Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

30 - O senhor conhece todos os meus caminhos.

Jemima acordou antes de o alarme soar, levantou empolgada e feliz como há anos não se sentia. - "Obrigada Senhor por mais um dia de vida". - Pensou pegando o celular desligou o alarme e colocou-o de volta na mesinha de cabeceira, sorridente entrou no quarto onde reservara para seu momento a sós com Deus, ajoelhou em oração.

- Deus Bondoso e Misericordioso, o Senhor que é Santo e Justo e conhece todas as coisas, obrigada pela nova chance de eu estar em seus braços e sentir o conforto do Seu Amor, obrigada pelo emprego que eu começarei hoje, por esta casa tão confortável e agradável que o Senhor permitiu que eu comprasse que eu possa Te Honrar aqui e, Segundo a Tua Vontade eu seja feliz e possa trabalhar com decência e dignidade no emprego secular que me colocaste, Senhor, que eu seja um vaso de honra, que o meu tempo seja para te agradar e honrar, jamais te envergonhe. Estou aqui Senhor a disposição para o trabalho do Seu Reino. Obrigada Senhor por não desistir de mim, mesmo quando eu própria havia desistido. Perdoe-me por eu ainda estar com medo, o Senhor está na direção da minha vida, creio que o Senhor tem o melhor para mim, e perdoe-me pela insegurança que me envolve vez ou outra, perdoe-me os meus pecados e se eu fizer algo que te entristeça que eu tenha sabedoria para compreender a exortação do Espirito Santo. Senhor perdoe-me por não ter me agradado da igreja que fui ao fim de semana, em Nome de Jesus mostre-me para qual igreja eu deva ir, não quero um pastor que diga o que eu quero ouvir, mas quero um pastor que o Senhor seja o mentor dele, em Nome de Jesus, oriente-me não quero ser uma ovelha desgarrada, guie-me para um aprisco em que o Senhor seja o Bom Pastor... - Derramou-se na Presença do Senhor.

As cunhadas, Ana Caroline e Renata haviam passado o fim de semana com ela ajudaram-na arrumar a mudança, que haviam ficado encaixotadas e amontadas antes do casamento do Pedro e, como o passeio de meninas estendeu por alguns dias a mais elas se dispuseram a ajuda-la e amara a oportunidade de ela ficar mais alguns dias com elas e fora maravilhoso o passeio.

Fora a primeira vez que viajara com as cunhadas sem os irmãos ou os sobrinhos, ficara reticente com o convite no início, até recusara, mas os irmãos a convenceram a ir, e fora uma feliz decisão se divertira e conhecera mais das histórias daquelas mulheres que ela amava e admirava, louvava a Deus pela vida delas, os irmãos eram abençoados pelas mulheres que Deus colocara nas vidas deles e ela era abençoada pela tê-las em sua vida também.

Abriu a janela da cozinha para receber o vento frio do inicio da manhã, sorriu, ao sentir o sol em seu rosto, fazer o quê? O Tocantins é assim mesmo, quente, seis horas da manhã e o sol já está dando as boas vindas.

Fez café e sentou na varanda olhando as pessoas passando na rua, ainda era muito cedo, mas o movimento na rua já era grande, ao lado da casa havia um ponto de ônibus onde algumas mães estavam com seus filhos esperando pelo ônibus escolar, algumas a cumprimentou outras olharam torto para ela, sorriu escondendo o rosto atrás da xícara, cidade pequena era muito peculiar com pessoas desconhecidas, recordou-se de quando os pais vieram ajuda-la trazer a mudança.

- Você precisa murar essa casa o mais rápido possível. - Dissera o pai preocupado, ela estava encostada no carro esperando a mãe que insistira em orar sozinha na nova residência da filha. - Você não sabe o tipo de vizinhança tem por aqui e pessoas de cidade pequenas são desconfiadas e algumas nem gostam de pessoas de fora.

