56 - O Amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Nas semanas seguintes Jemima se dividiu entre o trabalho, igreja, família, preparativos para o casamento e depoimentos na justiça, precisou depor no caso da menina Erica, tanto no processo contra o Acabe quanto por sua guarda, o pai entrara na justiça pela custódia da menina, a vereadora Francisca finalmente concordara em procurar ajuda profissional, mas ainda se recusava a se desfazer da casa que fora presente do pai quando se casara com Edson e a menina se recusava a voltar para lá.
Naquela manhã ela folheava uma revista na sala de espera do doutor João, enquanto Renata e Katherine conversavam sobre seu vestido de noiva, isso mesmo faltando três dias para o seu casamento e ela ainda não escolhera um vestido, todas as madrinhas já estavam com seus vestidos pendurados no guarda-roupa, ela a noiva peça central do evento ainda estava nua, suspirou angustiada.
- Jemima. – Chamou a recepcionista, sorrindo amarelo ela a seguiu.
- Olá Jemima, tudo bem? – O médio perguntou sorrindo.
- Tudo bem, graças a Deus. – Respondeu tensa.
A última vez que eles se viram fora depois que saíra do hospital no início do ano, naquela ocasião ele a aconselhara a tirar o DIU, mas temia que o Bruno aparecesse e depois de ser violada por mais uma vez, não confiava nele e por nada arriscaria ser estuprada e acabar grávida, na época não admitira isso nem para si mesma, mas agora compreendia que fora essa a razão para não concordar com o médico.
- Muito me alegrou receber o convite para o seu casamento. – Ela sorriu verdadeiramente seu casamento apesar do estresse que estava sentindo ainda era seu assunto preferido no momento. – Obrigado por lembrar-se de nós em um momento tão especial e feliz.
- Será uma honra tê-los conosco. – Respondeu verdadeiramente.
Como todo médico que compreende que a paciente esteja nervosa e tensa, ele foi simpático e paciente, receitou a ela um anticoncepcional para o caso dela precisar, não iria precisar sua idade já não permitia esperar, mas pegou mesmo assim.
- Jemima eu sei que você quer você engravidar caso contrário não estaria tirando o DIU, mas você sabe que a ansiedade prejudica o nosso corpo, certo! – Disse preocupado, ele tinha razão ela estava ansiosa, o relógio biológico já não lhe era favorável.
- Eu vou tentar não ficar tão ansiosa. – Despediu-se dele e sorrindo foi ao encontro da cunhada e da namorada de Benjamim.
- Você sabe que não voltaremos para casa, até encontrarmos o seu vestido, era só o que me faltava estarmos todas lindas e deslumbrantes enquanto a noiva esteja vestida de jeans. – Retrucou Renata pegando em seu braço.
- Ou pior ainda de jaleco branco. – Complementou Katherine.
- Pelo menos o jaleco é branco. – Retrucou Jemima sorrindo.
- Mais como ela está cheia de graça! – Exclamou Renata sorrindo. – Louvado seja Deus que você não queira casar de branco.
- Então o jaleco está descartado. – Brincou Katherine. – Precisamos nos conformar com o jeans.
- Não sei como meu irmão e meu primo aguentam vocês duas.
- Eles nos amam, e você também. – Disse Renata entrando no carro. – Vamos às compras.
A escolha do vestido desde que concordara com a data do casamento sempre foi a menor de suas preocupações, ela não queria um vestido de noiva, apenas um vestido bonito que não fosse branco por não ser mais virginal, nem preto estava feliz demais e queria um pouco mais de cor, ou vermelho por que não queria escandalizar os pais e os sogros.
O que ela não imaginava era que escolher um vestido para o seu grande dia fosse mais complicado do que apenas entrar em uma loja e compra-lo, Katherine as levou a uma loja de noivas, prometendo que ali estaria o vestido perfeito.
- Kate eu disse que não quero um vestido de noiva. – Retrucou saindo do carro.
