17 - Não queria me importar
⚠️Autora: a música aí em cima aparecerá no capítulo com o nosso Lokinho cantando também⚠️
As palavras de Sari ainda circulavam por minha mente de maneira caótica. Senti como se houvesse levado um soco no estômago, ou então como se houvesse sido pisoteada, atropelada... não saberia descrever, apenas sabia que, por algum motivo, doía. Mas não apenas doía como queimava. Raiva, irritação, fúria, foi o que eu senti, mesmo sem saber o porquê. Talvez eu estivesse mais conectada com Bryndís do que eu imaginava.
Não consegui dizer absolutamente mais nada depois disso, em consequência, fiquei girando em círculos em meu quarto, tentando assimilar a pancada de informação que recebi. Meu coração agitava-se sem parar, sem ao menos querer diminuir o compasso, ao ponto que minha respiração já ficava bastante pesada enquanto minhas mãos fechavam-se em punhos, apenas para se abrirem mais uma vez, tão forte que eu já conseguia sentir um leve desconforto na palma onde minhas unhas atingiam.
Sari estava preocupada, eu podia sentir, mas ela não fez nada para intervir, ela sabia que aquele era um momento meu, e eu precisava de tempo para poder estabilizar. Infelizmente estava demorando mais do que eu gostaria. Minha mente pensou inúmeras vezes em correr até onde Loki estava para poder dividir a informação, mas então me lembrava da conversa que tivemos momentos antes e logo desistia, não estava com cabeça, e muito menos paciência, para mais discussões.
— Eu preciso daquele livro. — murmurei para mim mesma, mesmo sabendo que Sari me observava atentamente.
O único problema de conseguir o livro: estava na posse de Loki. Puxei uma grande quantidade de ar para os pulmões, pensando se eu realmente precisava daquele livro naquele momento, ou se poderia deixar para o dia seguinte, visto que já havia escurecido. Mas não, o aperto no meu peito e respiração cada vez mais pesada não deixariam que fosse tão fácil.
Bufei antes de abrir a porta do meu quarto com certa força, e caminhar até algum lugar onde eu imaginasse que Loki estaria. Sari não me seguiu.
O primeiro lugar em que procurei foi na biblioteca, e nada. Andei mais um pouco pelo palácio até a sala do trono. Nada de novo. Em algum momento eu apenas cansei de andar de um lado para o outro e usei meus poderes para me teletransportar até os destinos os quais eu desejava. Sala de jantar, nada. Arena de treinamento, nada. Quarto de Loki, nada. Até que fiz minha última tentativa e cheguei ao quarto de Odin. O que eu encontrei me surpreendeu ao mesmo tempo que estilhaçou meu coração.
O cômodo estava uma bagunça. Vidros quebrados espalhados por todos os lados, os guarda-roupas que existiam ali estavam ambos quebrados e largados ao chão, as roupas todas de um lado ao outro do quarto. A cama continuava intacta, porém completamente desarrumada. Aquilo estava um verdadeiro caos, e bem no meio de todo aquela anarquia estava Loki, encostado em uma parede, sentado no chão, com uma garrafa de algum líquido desconhecido por mim ao seu lado e um vestido amarelo em seu colo.
Seu olhar estava completamente perdido e vazio, e provavelmente ainda não tinha me visto. Suas roupas estavam desalinhadas como seu cabelo, emaranhado em fios escuros como a noite. Em seus pés pude ver que escorria sangue, talvez por ter pisado nos cacos de vidro espalhados pelo recinto. Ele não chorava, mas percebi que resistia.
— Olá, Kira. — disse ele, ainda sem olhar para mim. É, acho que ele me notou, pensei enquanto me aproximava em passos leves e calmos. — Aceita um pouco de... — Ele levantou a garrafa que estava ao seu lado e cortou sua pergunta ao encara-la, enquanto seu rosto era tomado por uma careta confusa. — Não sei o que é isso...
