiz uma careta de vergonha alheia.
A rua estava completamente vazia e uma vizinha velhinha me observava da janela.
Acenei devagar e sorri gentil para ela. Recebi um sorrisinho adorável e banguela, e depois um tchauzinho de suas mãozinhas franzidas.
Imaginei minha mãe assim, velhinha e adorável, recebendo a visita de netos em sua casa e distribuindo balas alegremente para eles, assim como meu avô fazia.
Mas isso não seria possível, pois sentia que os dias de minha mãe estavam contados.
E isso doía como o frio cortante de uma manhã após uma geada. Só eu sabia como isso doía. Porém, depois de tantas perdas, conseguia fazer com que essa fosse mais suportável.
Primeiramente foi minha bisa, que morreu da mesma doença que minha mãe tem. Depois meu avô, por enfarto; Minha avó, com pneumonia. E agora minha mãe, que está prestes a morrer por causa de uma maldita doença.
Me pergunto sobre como, com tantas pessoas no mundo, justo minha mãe tem que ser vítima de câncer. Justo ela, que sempre foi tão boa... Justo minha única família de verdade, de sangue e de coração.
Fui direto ao banheiro para me lavar e tirar todo aquele suór e o cheiro gostoso que não era meu, embora gostasse muito dele.
Liguei o chuveiro e deixei que a água quente caísse como um alívio relaxante, demorando ali por uns dez minutos, e quando terminei fui para meu quarto e chequei as horas. Absolutamente três da tarde.
Não estava em condições de cuidar de Toy por minha mãe, então apenas passei o resto da tarde em meu sofá vendo (des)encanto, uma pequena série em desenho de uma princesa engraçada com seu elfo e seu diabo pessoal.
Depois que enjoei de rolar todo catálogo da netflix, a qual foi emprestada por um "amigo", e finalmente não achar absolutamente nada que me deixasse menos entediado do que estava, resolvi ir dormir.
Já eram nove da noite.
Fui até a mesinha de enfeite da sala e tomei um gole de uísque ㅡ meu pequeno ritual antes de dormir, em seguida deitei-me na cama, checando as inúmeras conversas de meu whatsapp ㅡ as quais nunca eram respondidas porque morro de preguiça ㅡ, e depois travei a tela para não ceder ao impulso de ligar para Jungkook.
De alguma forma, sentia saudades dele, do seu sorriso de coelhinho, de seu modo pacífico e calmo, de seu olhar sacana, da pegada gostosa... Senti meu corpo ser reativado quando me lembrei de seus lábios mordendo os meus, me levando cada vez mais para o céu, de seu controle inexplicável sobre meu corpo e de como tudo nele me deixava amedrontado do mesmo modo que me faz ficar excitado, com intensidade.
Os lábios finos envolvendo e sugando os meus, sua simulação de penetração contra meu próprio pau e nossos volumes se roçando de forma obscena. Seu sorriso sacana me olhando como se eu estivesse a sua mercê era o que mais me deixava com vontade dele novamente.
Não contive o impulso de acariciar meu membro pré-ereto sob o tecido da calça leve e imaginei as mãos de Jungkook ali, acariciando o falo rijo, espalhando o pré-gozo por toda extensão e dizendo coisas impuras para mim, enquanto eu observava seus olhos escuros de desejo.
Naquela noite me toquei por Jeon, e a necessidade intensa de seu corpo me fez gozar gemendo seu nome.
ㅡ Ah, Jeon... Você me tem gostoso. ㅡ Foram minhas últimas palavras antes de dormir depois de me limpar, extasiado pelas contrações recentes de meu corpo.
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