- Não é por que você não quer um vestido clássico que você deixa de ser noiva, a tia Elaine tem vestidos para todas as noivas, acredite-me quando eu digo para 'todas as noivas'.
E Katherine estava certa, havia vestidos para todos os gostos, e pela primeira vez ela ficara em dúvidas quanto ao vestido, cada um era mais lindo que o outro, com a ajuda de suas companheiras finalmente decidiram-se por um que ela simplesmente amara, enquanto experimentava o vestido se perguntava o que a Jemima adolescente diria ao vê-la vestida em um vestido longo, com uma fenda até o meio das coxas, com um decote discreto mais ainda assim decotado, com mangas curtas de renda. Rodopiou sorrindo o que a Jemima adolescente teria achado mais estranho seria a cor.
- "Louvado seja Deus, por eu ter crescido e descoberto que sou uma linda mulher" – Pensou sorrindo para a sua imagem refletida no espelho.
- Você deveria ter escolhido seu vestido primeiro, para não ter nenhuma madrinha com o vestido da mesma cor. – Lembrou Renata pensativa.
- Eu não me importo, se houver alguma madrinha com o vestido da mesma cor que o meu. – Tornou a rodopiar. – Eu acho que a primeira vez que vou usar um vestido rosa e ainda com rendas e tules.
- Você está linda! – Disseram as duas.
- Não está muito depravado? Tem a fenda o decote. – Disse insegura, e se fosse demais? Afinal era um casamento durante o dia em uma chácara.
- O decote é discreto e a fenda não está exagerada, você está perfeita. – Disse Renata colocando seu cabelo atrás da orelha.
Mais uma vez ela se olhou no espelho sorrindo a Jemima adolescente lhe sorriria e ficaria feliz por finalmente estar se casando com o amor de sua vida, suspirando tirou o vestido focando na escolha do sapato teria que ser confortável mais teria que ser bonito, pois o vestido não o cobriria a desvantagem da fenda.
No grande dia o céu estava nublado e ela levantara com olheiras, dormira mal e sempre que conseguia dormir sonhava que algo dava errado e o casamento não acontecia. Sua cozinha já estava em polvorosa, franziu o cenho desde quando aquela mulherada acordava antes dela? Mal entrou e Ana Carolina a puxou para sentar.
- Tome seu café da manhã que temos muitas coisas para fazer. – Disse sorridente.
- E se chover? – Perguntou tensa olhando pela janela. - "Que ideia marcar um casamento ao ar livre no mês de dezembro?" – Pensou preocupada.
- A Drica pensou em tudo, - Começou Renata colocando à sua frente um uma xícara de café – se chover, Deus não permitirá que isso aconteça, mas se acontecer já está tudo pronto para proteger seus convidados.
- Não se preocupe com nada, - concluiu Ana Carolina lhe servindo um pão com ovo – apenas se preocupe em ficar linda e sorrir, ou chorar conforme a necessidade.
- Sério que no dia do meu casamento vocês vão me servir pão com ovo? Nem um bolo de chocolate, um pão recheado, uma rosca húngara...
- Olha isso! A gente pensando no estômago dela que ficará sem comer até a hora do almoço e ela sendo mal agradecida. – Resmungou a mãe que ela ainda não tinha visto.
- Essas guloseimas também enche meu estômago. – Disse sorrindo mordendo o pão que estava delicioso exatamente como ela gostava, com a gema não dura nem mole demais.
- Então devolva meu pão. – Retrucou Ana Carolina estendendo a mão.
- Só por cima do meu cadáver e se você me matar hoje o Alex te mata. – Respondeu mastigando enquanto escondia o pão.
- Verdade, e se ele me matar o seu irmão mata ele. – Respondeu a brincadeira à altura.
- Não fale com a boca cheia Jemima. – Reclamou a mãe. – E como eu não quero uma série de assassinatos na minha família, todos comam quietos.
- Tudo culpa da sua nora que quer tirar o pão da minha boca. – Replicou ainda mastigando, a mãe apenas sacudiu a cabeça.
