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• Capítulo 5 • : "Promessa"

As mãos deste Deus do amor tremem por um momento com o beijo, mas rapidamente agarram o quadril de Âmbar, buscando um apoio e também o contato físico, o calor humano da amada do qual tanto sentia falta. Ele segura firme nela, se deixando guiar pelos desejos da esposa.

Era ainda mais do que apenas um beijo. Era íntimo e mais intenso do que qualquer outro beijo. Um beijo comumente intenso, com toque de língua e a lentidão de quem quer aproveitar cada segundo, era apenas uma parte, porque qualquer contato do tipo entre Âmbar e Jimin, resultava em algo muito maior. Fosse para eles dois, fosse para os mundanos. Como Deuses, suas ações simbólicas eram muito fortes. Foi da união dos dois, do amor e do poder, Jimin e Âmbar, que Ur, Deusa da União e quarto trono, nasceu. A partir disso, toda demonstração de afeto dos dois passou a gerar uma magia que recaía positivamente sobre o mundo os mundanos, e era ainda mais intenso e forte entre os dois. Por isso, esse beijo era especialmente intenso e inebriante para os dois. Os maiores Deuses de Opallina. Os senhores do reino e seu amor. Era um símbolo de desejo. O casamento que dava apoio aos compromissos dos mortais. Dos mais simples aos mais sérios. Era o beijo que derramava união sobre o mundo mortal. Profundo, mágico. Com os lábios dominantes de Âmbar e os lábios doces de Jimin, o beijo perfeito acontecia toda vez que ambos se encontravam. E não seria diferente agora. Mesmo durante um desentendimento, o casal levava o choque do momento da mesma forma.

Ao se separarem do beijo, a sensação de vazio. O cansaço leve. A falta de ar. Os dois ainda frente a frente, nos braços um do outro, respirando forte e fundo, com a testa apoiada uma na do outro.

- Saiba que...que...isso não significa...que eu perdoei você... - Jimin diz enquanto tenta recobrar seus sentidos. Âmbar ri suavemente.

- Jimin. - Ela segura ele pelo queixo, ele olha para ela, perdido nos seus olhos. - Seja lá o que estiver acontecendo, nós vamos resolver. E quando resolvermos e eu voltar...

- Você é minha. - Jimin completa, agarrando ela entre seus braços com mais força, como se fosse incapaz de deixá-la ir. Âmbar sorri.

- Toda sua. - Ela sussurra.

- Olha bem o que você está me prometendo.

- Minhas palavras não são ditas à toa. Eu vou cumprir o que disse. Eu prometo. - Ergo meu mindinho pra ele.

Jimin semicerra os olhos.

- Isso é golpe baixo. Muito baixo pra uma deusa. - Ele diz, e eu rio. - Feito.

Ele une seu mindinho fofo ao meu, e uma pequena luz dourada se forma do nosso gesto. A magia da promessa. Atos desse tipo entre deuses, como outras coisas, sempre é levada mais a sério. É poderoso e importante. Um grande compromisso.

Mas já me compromissei com esse homem anos atrás com promessas mais sérias, e nunca me arrependi nem hesitei. Não será agora que isso mudará.

Naquela noite, dormimos juntos novamente. Fazia tempo. Estivemos dividindo a mesma coisa sem sequer tocarmos um no outro. Tem sido triste. Difícil. Mas essa noite, esta sim, estivemos nos braços um do outro durante todo o descer a subir do sol. Com carícias e promessa de amor, pudemos voltar a ter um pouco do que tínhamos antes. E agora tudo o que quero é resolver seja lá o que está acontecendo lá fora, e voltar para os braços dele e para o conforto da nossa rotina observando os mortais e exercendo nossos papéis.

Ao cair da noite, me levanto da cama e deixo Jimin descansando. Vou tentar contatar Ur como disse que iria. Por isso saio do nosso quarto e vou para outro cômodo onde posso fazer isso apropriadamente. Chegando em tal, me aproximo de uma janela e vejo as estrelas no céu. Respiro fundo. Fecho os olhos.

