42 - Cada um receberá a recompensa merecida pelos seus atos.
Jemima tentava concentrar-se na animada conversa das cunhadas, mas seus pensamentos insistiam em voltar para Alex, havia lhe mandado várias mensagens e já era final do dia e ele não respondera nenhuma, no inicio não se importou afinal ele estava com os amigos e sabia também que seus irmãos iriam passar por lá então ele estaria sem tempo para ficar no celular, mas o dia passara e nada dele responder e isso já a estava incomodando, pensara em ligar para Pedro ou João, mas iria falar o quê? Sabia onde eles estavam e haviam deixado bem claro quando ligaram mais cedo que não teriam hora para chegar, o que ela poderia fazer, perguntar o que eles estavam fazendo para que Alex não lhe respondesse?
- Jemima? - Assustou-se com a voz alterada de Renata.
- Ela está no mundo da lua! - Brincou Ana Carolina. - Ou devemos dizer no mundo de Fátima? - As duas riram e ela ficou corada fazendo-as gargalhar. - Cuidado para não cortar o dedo. - Ela apenas sacudiu a cabeça sorrindo tímida, concentrando-se no repolho que cortava.
- Vivi para ver minha cunhada cientifica e séria ficando corada e, se tornando uma sonhadora romântica. - Disse Renata. Ela mostrou a língua para as duas.
- Vocês são tão engraçadinhas! Até parece que é a primeira vez que eu fico corada na frente de vocês e, só para vocês saberem sempre fui sonhadora e romântica. - Disse com ar sonhador.
- Sério? Não é o que consta nos autos. - Respondeu Ana Carolina, ela revirou os olhos.
- Não é válida a atuação de quem não tem registro na OAB. - Disse sorrindo lembrando-se de que a cunhada era advogada e que escolhera não exercer a função para ser comerciante junto com o marido.
- E quem disse que eu não tenho registro na OAB? - Perguntou ficando corada, Jemima e Renata entreolharam-se.
- Como que é? - Perguntaram.
- Sim. O Felipe me convenceu a fazer a prova, eu fiz e passei. - Explicou tímida.
- Ei! Isso é motivo de comemoração. - Disse Jemima feliz largou a bacia abraçando-a, Renata fez o mesmo.
- Assim vocês me deixam encabulada. - Disse emocionada.
- Estou feliz por você, sei que foi sua escolha viver o sonho do meu irmão, mas nada te impede de viver os seus também.
- E agora como vai ser? Vai exercer a profissão ou não? - Perguntou Renata voltando a olhar a panela que ela mexia.
- Mandei meu curriculum para o senhor Henrique ontem. - Respondeu ligando o espremedor de frutas.
Jemima sorriu recordando-se do dia que falara com Ariane sobre seu relacionamento com Alex e tomara inúmeros copos de suco de laranja, abaixou a cabeça feliz pela cunhada, mas franziu a testa ao ouvir o nome do pai de Alex, ainda não o vira depois que soube que ele sabia do romance de seu romance com o filho e ela ainda não sabia como reagir ao fato de que ele aceitara defende-la depois de vê-los de mãos dadas.
- Ela definitivamente está sonhadora. - Brincou Ana Carolina servindo suco de laranja para as três, Renata sentou na sua frente com vários tomates em uma bacia.
- O suco está pronto? - Perguntou Benjamim entrando na cozinha.
- Sim. - Perguntou Renata, entregando-lhe a jarra e copos descartáveis.
Ele ficara responsável pelas crianças, André saíra com Felipe e os pais haviam saído para a igreja e elas estavam às voltas com o jantar, Jemima franziu a testa ao se dar conta de que a casa dos pais teria ficado pequena para a família se não fosse a reforma que o pai fizera anos atrás.
- E então, vai ficar sonhando sozinha ou vai nos incluir no sonho? - Perguntou Renata, constrangida percebera que o primo já saíra e as duas a encaravam maliciosamente, o som estridente da campainha a tirou daquela saia justa.
- A campainha... - disse levantando-se, Ana Carolina segurou seu braço.
- Ben ou uma das crianças pode ver quem é. - Disse sorrindo. - Você não precisa sair correndo, nós vamos esperar você está pronta para fornecer todos os detalhes. - Disse sentando ao lado de Renata ajudando-a com os tomates.
