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53 - O Senhor executa atos de Justiça e Juízo.

Os dias seguintes foram lindos e apaziguadores, Jemima e Alex viviam uma rotina tranquila e felizes, ambos apaixonados planejavam o casamento e faziam lista de convidados, seria uma coisa simples na chácara mesmo, ainda assim haviam algumas pessoas que não poderiam faltar, como os amigos de Anapólis.

No feriado de sete de setembro, Alex a convidou para visita-los, ela estivera com eles no dia dos pais, mas havia acabado de reencontra-lo e tudo o que queria era aproveitar o momento com ele, e por mais que eles tenham sido simpáticos, não focara muito nos neles, agora que estava se arrumando para visita-los, sentia-se entre empolgada e tensa, eles foram amigos de Valéria, e no íntimo temia comparações.

- Não se preocupe com isso, eles não farão comparações, eles não são assim. - Dissera-lhe Alex sorrindo, abraçando-a e a enchendo de beijos, tentando acalma-la.

- Eles sabem da gente? Que fomos namorados antes de você conhecê-la? - Perguntara envergonhada, ele pegara seu rosto entre as mãos e sério olhara-a nos olhos.

- Jem, jamais se envergonhe do seu passado, nem de ter me namorado antes e eu ter sido um idiota, e nem de ter sido casada com o Bruno e ele ter sido um crápula, você não tem culpa de termos sido dois otários na sua vida, não se esqueça de que tudo o que já viveu faz de você ainda mais maravilhosa e especial, eu estou te levando para conhecer melhor os meus amigos, porque eu sei que eles te tratarão como você merece e serão seus amigos tanto quanto são meus, e ainda existe a possibilidade de um ou outro se tornar mais seu amigo que meu. - Concluira inclinando a cabeça sorrindo. - Eu te amo, e não quero que você se envergonhe de nós dois, por favor, sou tão grato por Deus ter me devolvido você. E sim, eles sabem sobre nós, mas só recentemente eu lhes disse sobre você.

- Recentemente? - Perguntara intrigada. - Recentemente quando?

- Antes de eu me mudar para cá, mais para a Cassy não fui que falei. - Dissera a encarando.

- A Valéria contou a ela. - Dissera corada, ele assentiu beijando sua testa.

- Acredite-me, não há nada para você se envergonhar

- E quanto ao Bruno? Ele atacou sua amiga e te atropelou.

- Eu disse que ele não estava feliz com o divórcio, por isso anda enlouquecido, qualquer coisa que você queira compartilhar com eles fique à vontade, mas achei que não era um assunto que eu deveria falar, cabe a você decidir o que quer que eles saibam. - Dissera sério sorrindo em seguida.

- O que foi? - Perguntara intrigada.

- A Cassy disse que está arrependida por não ter quebrado a cara dele quando teve a oportunidade.

- Misericórdia! Graças a Deus que ele não fez nada com ela.

- Graças a Deus mesmo, mas acho que ela teria dado um jeito nele se ele tentasse agredi-la. - Respondeu sério. - Toda mulher deveria aprender defesa pessoal.

Emocionada ela o abraçara apertado, também era grata por tê-lo de volta, e ainda que algumas vezes a insegurança invadisse seu ser, sabia que ele tinha razão, Deus não lhes daria nada pela metade, e bons amigos eram por inteiros, e ela merecia ter bons e leais amigos.

- Ela me disse que aprendeu a se defender depois que um namorado a agrediu. - Dissera triste por ela e pela mulher que seria sua amiga. - "Que todos eles gostem de mim, em Nome de Jesus". - Pensara tensa escondendo o rosto em seu peito.

Na segunda-feira dia cinco de setembro ao sair da Unidade de Saúde no final do expediente, encontrou a vereadora Francisca nervosa andando de um lado para o outro esperando por ela.

- Ela quer falar contigo, quer que eu chame ajuda? - Perguntou Thais.

- Chame o doutor Agnaldo, ela não confia em mim, se ela precisar de ajuda será bom tê-lo por perto. - Thais assentiu e saiu deixando-a.

- "Senhor, dê-me sabedoria ao falar com ela, seja o Senhor a ajuda-la a resolver essa situação em que se encontra". - Pensou aproximando-se. - Boa tarde vereadora. - Cumprimentou Jemima, a mulher virou-se espantada.