- Todos os dias eu oro para que vocês cresçam, mas vejo que meus netos vão crescer e vocês ainda serão crianças. – Resmungou senhora Ana sorrindo.
- Antes de começar com todo esse negocio de dia da noiva, você me leva a um lugar. – Sussurrou a Pedro que sentara ao seu lado.
- Sim, mas espero sinceramente que não seja ver o noivo, os seus pais os proibiu se vir hoje antes da cerimônia. – Sussurrou.
- Isso por que eles não querem que atrasemos a cerimônia, eu não farei isso serei breve. – Sussurrou comendo.
- Jemima você continua falando de boca cheia? E o que vocês dois tanto cochicham? – Perguntou senhora Ana com as mãos na cintura.
- Nada mãe! – Disseram os dois, ficando em silêncio voltando à atenção para a refeição.
- Pensei que vocês fossem se vê só na cerimônia. – Comentou Adriano assim que os dois desceram do carro.
- O que você está fazendo aqui que não está se arrumando para o casamento? – Perguntou Adriana.
- Eu preciso falar com ele rapidinho. – Disse encarando-os.
- Ele está no quarto seja breve, a decoração era para ser surpresa. – Disse Adriana irritada, Jemima olhou em volta, para os tons lilás e roxos.
- Tenho certeza que vai ficar lindo. – Disse sorrindo beijando a testa da cunhada. – Agora eu posso ver o homem mais lindo do mundo!
- Você poderia adianta o que quer falara com o meu marido? – Perguntou Adriana fingindo-se séria, as duas caíram na risada.
- Pelo amor de Deus, vocês duas podem parar de criancices, se o meu pai Adriana ou o seu me pega aqui com ela vai sobrar para mim. – Disse Pedro arrastando-a para dentro da casa.
Sentado na cama Alex pulou em um salto quando a porta abriu e ela entrou correndo se jogando nos braços dele.
- O que aconteceu? Combinamos...
- Eu sei. – O interrompeu encarando. – Lembra quando você me perguntou se algo me incomodava e eu disse que não sabia como lhe falar? – Ele assentiu. – Pois é continuo sem saber como falar, mas é agora ou nunca, só estivemos juntos uma vez, e éramos jovens e inocentes, a única cicatriz que eu tinha no corpo era uma na perna por causa de uma queda do pé de manga, agora não é mais assim, nunca falamos sobre isso, mas eu tenho algumas marcas no corpo além dos ossos remedados, eu não quero que... – envergonhada abaixou o rosto, as lágrimas molhando seu rosto.
- Apesar de nunca termos falado sobre as marcas físicas que ele deixou em você eu imagino que tenha alguma, e isso não te diminui em nada, jamais deixarei de te amar por causa disso, temos marcas que não tínhamos naquela noite, marcas essas que nos fez amadurecer e valorizar ainda mais a pessoa que Deus está colocando em nossas mãos. Eu te amo minha princesa linda e perfeita. – Disse a beijando.
Naquela tarde Alex olhava a decoração que a irmã havia feito e seu coração transbordava felicidade, estava tudo tão lindo! Jemima dera carta branca para ela e o resultado estava fantástico, esperava que a noiva gostasse, quando estivera ali mais cedo estava tudo uma desordem. Sentiu um peso no coração com os receios dela.
- Há um ano quem diria que hoje você estaria se casando com a Jem. – Disse Ariane o abraçando.
- Ninguém, nem mesmo a Drica. – Disse sorrindo. – Se recorda que ela ficou pegando no meu pé que estava na hora de eu seguir em frente?
- Sim, me recordo. Um ano, aconteceu tanta coisa nesse ano. – Disse pensativa.
- Verdade, foi um ano de reviravoltas e surpresas.
- Um ano de Deus colocando as coisas no lugar, e nos mostrando que Ele é Supremo e sabe o que é melhor para nós, mesmo quando pensamos que está tudo perdido.
- As nossas vidas seriam tão mais fáceis se deixássemos Ele nos guiar sempre, sem pensar que somos capazes de fazer algo por nossa própria conta e risco.