Ela ignorou as cunhadas e voltou ao que fazia. A conversa com os pais e o almoço com as amigas já fora cansativo o suficiente, não tinha o hábito de dividir sua vida com as pessoas e nos últimos dias ela falara demais sobre si mesma e seus problemas, ser o centro das atenções estava começando a se tornar rotina em sua vida depois das festas de fim de ano.
- Pensei que vocês fossem ficar na casa dos pais da Ariane. - Ouviu Benjamim perguntar, as três entreolharam-se e levantaram animadas.
- Também pensávamos. - Pedro respondeu e ela sorriu imaginando a discursão que essa decisão deve ter causado na casa do sogro do irmão.
Ela parou e deixou as cunhadas passarem à sua frente, sentiu um nó ao ver sua família tão alegre se abraçando fazendo piadinhas bobas; sentiu os olhos esquentarem, estava muito emotiva, Ariane sorriu e se aproximou puxando-a para um abraço.
- Como você está? - Perguntou ainda abraçada nela.
- Estou bem graças a Deus e vocês como estão? - Perguntou ainda sentindo o nó na garganta não sabia por que mais queria chorar.
- Graças a Deus estamos ótimos. - Respondeu desvencilhando-se do abraço. - Querida você pode vir aqui comigo, por favor! - Pediu, Jemima olhou para o irmão que conversava com os outros, franziu o cenho e, em silêncio seguiu Ariane.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupada, percebendo que era puxada para o portão.
- Sim aconteceu. Por isso gostaria de falar contigo em particular. - Respondeu séria.
- Ariane essa casa é enorme, não precisamos sair para conversarmos em particular. - Disse com o coração acelerado. - "Meu Deus o que será que aconteceu? Será que aconteceu alguma coisa com o Alex ou as meninas?" - Pensou exasperada. - Ariane...
Antes que ela concluísse o que ia falar Ariane abriu o portão e a empurrou para fora, fechando-o na cara dela.
- Mais que merda é essa Ariane! - Gritou batendo no portão.
- Gostaria de saber o que o pastor Gustavo pensaria do palavreado dessa mocinha.
Ela ficou estática ao ouvir a voz dele, esperava por qualquer coisa, menos por isso, virou-se lentamente pensando estar imaginando coisas, mas não era sua imaginação, ele estava à sua esquerda encostado ao muro displicentemente e lindo.
- Alex! - Gritou pulando em seus braços, sorrindo ele a abraçou apertado.
- Desculpe-me não ter respondido suas mensagens, eu queria te fazer uma surpresa. - Disse beijando-a.
- E que surpresa! - Sussurrou corada. - Estamos no portão dos meus pais e eles podem chegar a qualquer momento.
- Eu sempre quis namorar no portão da sua casa. - Disse sorrindo voltado a beija-la, ela se entregou ao momento pensaria nas consequências depois, mas uma lembrança a trouxe de volta a realidade.
- Alex! - Disse o empurrando. - E seus amigos? - Perguntou corada e tensa.
- Eles estão todos na casa dos meus pais. - Respondeu cheirando seus cabelos.
- Ah! Por isso Pedro e a família estão aqui. - Disse sorrindo. - Estou feliz por 'você' estar aqui.
- Eu também.
- E eu vou ficar imensamente feliz se vocês dois entrarem. - Os dois se voltaram para o casal que estava ao lado, distraídos não os viram se aproximar.
- Boa noite pastor Gustavo, senhora Ana! - Cumprimentou cortês segurando firmemente a mão de Jemima que tentava soltar-se dele. O pastor os encarava sério, a esposa, no entanto sorria alegremente.
- Boa noite Alex. - Respondeu ela puxando-o para um abraço. - Entra meu filho seja como sua irmã e não deixe a cara de ranzinza dele te assustar. - Disse abrindo o portão.
- Quero só ver como ele vai ficar no dia em que ele chegar ao seu lar, lugar de paz e harmonia e encontrar um marmanjo quase engolindo a menininha dele no portão. - Resmungou o pastor, senhora Ana o encarou e gargalhou.