- O antigo morador disse que é tranquilo, e que as pessoas daqui são acolhedoras. - Respondera tentando passar o máximo de tranquilidade para ele.

- Tão tranquilo que ele vendeu a casa por um valor abaixo de mercado. - Respondera desconfiado olhando as pessoas que passava na rua.

- Eu vou murar papai. - Dissera o abraçando. - Não se esqueça de que de nada adianta o muro se eu não confiar nAquele que guarda a casa. - Provocara-o, ele a abraçara sorrindo.

- Você sabe que eu não gosto quando vocês usam meus ensinamentos contra mim.

- Eu sei. - Encostara a cabeça no peito dele, e sentira como se sentia quando criança confortável e protegida, não sabia como dizer a ele que no momento não poderia murar a casa, enquanto não conseguisse vender a casa de Paraíso, havia usado todas as economias e o dinheiro da venda do carro para comprar aquela casa e a moto.

- Sou seu pai antes de ser pastor, deixe-me algumas vezes ter preocupações tolas de pai, como por exemplo, você morar sozinha aqui e ter trocado o carro por uma moto, sabe que sua mãe está para ter uma sincope.

- Só eu? - Perguntara a mãe aproximando, sorrindo abraçara os dois. - Estamos sim preocupados minha filha, pais são assim mesmo, mas estamos orgulhosos de você, e sabemos que Deus cuidará de tudo, nos mínimos detalhes, como tem cuidado por todos esses anos.

- Obrigada por me apoiarem nessa empreitada. - Respondera feliz.

- Ainda preferiríamos que você continuasse pertinho de nós, mas compreendemos que você precisa aprender a depender apenas de si mesma, apenas não esqueça que antes de depender de si ou de qualquer pessoa ponha sua dependência em Deus, mesmo quando seu pai pastor ficar preocupado com o muro. - Dissera a mãe sorrindo.

- Engraçadinha! - Respondera o pai fazendo careta. - Até parece que você não está preocupada com isso também. – Disse abrindo a porta do carro para a esposa.

Sentiu saudade dos pais, levantou acenando para as mulheres que ainda olhavam para ela, entrou na casa pegou o celular e ligou para a mãe, que já estaria de pé, ela atendeu no segundo toque, sorriu.

- Estava com o celular na mão me esperando ligar? - Perguntou sorrindo.

- Você ou o Pedro, que são os madrugadores, e aí, animada para o primeiro dia de trabalho?

Falar com a mãe a deixou ainda mais empolgada, depois do fiasco que fora seu casamento, muita coisa mudou em sua vida e o seu relacionamento com os pais foi uma dessas mudanças, ela redescobrira pais atenciosos e prestativos que perdera com a ida à faculdade e estava feliz por estes pais carinhosos que estavam com ela sem, no entanto sufoca-la.

Pedalou até a Unidade Básica de Saúde, ainda preferia a sua boa e velha bicicleta, antes de entrar ficou parada olhando o local onde trabalharia daquele dia em diante, esperava em Deus que por um longo tempo.

- "Senhor seja o Senhor comigo neste lugar". - Pensou adentrando.

- Bom dia. – Ela cumprimentou as pessoas presentes, algumas responderam outras apenas a encararam, ouviu alguns sussurros enquanto chegava à recepcionista. – Olá eu sou Jemima.

- Bom dia. - Respondeu a moça sorridente. – Seja bem-vinda doutora eu estava esperando pela senhora, - aproximou-se confidencialmente – eu e toda essa gente, só não sei se estão mesmo todos doentes ou apenas curiosos em relação à senhora. – Sussurrou sorrindo, ela piscou para a recepcionista.

- Que eu não os decepcione. – Sussurrou no mesmo tom. – O seu nome?

- Thais.

- Olá Thais eu espero em Deus que nos demos bem. – Disse olhando para as pessoas, que ao contrario delas não estavam sussurrando. – A intenção delas é me assustar? – Thais sorriu olhando por trás dela.

