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32 - Tua mão me guiará e Tua destra me susterá.

No dia seguinte, Jemima acordou mais uma vez antes de o alarme soar, fez sua oração, leu a Bíblia e tomava seu café na varanda olhando as mulheres no ponto de ônibus quando ouviu o celular tocar, deixara-o na cozinha, correu para atender esperando ser alguma das cunhadas ou os pais, franziu o cenho para o número que não era agendado.

- Alô! – Atendeu distraidamente.

- Oi meu amor! – Tremendo deixou o celular e a xícara caírem ao reconhecer a voz, tentando controlar o pânico pegou o aparelho que trincara a tela.

- O que você quer? – Perguntou controlando o máximo que podia a voz para não denunciar o pavor que sentia.

- Que bom que ainda reconhece a minha voz, isso significa que você não me esqueceu. - Disse gargalhando.

- Eu perguntei o que você quer. – Disse quase chorando. – Nós temos um acordo de que você não me importuna e ficamos os dois em paz.

- Isso querida, por que eu não queria que a minha esposa soubesse de você, mas ela me deixou, os idiotas que eu contratei para fingir serem meus pais descobriram onde eu moro e começaram a me chantagear, eu fui obrigado a contar tudo para ela, agora sua escrota eu não tenho nada a perder. - Gritou furiosamente.

Em pânico Jemima desligou o celular, ele nunca falara com ela daquele jeito, ele estava fora de controle, apavorada sentou no chão encolhida e chorou compulsivamente, o telefone voltou a tocar e furiosamente ela o pegou e o jogou na parede gritando, esquecera-se que sua casa não tinha muro e a porta estava aberta, encolhida no canto chorava copiosamente, assustou-se com uma mulher a abraçando e outra pegando o celular que ainda tocava.

- Calma! – Dizia repetidamente a mulher que a abraçava.  - Calma...

Ela não sabe quanto tempo chorou nos braços daquela estranha, nem compreendeu uma palavra do que ela disse enquanto a balançava como se ela fosse uma criança, conforme se acalmava compreendia que as duas oravam, tentou ouvir o toque do celular e seu coração voltou a bater normalmente, conforme não o ouvia, respirou profundamente e envergonhada encarou as duas, levantou-se acompanhada por elas.

- Perdoem-me... – Começou sem saber ao certo o que falar.

Ninguém nunca a vira naquele estado, aliás, ela nunca havia ficado naquele estado, nem mesmo quando era agredida por Bruno ela ficava tão descompensada, sentia-se destruída e incompetente, confiara que ele não voltaria a procura-la que tinha mais a perder que ela, estivera completamente equivocada, ele não tinha nada a perder, ela era um alvo fácil, estava sozinha em uma cidade onde ninguém a conhecia, ou sabia do seu passado, assustou-se com a voz da mulher que a abraçara primeiro.

- Não se preocupe, o que aconteceu aqui fica apenas entre nós. Eu sou Leticia e essa é a Bruna e somos suas vizinhas. – Disse constrangida interpretando mal o desconforto dela, e sem nenhum controle sobre suas ações Jemima arregalou os olhos ao ouvir o nome da mulher, Leticia arqueou a sobrancelha.

- Queríamos te dar as boas vindas, mas estávamos esperando um tempo para você se acostumar. – Disse Bruna terminando de limpar a sujeira do café e parecendo não perceber o mal-estar que seu nome provocara na outra.

- Por favor, eu limpo isso. – Disse ainda mais constrangida, tentando pegar o pano da mão da mulher.

- Nem pensar, você teve uma crise nervosa. – Disse se afastando dela, Leticia segurou seu braço e a ajudou a se sentar, percebeu que ainda tremia. – Não se preocupe que não é nenhum sacrifício ajuda-la.

- Obrigada! – Agradeceu. – Vocês estavam orando? Eu não compreendi direito.

- Sim. – Respondeu Leticia sentando-se à sua frente. – Por favor, não fique chateada, algumas pessoas não gostam de oração, mas quando vemos alguém precisando de ajuda e não sabemos como ajudar, pedimos àquEle que sabemos que pode ajudar. – Disse nervosa, Jemima deu um meio sorriso, elas não poderiam estar mais certas, ninguém poderia ajuda-la senão Deus.