- Boa tarde doutora, está feliz por ter estragado com a minha vida e ter destruído a minha família? - Perguntou chorando. - Está feliz por fazer perder a minha filha? - Gritou sacudindo-a.

Jemima respirou profundamente, por mais que isso a deixasse irritada a compreendia, para algumas mulheres aceitar que a vida perfeita que pensava viver não passava de uma ilusão era de fato difícil, ela estava em estado de negação e bater de frente com ela não a ajudaria.

- Eu sinto muito que esteja sofrendo e sozinha, mas me culpar pelo fracasso do seu casamento e, por sua filha não estar contigo não te fará feliz novamente, nem levará sua filha de volta para casa.

- Você não sabe o que é viver naquele casarão sozinha, quando o Edson me deixou eu tinha o meu bebê, agora não tenho nada nem ninguém. - Disse exasperada. - E isso tudo por culpa sua. - Gritou na cara dela empurrando-a.

Jemima engoliu seco entre o desejo de falar algumas verdade a ela e de conforta-la, ela não aceitaria nem uma coisa nem outra. Para seu alivio o doutor Agnaldo apareceu em seu campo de visão, discretamente o chamou, revirando os olhos ele se aproximou, nos últimos dias a vereadora vinha dando um pouco de trabalho para a equipe de saúde.

- Vereadora Francisca o que te trás aqui? - Perguntou sério, na verdade estavam todos verdadeiramente preocupados com ela.

- Eu queria que essa senhora visse o que me fez, por causa dela eu perdi tudo!

- Fran, você sabe que nada do que lhe aconteceu fora culpa da doutora Jemima, não sabe? - Perguntou passando o braço por seu pescoço.

- E de quem mais seria? Quem ficou colocando coisas na cabecinha da minha filha? - Perguntou exasperada.

- Fran, você está querendo me dizer que preferiria que sua filhinha, a nossa princesinha, continuasse a sofrer nas mãos daquele escroto, à ter alguém que a incentivasse a enfrenta-lo? - Perguntou gentilmente, mas a frieza em sua voz a fez parar chorando compulsivamente.

Triste pelo estado lastimável da mulher, Jemima saiu sem olhar para trás, conseguia compreendê-la, mas não parava de pensar na menina Erica e ela ainda era sua maior preocupação.

Dirigiu ao supermercado para comprar algumas coisas para o jantar, naquela noite Bruna convidara Jemima e Leticia com suas famílias para jantar, e ela iria para a casa da amiga ajuda-la, sendo assim ao chegar a sua casa tomou um banho rápido e fora para a casa vizinha com as compras, e enquanto as duas trabalhavam na cozinha, ela contou-lhe sobre seu encontro com a vereadora.

- Não sei mais o que fazer com aquela sem noção. - Disse Bruna furiosa após o relato de Jemima.

- Dê-lhe tempo, aconselhe-a a procurar ajuda profissional. - Sugeriu Jemima. - Se continuar assim pode ser que ela acabe mesmo perdendo a filha.

Erica estava com o tio, enquanto o pai negociava com a mãe, se ela não concordasse em vender a casa ele iria pedir à justiça a guarda da menina, mas o que preocupava Jemima era o estado emocional da vereadora, ela estava direcionando a culpa de tudo a ela, mais e se começasse a fazer isso com a filha? O que seria daquela menina se a mãe não a apoiasse? Se ela sentisse que a mãe a odiava ou a culpava pelo que acontecera?

- Já tentei leva-la à razão mais ela está irredutivel, naquela posição de 'pobre coitada de mim mesma'. - Bruna disse indignada passando as mãos na cabeça.

- Bruna, você consegue de fato se colocar no lugar dela? Consegue de fato imaginar o quanto deva ter sido difícil para ela ser trocada por outra e depois encontrar um príncipe que a fez crescer e se tornar forte e independente, só para derruba-la de uma altura maior que antes e de maneira tão destrutiva física e emocionalmente? Ela tem razão, o primeiro marido lhe deixou uma filha que o segundo destruiu, eu sei que é difícil, mas não é apenas a Erica que precisa de ajuda.