Mais uma vez parou de falar ao finalmente colocar seus olhos em mim. Talvez ele tenha notado minha expressão preocupada e tensa, já que eu estava sentido absolutamente tudo o que ele também sentia, e se estilhaçava meu coração, eu não queria nem imaginar o que acontecia com o dele. Loki passou os olhos por todo meu corpo, parando o caminho em meus próprios olhos, fixando-os ali por tempo indeterminado.
— Por que não veio antes? — Ele começou, ainda com os olhos fixos nos meus. Seus oceanos estavam obscuros, sem vida, sem brilho. Um arrepio passou por minha espinha. — Quando eu estava...
— Sóbrio? — completei, hesitando em me aproximar mais. Loki abriu um sorriso, ainda que sincero, era triste.
— Você me conhece muito bem, não é, minha rainha? — Franzi o cenho com suas palavras, mas não tive tempo de contestar, já que Loki tentou se levantar do chão, e quase foi de cabeça ao concreto apenas por tentar.
Apressei meus passos até ele e o ajudei a se colocar de pé, e quando o fiz, estávamos próximos, como sempre gostávamos de estar. Encarei seu rosto e percebi que ele ainda buscava meus olhos, mas dessa vez não parou o caminho ali, ele continuou a observar todo meu rosto até chegar em meus lábios. Em qualquer outra ocasião eu usaria desse pequeno gesto ao meu favor, mas a razão falou mais alto que meus desejos naquele momento.
— Está cheirando a álcool, precisa de um banho. — Eu disse, afastando-me levemente. Loki piscou algumas vezes, como se saísse de um transe.
— Você adoooora meu cheiro, minha rainha. — Ele comentou com a voz arrastada e um sorriso travesso nos lábios. Ergui uma sobrancelha, levantando uma das minhas mãos ao ver que ele tentava se aproximar de novo.
— No momento não. — respondi, arrancando mais uma careta confusa de seu rosto. Ainda não iria comentar sobre o "minha rainha", provavelmente era apenas efeito do álcool.
Segurei sua mão, pronta para nos teletransportar de volta para o meu quarto, mas antes notei que Loki ainda segurava o vestido amarelo, que antes encontrava-se em seu colo.
(...)
Depois de algumas tentativas, consegui colocar Loki no chuveiro, mas não sem antes descobrir onde o misterioso livro estava: em uma gaveta em seu quarto. Aproveitei e peguei algumas roupas limpas para que ele pudesse usar e ao voltar, não demorei para abrir o livro, ansiando por respostas. Sari não estava mais em meu quarto, provavelmente havia ido dormir na mata, ou em seu próprio cômodo.
Loki demorava no chuveiro, mas eu não reclamei, já que tinha mais tempo para conseguir focar no livro. Demorei até conseguir fazer o feitiço de Karnilla funcionar, e precisava de muita concentração para conseguir entender o asgardiano antigo escrito na obra. Como minha ansiedade sempre falava mais alto, logo fui até a página que parecia não ter continuação, antes das que foram arrancadas, e demorei alguns dez minutos para conseguir ler as últimas palavras.
"Então, surgiu Buri e..."
E quem? E o que? Levei meus olhos para a outra página, mas o assunto ali era completamente diferente. Não consegui ler muito mais, já que Loki saiu do banheiro fazendo bastante barulho para o meu gosto naquele momento, mas aquilo ficou rondando pela minha cabeça todo segundo.
— Loki, por favor, pode fazer silêncio? Preciso me concentrar. — pedi, com a voz um pouco mais impaciente do que eu realmente estava.
Ele se calou, mas foram apenas alguns segundos, o que não me serviu de nada. Ele logo começou a cantarolar alguma coisa, de início com a voz baixa, mas foi aumentando até chegar ao ponto de palmas, pulos felizes e sorrisos frouxos. Prestei atenção nele nesse momento, desejando vê-lo bêbado mais vezes, era mais divertido.