- Se você não acredita em Deus, não se preocupa, não somos aquele tipo de crente que fica importunando os vizinhos, mas também não perdemos a oportunidade de falar do Amor de Deus. – Disse Bruna colocando uma xícara de chá na sua frente.

Sentiu o vapor do chá e o cheiro de camomila invadiu sua narina, confusa ela encarou as duas mulheres, não tinha camomila em casa, seu chão já estava limpo, quanto tempo ficara chorando no chão? Bruna ficou corada, Jemima envergonhou-se por ser outra vez mal interpretada.

- Por favor, eu não mexi no seu armário, eu peguei um pouco de camomila lá em casa, eu moro na frente. – Justificou constrangida.

- Não! Eu só fiquei surpresa por que não tenho camomila. – Disse bebendo um gole da bebida quente. – Que horas são? – Perguntou procurando pelo celular, estava em cima do balcão.

- Sete e cinco. – Respondeu Leticia. Jemima apertou as têmporas chorara por tempo demais.

- Doutora, não vamos falar sobre o que aconteceu aqui, mas muita gente ouviu seus gritos, - começou Bruna encarando Leticia – então você se prepare para alguns olhares especulativos.

- E não se surpreenda se quando chegar ao posto de saúde já estiver comentando, as pessoas amam falar do que elas não sabem. – Disse Leticia séria. – Infelizmente são assim as coisas por aqui. – Disse se levantando. - Se precisar de qualquer coisa não se acanhe, pode nos procurar.

O telefone voltou a tocar e ela saltou da cadeira derrubando-a e também a xícara de chá, rapidamente Bruna limpou o líquido e Leticia arrastou-a até a pia ligando a torneira em sua mão.

- Desculpe-me. – Disse apavorada com os olhos cheios d'agua. As duas mulheres entreolharam-se.

- Você está nos pedindo desculpas por ter derramado chá na sua própria mesa e provavelmente queimado a mão? – Perguntou Leticia descontraída tentando apaziguar a situação, sorriu com a intenção dela.

- Não exatamente, eu estou nervosa. – Disse olhando a água que caia em sua mão, o celular ainda tocava.

- A pessoa que está te ligando é Renata. – Disse Bruna ao seu lado estendendo-lhe o aparelho, aliviada suspirou.

– Graças a Deus, é minha cunhada. – Disse pegando-o com mãos trêmulas.

- Graças a Deus este teu aparelho é bom. –Disse Bruna puxando o braço de Leticia. – Eu deixei o meu número e o da Leti no guardanapo em cima do balcão, se precisar é só ligar.

- Não há dor que Deus não possa transformar em vitória. – Disse Leticia apertando seu ombro.

- Obrigada, Deus abençoe vocês grandemente. – Disse com vontade de chorar.

As duas sorriram para ela e saíram acenando, quando foi para atender a ligação encerrou, respirando profundamente retornou, se deixasse para depois a cunhada ficaria preocupada e ela não estava em condições de dar explicações.

- Oi. – Renata atendeu no segundo toque. - Pensei que já estivesse no trabalho e por isso não tinha atendido.

- Eu estava ocupada, mas em casa ainda. Tudo bem? – Perguntou respirando profundamente encostando-se ao balcão.

- Sim está tudo bem. Eu estou ligando para te dizer que já depositamos a nossa parte do presente, queríamos fazer uma surpresa mais imaginamos que não seria uma boa ideia te deixar no escuro sobre quatro depósitos na sua conta.

- Como assim parte do presente e quatro depósitos? – Sua cabeça estava rodando, não conseguia compreender direito o que a cunhada dizia.

- Acaso se esqueceu de que você tem quatro cunhadas? E nossa parte no presente de casa nova é pagar o pedreiro e depositamos o dinheiro na sua conta, fizemos uma base do quanto é a diária de um pedreiro aqui em Palmas, e como sabemos que você não vai nos dizer se o dinheiro não der, essa semana eu vou tirar uma folga do trabalho para ir ai falar pessoalmente com o profissional que você contratar.

- Renata, vocês não precisavam fazer isso. – Disse apertando a têmpora. – Eu...

- Eu sei que você pode pagar o pedreiro. Nós queremos te dar um presente e decidimos juntas que seria este. Jem você está bem? Você esteve chorando? Sua voz está estranha.

- Estou bem, minha cabeça está doendo. – Disse fechando os olhos.