- Nossa Jem! - Disse emocionada. - Você tem razão, na verdade eu não tinha pensado em nada disso, a gente só pensa que a criança sofreu uma violência e que a mãe está dando chilique sendo irracional pensando apenas nela mesma.

- Verdade. Mais a realidade é que ambas precisam de ajuda. - Disse tensa, era tão mais fácil, apenas ficar indignada com a situação e deixar a mãe da menina à própria sorte, mas não era assim que os servos de Deus de corações aquebrantados agiam.

- E como poderemos ajuda-la? Está muito difícil falar com a Fran, sinceramente não sei o que teria sido da minha afilhada se o Edson não tivesse tomado as rédeas da situação.

- Ele é o pai dela, nada mais justo ele fazer alguma coisa depois de ter sido tão negligente com ela esses anos todos. - Resmungou sem muita paciência para um homem que simplesmente havia reconstruído sua vida como se não tivesse uma criança que precisasse dele.

- Verdade. Ele negligenciou muito a filha, e não foi por falta de aviso, só espero que não seja tarde demais.

Jemima preferiu ficar calada, quando criança ouvia muito o pai dizer que tudo o que acontecia aos filhos era de responsabilidade da mãe, ele acreditava que a educação deles era exclusividade dela que o papel do pai por ser pastor era apenas espiritual, ele também aprendeu da maneira mais difícil que filhos se educa juntos.

- Quando a vereadora estiver pronta para buscar ajuda todos nós a ajudaremos, e querendo ou não ela precisará da ajuda do Edson, só espero que atual esposa dele compreenda isso. - Disse encarando a amiga.

- Céus! Isso será mais complicado do que eu imaginava. - Disse cobrindo o rosto com as mãos. - Jemima sorriu.

- Alguém me ajuda? - Gritou Letícia. Jemima correu para ajuda-la com o refratário que trazia. - Quando saí de casa não parecia tão pesado. - Disse sorrindo.

A noite fora maravilhosa, Jemima estava radiante e feliz, qualquer pessoa que a visse perceberia seu brilho, finalmente estava tendo o seu início feliz e formaria a família que Deus a criou para ter.

Naquela madrugada ela acordou com seu próprio choro, tivera um sonho inicialmente lindo; a cena era a do jantar da noite anterior, Bruna e Alfredo anfitriões perfeitos, Letícia e Hamilton sorrindo enquanto narravam sua história de amizade e amor, e Hamilton muito constrangido contava do mico que fora falar com dois estranhos por que Ricardo tinha certeza de que eles eram os compradores do estabelecimento encalhado, todos riram e louvaram a Deus, ela e Alex estavam tão felizes pelos novos amigos, as crianças brincando umas com as outras, um final de dia perfeito para uma família harmoniosa e feliz.

No sonho sentia-se a mulher mais privilegiada e amada, não apenas pelo seu noivo e amigos, mas principalmente por Deus, sabia que Ele estava com ela e não a deixaria.

De repente todos foram sumindo um por um, até ela ficar sozinha, assustada chamou-os, mas ninguém apareceu, arregalou os olhos ao ouvir a gargalhada de Bruno atrás dela, naquele momento recordou-se de que Deus era com ela, e lentamente virou-se, para receber um tiro, apenas colocou a mão no peito ao ser jogada para trás sentiu o sangue quente em sua mão, e chorou pelo que estava perdendo.

- Obrigada Pai por ter me dado tanta felicidade, e me amado tão incondicionalmente, em Nome de Jesus continue a cuidar do Alex e das meninas. - Orou fechando os olhos.

- Acha mesmo desgraçada que vai morrer assim tão facilmente? - Perguntou ele a levantando.

- Você não perdeu as pernas? - Perguntou sem ar.

- Com dinheiro se consegue tudo não é mesmo? É verdade eu esqueci, você pensa que sou um pobre coitado. - Gargalhou a jogando contra a mesa.

Nesse momento ela acordou chorando; ajoelhou-se aos pés de sua cama e orou fervorosamente, agradeceu a Deus por sua vida e pelas vidas que Ele colocara para ela cuidar, louvou-O pelo perdão que colocara em seu coração e pediu para que Ele mantivesse o Bruno longe dela e sua família, acordou com o soar do alarme ainda ajoelhada aos pés da cama.