- Papai! - Exclamou Jemima exasperada, Alex franziu a testa tentando imaginar a cena e com certeza não gostando nada.
- Querido pare de querer assustar as crianças. - Pediu senhora Ana carinhosamente, mas ainda sorrindo.
- Eles não são mais crianças. - Resmungou o pastor de volta.
- Meu velho, você precisa decidir, afinal ela é ou não é a sua menininha? - O casal entreolhou-se e sorriu dando-se as mãos. - Foi o que eu pensei. - Disse piscando para o esposo.
- Pelo menos dessa vez estão os dois aqui, você se recorda quando a Ariane veio aqui no final do ano passado? - Perguntou o pastor.
- Lembro-me. - No momento que o casal entrou os netos vieram correndo abraça-los. - Você janta conosco Alex. - Perguntou senhora Ana olhando para trás onde os dois em silêncio encarava o turbilhão à frente.
- Não senhora, eu e mi... - Calou achou melhor deixar que a irmã dissesse que não jantaria com eles naquela noite. - Meus pais e minhas filhas estão me esperando. - Emendou rapidamente, ela sorriu assentindo, focou sua atenção totalmente nos netos.
- Alguma vez você imaginou isso? - Perguntou Alex puxando Jemima para mais perto.
- Minha mãe te chamando para jantar? - Perguntou erguendo a sobrancelha.
- Também, mas principalmente esse tumulto de pessoas, se recorda de quando éramos apenas os filhos?
- Estava pensando nisso momentos antes, quando éramos crianças almoçávamos na cozinha sempre e a confusão e o barulho era quando íamos à casa das vovós, agora é aqui, meu pai teve que fazer outra cozinha e ampliar a varanda, na sua casa também é assim?
- Agora sim. - Respondeu pensativo. - Mais não era assim, eu e Ariane, éramos figurinhas faltando. - Refletiu triste.
- Aqui em casa era o Pedro. - Disse entendendo a tristeza dele. - Mais isso acabou! Agora nada de tristeza. - Disse o beijando.
- Ainda estamos no portão da casa de seus pais.
- Pelo menos agora estamos pelo lado de dentro.
- O que é pior, ao invés das pessoas estranhas nos vigiarem quem vai fazê-lo é o senhor seu pai. - Disse franzindo o cenho.
- Não sei não, quando ele está com os netos não vê mais ninguém, mas por via das dúvidas como ainda estamos engatinhando nesse negócio de namorar na frente deles, vamos nos comportar. - Disse se afastando, pegou na mão dele e puxou-o para a casa.
Alex ficou pouco tempo na casa do pastor com pesar despediu-se da namorada, Ariane e a família foi com ele, o pastor aceitou muito bem eles irem jantar na casa dos pais de Ariane, afinal eles voltariam para lá. Ele e Jemima combinaram se vê no dia seguinte, não estava necessariamente infeliz com esse arranjo, apenas gostaria de ficar mais tempo com ela.
- E a menina Érica não fez mais nada contra você minha neta? - Perguntou o senhor Henrique que não ficara nada satisfeito com o filho ao dispensar as seguranças.
- Graças a Deus as coisas estão bem vovô. - Respondeu a menina franzindo a testa. - Mais eu me preocupo com ela.
- E porque você se preocupa com uma menina que te fez mal? - Perguntou a avó preocupada.
- Não sei exatamente vovó, mas o padrasto dela não faz bem a ela, ele é uma má pessoa. - A avó ergueu a sobrancelha encarando Alex que encarou a filha mais velha.
- Aconteceu mais alguma coisa que vocês não me contaram? - Perguntou aflito, sabia que a filha não gostava do padrasto da garota, mas algo na voz da filha fez seu coração acelerar, não queria a filha perto daquela pessoa.
- Ele esteve na escola ontem e eu o ouvi dizer a ela que se ela voltasse a chantageá-lo a irmãzinha dela iria sofrer as consequências. - Disse Laila.
- E ela tem irmã? - Perguntou Julia.
- Sim. - Respondeu Alex. - O pai dela também é casado e tem um casal de filhos.
- Bella, - chamou Paulo levantando-se - o que você acha de irmos à sorveteria, está muito quente.