- A sua cabeça dói quando você chora o que aconteceu?

- Não aconteceu nada, estou apenas emocionada com a atenção de todos vocês. – Disse inquieta não queria preocupar a família.

- Você vai trabalhar hoje? – Perguntou Renata mudando de assunto, Jemima fechou os olhos, sabia que a cunhada não ficara satisfeita com a resposta dela.

- Sim. – Respondeu suspirando. – E já estou atrasada. – Disse sem pensar.

- Eu te ligo no horário do almoço para saber de você, Jem querida seja o que for que esteja te preocupando saiba que estamos aqui para você, não sofra sozinha.

- Eu sei, obrigada. – Respondeu simplesmente, controlando-se para não voltar a chorar, triste e solitária despediu-se.

Apressadamente arrumou-se e foi para o trabalho, para seu desespero Leticia e Bruna estavam certas e a novidade sobre o seu colapso chegara ao seu local de trabalho primeiro que ela, se na manhã anterior algumas pessoas duvidavam de sua capacidade por acha-la jovem demais, naquela manhã estavam duvidando por sua capacidade mental.

O número de paciente fora bem menor que na manhã anterior e não houve nenhuma emergência, nervosa não podia sentir o celular vibrar que o coração acelerava e o pânico tomava conta do seu ser, já que não havia paciente ela decidiu trocar o chip e o celular, Bruna tinha razão seu aparelho era muito bom, mesmo com o impacto de ser arremessado contra a parede ainda estava funcionando perfeitamente bem, mais o estrago havia sido demais, pediu autorização para sair, seguiu as orientações de Thais e chegou a um supermercado, era o único lugar onde vendia aparelho celular e chip.

Infelizmente teria que continuar com o seu caquinho não gostara de nenhum aparelho, graças a Deus que apesar da tela quebrada ainda era possível manuseá-lo, teria que aguardar mais um pouco para troca-lo.

Escolhia algumas caixinhas de sachês para chá quando um aroma invadiu suas narinas, fechou os olhos e respirou profundamente sentindo o aroma do perfume que sentira quando estivera nos braços de Alex, sacudiu a cabeça.

- "Estou nervosa ao extremo, nem sei se ele usa sempre o mesmo perfume, eu gostaria de tê-lo por perto neste momento, é só isso". – Pensou olhando as mãos que tremia esfregou uma na outra.

As mãos trêmulas era a coisa mais difícil de esconder quando sofria as agressões de Bruno, ela estava sempre tremendo quando ele estava em casa, passar as noites em claro fazendo plantões era uma boa desculpa para os tremores, e por várias vezes dera essa desculpa para a família, às vezes ela se perguntava como eles acreditavam tão facilmente nas suas mentiras.

Saiu do estabelecimento com um chip, e uma caixa de sachês para chá de camomila, pelo visto iria precisar se continuasse nervosa daquele jeito, como iria receber Renata naquele estado lastimável? Frustrada apoiou a bicicleta em seu corpo para prender o cabelo que caíra do coque.

- Oi doutora. – Assustou-se com a mulher ao seu lado, não a vira se aproximar.

- Oi senhora... - pensou um pouco analisando a senhora tentando lembrar o nome dela, atendera-a no dia anterior - Beth, não é mesmo? – Perguntou terminando de arrumar o cabelo.

- Sim, como você está? – Perguntou sorrindo, algo em seu sorriso fez Jemima sentir um calafrio.

- Eu estou bem, e a senhora, o estômago melhorou? – Perguntou tentando disfarçar a irritação detestava ser assunto de fofoca e tudo indicava que esta era a razão para a 'simpatia da doce senhora'.

- O remédio que você passou foi milagroso, estou ótima. – Respondeu empolgada. – E você como está? Eu soube que aconteceu alguma coisa hoje pela manhã na sua casa, você foi atacada ou algo assim? – Jemima mordeu o lábio inferior contando até dez para não responder à altura.

- Não senhora, eu não fui atacada nem nada assim e, não aconteceu nada demais eu apenas me deparei com um rato na minha cozinha, e eu tenho pavor de rato, mas vou providenciar um dedetizador. – Respondeu tentando se afastar, a senhora segurou a bicicleta.

Jemima respirou profundamente, contendo-se para não falar àquela senhora o que estava entalado em sua garganta desde o primeiro comentário desagradável que ouvira na manhã anterior, mordeu o lábio virando-se para ela.

- Eca que nojento! – Exclamou com a mão na boca. - E aqui não tem dedetizador, porque você não vai naquela loja que abriu agora e não compra um veneno para rato?

- É uma boa ideia talvez eu faça isso, preciso mesmo eliminar essas ratazanas. – Resmungou puxando a bicicleta. – Até mais senhora Beth, espero que a senhora fique boa logo. – E saiu pedalando antes da mulher responde-la. – "E espero não vê-la tão cedo, vou orar para Deus cuidar da sua saúde e a senhora não precisar ir me visitar no meu trabalho". – Pensou.

Voltou para o posto de saúde e estava tudo em ordem. Nervosa e inquieta pediu para ir para casa, deixou o número novo com Thais para ligar se acontecesse qualquer coisa e precisasse dela. Chegando a casa deitou-se encolhida e mandou mensagem para a família e amigos dando o novo número incluindo Alex.

'Algum problema para você trocar de número?'.

Ele respondera a mensagem dela no mesmo instante. Ela sorrira triste, sempre tão prestativo.

'Nenhum problema, pelo menos não comigo, mas com o chip sim, não sei ao certo o que houve, então comprei outro'. 

Respondera simplesmente.

'Essas operadoras de celular são assim mesmo, não é atoa que são as empresas mais processadas pelos consumidores. Jem você está mesmo bem, não está?'.

'Estou sim, não se preocupe. Aguardo você me ligar'.

'Tudo bem, bom trabalho. Beijos, até mais tarde'.

'Até mais tarde, beijos'.

Colocara o celular no silencioso e, ficara ali até o horário de voltar para o trabalho, não estava com disposição para pedalar, foi de moto. Apática começou a atender os pacientes, todos pareciam estar mais curiosos com o que acontecera em sua casa do que doentes de fato. Atendia a penúltima paciente quando a mãe ligou, pacientemente terminou o atendimento e mandou uma mensagem para ela.

'Estou atendendo, terminando aqui eu te ligo'. – Enviou a mensagem e chamou pela próxima a atenderia e ligaria para a mãe de casa.

Naquele dia ela agiu no automático, seu pensamento estava distante e não sabia o que fazer para que o Bruno não a aterrorizasse, ele dissera que a deixaria em paz e ela acreditou; não que ela acreditasse nele de fato, acreditava que Deus cuidaria para que ele ficasse longe dela, mas parece que a história ainda não se encerrara como ela pensara.

- "O que o Senhor quer de mim? O que eu não estou compreendendo? Fortaleça-me neste momento, não me deixe nessa apatia, eu sou feliz por que o Senhor é o meu Deus, eu sou alegre por que o Senhor é o meu Pai, eu tenho paz por que o Senhor a deu a mim através de Seu Filho, não importa a aflição, Tu estás comigo, eu creio nisso, eu creio nas Suas Promessas para mim, em nome de Jesus, não me deixa esquecer que sou amada Sua, estou aqui para Te servir, e servirei, pois o Senhor me manterá firme em Ti que é a minha Rocha". – Pensou levantando-se, no momento em que Thais entrava.

- Oi. – Disse tímida, Jemima apenas a encarou interrogativamente. –Hoje tem culto de mulheres na igreja onde eu congrego, e eu preciso levar uma convidada, a Eunice ia comigo, mas surgiu outro compromisso e ela não poderá ir, será que você pode ir? – Perguntou apreensiva.

Jemima sorriu, orara a Deus para lhe mostrar outra igreja onde sentisse mais a Presença dEle e menos a do pastor e neste momento tão delicado recebia este convite que alegrava seu coração, apesar do peso que sentia.

- "Obrigada Espírito Santo". – Pensou. - Eu posso sim. É só me dizer onde fica. – Respondeu sorrindo, e pela primeira vez naquele dia seu sorriso foi verdadeiro e sincero, Thais sorriu aliviada.

- Só tem um problema, é longe da sua casa, é lá na Vila Tocantins.

- Não tem problema, onde fica essa Vila? – Thais sorriu.

Thais empolgada explicou como chegar à igreja e, Jemima ouvia emocionada pelo carinho que a outra tinha pela igreja e sua pastora. Saíram juntas e enquanto conversava com a colega sentiu seu coração se acalmar, despediu-se dela e seguiu para casa, sentindo-se mais leve.