Levantou-se dolorida por ter adormecido ajoelhada, seu pescoço estava duro, delicadamente girou o pescoço de um lado para o outro fechando os olhos de dor; graças a Deus não trabalharia naquele dia, trabalhar com torcicolo não era nada agradável.

Trabalhara um plantão para ser dispensada na véspera do feriado. O doutor Agnaldo já não a provocava tanto, depois do ocorrido com o pastor herege, ela se tornara uma espécie de heroína na cidade o que facilitou a relação dos dois, mas ainda não eram amigos.

- O que aconteceu com o seu pescoço? - Perguntou Alex ao passar por sua casa naquela manhã antes de ir à loja.

- Acabei dormindo enquanto orava ajoelhada aos pés da cama. - Disse tremendo.

Ele teria rido se não tivesse percebido duas coisas, primeiro o tique de ficar rodando o anel no dedo, e depois o tremor em sua voz, suspirou abraçando-a.

- E o que te deixou nervosa? - Sussurrou em seu ouvido.

- Sonhei com o Bruno, - ele a apertou mais - no sonho ele estava de pé e atirava em mim.

- "Que seja apenas um pesadelo Senhor!" - Pensou apertando-a nos braços.

- Alex! - Sussurrou sufocada.

- Desculpe-me. - Disse afastando-a tirando os cabelos de seu rosto. - Conte-me. - Pediu puxando-a para o sofá.

Horas depois de Alex ter ido embora Jemima ainda continuava sentada na varanda de sua casa, local onde sentara ao se despedir do noivo.

- Bem que o Alex disse que havia grandes chances de você ainda estar sentada no mesmo lugar. - Gritou Bruna do portão pequeno, ela sorriu triste.

- Ele te ligou? - Perguntou quando a amiga sentou ao seu lado.

- Sim. Ele está preocupado contigo, quer conversar? - Perguntou encostando-se tranquilamente.

- Eu... - Ouviram o som da campainha. - Quem será? - Perguntou intrigada, todas as pessoas que costumava visita-la sabia que o portão pequeno estava sempre destrancado.

- Eu vou vê quem é. - Disse Bruna levantando-se, Jemima sorriu.

- Está tudo bem, pode deixa eu vou vê quem é. - Disse sacudindo a cabeça. - O Alex disse para você não me deixar sozinha, não foi? - Perguntou levantando-se.

- Imagine! - Respondeu rindo.

- Eu imagino mesmo! - Retrucou sorrindo. - Assim sendo, enquanto eu atendo a visita, você poderia preparar um café para tomarmos enquanto conversamos. - Disse piscando.

Ainda rindo abriu o portão, o riso morrendo em seus lábios, trêmula encostou-se ao portão encarando o homem na cadeira de rodas que lhe sorria diabolicamente. Sem tirar os olhos dela ele despachou o táxi que estava parado logo atrás dele.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou nervosa.

Ele jogou a cadeira para cima dela pega de surpresa não conseguiu desviar totalmente, sentiu a batida nas pernas, graças a Deus conseguiu se segurar sem cair, mas o esforço foi demais para o pescoço fechou os olhos afastou-se para trás sentindo a dor nas pernas e no pescoço.

- Fui atrás de você no trabalho, me disseram que você estava de folga porque vai viajar, engraçado, você nunca podia tirar folgas para viajar comigo. - Retrucou irado, ela abriu os olhos, não era um pesadelo, era real.

- Eu não tinha motivos para viajar contigo, era preferível ficar em casa. - Retrucou no mesmo tom. - "Acalme-se Jemima, não perca a razão". - Pensou suspirando, infelizmente abrira espaço para ele que sorriu cinicamente e direcionou para a casa.

- Ora! Ora! Ora! Que maravilha você não está sozinha. - Disse inclinando a cabeça.

Bruna estava na porta com o celular na mão, sorrindo ele seguiu em frente como se estivesse em casa rapidamente ela entrou na casa. Exasperada Jemima puxou a cadeira.

- Você não pode entrar aqui esqueceu que eu tenho uma medida protetiva contra você! - Esbravejou encarando-o.

- Sério? Então chame a polícia, quero ver o que eles farão ao me ver prostrado em uma cadeira de rodas por sua causa e do seu amante. - Gritou furiosamente, empurrando a cadeira nela novamente, mas dessa vez ele nem chegou perto.