- Quem já terminou de jantar e quer nos acompanhar? - Perguntou ela levantando-se sorrindo. Empolgadas as crianças responderam animadas.
- Eu!
- Ótimo! - Respondeu Paulo apertando o ombro de Alex. - Nós vamos sair um pouco assim dá tempo de vocês arrumarem a cozinha. - As crianças vibraram e Alex suspirou aliviado.
- Está acontecendo alguma coisa que você não nos contou? - Perguntou senhor Henrique assim que as crianças saíram.
- Eu ainda não sei exatamente papai, - Começou inquieto, era um assunto muito delicado, não queria falar sobre isso sem antes ter certeza, suspirou frustrados, todos à mesa o encaravam. - A jem acredita que ele abusa da enteada. - Disse em abaixando a cabeça, era um assunto constrangedor.
- Pode ser apenas impressão dela, não? - Perguntou Adriana inclinando a cabeça em sua direção.
- Não sei Drica, sinceramente não sei o que pensar.
- Não creio que seja apenas impressão dela. - Disse Mariana visivelmente constrangida, a atenção de todos foi para ela. - Bem, a minha irmã mais velha sofreu uma violência cruel e, quando eu e minhas irmãs soubemos o que havia acontecido, a pior coisa para aceitarmos, até mesmo pior do que a violência sofrida por ela foi o fato de nunca desconfiarmos de nada, era tão mais fácil simplesmente pensarmos que ela apenas havia mudado por que havia descoberto que não era nossa irmã biológica. - Ela bebeu um pouco de água. - A própria Claudia nos aconselhou a procurar ajuda e a psicóloga nos fez compreender que nem todas as pessoas conseguem compreender que outra pessoa sofre algum tipo de violência, geralmente quem sofre é mais suscetível ao sofrimento da outra pessoa, pois consegue ver os trejeitos, tem uma leitura corpórea melhor por se vê na outra pessoa. - Disse baixo, Adriano pegou a mão da namorada que apertava o guardanapo sobre a mesa.
- Você pensa que a Jem tem razão por que ela consegue se vê na garota? - Perguntou carinhosamente, Mariana o encarou sacudindo a cabeça.
De onde estava Alex viu o brilho das lágrimas nos olhos da moça e, recordou-se da tristeza de Jemima quando disse de suas suspeitas, a dor da violência era uma crueldade que maltratava todas as pessoas envolvidas, ele abaixou a cabeça pensando se a mãe de Érica sabia o que a filha sofria ou se o pai alguma vez procurou saber como era o relacionamento da filha com o padrasto.
- Você sabe o que isso significa não sabe Alex? - Perguntou Pedro sério, o maxilar dele tremia levemente, como de todos ao redor da mesa, erguendo a cabeça ele assentiu. Mariana o encarou e sorriu.
- Eu soube recentemente que a policial que ajudou minha irmã e os amigos a salvar uma criança do padrasto pedófilo era sua esposa, e agora você e sua atual namorada estão na mesma posição, talvez seja o caso de vocês pedirem ajuda. - Disse ainda o encarando e ele sorriu.
- É verdade! Você é irmã da amiga do irmão do Rafael.
- Sim. Aquele ano foi um divisor de águas para todos nós. - Disse abaixando a cabeça. - Talvez o padrasto da menina não seja perigoso como era o padrasto do menino Gui, mas ainda assim é bom ficar atento.
- O que mais me preocupa, é o fato dele ser pastor. - Disse Alex cauteloso sabendo que causaria uma revolta ainda maior principalmente no pai.
- Como uma pessoa tem coragem de usar da fé dos outros para abusar de inocentes! - Frisou o pai indignado. - Eu preciso fazer uma ligação.
- Você poderia ter deixado esse fato para depois. - Lamentou a mãe.
- Sinto muito mamãe, para começar eu nem queria falar sobre isso fora ele que insistiu. - Resmungou tenso.
- Justo agora que finalmente ele parou de implicar com os pastores! - Exclamou Adriana sorrindo.