- Que nada, algumas pessoas por aqui são assim mesmo, isso até acostumarem com a senhora.

- Por favor, me chama de você. – Pediu e sorrindo dirigiu-se ao consultório, apesar de constrangida e nervosa.

- "Senhor abençoe-me, abençoe este lugar e as pessoas que aqui virão para eu atender e também as que trabalharão comigo, faça de mim instrumento para a cura física segundo a Tua Vontade, em Nome de Jesus estou aqui Senhor para te honrar e servir". - Pediu intimamente.

Thais bateu na porta entrando em seguida com as fichas dos pacientes.

- Não se incomode com essas pessoas maldosas, você vai perceber que no geral somos boas pessoas. – Disse sorrindo.

- Obrigada. - Respondeu Jemima sorrindo. - "Estou parecendo criança no parque sorrindo o tempo todo, até quando se machuca e sorri em meio às lágrimas". - Pensou sem deixar de sorrir olhando as fichas. - Francisca Mendes. - Chamou a primeira paciente.

A manhã foi tranquila, sentiu a dúvida de algumas pessoas, mas apenas o tempo poderia ajudar essas pessoas, atendeu todos os pacientes e apenas duas crianças com febre na emergência. Extremamente feliz pela manhã produtiva foi para casa cantarolando, mais uma vez o sorriso fácil veio aos seus lábios recordando-se o quanto era bom cantar e, por um instante lamentou passar tanto tempo sem fazê-lo.

Treze anos atrás quando ela deixara o hotel onde passara a noite com Alex aos prantos, chorou no táxi, na rodoviária enquanto esperava pelo ônibus, chorou toda a viagem de volta para Araguaína e por dias seguidos sentia uma tristeza destruidora, fora a primeira vez que ficara sem ler a bíblia ou orar, nos primeiros dias não conseguia orar por vergonha, e também raiva, raiva de si mesma e principalmente de Alex, com o passar do tempo simplesmente não conseguia mais orar, ler a bíblia ou louvar, mesmo quando estava em casa e ia à igreja com os pais, naquela época seu relacionamento com Deus minguou, pena que ela não conseguira perceber o que estava acontecendo.

Voltou à igreja de forma assídua depois de casada principalmente quando Bruno estava em casa, ele detestava faltar aos cultos, e assim ela voltou a ler a bíblia e a orar, ainda que não fosse com a mesma intensidade de antes, mas louvar, ela simplesmente não conseguia, até o casamento de Pedro e Ariane, depois daquele dia ela sentia-se como a mulher que nascera para ser, novamente com um propósito e um coração alegre e grato.

A tarde ao retornar ao trabalho encontrou as mulheres em polvorosas, não falavam de outra coisa que não fosse sobre o dono do pet-shop, ele precisava de ajudante e era um colírio para os olhos.

- Eu vi o anúncio, eu pensei que lá fosse uma clinica veterinária. - Disse divertida com a emoção de tantas mulheres por causa da beleza de um homem.

- E é uma clínica veterinária, mais é uma loja também e tem espaço de pet-shop, o problema é que aqui ninguém tem o hábito de levar seus bichos a um lugar assim. - Respondeu Eunice a enfermeira.

- Isso porque nunca tivemos esse tipo de serviço. - Disse Rosaria a técnica de enfermagem.

- Mais começaremos a ter e duas pessoas da nossa cidade estarão empregadas, glória a Deus por isso. – Disse Thais organizando as fichas.

- Ah! - Respondeu simplesmente, pegou as fichas da mão de dela e as deixou falando sobre o coitado que provavelmente nem imaginava provocar todo esse frisson, observou que as pessoas presentes já não faziam os comentários desagradáveis que foram proferidos pela manhã.