— Devia beber mais vezes, majestade. — comentei com um sorriso divertido nos lábios.
Loki sorriu em minha direção e estendeu a mão para mim em resposta. Franzi o cenho antes de levar minha palma até a sua e me surpreendi mais ainda quando o Deus me puxou para sua festinha particular e animada. Ele entrelaçou o braço no meu e girou, enquanto cantava uma música agitada. Algumas palavras eram em asgardiano, mas outras eu conseguia entender.
— Men trærne danser og fossene stanser
Når hun synger, hun synger "kom hjem"
Men trærne danser og fossene stanser
When she sings, she sings "come home"
When she sings, she sings "come home" — Concluí que sua voz era harmonicamente deliciosa ao prestar atenção, jamais imaginaria que o Deus da Trapaça soubesse cantar tão perfeitamente.
No último verso, Loki soltou minha mão de forma graciosa, e fez com que eu ficasse em sua frente. Ele parou com toda a agitação e buscou, mais uma vez naquela noite, meu olhar. Eu tinha um sorriso no rosto, mas ele diminuiu ao ver que o Deus nao sorria mais, apenas me encarava de forma profunda. Seus oceanos voltavam a me transbordar da forma mais entorpecente possível, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele voltou a cantar, com a voz mais fraca, mais doce, mas ainda sim harmônica e viciante. Dessa vez, por conta do feitiço de Karnilla e de minha concentração, pude entender o que ele dizia.
— I stormsvarte fjell, jeg vandrer alene
Over isbreen tar jeg meg frem
I eplehagen står møyen den vene
Og synger "når kommer du hjem? — Ele dizia: Em montanhas escurecidas pela tempestade, eu vagueio sozinho. Através das geleiras eu viajo adiante. No pomar de maçãs a donzela está. E canta "Quando você vai voltar para casa?"
A cada verso cantado ele aproximava-se alguns passos, até finalmente extinguir todo e qualquer resquício de espaço entre nós. Seu olhar ainda estava no meu, e eu não me atreveria a desvia-lo dali. Sua pupila ainda estava um pouco dilatada por conta do álcool, mas o brilho e a vida pareciam ter voltado às suas orbes de oceano, o que me deixou mais tranquila. Porém, mais um feito de Loki e de mais ninguém aconteceu: ele havia me deixado sem palavras.
— Eu menti. — Ele começou, sem se afastar de mim, ainda encarando meus olhos. Franzi as sobrancelhas, confusa com sua fala. — Sobre não me importar com você. Eu menti. — Pisquei algumas vezes ao lembrar-me da conversa de horas antes.
— Eu...
— Você já sabia. Eu imaginei. — Ele me interrompeu e sorriu levemente.
— Eu apenas quero a verdade. — disse, após uma pausa, ainda sem me afastar, e ainda encarando seus olhos. — Mas não quero ter que arranca-la de você. — Toquei em uma mecha de seu cabelo. Seus fios negros ainda estavam úmidos.
Loki me encarou por mais alguns minutos. Não me importei com o longo tempo em que ficamos em silêncio, apenas fixos nos olhos um do outro. Minha mão, que antes estava em seu cabelo, fez uma leve carícia pelo seu rosto, sem pressa. Ele pareceu apreciar cada segundo daquilo, como se fossem os últimos
— Eu não queria me importar. — Ele disse finalmente, tinha minha total atenção. — A enorme maioria com quem me importei um dia tentou me matar, me baniu, me prendeu, mentiu para mim ou então apenas não se importava de volta. — Ele fez uma pausa, desviando pela primeira vez o olhar do meu. Parecia tentar controlar uma lágrima. — Por mais que eu tente esconder, dói... e me deixa verdadeiramente enfurecido. — proferiu a última palavra fervorosamente, voltando suas orbes nas minhas. — Eu não queria passar por isso de novo. Não com você. Por isso menti.