- Bruno, por favor, vai embora eu não quero te prejudicar. - Disse calmamente, ele gargalhou incontrolavelmente.

- Você acredita mesmo que possa fazer alguma coisa para me prejudicar? O que exatamente você pode fazer? - Perguntou sarcástico tentando agarrar seu braço ela se esquivou. - Você pensa mesmo que consegue se livar de mim tão facilmente? Acha mesmo que tenho medo de ser preso depois daquele bastardo com quem você está trepando ter me feito perder as pernas? - Gritou indo para cima dela.

- Não foi culpa dele. Você estava na contramão...

- Você ainda tem a cara de pau de defendê-lo ma minha cara? - Gritou histérico.

Ela não sabe como mais ele conseguiu pegar seu braço e torceu para trás violentamente, o grito que saiu de sua garganta foi involuntário, a dor nublou sua visão e as cenas daquela fatídica manhã que ele quase a matara voltou à sua mente.

Nquele momento oom os olhos cheios d'agua ela desejou que ele tivesse morrido naquele acidente, lágrimas de dor e vergonha banhavam seu rosto, quando mais tentava se soltar mais sentia dor.

- Você é uma desgraçada que acabou com a minha vida. - Disse entredentes, ainda torcendo-lhe o braço.

- Larga ela seu cão sarnento! - Ouviu Bruna se aproximando, seu sangue gelou.

- Bruna, por favor! Volte para dentro. - Pediu voltando a gritar quando ele torceu seu braço quebrando-o, a dor escureceu temporariamente sua visão.

Sentiu mais do que viu quando foi arrancada da mão dele, a dor insuportável no braço e pescoço não permitia que ela compreendesse o que estava acontecendo, estava jogada no chão, Bruna correu até ela.

- Você não deveria nunca tratar uma dama dessa maneira. - Ouviu a voz de Alfredo e a gargalhada monstruosa de Bruno.

- Não seja ridículo, você não sabe de nada! Essa daí uma dama? - Debochou. - Você só pode estar de brincadeira comigo, ela não passa de uma vagabunda que se entregou a sei lá quantos antes de mim, e se iludiu pensando que fosse especial para mim, mas não passava de uma criatura que podia usar e abusar, - ele foi interrompido por um murro na cara dele.

Ao seu lado Bruna arregalou os olhos, e Jemima lamentou aquela situação, imaginava o quanto fora difícil para Alfredo agredir um deficiente físico, ele era um bom e respeitável homem de Deus, suspirando voltou sua atenção para Bruna que estava vermelha.

- Eu sinto muito que o Alfredo tenha que passar por isso. - Lamentou.

- Pois não sinta, ele faria quantas vezes fossem necessárias. - Respondeu acalmando-a.

Precisava fazer alguma coisa e tirar aquele lunático do seu quintal, segurou o braço quebrado pela segunda vez por aquela criatura abominável, Alfredo se posicionou na frente dele, mantendo-as em segurança, percebia o quanto ele estava chateado, mas se conteria e não voltaria a agredi-lo, a não ser que algo novamente o tirasse do sério.

- Quem é você? - Gritou Bruno furioso. - Outro amante dela?

- Eu não sou ninguém, - respondeu ignorando-o - e quero continuar exatamente assim, então, por favor, se comporte. - Disse calmamente.

- Jemima seu braço... - Começou Bruna exasperada.

- Está quebrado. - Disse sem nenhuma emoção. - Na última vez que ele me bateu esse braço foi quebrado, no final o fruto não caí longe do pé. - Disse alto o bastante para ele ouvir.

- Do que você está falando mulher ingrata sem-vergonha? - Perguntou irritado. - Por acaso agora você me conhece? Coitada! Não sabe nem mesmo com quem se casou. Se bem que eu também não sei com quem casei, não é mesmo? Eu ingênuo pensando que você fosse virgem, inocente para no final descobrir que se ofereceu para o noivo de outra mulher...

- Retire o que disse bastardo de Jezabel! - Gritou Alex acertando-lhe um murro mais forte que o de Alfredo. Bruno passou a língua no sangue dos lábios.

- Retirar o que idiota, eu disse alguma mentira? Ela não passa de uma vagabunda e você de um cafajeste traidor, vocês dois são iguaizinhos. - Gritou fuzilando-o com o olhar. - Eu sempre soube que você não valia nada, desde a primeira vez que te vi, seu bastardo filho da puta!