No final do expediente as poucas mulheres presentes ainda falavam no dono da loja, curiosa, na volta para casa desejou entrar na loja e ver se esse homem era mesmo tão lindo como estavam dizendo, sentia uma inquietação com todo aquele falatório, parou na frente, havia uma moça lá dentro olhou de soslaio e não viu mais ninguém, constrangida seguiu para casa.

- "Que ideia mais estapafúrdia, eu ia fazer o que lá? Não tenho nenhuma desculpa plausível para ir a uma clínica veterinária". - Pensou irritada por ter se permitido influenciar dessa maneira. - "Se o Alex abrisse uma clínica aqui essa mulherada enfartaria". - Pensou sorrindo.

Parou estupefata olhando para os lados, alguém havia colocado materiais de construção na frente da sua casa.

- Era só o que me faltava! - Sussurrou sacudindo a cabeça.

- Surpresa! - Os quatro irmãos apareceram em sua frente gritando.

- O quê? - Perguntou surpresa. - O que vocês fazem aqui? - Reformulou a pergunta abraçando-os.

- Não podemos fazer uma surpresa para a nossa irmã? - Disse Pedro apertando-a.

- Sei! - Desconfiada e temerosa sussurrou, os quatro ali não era boa coisa. Entrou na casa sendo acompanhada pelos irmãos.

- Misericórdia menina! Tira essa ruga da testa, você está nos encarando como se fôssemos os quatro cavaleiros do apocalipse. - Disse Felipe rindo.

- Também vocês invadem a casa da menina e querem o quê? - Resmungou André se jogando no sofá.

- Só nós que invadimos a casa dela? E você cara pálida que está se sentindo em casa? - Perguntou Pedro jogando-lhe uma almofada.

- Vocês não tem jeito. - Disse João passando o braço pelo pescoço da irmã. - Viemos aqui te trazer o nosso presente de casa nova.

- Oi? - Perguntou confusa encarando-os, olhou pela janela, sorriu triste encarando o material de construção. - O pai mandou vocês fazerem isso. - Afirmou.

- Não! - Responderam entreolhando-se.

- Porque o papai faria isso? - Perguntou André levantando-se.

- Ele ficou incomodado pela casa não ter segurança. - Disse desconfiada.

- Ele me disse que estava orgulhoso de você e em paz, porque ele vira o mesmo fervor de quando você era criança. - Disse João.

- Na verdade a ideia de fazermos o muro foi das nossas esposas. - Comentou André.

- Sabemos que você quer fazer as coisas do seu jeito e sozinha, mas somos seus irmãos e queremos te ajudar. - Disse João encarando-a.

- Você não pode recusar um presente e, além do mais não tem como devolver. - Disse Felipe entrando na cozinha. - Maninha não sei se você percebeu mais está ficando tarde, sabe o que isso significa? - Perguntou da cozinha desconversando.

Revirando os olhos ela o seguiu sendo acompanhada pelos outros, estava feliz pelo gesto dos irmãos, mas não sabia o que fazer ou falar, nos últimos anos, apesar de sempre estarem próximos, depois da partida do Pedro havia aberto uma brecha entre eles que aumentara bastante depois do seu casamento, e desde o final do ano, exatamente, com o retorno do Pedro, a reconciliação não apenas dele com a Ariane, mas das duas famílias e sua separação, de alguma maneira os havia juntado novamente de uma forma que a fazia lembrar-se do tempo de criança quando a única preocupação deles era mantê-la longe das brincadeiras e a dela ficar cada vez mais perto deles. Sorriu verdadeiramente grata por tê-los ali com ela e saber que poderia contar com a amizade, carinho e apoio deles sempre, respirou profundamente controlando as emoções.

- Isso significa o quê? - Perguntou encarando as costas do irmão que mexia em sua geladeira. - Que você já quer comer?

- Claro! Você não quer que seus irmãos amados voltem para casa com fome, ou quer? – Perguntou virando-se para ela franzindo o cenho.