Os dois abraçados observavam as pessoas socializando, os amigos de antes e os amigos de agora se apresentando, ele e Jemima não eram de muitos amigos como os irmãos, mas os poucos que fizeram durante a vida seria para sempre.
- Por um momento pensei que iria chover. – Disse Ariane.
- Eu também, sei que a Drica se preparou para isso, mas aqui fora está tudo tão lindo e perfeito.
- Nos últimos meses não tem sido apenas vocês dois, Deus tem estado à frente e hoje não será diferente. – Disse beijando o rosto do irmão. – Aconteceu alguma coisa? A Drica disse que você está quieto desde que a Jem veio aqui.
- Ela está receosa, - disse virando-se para a irmã – ela tem medo do que vai acontecer depois que estivermos casados, estivemos juntos intimamente apenas uma vez e naquela época ela não tinha nenhuma das cicatrizes que ela tem hoje, ela tem medo da minha reação.
- Você a tranquilizou?
- Sim, pelo menos eu tentei. – Nervoso passou a mão na cabeça. – Ela pensa que deveria ter me mostrado antes para que eu decidisse me casar com ela conhecendo as mutilações que ela tem.
- Você vai tirar todos os receios dela, minha preocupação maior é com as cicatrizes psíquicas, talvez ela devesse procurar ajuda profissional.
- Ela estava fazendo terapia enquanto estava na casa dos pais logo depois da separação e do estado em que ele a deixou, mas parou quando se mudou para cá, quando eu penso em tudo o que ela passou nas mãos daquele cara eu sinto...
- Ei! Não vá por esse caminho, Deus já os livrou dele, está tudo bem.
- Desculpa, mas você precisava ver o estado dela me falando das cicatrizes que ela carrega. O desgraçado ainda tinha o cuidado de nunca deixar nenhuma marca que ela não pudesse esconder.
- Irmão, - disse virando-se para encarar seus olhos, - hoje não, mas eu vou falar com ela, mas talvez você também precise buscar ajuda para poder ajuda-la melhor e ore para Deus tirar essa raiva do seu coração, peça a Deus o perdão e viva a vida que Ele está preparando para vocês. E não fique preocupado, tudo vai dar certo, aliás, já deu certo, daqui a alguns minutos você estará se casando com o grande amor da sua vida, e serão muito felizes. – Ele suspirou sorrindo.
Stela a cerimonialista amiga de Adriana que também fizera o casamento de Ariane e Pedro aproximava sorridente.
- Acho que está na hora de eu ocupar o meu lugar. – Disse a irmã piscando para ele.
- A noiva já saiu de casa, podemos tomar nossos lugares, por favor!
Ele assentiu, ao contrario do casamento da irmã não teria um momento para madrinhas, daminhas ou noivo entrar, todos já estavam presentes e tomaram seus lugares, apenas a noiva e seu pai faltavam chegar, como se fosse cronometrado, no momento que Stela colocou a última pessoa em seu lugar o carro do pastor Gustavo entrou em seu campo de visão, engoliu seco para segurar a emoção ao pegar o microfone que Paulo seu sobrinho lhe entregava, ao sinal de Stela Paulo começou a tocar.
- Obrigada papai. – Agradeceu segurando a mão estendida.
Respirou profundamente e sorriu. No momento que colocou o pé no chão o sobrinho começou a tocar, parou sentindo o coração acelerar, de toda a organização do casamento Alex havia lhe pedido uma única coisa, escolher a música com que ela andaria até ele, reconheceu o toque ficando ainda mais nervosa, mas não estava preparada para o que se seguiu, no momento que deu o primeiro passo na direção dele, ele começou a cantar, as lágrimas arderam nos olhos, e contrariando a orientação de Stella ela não olhou para os lados, simplesmente não conseguia tirar os olhos dele.
- Ei! Vira para cá para eu tirar foto! – Alguém gritou, mas ela não prestou atenção, só via ele, naquele momento só ele importava depois ela daria a devida atenção aos convidados.