Os gêmeos sorriam, Ariane e Alex trocaram um olhar preocupado, a mãe tinha razão para estar preocupada; o pai não confiava muito na classe de pastores, a maior dificuldade dele após se converter fora respeitar o pastor da igreja, mesmo que atualmente as coisas estivessem melhores e o fato de que ele e o pastor Gustavo estarem se dando bem, juntamente ao fato de que a igreja que congregava só trocara de pastor uma vez desde sua conversão, o pai ainda tinha suas desconfianças com a maioria dos pastores.
- Infelizmente em todos os meios tem pessoas más. - Disse Pedro triste. - O que você e a Jem decidirem fazer para ajudar essa garota, estaremos com vocês. - Concluiu encarando Alex.
- Obrigado. - Respondeu mais calmo, ter o apoio da família nessa situação era reconfortante.
- Eu preciso sair. Você vem comigo Andreia? - Perguntou senhor Henrique sério, a esposa apenas levantou-se sem perguntar aonde iriam. - Vocês fiquem à vontade. Eu não preciso falar o que vocês devem fazer, gostaria de ficar e aproveitar a companhia dos meus filhos, mas preciso fazer algo. - Disse pegando na mão da esposa.
- Papai... - Começou Alex.
- Nos vemos no café da manhã meu filho. Não se esqueçam de arrumar a cozinha antes de saírem. - Disse se afastando.
- Eu não queria estar na pele desse pastor. - Comentou Luciano levantando-se, os outros se levantaram tirando à mesa.
- Não se envolver, não é mais uma alternativa. - Disse Adriana encarando o irmão, ele sorriu.
- Nunca foi maninha. - Respondeu orgulhoso do pai. Sentiu o celular vibrar.
"Podemos nos ver?" - Mensagem de Jemima.
"Sim." - Respondeu preocupado.
- Meu pai recebeu uma ligação, chamou minha mãe e saiu sem dizer aonde iam. - Disse Pedro ainda olhando o celular de testa franzida.
- Será que foram encontrar meus pais? - Perguntou Ariane.
- E eu que pensei que seria um final de semana tranquilo com meu amigo. - Sussurrou Cassandra ao seu lado.
- Por que não nos disse que o problema com a menina que estava maltratando a Laila era mais grave do que pensávamos? - Perguntou Vinicius tenso.
- Só espero que vocês não estejam orando para a menina se dar mal. - Comentou Leandro sorrindo. Alex sabia que ele estava brincando, mas sabia também que os amigos eram mesmo capazes de orar para isso, eles haviam ficado indignados quando ele dissera que a menina havia cortado o cabelo dela e dias depois a cortado com um estilete.
- Vini, Cassy? - Inqueriu encarando-os.
- Apenas oramos para Deus ensina-la a tratar as pessoas. - Responderam. Leandro gargalhou chamando a atenção dos outros, Alex revirou os olhos.
- Algum problema? - Perguntou Luciano que estava mais próximo.
- Não, nenhum problema. - Respondeu Alex encarando os amigos. - Pelo exemplo, vocês estão dando para o Leandro.
- Eu só não pedi nada disso para Deus por que acredito que Ele não me ouviria. - Resmungou Leandro saindo com uma pilha de pratos.
- Vocês sabem que não devemos orar pedindo o mal das pessoas. - Disse suspirando.
- Pedir a Deus que ensine uma pessoa a tratar bem as outras, não é desejar o mal. - Respondeu Cassandra seguindo Leandro.
- Vá vê sua namorada, nós ajudamos seus irmãos buscamos as crianças. - Disse Vinicius. - E você tem razão, deveríamos ser mais prudentes com nossas orações. - Concluiu envergonhado.
Aquela noite não fora o que Alex esperara. Encontrar Jemima era um prêmio que alegrava seu coração, encontrou com ela na praça mesmo lugar onde as crianças estavam e, não com surpresa encontraram também os pais de ambos, ali estava uma situação que nenhum dos dois jamais imaginou, olhando-se pegaram seus celulares e mandaram mensagem para os irmãos.
Jemima acordou na manhã seguinte com a cabeça doendo, não conseguira dormir logo ao deitar-se e as longas horas rolando na cama cobravam seu preço. Levantou-se fez a oração matinal, deixou o devocional para mais tarde, encontrou a casa silenciosa onde estariam todos? Serviu-se de uma xícara de café, sentava quando o sobrinho e o primo entraram sorrindo.