- Só pensa em comer! – Disse ela colocando a mão na testa. - A propósito, não vi o carro de nenhum de vocês aí fora, se bem que não conheço o carro do Pedro, né mesmo senhor Pedro! - Inquiriu cruzando os braços.

- Misericórdia menina, larga o osso! Não vê a carinha dele de arrependido! - Brincou Felipe apertando a bochecha do mais novo.

- Oh! Como são engraçadinhos! O pai de vocês não vende vocês não? - Perguntou Pedro empurrando a mão do irmão. - Ben foi abastecer e levar uma encomenda. - Disse se afastando.

Algo dentro dela deu um estalo, os irmãos estavam normais, mas algo no olhar de Pedro para com os outros, a deixou desconfiada, quando eram crianças, eles detestavam o fato de não conseguirem esconder nada dela, e como Benjamim poderia levar uma encomenda a quem quer que fosse, se ela era a única pessoa que eles conheciam ali!

- O que vocês estão escondendo de mim? - Perguntou séria. Eles entreolharam-se.

- Do que você está falando? - Perguntou André.

- Vocês estão estranhos. Que encomenda o Ben foi entregar? Vocês não conhecem ninguém aqui.

- Não estamos escondendo nada, larga de ser desconfiada. - Respondeu Pedro. – A encomenda é da Drica.

- Drica sua cunhada? - Perguntou obstinada.

- Cara você não tem medo de roubarem sua bicicleta? - Perguntou Benjamim adentrando. – Não é porque aqui é uma cidade pequena que você deve ficar dando chance para o azar.

- Boa noite para você também Ben.

- Boa noite Jem querida, onde eu guardo sua bicicleta? – Perguntou a abraçando.

- Esses marmanjos que me fizeram larga-la lá fora. - Resmungou abraçando-o. – Na área de serviço ali, pode deixar eu guardo. – Respondeu pegando a bicicleta.

Guardou-a ainda com a sensação de que eles estavam lhe escondendo algo, mas aprendera que não adiantava insistir eles não iriam lhe dizer, precisaria descobrir de outra maneira.

Pediram pizza enquanto esperavam conversaram sobre a vida nova dela e de Pedro, ambos estavam recomeçando e estavam felizes como nunca estiveram; estar ali na sua cozinha com seus irmãos, sim havia o Benjamim, mas de toda maneira que importava ele também era seu irmão.

- E aí Ben, já decidiu qual faculdade vai fazer? – Perguntou Jemima.

- Ele não sabe o que vai fazer, mas sabe que tem que ser em Palmas. – Disse Felipe sorrindo, Benjamim fungou.

- Palmas? Por que Palmas? – Perguntou confusa, o primo dizia que gostaria de voltar para Curitiba onde vivia com a família.

- Coisas da cabeça do Felipe. – Respondeu Benjamim corado.

- Mais qual o problema com Palmas? Lá tem boas faculdades. – Disse André sério.

- Sério que nenhum de vocês percebeu que o Ben está apaixonado? – Perguntou Felipe rindo.

- Felipe cala a boca, como fala! – Reclamou Benjamim jogando-lhe um guardanapo.

- Você está apaixonado? – Perguntaram os outros.

- Não exatamente. – Respondeu tímido.

- Como 'não exatamente'? Ou se está apaixonado ou não! – Disse João sorrindo. – Você falou igual o André quando se apaixonou pela Renata.

- Verdade! – Disseram Jemima e Felipe rindo.

- Por que vocês não sabem conversar sem envolver os outros? O assunto aqui agora é o Ben. – Resmungou André.

- Não há nada para discutir, eu não estou apaixonado, a Katie é uma garota incrível mais é só isso, eu não me iludo não sou o tipo de garoto que uma garota como ela se interessaria. – Disse abaixando a cabeça.

- E por que ela não se apaixonaria por você? – Perguntou Jemima indignada, se lembrava da loira que cantara no noivado e casamento do irmão até gostara dela, mas ela que não ousasse fazer pouco caso do seu primo. – Você é um ótimo garoto e qualquer garota que tiver sua atenção é uma garota de sorte.