- Estrelas. Escuridão sem fim sob nossas cabeças. Rezo para vocês e lhes faço um pedido. Uma jornada foi iniciada e não foi concluída. Três deuses deixaram seu lar e não retornaram. Tronos três, quatro e cinco. Namjoon, Ur e Hoseok. Minha filha, eu peço. Deixe-me falar com minha filha, estrelas. Mapeiem sua localização e ligue nossas mentes. - E então segundos se passam sem resposta, e começo a ficar nervosa. Onde esses três estariam? O que está acontecendo? - Ur, deusa da união e minha filha, fale comigo. Eu imploro para que meu coração possa te alcançar. Por favor, fale comigo. - Insisto mais uma vez, tentando forçar comunicação. Mas não há resposta. Tento concentrar mais energia, e de repente um forte bloqueio desliga todos os meus sentidos que tentavam alcançar o poder de mapeamento das estrelas. Sinto um impulso pra trás e abro os olhos. - O que foi isso?? Estou sendo bloqueada?

Olho para as palmas das minhas mãos. Há algo errado. Meus poderes não estão sendo suficientes pra me comunicar com Ur. O que é muito estranho e preocupante. Ela como minha filha e Jimin como meu marido deveriam ser os mais fáceis de me comunicar. Se não estou conseguindo entrar em contato com ela, algo muito ruim deve ter acontecido. E tremo ao imaginar a possiblidade de Irene estar envolvida nisso. Mas é impossível descartar a possibilidade.

Quase não dormi pelo resto da noite. Cochilava e acordava. Tinha pesadelos com Ur, e tinha medo de serem mais do que apenas pesadelos. A todo tempo só conseguia temer cada vez mais as especulações da minha mente. A possibilidade de Irene ter voltado e estar com Ur, Hoseok e Namjoon.

No dia seguinte, acordo com uma sensação forte no peito. E um certo cansaço, por não ter dormido bem. Mas falar com Seokjin o mais rápido possível antes de sairmos em viagem ao Norte, e também procurar saber o que ele descobriu com o Oráculo.

Me sento na cama, e antes que eu possa me levantar, sinto alguém segurando minha camisola.

- Âmbar, minha deusa...já vai sair?? - Um Deus do amor sonolento e chameguento me puxa pelo tecido da camisola e se agarra na minha cintura. Eu de costas pra ele, e ele ainda meio deitado, com a bochecha apoiada nas minhas costas. Podia ouvir na sua voz que ainda não tinha acordado direito. - Não vá agora. A cama é mais quente...com você nela.

Suas palavras saiam arrastadas. Ele ainda tinha sono e na verdade estava metade acordado e metade dormindo ainda. Me viro pra ele, deixando ele repousar sua cabeça sobre meu peito, e acaricio seu cabelo. Sorrio ao ver seu rosto eternamente jovem e agora quase adormecido.

- Tenho que sair em viagem, meu amor. Lembre-se da nossa promessa. - Digo, sussurrando.

Ele resmunga.

- Viajar pra quê...? Estamos tão bem juntos... - Acaricio seu rosto fofinho enquanto ele fala.

Percebo que ele realmente está muito sonolento e nada consciente. Está falando como se estivéssemos todos aqui. E como queria que estivéssemos.

- Vai ficar tudo bem, meu anjo. Confie em mim. - Digo, enquanto tento soltá-lo de mim com muita dor no peito de fazê-lo e deixá-lo na cama enroscado nos cobertores.

- Hmm......eu confio em você... - E então ele adormece na cama.

Que droga. Não quero deixar ele aqui. Vou sentir tanto a falta desse homem.

Deixo um beijo na sua testa e saio do cômodo observando ele dormir até sumir totalmente da minha visão. Me troco, e vou até a sala de reuniões. Chegando lá fico feliz de ver Yoongi e Seokjin já reunidos.

- Bom dia, senhores. - Digo, os saudando.

- Bom dia, minha deusa. - Os dois dizem em uníssono.

- Estamos prontos para partir ao Norte? - Pergunto.

- Logo após as notícias do Oráculo, minha senhora, sim. Fui ao encontro dela ontem como me pedistes. - Seokjin diz, orgulhoso. Olho para suas vestes e vejo uma marca de batom no tecido branco.

- Imagino que tenha sido uma visita muito informativa e agradável. - Comento com um sorriso no rosto.

- Ah...sim. Foi sim, minha senhora. - Ele responde, desviando o olhar rapidamente, com as bochechas levemente rodadas. - Mas...temo que não temos notícias muito boas.

Meu semblante se escurece assim que ouço isso. Sinto um embrulho no estômago imaginando o que está por vir.

- Diga, Seokjin. O que o Oráculo viu? - Pergunto, em um tom de voz sombrio. Eu, Seokjin e mesmo Yoongi já afetados previamente.

- Eles são prisioneiros dela, minha deusa. Ela está de volta. Irene se soltou do seu cativeiro.

E tudo o que eu mais temia estava acontecendo bem diante dos meus olhos.

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