- Pensei que não tivesse ninguém em casa. - Disse apertando as têmporas.
- Tudo bem tia? - Perguntou Paulo preocupado.
- Minha cabeça. - Respondeu encarando-os. - Cadê o restante do pessoal? - Benjamim saiu e Paulo sentou-se.
- Meus avós, meus pais e meus tios estão para a igreja. - Ela bateu na testa, esquecera-se que a escola bíblica dos pais era no domingo pela manhã, Paulo sorriu.
- E você e o Ben, por que não foram?
- Estamos de babá, as crianças estão dormindo, como dormimos muito tarde na noite anterior as mães não quiseram acordar os filhos.
- Toma isso, a dor vai passar. - Disse Benjamim entregando-lhe um comprimido de neosaldina. - Provavelmente você é a única medica que nunca tem um analgésico na bolsa. - Disse sentando-se ao lado de Paulo.
- Obrigada. - Respondeu ingerindo o comprimido. Franziu a testa ao se dar conta que os dois estavam à sua frente encarando-a. - O que foi? - Perguntou imaginando o que eles queriam.
- O que está acontecendo? - Perguntou Benjamim. - Nós cuidamos das crianças, por que obviamente o caso é sério e grave, o que está havendo Jem? - Ela encarou os dois, eles tinham razão, eles e Isabella cuidaram das crianças o tempo todo, enquanto eles discutiam como ajudar Érica.
- Acredito que uma criança na cidade onde estamos morando esteja sofrendo abuso do padrasto. - Respondeu preocupada. - Mais e se eu estiver errada?
- E se a senhora estiver certa? É melhor errar por se preocupar do que errar por não se importar. - Disse Paulo apertando a mão da tia.
- Ele tem razão e, sinceramente? Não creio que você esteja errada.
- Por quê?
- Deus não te colocaria nessa situação, se não fosse para você ajuda-la. Deus sabe quem pode ajudar quem realmente precisa. - Disse olhando para o Paulo. - Não se preocupe, Deus dará as armas certas para vocês resolverem essa situação.
- Obrigada rapazes. - Disse emocionada. As crianças invadiram a cozinha e eles mudaram de assunto.
Ela estava sentada em um balanço observando as pessoas que amava espalhadas pelo clube, aquele almoço de domingo dos pais foi diferenciado de todas as maneiras, as duas famílias se juntaram para comemorar o dia dos pais, Adriana que recentemente havia adquirido um clube para seus eventos, fechara o local para comemorar o dia dos pais, dos filhos dos casais mais velhos apenas Adriano ainda não era pai, então era um dia mais que especial e, além disso, se uniram para descobrir sobre o pastor Acabe, ela estava contente por esta união.
O pastor Gustavo após algumas ligações descobriu que ele havia sido expulso de várias igrejas quando mais jovem por molestar e maltratar várias mulheres; o pastor não compreendia por que nenhuma mulher nunca o tenha denunciado a polícia, no entanto depois de ser ordenado pastor havia se tornado um homem sério no meio e não se ouviu mais nenhum escândalo envolvendo seu nome, casara e se tornara um excelente pai de família e líder.
Enquanto Jemima ouvia as informações do pai seu estômago revirava, para ela estava claro por que não havia mais escândalo envolvendo seu nome, molestar uma menina e manter em segredo era mais fácil do que uma mulher; sentia-se enojada, não sabia como poderia suportar tudo aquilo agora que tinha quase certeza de que não estava equivocada, ainda assim pedia a Deus para estar errada.
Apesar do peso que ela sentia no peito sempre que pensava na menina Érica, aquele fora um dia épico e, estar de mãos dadas com Alex em meio a família de ambos enchia seu coração de alegria e felicidades, Benjamim tinha razão Deus daria as armas necessárias para eles lidarem com aquele monstro, ela esperaria para que a Vontade de Deus se cumprisse através dela.
- Como você está? - Perguntou Alex sentando no balanço ao seu lado.
- Feliz. - Respondeu sorrindo. - Eu já disse que te amo?
- Nos últimos minutos não. - Respondeu sorrindo aproximando-se, beijou-a de leve nos lábios. - Eu também te amo minha guerreira.
Continua...
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