- Ben, nós já conversamos sobre isso, porque está tão inseguro? – Perguntou Pedro.

- Veja bem, eu sei que sou quebrado, sei também que Deus está trabalhando isso em mim, mas o que vocês estão esquecendo é que as feridas cicatrizam mais as marcas ficam para sempre.

- Você está falando do fator violência? – Perguntou João. – Você tem medo de as pessoas verem seu pai em você? – Ele assentiu de cabeça baixa.

- Você que está esquecendo que Deus não faz nada pela metade, seu pai não foi transformado porque não deixou Deus transforma-lo, você não é o seu pai e não tem nada haver com ele. – Disse João calmamente.

- Está na hora de você se ver como nós te vemos se ainda não consegue se vê como Deus te vê. – Disse Pedro. – E você está equivocado, Katie não é o tipo de garota que se importa com as marcas que as pessoas têm, ela foi ensinada que são as marcas que Deus permite ficar que fazem de nós pessoas melhores.

- Você vai fazer a faculdade que quiser e onde quiser, e se de brinde conhecer o amor da sua vida, melhor ainda. – Disse jemima levantando e abraçando-o.

- Ela tem razão. E você pode ficar lá em casa pelo tempo que precisar se resolver ir para Palmas. – Disse André.

- E Goiânia você pode escolher onde ficar se comigo ou o Pedro, - lembrou João sorrindo – se bem que pela afinidade entre você e o Paulo, acho que provavelmente você vá preferir ficar na casa do Pedro.

- Sempre será bem-vindo, você sabe disso. – Disse Pedro bagunçando o cabelo dele.

- Eu sei não esqueci o convite que você e a Ariane me fizeram, mas eu vou tentar a sorte apenas em Palmas e Curitiba e seja o que Deus quiser.

- Essa pizza vem de outro município? – Perguntou Felipe olhando a hora, de cara feia os irmãos o encararam. – O que foi? Estou com fome.

- Você está sempre com fome, não é atoa que é dono de uma panificadora. – Resmungou João.

- Verdade, - disse André sorrindo – mais também é verdade que está demorando, é sempre assim?

- Não, pedimos no sábado e não demorou tanto. – Respondeu mandando mensagem. – Pelo são rápidos para responder, - comentou encarando o celular – a pizza está pronta, mas estão esperando o entregador. – Disse encarando-os.

- Você sabe onde fica a pizzaria? – Perguntou André.

- Sei, mais...

- Explica que eu vou lá com o Ben. – Disse levantando-se, Benjamim o acompanhou, ela explicou como chegar ao local e saíram os dois.

- O que foi isso? Foi só para pararmos de pegar no pé do Ben? – Perguntou confusa.

- Não. – Respondeu Felipe pegando algo do bolso. – Para eu mostrar isso para vocês. – Colocou uma folha na mesa, todos já conheciam aquela folha, era do caderno de desenhos do seu sobrinho Asafe, um menino muito especial.

O desenho era de Benjamim abraçado com uma loira e uma criança sorrindo ao lado deles, não era possível ver o rosto da moça, ela estava escondida no peito dele, mas o sorriso dele era tão maravilhoso e feliz quanto o da criança, Jemima sentiu o coração vibrar, ficava feliz pelo primo.

- Essa garota é a Katie? – Perguntou.

- Não sei, creio que sim. Segundo o André a criança é o Asafe irmão da Katie.

- O nome de garotinho é Asafe? – Perguntou ela surpresa, não pelo nome ser igual ao do seu sobrinho, mas por que Asafe não era um nome comum, mesmo no meio cristão evangélico, Pedro pegou o desenho.

- A criança é mesmo o Asafe, vocês não se lembram dele no casamento com os pais e a irmã?