- Você vai sair da casa dela sozinho, ou quer ser escoltado pela polícia? - Perguntou Alex sério.

- Você sabia que ela poderia estar sangrando, quebrada como fosse, se eu quisesse ela ainda gemeria de prazer nos meus braços? - Perguntou com desdém.

Alex o agarrou pelo colarinho o tirando da cadeira de rodas jogando-o longe, Alfredo o segurou.

- Se acalme cara, você não conseguirá ajuda-la dessa maneira. - Disse arrastando Bruno de volta para a cadeira, Jemima e Bruna aproximaram de Alex.

- A polícia já está vindo. - Sussurrou Bruna para ele.

- Vocês sabem que eu posso processa-los por maus-tratos a deficiente? - Perguntou debochado. - Coisa feia! Batendo em um aleijado. Imagine as manchetes, 'genro e filha de pastor agridem deficiente físico, lembrando que o estado lastimável em que se encontra a vítima fora deixado por eles mesmos'. - Disse sorrindo. - Depois do escândalo com o pastor, essa cidadezinha vai ficar ainda mais famosa.

- Não ligo a mínima se você quer me processar ou qual mentira vai inventar, a única coisa que realmente me importa, é que você ofendeu e humilhou a minha noiva... - Bruno arregalou os olhos toda a arrogância e prepotência desaparecendo.

- O que você disse? - Interrompeu-o furiosamente sem nenhum sinal de deboche ou desdém.

- Isso mesmo que você ouviu estamos noivos, e você não é bem-vindo ao nosso meio. - Respondeu Alex. - E agradeça a Deus por estar nessa situação, caso contrário eu ia te ensinar como tratar uma mulher, principalmente a minha!

- Seu bastardo filho da puta! Eu te mato! - Gritou furiosamente avançando em Alex com a cadeira de rodas derrubando-o.

Jemima gritou correndo, Bruno tentava passar a cadeira em cima do Alex, enquanto ele rolava no chão de um lado para o o outro, Alfredo conseguiu segurar a cadeira e Bruno gritava todos os impropérios conhecidos da humanidade. Ela abraçou Alex ao se levantar.

- Tudo bem? - Perguntou apavorada.

- Sim. - Respondeu apesar da dor nas pernas onde a cadeira bateu.

O som de sirenes deixou Bruno ainda mais irado, Jemima reconheceu o olhar de loucura que ele lhe lançou, mas antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, ele empurrou Alfredo e a puxou sentando-a em seu colo apontando uma arma em sua cabeça.

- Vocês pensaram mesmo que essa cadeira me deixaria impossibilitado? - Perguntou seco.

- Você! - Apontou para Alex. - Afaste-se, se não quiser ir ao funeral dela.

- Oh, meu Deus! - Exclamou Jemima. - Você enlouqueceu?

A polícia parou na frente da casa, o coração de Alex acelerou e um gosto amargo encheu sua boca, não sabia o que fazer em pânico viu Bruna exasperada abraçando o marido.

Ele temia pela segurança de Jemima e do casal de amigos, a polícia poderia entrar a qualquer momento e aquele louco acabar atirando nela.

- Acalme-se Bruno, não faça nada que te deixe em uma situação ainda mais complicada. - Disse Alex nervoso.

- Ah! Agora você consegue falar comigo decentemente? Eu quero mais que todos vocês morram. - Retrucou cheio de ódio passando a arma no rosto dela.

O cano de uma arma empurrou o portão e uma cabeça adentrou, Bruna escondeu a cabeça no peito do marido, e Alex entrou em pânico, um gesto em falso e Bruno mataria Jemima, distraído de costas para a movimentação ele apontou para a hilux de Jemima.

- De quem é aquele carro? - Perguntou.

- Minha. - Ela respondeu tremendo.

- Ora, ora! A minha dócil esposa se tornou uma bonequinha de luxo! - Disse passando a arma em seus seios.

- Você aí grudado feito um carrapato, dirige? - Perguntou apontando a arma para o casal.

- Ela não sabe dirigir. - Respondeu Alfredo, segurando a cabeça de Bruna.

- Você quer mesmo que eu acredite nisso? - Perguntou gargalhando.