- "Obrigada Deus por sempre cuidar de mim". – Pensou dirigindo-se para casa.

Preparou algo rápido para comer, não comera nada o dia todo, e depois da conversa com Thais sentira fome, sorriu enquanto comia pensando no quanto Deus era Supremo, depois do banho mandou uma mensagem para Alex.

'Estou indo para a igreja'.

Eles avisavam quando iam para suas igrejas, assim teriam mais ou menos uma ideia de quando ligar, e naquela noite era noite dele ligar. Saiu correndo estava em cima da hora, suspirou aliviada por não chegar atrasada, verificou as mensagens

'Ok. Eu te ligo por volta das vinte e uma e trinta'.

Um sorriso bobo surgiu em seus lábios, colocou o aparelho no silencioso e caminhou firme para a igreja. A diferença na igreja foi sentida na entrada, Thais a esperava na porta e por um leve momento ela sentiu-se transportada para a igreja em que o pai pastoreava há tantos anos; não no presente, pois agora era uma igreja suntuosa e grande, mas a de quando era criança, pequena e aconchegante, as lágrimas molharam seu rosto durante todo o louvor, coisa que há tempos não acontecia.

- Vamos abrir a Palavra de Deus no Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas capítulo treze dos versículos dez a dezessete. – Disse a pastora.

"Num sábado, Jesus estava ensinando numa das sinagogas. E chegou ali uma mulher possuída de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; ela andava encurvada, sem poder se endireitar de modo nenhum. Ao vê-la, Jesus a chamou e lhe disse: - Mulher, você está livre da sua enfermidade. E, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus. O chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus curava no sábado, disse à multidão: - Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham nesses dias para serem curados, mas não no sábado. Porém o Senhor lhe respondeu: - Hipócritas! Cada um de vocês não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos? Tendo Jesus dito estas palavras, todos os seus adversários ficaram envergonhados. Entretanto, o povo se alegrava por todos os feitos gloriosos que Jesus realizava".

- Senhor Deus Soberano Pai e Senhor, seja o Senhor nesta noite cada uma nós, fale aos nossos corações segundo a Tua Vontade para cada uma, que nada do que aqui for dito parta de mim, mas que venha de Ti, graças te damos por cada vida que se encontra aqui nesta noite para Ti louvar e Ti honrar, no nome de Jesus seja o Senhor a falar conosco e nos exortar, para a Tua Glória. – Orou a pastora.

- Amém! Glorias a Deus! Aleluias! – Respondeu em coro a igreja.

- Lucas nos apresenta uma mulher infeliz, - começou a pastora - abatida, sofrida incapaz de sorrir e se alegrar, pois sua vida era triste e porque sua vida era triste? Por que ela não conseguia sorrir? Será que por ser uma mulher enferma? Mais quantas pessoas estão enfermas e ainda assim conseguem sorrir, conseguem ver a alegria à sua volta, e por que esta mulher não conseguia sorrir? – Deu uma pausa estratégica. - Por que a enfermidade que a acometia a impedia de olhar para cima, ela não conseguia ver ao seu redor, ela não via o que estava à sua frente, não visualizava nenhum tipo de futuro, não sabia quem era ela, a enfermidade que a acometia só permitia que ela contemplasse o chão, quantas de nós aqui hoje estamos acometidas de algo que nos impedem de visualizar o alto, as promessas que Deus tem para nós, quantas de nós já não sabemos mais quem somos? Estamos encurvadas apenas olhando para os nossos próprios pés e nos perguntando como Ele ainda nos mantem nessa posição, de humilhação e desesperança. Aquela mulher sem esperança, sem expectativa de futuro, sem identidade, ficou encurvada até ter um encontro com Jesus, não um encontro qualquer mais um encontro verdadeiro, quantas aqui hoje quer ter um encontro verdadeiro com Jesus? – Vibrou a pastora no microfone.

A igreja louvava e dava Glórias a Deus, a manifestação de Jemima naquele momento era apenas suas lágrimas, em silêncio sentada encarando a pastora, livremente as lágrimas lavavam seu rosto e intimamente ele pedia.

- "Senhor chame-me pelo nome, cure-me desse encurvamento que me impede de te olhar e vê todas as promessas que tens para mim". – Pediu concentrando-se novamente na pastora.

- Aquela mulher era discriminada, mal falada, as pessoas não falavam com ela, era apontada na rua e se desviavam dela para não toca-la, até riam dela, e fazia pouco caso da sua situação, o inimigo a oprimia com tristeza e mágoa, o comportamento das pessoas para com ela a deixava cada dia ainda mais encurvada, e o que aconteceu quando ela se encontrou com Jesus? – Aumentou o tom da voz. – Ela recebeu sua benção, descobriu quem era e, fora tocada por Seu Amor e Misericórdia, Ele a libertou de todo mal que a atormentava, o texto de Lucas não diz o nome dela, mas Jesus claramente disse quem era ela 'filha de Abraão', ou seja, filha de Deus, Jesus está aqui nesta noite como estivera naquele sábado para aquela mulher, Ele está aqui para te tocar e curar, para te lembrar de que é filha de Deus, que Jesus morreu naquela cruz por você, Ele quer te libertar de qualquer enfermidade física ou psicológica, qual a enfermidade que o inimigo tem colocado em você que tem te deixado encurvada? 'O filho de Deus se manifesta em nossas vidas para destruir as obras do diabo', não tema levantar suas cabeças, Jesus está purificando vocês de todo e qualquer mal, assim como aquela mulher, deem Glórias a Deus e se alegrem, por que Deus está curando almas nesta noite, está curando corpos cansados e desanimados, Ele está restaurando identidades, está curando você que busca alegrar-se no Senhor, receba a cura que precisa, permita-se sorrir, olhar para frente, ter um futuro maravilhoso seja livre espiritualmente, seja a filha amada de Deus, Jesus quer que você tenha uma vida abundante, Ele quer que você vivencie os planos que Ele tem para você. Quem quer uma vida diferente com Jesus, quem quer que Ele direcione seus passos venha aqui na frente, eu vou fazer uma oração por você no Nome de Jesus, Ele tem planos maravilhosos para vocês, não tenham medo, estendam as mãos e pegue as bênçãos que hoje Ele oferece para vocês.

Jemima que chorava sem parar levantou-se sem nenhum constrangimento aproximando-se da pastora, se as outras mulheres a acompanharam ou se no dia seguinte estariam falando ainda mais dela, não se importava com nada disso, ela só queria que Deus a abençoasse e a curasse, ela só queria o que era dela e havia se perdido.

- O Senhor está lhe dizendo que é na tribulação que Ele se faz presente, não tenha medo Ele é contigo, na sua fraqueza é onde se manifesta o Poder do Deus Altíssimo... – Ela se prostrou no momento em que a pastora começou a ministrar, as lágrimas naquele momento não molhavam apenas seu rosto ou sua roupa, elas lavavam sua alma.

- Eu recebo as bênçãos que o Senhor tem para mim, estou aqui para doar meu tempo, minha vida para a Sua Obra. – Se ela disse em voz alta ou se apenas pensou, não tinha certeza, tudo o que tinha certeza naquele momento era que queria apenas louvar e glorificar a Deus, e fez sem se importar com o que iriam pensar sobre ela, ou dizer, ela não era mais uma mulher encurvada.

No final do culto toda tristeza e medo que a atormentara todo o dia haviam dissipado, seu coração estava leve seus olhos estavam secos, ela não tinha motivos para lágrimas de dor ou desespero.

- Oi doutora. – Virou-se rapidamente pensando ter ouvido a voz de Leticia, ali ao seu lado com sorrisos radiantes estavam suas vizinhas e o sorriso que já havia ampliou-se ainda mais.

- Oi meninas. – Cumprimentou feliz. – Que bom vê vocês. – Disse verdadeiramente.

Sem nenhuma cerimônia Leticia a abraçou, ela fechou os olhos apertando os braços ao redor do corpo da vizinha que sem saber nada sobre ela a ajudara sem nenhum interesse, seu pai sempre lhe dissera que pessoas verdadeiramente transformadas ajudavam os outros pelo simples prazer de exercer a mordomia e cumprir com a Vontade de Deus. Leticia se afastou e Bruna a abraçou.

- Louvamos a Deus pela sua vida, estamos imensamente felizes por vê-la aqui. – Disse Bruna sorrindo, Jemima sorriu feliz pelas duas congregarem naquela igreja.

- Oi meninas. - Cumprimentou uma moça abraçando Leticia e logo depois Bruna, Jemima teve a leve impressão de já tê-la visto. – Vocês não vão me apresentar a nova amiga de vocês?

- Essa é doutora Jemima, a médica que substituiu o doutor Gaspar. – Respondeu Leticia.

- Ah, a nova doutora! – O tom da moça a deixou preocupada, constrangida preparou-se para sair à procura de Thais. – Doutora, eu estou feliz por ser a senhora a nova médica, se a senhora está aqui com estes lindos olhos azuis brilhando maravilhosamente isso significa que a senhora tem fibra tecida pelo Espírito Santo e isso é muito bom. – Disse a puxando para um abraço, aliviada Jemima suspirou abraçando-a também.

- Doutora esta é minha irmã mais nova Laura, não precisa entrar em pânico, ela é acelerada assim mesmo, mas é inofensiva. – Disse Leticia puxando a irmã, olhando as duas juntas eram muito parecidas.

- "Deve ser por isso que eu a acho familiar" – Pensou.

- Laura, quando você chegou? – Perguntou Thais dando o ar da graça.

- Ontem depois do almoço, não acredito que a Leticia não te falou nada? – Perguntou sorrindo.

- Eu não entendi, por acaso vossa senhoria está me chamando de fuxiqueira? – Perguntou puxando o cabelo da outra.

- Ai, isso dói! – Reclamou a moça mais nova. – Não, só estou lembrando que você ama falar para as pessoas quando eu estou aqui.

- Sim, mas isso quando você vinha apenas nos visitar, o que não é o caso. – Defendeu-se a irmã.

- O que isso significa exatamente? – Perguntou Thais interessada.

- Vim para ficar. Já até arrumei um emprego. – Respondeu olhando para os lados. – Leticia, por favor, me diga que a sua sogra não veio hoje, Deus que me perdoe, mas não quero ter o desprazer de vê-la. – Disse séria. As mulheres entreolharam-se confusas.

- O que minha adorável sogra lhe fez? – Perguntou Leticia intrigada.

- E o que você quer dizer com arrumou um emprego? – Perguntou Thais ignorando a pergunta de Letícia.

- Sim Thais, graças a Deus eu comecei hoje na loja veterinária, e Letícia quanto à sua adorável sogra ela me tirou do sério hoje no meu primeiro dia de trabalho. – Resmungou Laura irritada.

Um estalo de memória trouxe a lembrança de onde Jemima vira a moça, na tarde anterior era ela que estava na loja quando parara em frente curiosa sobre o dono, por algum motivo estranho e totalmente alheio à sua vontade, ela se lembrou de Alex, pegou o celular olhando a hora já era mais de vinte e uma horas, precisava ir para casa.

- "Misericórdia". – Pensou vendo o número de ligações perdidas da mãe, lembrando-se que dissera que ligaria depois. – "Meu Deus ela deve estar quase tendo uma síncope". – Pensou mandando uma mensagem.

'Desculpe-me mamãe, fui à igreja e esqueci-me de ligar, mas ligarei assim que eu chegar em casa, não tem como ligar eu agora estou de moto'. – Enviou a mensagem, concentrando-se novamente nas mulheres ao seu lado.

- O que vocês acham de irmos à pizzaria e ouvirmos as aventuras de Laura com a adorável sogra da Leticia e com o bonitão mais cobiçado da mulherada solteira no momento? – Disse Bruna sorrindo.

- Eu acho ótimo, só não sei se o namorado dela vai gostar de saber que o patrão dela seja o 'bonitão mais cobiçado'. – Disse Thais sorrindo.

- Ex-namorado, ele terminou comigo a semana passada. – Disse triste.

- Infelizmente eu não vou poder ir, tenho um compromisso às vinte e trinta, aliás, eu preciso ir agora. – Disse rápido, sentindo-se uma intrusa com tantas informações pessoais sobre pessoas que ela não conhecia.

- Que pena! – Respondeu Thais. – Obrigada por ter vindo. – Disse abraçando-a.

- Obrigada você por ter me convidado. – Disse abraçando-a de volta. – Eu te vejo amanhã no trabalho. – Despediu-se de todas e ainda com aquele frenesi de estar em Paz com Deus cantarolou até chegar a casa.

Continua...

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