Ao finalizar pude sentir sua energia com mais atenção. Parecia que ele havia se livrado de um fardo muito pesado, o qual segurava por anos e anos em suas mãos e ombros. Mas ao mesmo tempo sentia-se sozinho, com medo, como se estivesse em uma sala escura, sem saída. Jamais havia sentido Loki desse jeito; desolado, inseguro.
— Obrigada pela verdade. — Abri um sorriso em sua direção. Levei minha outra mão ao seu rosto antes de continuar falando. — E eu me importo também, Loki. Jamais faria ou deixaria acontecer nada de ruim a você.
Ele analisou meus olhos por mais alguns instantes, como se buscasse a minha sinceridade por eles, e foi exatamente o que ele obteve, já que inspirou profundamente antes de encostar sua testa na minha. Loki parecia aliviado e sua energia estava mais leve. Talvez o fato de ele ainda estar levemente bêbado tenha contribuído para isso, mas o que importava era que ele finalmente não usava mais aquela máscara obscura e fria. Naquele momento eu tinha o Loki de verdade, e ele estava me permitindo ajudá-lo, confiando em mim, mesmo que fosse a coisa mais difícil que fizesse.
Depois de alguns segundos, Loki envolveu minha cintura com seus braços, puxando-me para mais perto possível de seu corpo, logo descendo seu rosto até meu pescoço. Sua respiração era calma e fria, como sua pele, causando-me arrepios calorosos e sensações prazeirosas. Sorri com seu ato, deixando a razão totalmente de lado daquela vez, apenas querendo sentir seu toque entorpecer-me como sempre fazia.
Loki apertou minha cintura no mesmo instante em que depositou um beijo na pele do meu pescoço. Não segurei um suspiro bastante audível, o que o fez sorrir enquanto seguia seu caminho até meu ombro que, por conta do vestido que eu usava, estava a mostra. Ele estava claramente provocando, e eu já não estava mais conseguindo me segurar, então em um movimento rápido e um tanto grosseiro, — mais do que eu gostaria — o puxei pelos fios de cabelo perto da nuca, trazendo sua respiração, boca, e seus olhos novamente ao meu alcance.
— Está provocando. — comentei com a voz entrecortada e um tanto rouca. Ele sorriu mais uma vez.
— E você está adorando.
Foi o suficiente para que eu acabasse com qualquer espaço que ainda restava entre nós. Colei meus lábios nos dele de forma ávida e necessária. Seu gosto me invadiu assim que senti sua língua na minha, causando-me todas as melhores e mais intensas reações que apenas ele conseguia causar. Nossos movimentos não eram calmos, não naquele momento. Precisávamos daquilo. Do toque, do cheiro, do gosto. Precisávamos um do outro urgentemente.
Tomei mais uma vez a iniciativa e o empurrei de forma graciosa até minha cama, assistindo enquanto seu corpo caía no colchão e permanecia ali, apenas esperando pela minha aproximação. Propositalmente, caminhei até ele de forma lenta, e ao chegar na cama, depositei longos beijos em sua pele fria do abdômen, subindo até o peito, então até o pescoço. Loki levou uma das mãos até minha coxa e deixou um aperto firme ali quando finalmente cheguei perto do lóbulo de sua orelha.
Passei meus lábios pela curvatura de seu pescoço, em seguida pela hélice da orelha até chegar novamente no lóbulo, onde mordi de forma suave e demorada, conseguindo arrancar um grunhido satisfeito de Loki, ao mesmo tempo que sentia o aperto em minha coxa se intensificar ainda mais. Sorri de forma travessa antes de aproximar minha boca da sua mais uma vez, mas antes que eu pudesse selar nossos lábios outra vez e dar seguimento a nossa tão quente e satisfatória noite, apenas permaneci um tempo ali, vislumbrando seus olhos de oceano, que sempre me fortaleciam e me transbordavam, independente da sensação.
(...)
Abri meus olhos no dia seguinte lentamente, tentando esconder meu rosto da claridade que entrava pela janela. Tive uma noite rara sem pesadelos por algum milagre. Ao tentar me mexer, percebi um peso a mais em volta da minha cintura. Franzi o cenho e olhei para o lado, encontrando Loki dormindo como um anjo, com a expressão serena e relaxada. Seu braço era o culpado do peso em minha cintura, e pude perceber que estava mais perto do que eu pensava. Podia sentir sua respiração em minha nuca e seu corpo junto ao meu em um encaixe perfeito.
Sorri de forma presunçosa e ao mesmo tempo animada, já que Loki nunca havia me abraçado para dormir como fazia naquele momento. Queria me virar e ficar de frente para ele, mas tive receio de acorda-lo e afastá-lo ao fazer isso, portanto apenas permaneci alguns segundos na mesma posição, apreciando o toque do Deus.
Alguns segundos realmente, já que minha vontade falou mais alto. Tentei me virar lentamente, sem nenhum movimento brusco e estava quase conseguindo, mas Loki acordou no último segundo, um tanto assustado e desnorteado. Ao perceber sua posição, tentou se afastar, como eu previ, mas consegui segurar seu braço e trazer de volta a minha cintura. Por incrível que pareça, ele cedeu facilmente ao ato.
Estávamos colados um no outro, a ponta do meu nariz quase tocava a sua enquanto meus dedos acariciavam delicadamente os fios de cabelo negro um tanto bagunçados por conta da noite que tivemos. Aquela vista me entorpeceu em segundos. Poderia olhá-lo todo momento, com a expressão de sono enquanto decidia se mantinha seus olhos fechados ou abertos. Era viciante, assim como tudo nele.
— Bom dia, minha rainha. — disse ele, sem abrir os olhos. Abri um sorriso enquanto uma sobrancelha se erguia por conta de suas palavras. Não foram por conta do álcool.
— Hm, eu gostei disso. — provoquei, arrancando uma risada nasalada de Loki, que finalmente abriu os olhos definitivamente logo após. Os oceanos me invadindo. — Bom dia, Loki.
Loki apertou um pouco mais minha cintura, como se quisesse colar cada vez mais nossos corpos. Apoiei minha mão em seu braço enquanto deixava uma leve carícia em sua pele.
— Não sabia que cantava, majestade. — Eu disse após alguns minutos apenas aproveitando sua companhia. Loki suspirou e fechou os olhos, segurando um sorriso.
— Certo... o álcool. — disse ele, balançando a cabeça de um lado a outro. Loki ficou pensativo depois disso. Encarava um ponto aleatório do quarto. — O quarto do meu pai... o vestido... — Mais um suspiro, mas dessa vez senti sua energia pesar.
— Eu o coloquei em meu guarda roupas ontem, para que você pudesse pegar depois. — Loki assentiu com minha afirmação. Os olhos de oceanos tomavam aquela opacidade vazia aos poucos. — Era da sua mãe? — perguntei. Ele afirmou mais uma vez com a cabeça. — Me conta como ela era.
Loki sorriu um pouco desanimado, mas pude perceber um leve brilho voltar a tomar conta dos seus olhos, deixando-me um pouco mais aliviada.
— Frigga era minha luz. — Ele começou, tão sincero como jamais vi. — A única que permaneceu ao meu lado durante todos esses anos. A única que me amou de verdade, mesmo que fosse obrigada a seguir as regras de Odin e manter distância de mim. — Uma pausa. Sua expressão tomava uma forma tensa, carregada. Sua energia pesada também não passou despercebido por mim. — Foi culpa minha ela ter morrido. — Ele não cederia as lágrimas, mesmo que fosse perceptível a formação delas em seus olhos.
— Não diga isso...
— O palácio estava sendo atacado... — Ele continuou, não dando atenção a minha última fala. — Um dos inimigos estava tomando seu caminho até Odin e por conta de um simples direcionamento meu, ele foi até onde Frigga estava. — Sua voz soava raivosa, tanto que ele afastou um pouco o corpo do meu. — Não pude sequer ir ao funeral dela... Odin me manteve preso. — Ele proferiu o nome do pai adotivo de forma venenosa, irritada e rancorosa.
— Não tinha como você saber...
— Ela poderia estar viva até hoje. — Mais uma vez, ignorou minha fala.
— Loki. — proferi com a voz um pouco mais alta, segurando seu rosto com uma das mãos, atraindo seu olhar novamente para mim. — Não é culpa sua. Não tinha como você saber. — Os oceanos profundos e obscuros se acalmaram mais uma vez ao alcançar os meus.
Ele não disse mais nada, apenas suspirou profundamente, sem desviar o olhar do meu. De forma lenta, voltei a puxa-lo para mais perto de mim, e ele cedeu mais uma vez. Encostei minha testa na dele, e tentei sentir a melhor e mais calma energia que eu pudesse. Toquei seu rosto e fechei os olhos, tentando passar aquela calmaria e conforto para ele. Algo pareceu ter funcionado, já que senti sua própria energia suavizar aos poucos. Permanecemos em silêncio antes que eu dissesse qualquer coisa.
— Ao que percebi, Frigga pareceu ter sido uma mãe incrível. — comentei, com a voz divertida e admirada. Loki sorriu, mas dessa vez com orgulho.
— A melhor. — Ele ergueu uma das mãos e pediu para que eu a olhasse. — Ela me ensinou tudo o que eu sei sobre magia. — Em um piscar de olhos, uma ilusão de inúmeros fogos de artifício surgiram na palma de sua mão. Não controlei um sorriso admirado.
— Eu me surpreendo com você toda vez, Loki Odinson. — disse e Loki franziu o cenho ao ouvir o sobrenome.
— Ele não é meu pai. — Sua voz soou um pouco dura, mas senti que um aperto se formou em seu coração.
— Desculpe. Laufeyson, certo? Ainda tô me acostumando com esses nomes nórdicos. — Fiz uma careta. Loki riu suavemente, mas também negou.
— Laufey era apenas meu sangue. Não me criou. — disse ele com ironia e um pouco de tristeza na voz.
Fiquei alguns segundos em silêncio, encarando o rosto um pouco tenso de Loki por conta das sobrancelhas franzidas. Sorri mais uma vez antes de dizer qualquer coisa, e meu gesto apenas pareceu deixar Loki mais confuso.
— Já sei, então. — disse, arrancando uma careta curiosa do Deus. — Friggason.
Após minha fala, a expressão de Loki relaxou enquanto ele encarava meus olhos atônito, sem reação. Apenas não fiquei com medo de ter falado algo ruim por conta de sua energia. Parecia uma flor desabrochando em sua mais perfeita magnificência e esplendor, cheia de vida e luz. Sorri com o canto dos lábios e ergui uma sobrancelha, esperando ele dizer qualquer coisa.
Porém, ele não se expressou em palavras. Em segundos, aproximou seu rosto do meu e colou nossos lábios de forma delicada e gentil, mas ao mesmo tempo fervorosa. Ele abraçou minha cintura e aprofundou o beijo, obtendo nada além de liberdade por minha parte. Sentia sua gratidão em seu toque, seu sabor e cheiro. Meu coração esquentou ao perceber que eu o havia ajudado, pelo menos um pouco.
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Autora: AI OS DONOS DO MEU CORAÇÃO MESMO!!! oi genteeee kkkkkk cá está mais um capítulo! Esse também tá paz e amor, e só queria esclarecer que capítulos assim são importantes pra que eu possa construir a relação de Kira e Loki, mas a pancadaria vai chegar, prometo!
gente a música ai de cima, que também aparece no capítulo é a voz do nosso Loki mesmo viu? pra quem não assistiu a série, essa música é de lá!!
bom, espero que tenham gostado, não esqueçam da estrelinha e de comentarem bastante!!
Bjin procêis💚
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