- Eu mal me lembro da Katie. – Disse Jemima e Felipe apenas negou com a cabeça.

Ela ficara curiosa em relação à família por causa do parentesco com o Patrick, mas ficara envergonhada quando Mariana lhe apresentara para a irmã e o cunhado dizendo que ela era amiga dele, afinal ela mal o conhecia tudo o que sabia sobre ele era que fora um meio que Valéria usara para ajuda-la e ainda não sabia o que pensar sobre aquilo, sempre que pensava a respeito ficava mais confusa, compreendia que ela estava com uma doença terminal e queria por a vida em ordem, mas porque não dissera claramente a ela quando estivera em sua casa? Por que esperar? Será que ela temia que ela tivesse pena dela? No final de tudo qual das duas era mais merecedora de pena?

- Claramente é a Katie no desenho. - Disse Pedro tirando-a de seu devaneio. - Por que não mostrou a ele? Ele está tão inseguro isso iria levantar um pouco a autoestima dele.

- Eu também pensei nisso, mas a Carol acha melhor não influenciarmos na decisão dele, se é da Vontade de Deus que eles fiquem juntos, isso acontecerá naturalmente, acho até que por isso o Asafe não viu o rosto dela.

- Me arrepio só de lembrar-me do dia que ele disse que havia sonhado comigo casando com uma moça linda de cabelos cacheados. - Lembrou Pedro emocionado.

- Eu fico cada vez mais preocupado com o meu filho, sei que Deus cuidará dele, quero meu filho vivendo e desenvolvendo o propósito de Deus, mas temo pelo pior, o que farão com ele quando descobrirem o talento que ele tem. – Desabafou.

- É estranho te ver assim preocupado, sempre soube da sua preocupação e da Carol, mas vocês sempre pareceram tão firmes que às vezes eu pensava ser coisa da minha cabeça, e te ver assim me deixa impotente, sem saber como ajudar, como me senti quando o papai manifestou a preocupação dele comigo aqui, - disse abaixando a cabeça – quando eu disse a ele sobre confiar em Deus, ele me disse apenas que estava sendo meu pai, eu não sei o que é isso, o que confiar em Deus e, ainda assim ter o momento do medo normal de pai ou mãe de proteger seus filhos com suas próprias mãos. – Concluiu sentindo os olhos arder.

- Você ainda pode ter isso, e compreenderá que realmente é uma luta, vez ou outra a gente esquece que é apenas o mordomo da herança, não o dono. – Respondeu Felipe apertando a mão da irmã.

- E eu que estou aprendendo com um filho adolescente? – Suspirou Pedro.

- Graças a Deus que ele é mais tranquilo que o pai. – Disse ela sorrindo, ficou séria encarando Felipe. – Você tem mesmo medo do que possa acontecer ao Asafe? – Perguntou preocupada, nunca pensara que o sobrinho pudesse correr perigo por causa de seus sonhos proféticos.

- Sempre tivemos medo disso, mais agora tenho pensado mais no assunto. – Disse se mexendo na cadeira. – A Carol encontrou um aplicativo de livros, e ela leu um livro que nos fez ficar mais pensativo.

- Por favor, Felipe! Vocês vão se basear nesses livros sensacionalistas? Fala sério! Eu esperava mais de vocês. – Disse ela indignada se levantando indo à geladeira.

- Não é isso. O livro é cristão e é uma história linda. "Transformando vidas" o nome do livro, é spin-off de uma outra história que segundo a Carol também é linda "Minha Salvação", a questão é que um acontecimento neste livro me fez refletir sobre minha fé quando o assunto são meus filhos, - mexeu-se inquieto, - o livro conta a história do filho do casal protagonista que é queimado vivo por causa da sua fé, o garoto escolhe ser missionário em terras perigosas para os cristãos e os pais o apoiam e quando o pior acontece um deles fraqueja e eu fiquei me perguntando qual dos dois eu seria naquela situação, o que tem maturidade espiritual para compreender que "viver é Cristo, e morrer é lucro", ou o que coloca tudo em risco por querer que Deus cuide mais dos seus, afinal a pessoa sempre fez a Vontade dEle nunca se desviou do Seu Caminho por que Ele a castigaria desse jeito! – Disse com lágrimas nos olhos. – É com vergonha que eu admito a vocês que eu pensei isso, não sei se estou com medo do pode acontecer ao meu filho, ou do que pode acontecer comigo se algo acontecer a ele.