- Graças a Deus que a maquiagem é a prova d'água, ou iria ficar parecendo um espantalho. – Disse emocionada no momento em que ele beijou sua testa.
- Ainda assim ficaria linda! – Disse tão emocionado quanto ela.
- Será que eu posso começar? Eu sei que vocês estão ansiosos para ficar sozinhos e todos nós estamos ansiosos para comer o bolo e todas as guloseimas que o Felipe e Carol trouxeram. – Disse o pastor João irmão de Jemima. Todos riram e o casal sorridente de mãos dadas ficou de frente para ele. – Estamos aqui hoje para celebrar o amor, o amor que Deus colocou no coração desse casal, para que juntos possam honrar a Deus criando e cuidando da família que Ele está preparando. A Palavra de Deus diz que não é bom que o homem esteja só, mas ter a paciência de esperar no Senhor pela pessoa preparada por Ele é mais difícil do que se imagina, e ter a sabedoria de manter essa pessoa ao seu lado quando ela aparece é tão difícil quanto, por isso é necessário buscar a Deus diariamente para que o casamento seja construído na sólida rocha que é o Amor nascido no coração de Deus, todos nós somos imperfeitos e buscar perfeição no outro é um requisito para o fracasso, busquem o melhor em si mesmo para assim vê o melhor no outro, tente mudar a si mesmo para que o outro se espelhe em você, não queira mudar a pessoa que está contigo seja você a mudar por si mesmo para manter um casamento feliz segundo a ótica de Deus...
Jemima olhou para o lado e Alex estava olhando para ela, aquele mesmo olhar de quando ela o atropelou na ladeira da rua de baixo, sorriu com o pensamento, delicadamente ele passou o polegar por seu lábio inferior, as imagens invadiram sua mente. Ele tirando a camiseta para colocar na testa que saia sangue e ela pela primeira vez na sua vida ficando corada, ele no primeiro dia de aula, a primeira vez que o encontrou no ginásio da escola, o dia que afoitamente pela primeira vez se jogou nos braços dele, as discursões sobre contar aos outros ou não sobre o namoro, o medo que tinha por ser filha de pastor e ele filho de um homem que não gostava da igreja, as divergências por causa dos irmãos mais novos, o desespero por não ser mais a primeira dele e perdê-lo para outra mulher, a audácia dela em procura-lo as vésperas do seu casamento, o dia que o encontrou enquanto saia da loja cheia de sacolas se esquecendo de que era uma mulher casada e se jogando nos braços dele, a surpresa de vê-lo no hospital com a irmã, ele cuidando da testa dela na varanda da casa dos pais, ele a olhando torto na ONG no natal, ele lindo de viver no aniversario do sobrinho, a surpresa e a alegria dela ao vê-lo na igreja, depois de tantas noites se falando por telefone.
- Eu te amo. – Disse sem som, as lágrimas banhando seu rosto.
- Eu também te amo. – Disse igualmente sem som, gentilmente secando suas lágrimas com o polegar.
- Alex! – Chamou o pastor João tocando no braço do irmão. Sorrindo virou-se para ele.
- Sim pastor!
- Você Alex Alencar você aceita Jemima Figueiredo como sua legítima esposa? – Perguntou sorrindo. E sorridente voltou o olhar para ela.
- Sim. Eu, Alex te aceito como minha legítima esposa e prometo lhe ser fiel, ama-la, respeita-la e honra-la enquanto eu viver. Serei prestativo e carinhoso, farei o que estiver ao meu alcance para que você jamais se arrependa de ter me dito sim. Sou grato a Deus por você ser uma destruidora de freios de bicicletas, obviamente que vou verificar todos os dias os freios das bicicletas das minhas filhas, nunca se sabe! - disse olhando ao redor, todos os presentes riram incluindo Jemima, - Louvo a Deus pelo presente que é você na minha vida.
- Jemima Figueiredo você aceita Alex Alencar como seu legítimo esposo?
- Sim. Eu, Jemima o aceito como meu legítimo esposo, prometo lhe ser fiel, ama-lo, respeita-lo e honra-lo enquanto eu viver. Serei prestativa e carinhosa, farei o que estiver ao meu alcance para que você jamais se arrependa de ter me dito sim. Sou grata a Deus por você ser distraído e ter atropelado minha bicicleta sem freio, e não se preocupe te ajudarei a ficar de olho nos freios das bicicletas das meninas, - disse piscando para Laila que estava na primeira fila, Alex bateu a mão na testa – você é o melhor presente que Deus poderia me dar.
- Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. – Disse o pastor João.
Alex a beijou delicadamente contendo todos os desejos primitivos que assolava seu âmago. Gentilmente a afastou ela estava corada, sinal de que era tão difícil para ela quanto para ele, sobre aplausos gritos e assovios ele a abraçou virando-se para os convidados.
Jemima suspirou feliz pela mulher em que se tornara; o sorriso estampado em seu rosto, não era protocolo, era real e verdadeiro. Recebeu todos os cumprimentos, pousou para fotos e tudo o que pensava era que a partir daquele momento ela era a senhora Alex.
Era uma vez uma garota nascida em meio a garotos, eles não tinham paciência para com ela, e ela não querendo ficar sozinha ou para trás, aprendeu todas as brincadeiras de garoto, era uma menina prática vestia roupas confortáveis, seus longos cabelos castanhos jamais atrapalharam uma partida de futebol, ou um jogo de petecas na rua, era feliz de rosto limpo e expressivos olhos azuis que refletiam que ela não sentia falta das coisas de menina, os garotos ao seu redor eram o suficiente para ela; conforme crescia percebia que se quando criança eram os garotos que não tinham paciência para com ela na adolescência as garotas eram impacientes com ela, mas ao contrário do que acontecera na fase anterior, ela não quis mudar para agrada-las ou caber no mundo cor de rosa delas, ela era feliz em seu mundo onde cabiam todas as cores e brincadeiras, ela sabia quem e o que era e não precisa da aceitação de ninguém além de si mesma.
Isso, até certa tarde na ladeira da rua de baixo de sua casa onde tantas vezes caíra de bicicleta e, por mais incrível que possa parecer um garoto desorientado e chateado por ter-se mudado para longe dos amigos fez com que ela desejasse fazer parte do mundo cor de rosa das garotas, pela primeira vez ela quis ser vista como uma menina frágil e delicada que precisava ser cuidada e protegida, mas para sua alegria em outra fase de sua vida descobriu que era tudo aquilo, era frágil, delicada, feminina, sensível, que gostaria, sim, de alguém ao seu lado para protegê-la e ama-la, mas que também era forte, determinada, corajosa, firme e que poderia, sim, proteger e amar alguém.
- Você está bem? – Perguntou Alex acarinhando seus cabelos.
- Eu estou bem. – Respondeu aconchegando-se ainda mais nele. – Eu só estava pensando. - Contrariada afastou-se dele sentando-se cobrindo os seios com o cabelo, ele sorriu. – E você, como você está?
- Eu estou muito bem. – Respondeu derretido, corada ela bateu de leve no ombro dele. – Você sabe do que eu estou falando. – Disse tensa. Ele sentou a puxando para seu colo.
- Eu realmente estou bem, mas me entristece saber que você se machucou por que eu fui um tolo, no entanto, - disse a beijando de leve - já conversamos sobre isso e você me perdoou, então não vamos ficar falando sobre coisas que ficaram no passado. Mais eu sei que para que você se cure, você precisa colocar tudo para fora e eu estarei aqui para ouvir você falar do que você quiser e precisar, vamos juntos superar todas as feridas que ainda temos e aprender a lidar com as cicatrizes, não duvide nunca, do quanto você é linda e perfeita para mim.
Com lágrimas nos olhos ela o beijou, todas as suas inseguranças sendo varridas para longe, não que elas deixariam de existir de um momento para o outro, mas por que ela não estava mais sozinha ele a ajudaria a destruir cada medo e insegurança.
Continua...
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