- Problema seu se não acreditar. Se quer sair daqui terá que ser comigo ou o Alex dirigindo.

- Acho que você não entendeu meu 'chapa'! Vocês não estão em condições de negociar comigo.

- Acho que você não entendeu meu 'chapa', você perdeu qualquer chance de negociação no momento que colocou uma arma na cabeça da minha amiga.

- Você pensa que eu tenho medo de morrer? Não tenho, principalmente se ela for comigo. - Disse rindo beijando-a à força. Alex deu um passo, Alfredo o segurou sacudindo a cabeça.

- E ai 'chapa', você quer ou não que eu dirija para você? - Perguntou Alfredo.

- Eu só queria entender o que você quis dizer quando disse que eu perdi a chance de negociação. - Disse intrigado.

- Morrer não é o pior que pode te acontecer e, depois de perder as pernas você deveria saber disso. - Respondeu Alfredo tranquilamente.

Entretido falando com Alfredo, Bruno esqueceu-se de Alex, disfarçadamente aproximou-se da cadeira, em silêncio alguns policiais adentraram o quintal e obviamente não estavam se agradando de Alex estar tão perto do ex de Jemima enquanto este apontava uma arma para ela.

- Espera aí! Cadê aquele bastardo? - Perguntou afoito olhando os lados.

A polícia já o havia cercado e Alex pegou seu braço erguendo-o ao alto; Bruno ainda tentou segurar Jemima em seu colo, mas ela o mordeu, ele gritou soltando-a e um policial a puxou, ele tentou se soltar da mão de Alex. caindo fora da cadeira, os dois rolaram pelo chão se esmurrando.

Jemima não compreendia como que o Bruno poderia ter tanta força usando apenas os braços, aliviada suspirou quando Alex conseguiu neutraliza-lo e a polícia finalmente o pegou.

Ele foi levado preso gritando à Jemima que ela só se casaria com Alex por cima do seu cadáver, ela tremia nos braços do noivo.

Momentos depois Bruna preparava um chá de camomila, todos sentados à mesa da cozinha, Letícia e Hamilton explicavam que só conseguiram entrar depois que a polícia saíra liberando suas entradas.

- Estávamos tão preocupados. - Disse Letícia apertando a mão de Jemima.

- Graças a Deus que a Bruna conseguiu me mandar uma mensagem, mas fiquei com medo de que ele tomasse o celular dela e trancasse o portão. - Disse Alfredo.

- Eu também fiquei com medo de que ele fizesse alguma coisa contra ela, quando ele a viu com o celular. - Disse Jemima nervosa.

- Acho que ele nem percebeu que eu estava com o celular na mão. - Disse Bruna. - Mais quando corri para dentro apaguei a mensagem.

Jemima aconchegou-se nos braços de Alex, sentia constantes calafrios com a lembrança de Bruno passando a arma por seu corpo ou a beijando, conseguira controlar as lágrimas, mais a angústia e a tristeza ainda oprimia seu coração.

- Está tudo bem meu amor! Deus está no controle de nossas vidas, em nome de Jesus ele não voltará a nos perturbar nunca mais ele te tocará. - Sussurrou Alex em seu ouvido.

- Beba querida, você se sentirá melhor. - Disse Bruna servindo o chá.

O som de sirenes aproximando assustou-a, apavorada ela deixou a xícara cair encarou Alex.

- Acalme-se meu amor. - Disse ele encarando os amigos.

- Parou aqui. - Disse ela se levantando. - Será que ele fugiu? - Perguntou exasperada. Ela pulou com o barulho da campainha, Alex a abraçou.

- Cuide dela, eu vou vê o que aconteceu. - Disse Alfredo e Hamilton o seguiu.

Voltaram logo depois com o policial Aguiar e outro que ela não conhecia, apertou a mão de Alex o mais forte que pode, seu coração acelerado quase saindo da caixa torácica.

- Alex, Jemima, Bruna, Letícia. - Cumprimentou pausadamente um a um o policial Aguiar.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Alex passando o polegar na mão de Jemima que apertava a sua.

- Não temos boas notícias, - começou o policial Aguiar encarando-a - infelizmente houve um acidente chegando à Santa Rita e o seu ex-marido morreu na hora.

Continua...

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