- Eu acho - começou Pedro cautelosamente - que você está sofrendo por antecedência, no entanto se essa história fez você refletir, talvez seja porque essa preocupação seja muito maior do que você queira admitir e Deus esteja colocando em seu coração a exortação para você firmar sua fé nEle e não no que você pode fazer, como você mesmo disse, a herança é dada a nós apenas para cuidarmos, O dono é Deus. – Concluiu apertando o ombro do irmão. – O que quer que esteja reservado para a nossa família, estaremos juntos e Deus nos fortalecerá e a Vontade dEle que é Boa, Perfeita e Agradável prevalecerá e daremos grandes testemunhos. – Abraçou-o, Jemima abraçou os dois.

- Essa história é real? – Perguntou emocionada.

- Não sei, mas acho que não, a escritora não diz nada sobre isso. Vocês precisam ler é impactante, o sofrimento da família ao receber a noticia, a dor da mãe. – Disse emocionado.

- O que está acontecendo aqui? – Perguntou Benjamim da porta, rapidamente Pedro pegou o desenho e colocou no bolso.

- Eu que estou preocupado com o Asafe. – Disse Felipe com os olhos marejados.

- Já te disse para não se preocupar com o pequeno, Deus tem grandes planos para ele, - disse colocando as pizzas na mesa, - o André disse para irmos comendo ele está falando com a Renata. – Os três entreolharam-se e sorrira, era sempre gratificante ver a mudança em Benjamim. Felipe foi ao banheiro.

- Felipe qual o nome da escritora do livro? – Perguntou Jemima.

- Ami Azzi.

- Do aplicativo que a Carol achou na internet? – Perguntou Benjamim. – O celular dela não segura mais carga. – Disse sorrindo.

- Verdade! – Gritou Felipe desaparecendo.

- Esse mesmo você conhece o aplicativo? – Perguntou Pedro.

- Sim, a Carol me indicou e eu baixei estou lendo um livro que ela me indicou dessa autora. – Disse tranquilamente, e começaram a falar sobre livros físicos e digitais.

Ela não pensou mais nas preocupações do irmão ou nas suas próprias, conseguiu aproveitar a companhia deles, mas quando eles saíram deixando-a sozinha, um vazio encheu seu coração e pela primeira vez naquele dia sentiu-se infeliz e só, nem mesmo um filho para lhe fazer companhia ela tinha já não era mais tão jovem e a cada nova manhã sua esperança de segurar um filho do seu ventre nos braços diminuía.

- "Senhor meu Deus, Bondoso e Misericordioso e Santo, no Nome de Jesus não me deixe afundar nessa melancolia". – Pensou encostando-se a porta.

Depois do banho sentindo-se melhor, lembrou-se que naquela noite era ela que ligaria para o Alex, pegou o celular já estava tarde suspirou pensando se ligaria ou não, se fosse a vez dele ligar ela ficaria preocupada pensando que acontecera algo com ele ou com as crianças como acontecera na noite anterior que ele não ligou para ela, apenas lhe mandou uma mensagem explicando que não ligara por causa de uma reunião com os amigos que demorou mais do que o esperado, respirou profundamente e ligou para ele jogando-se na cama.

- OI. – Atendeu ele no primeiro toque visivelmente preocupado, sorridente ela fechou os olhos, ouvir a voz dele era um balsamo para seu coração.

- Desculpe-me eu estava com visitas...

Continua...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro