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27 - Espere no Senhor e Ele realizará o desejo do seu coração.

Alex estava cansado e faminto. Haviam combinado não abrir a clínica naquele sábado, mas foram chamados para socorrer uma égua que estava com dificuldade no parto e atrasaram a viagem, e para não atrasar ainda mais ele e Vinícius não almoçaram.

- Deveriam ter feito um lanche, vocês estão verdes. – Brincou Cassandra indo ao encontro deles assim que eles saíram do carro, as filhas entraram na casa correndo chamando a avó, sendo seguidas por Isabella puxando o pequeno João Lucas pela mão.

- Não gosto de me atrasar, e prometi à minha irmã que estaria à disposição dela, para ajuda-la com a decoração. – Disse desanimado, sabia que iria se arrepender daquela promessa.

- Graças a Deus que você chegou. – Gritou Adriana, ele virou em direção à voz dela.

- Falando nela! – Disse sorrindo abrindo os braços para a irmã.

- Oi pessoal. – Cumprimentou depois de abraçar o irmão. – Vocês almoçaram?

- Alex e Vinícius não. – Respondeu Cassandra abraçando-a.

- Vocês vão almoçar. Leandro e Helder vêm comigo que preciso de braços fortes. – Disse puxando no braço dos dois. – Cassy guia esses dois por aquela porta e vocês encontrarão alguém que lhes indique a cozinha. – Disse indicando a porta por onde as crianças haviam entrado.

- Quem prometeu te ajudar foi o seu irmão. – Ouviu Leandro protestar, sorrindo seguiu os amigos que estavam tão próximos que suas mãos se tocavam com o movimento dos corpos, ele diminuiu os passos dando a eles mais privacidade.

A cozinha parecia um campo de batalha, era gente correndo para todo lado; uma moça lhes indicou onde estavam as panelas para que eles se servissem à vontade, Cassandra foi atrás das crianças ele e Vinícius aproveitaram a refeição, pelo menos tentaram afinal a máquina que era Adriana quando estava trabalhando não os deixou degusta-la como eles gostariam.

- Onde você estava com a cabeça para prometer ajuda à sua irmã? – Sussurrou Vinícius ao saírem do refeitório.

- Vocês sabem que não precisam ajudar, vocês são convidados. – Respondeu olhando ao redor.

- E deixar toda a diversão apenas para você? Nem pensar! – Disse sorrindo, ele sorriu de volta tímido.

- "Será que ela ainda não chegou?" – Pensou intrigado, olhando em volta mais uma vez, viu Ana Carolina, mas isso não significa nada, ele sabia que Felipe chegara no dia anterior com Adriana.

- Alex! – Assustou-se, confuso encarou o amigo. – Você está bem? – Perguntou arqueando a sobrancelha, o olhar de Vinícius indicava que ele precisava se concentrar e parar de ficar devaneando por aí, suspirou sacudindo a cabeça despreocupadamente.

- Estou sim, só estou pensando em que diversão você se referia ao sermos mandado a tarde inteira pela Drica. – Disse empurrando-o.

- Os gêmeos são divertidos! Ao contrário de você que é um ancião. – Respondeu o empurrando também.

- Deixa meus avós ouvirem você dizer que anciões não são divertidos!

- Alguns como seus avós são divertidos e outros como você não são. – Os dois encararam-se e gargalhou, Adriana à frente deles parou com a mão na cintura.

- Vocês estão ansiosos para trabalhar não estão?

- Oh! – Exclamaram em uníssono.

Todos eles trabalharam à exaustão e, finalmente terminaram com tudo o que a irmã tinha em mente, ele estava mais exausto do que jamais estivera; não sabia como a irmã ainda conseguia gente para trabalhar com ela.

Ela simplesmente não deixava ninguém parado, os únicos momentos em que ela dera um pouco de paz fora no momento em que os noivos chegaram e logo já estavam todos trabalhando, por um momento ele pensou que ela iria coloca-los para trabalhar também.

No final de tudo Vinícius tinha razão fora divertido apesar de cansativo e era maravilhosa a sensação de dever cumprido, a irmã era exigente mais excepcional, e tudo que fazia refletia o amor e a dedicação que transmitia em tudo o que tocava e definitivamente estava tudo lindo.

Sorriu erguendo a cabeça sentindo a brisa leve do cair da tarde, fechou os olhos e a imagem de Jemima voltou à sua mente mais uma vez, e o sorriso ampliou, a vira em várias ocasiões durante a tarde, mas todas as vezes que ele pensava que iria ficar perto dela, a irmã o mandava fazer outra coisa, se não fosse a hiperatividade dela iria pensar que ela estava tentando evitar que ele ficasse próximo de Jemima.

- Nossa! Você precisava ver a sua cara de bobo! – Disse Adriana sorridente ao seu lado assustando-o.

- Você não está cansada mulher? – Perguntou sorrindo.

- Estou, mas nada que um banho não resolva. E você?

- Terrivelmente cansado, não sei se apenas um banho revigora minhas energias, deveria ter cobrado diária. - Disse sorrindo.

- Graças a Deus que você se voluntariou. – Disse piscando, respirou profundamente olhando ao redor. – Ficou mesmo bom? A Ariane disse que está perfeito, mas você sabe como é a nossa irmã. – Comentou preocupada, ele a abraçou.

- Tudo esta lindo! Como sempre você arrasou.

- Geralmente não sou insegura com meu trabalho, mas este casamento é especial.

- Eu sei. Você imaginou em algum momento preparando tudo isso para o casamento desses dois? - Perguntou olhando em volta.

- Nem nos meus sonhos mais ousados! Lembra-se de como ela agia quando tentávamos faze-la compreender que era direito do Paulo saber quem era o pai dele?

- Nossa! Ela nos ameaçou de sumir no mundo com o menino e nós também não saberíamos mais dele. – Lembrou pesaroso, fora um tempo difícil para a irmã mais nova. – Nossa caçulinha sofreu muito, fico imaginando ela sentada de frente para o Paulo e contando a ele sobre como conhecera o pai, da gravidez, do sofrimento de sentir-se abandonada até a decisão de que ele teria apenas ela.

- Difícil, com certeza. Lembra que o Adriano os visitou em novembro? – Ele assentiu. – Ele me disse que o Paulo havia manifestado o desejo de conhecer o pai, - Alex a encarou – exatamente, e eu disse a ele que deveria ter dito a Ariane, mas ele me disse que achou melhor o próprio Paulo falar com ela, talvez se ele tivesse dito a teria preparado para o confronto do filho.

- Não sei não, eu acho que o Adriano fez bem, deixar nas mãos de Deus esse momento dos dois foi a melhor solução, o Paulo era o único que poderia pedir isso a ela.

- O que você acha que ela teria feito se o Pedro tivesse ido atrás deles?

- Sinceramente? Não faço a menor ideia, mas de uma coisa eu estou certo, tudo aconteceu de maneira perfeita, Deus orquestrou o encontro perfeito no momento ideal. Se qualquer um de nós tivesse interferido como tantas vezes tivemos vontade, talvez não estivéssemos aqui decorando essa fazenda maravilhosa para o casamento mais deslumbrante que já participamos.

- E não é? Nenhum de nós teve um casamento tão exuberante! Nem o do Adriano com aquela noiva esnobe teria sido tão fantástico.

- Supera menina! A mulher já se foi e o Adriano já está em outra.

- Graças a Deus que ele superou aquela Jezabel, se ele tivesse me dado ouvido desde o principio, não teria passado pelo constrangimento de ser abandonado no altar.

- Ele não foi abandonado no altar. – Disse puxando o rabo de cavalo da irmã.

- Tem razão ela teve o bom senso de fugir na véspera. E algo me diz que não vai demorar em termos noticias dela.

- Ela voltou a procura-lo? – Perguntou preocupado, ela havia mandado uma carta no final do ano para o irmão e ligara furiosa quando soubera que ele estava se desfazendo da sala onde ela mantinha seu consultório até fugir com outro às vésperas do casamento.

- Não, ela não ligou mais, mas eu tenho um pressentimento de que no momento em que ela souber que ele está namorando ela vem atrás dele.

- Ah! Sei não, isso é pouco provável, ela fugiu com outro a troco do que ela viria atrás do Adriano? - Perguntou olhando na direção em que o irmão estava falando ao celular e andando de um lado para o outro.

- Pelo mesmo motivo que ela o procurou quando soube que ele iria se vender o equipamento dela e alugar a sala. - Respondeu mal-humorada.

- Ele deu aquela sala para ela, e sei lá talvez ela acreditasse que ele a manteria como um santuário, ou iria esperar que ela fosse buscar o equipamento. - Adriana fungou.

- Ele não deu a sala para ele, foi um empréstimo. - Ela é uma interesseira miserável, ela só queria que ele lhe mandasse o dinheiro dos equipamentos e atormenta-lo.

O predinho de quatro andares era da família e Adriano morava e trabalhava lá e o pai lhe dera a incumbência de cuidar do imóvel e receber o aluguel das salas, quando ele decidiu ceder uma das salas para a noiva que era esteticista Adriana fora a única que não gostara da ideia, ela não gostava nada da futura esposa do irmão, infelizmente, ela estava certa quanto ao caráter da moça, no final do ano ele decidira vender o equipamento dela e alugar a sala, fora assim que ele conheceu a atual namorada.

- Exatamente, ela não tem porque vir atrás dele, ele mandou o dinheiro dela e não tem mais nenhum vinculo com ela, graças a Deus. – Disse beijando o alto de sua cabeça, ela assentiu olhando na direção do irmão que conversava com o Felipe.

- Quem diria que aquela amizade duraria tanto? - Perguntou sorrindo.

- Principalmente com os pais de ambos proibindo o tempo todo. - Disse franzindo a testa.

- Verdade. Vou me policiar se eu precisar proibir meus filhos alguma coisa, veja a ironia da situação proibiram tanto a amizade desses dois e eles nunca deixaram de serem amigos, até afastaram Pedro e Ariane e amanhã se casam. – Os olhos dela brilharam de emoção. - Graças a Deus tudo está bem e ficará ainda melhor. Ariane e Adriano estão felizes como não me recordo de já ter visto, só falta você, se lembra da nossa conversa no fim do ano? – Perguntou encarando-o, ele a encarou de volta.

- Não sei de que conversa você está falando, falamos de muitas coisas. – Respondeu, mas sabia bem do que a irmã estava falando.

- A conversa sobre estar na hora de você arrumar uma namorada, ou essa cara de bobo que você estava significa que você finalmente decidiu dar uma nova chance ao seu coração? – Perguntou sorrindo, ele sorriu.

- A chance que meu coração busca não depende apenas de mim, lamentavelmente. – Disse cutucando a costela dela desejando mudar de assunto.

- Eu só quero meus irmãos felizes. – Disse iluminando as feições ao ver o esposo vindo à direção deles.

- Muito me alegra perceber que meus irmãos estão felizes. – Disse abraçando-a.

- Só falta você seguir meu conselho e arrumar uma namorada, ou voltar para a namorada do passado. – Disse sorrindo se afastando. - Oi meu amor. – Cumprimentou o esposo sorrindo, Alex franziu a testa.

- Oi. – Disse Luciano beijando a testa da esposa. – O que você fará com esse povo a noite? Nem todo mundo está cansado para ir dormir depois do jantar.

- Pensei em música em uma boa história, não sei exatamente, o que vocês sugerem? – Perguntou apreensiva.

- Eu acho tudo isso uma boa ideia, principalmente ao redor de uma fogueira. – Disse Alex.

- Gostei da ideia da fogueira, mas está tarde para ir atrás de madeira e tudo está iluminado demais. – Disse Adriana franzindo a testa olhando ao seu redor. Alex acompanhou o olhar da irmã, ela tinha razão, havia iluminaria por toda a frente e do lado da casa que dava acesso ao rio.

- A parte de trás da casa não está iluminada, - disse Luciano – nós podemos falar com o Zeca talvez consigamos alguma madeira ainda está dia, e dá tempo de organizar.

- Se vocês acham que conseguem fazer isso fiquem a vontade, eu vou ver minhas crianças, e encontro vocês daqui a pouco.

A fogueira fora uma excelente ideia, antes de a noite cair eles haviam estendido parte da decoração de Adriana para o outro lado da casa criando outro ambiente, a fogueira ficara maior do que ele o cunhado haviam imaginado e garantiu uma boa distração para quem estava empolgado demais para dormir, o que basicamente eram todas as pessoas presentes.

Mais uma vez ele olhou entre as pessoas espalhadas, dizendo a si mesmo que não estava procurando por ela. No decorrer da noite ao contrario do que pensara não se arrependera por ter prometido ajudar a irmã, pelo contrario agradecia a ela por mantê-lo ocupado toda a tarde, dissera a si mesmo que seria simpático com Jemima e deixaria bem claro que gostaria de voltar a fazer parte de sua vida se assim ela também quisesse, mas as vezes em que a vira ela estava sendo mandada exatamente como ele, ela também estava por volta da decoração, e eles nunca ficavam no mesmo ambiente, pensou que não era da Vontade de Deus que eles ficassem juntos nem mesmo no casamento dos irmãos.

Por algum motivo estranho vê-la distante sem nenhuma tentativa de aproximação deixou-o inseguro, ele tentou falar com ela no final do ano, tentou fazê-la reagir ao que acontecia com ela, e agora que ela estava livre, ele não sabia o que fazer, compreendia que ela precisa de um tempo para ela, precisava acostumar-se consigo mesma, perdoar-se e voltar a desejar relacionar-se novamente.

Ela estava diferente da mulher assustada que encontrara no final do ano, e seu coração se alegrou com essa constatação, estava feliz por ela estar se recuperando de toda a dor que lhe foi imposta, às vezes em que se dera ao luxo de encara-la, ela estava sorrindo e parecia realmente feliz, por enquanto, era disso que ela precisa ser feliz consigo mesma, se redescobrir. Em nenhum momento ela se aproximou da fogueira o que ele achou estranho, quando eles eram jovens ela gostava de fogueiras, era empolgada e sempre cantava.

- "Senhor cuida dela, se for da Sua Vontade que tenhamos uma nova chance como a que o Senhor deu a Ariane e ao Pedro, cure-a e me dê sabedoria para eu ser o homem que o Senhor deseja para ela, dê-me o Seu discernimento para que eu possa esperar pelo tempo que ela precisar". – Pensou bobo entre um sorriso e outro antes de cair no sono.

Acordou com Adriano puxando seu pé.

- O que você quer? – Perguntou sentando. – Cadê todo mundo? – Estava dividindo o quarto com os amigos e não estava mais nenhum ali.

- Eles já estão lá fora. E eu vim te buscar.

- Para quê? Ainda é madrugada! – Resmungou voltando a deitar e jogando o travesseiro na cabeça.

- A Drica me pediu para te chamar, é para nós vigiarmos a entrada para o rio, as mulheres vão tomar banho de rio.

- Se elas são loucas para irem ao rio à uma hora dessas, não tenho nada haver com isso, já tem homens demais para fazer isso, incluindo o marido dela. – Disse contando mentalmente, 'Adriano, Luciano, Vinícius, Leandro e Helder', fora tantos outros que havia na casa, sentiu o irmão sentar ao seu lado.

- Pois é, sabe quem vai também ao rio? A Jemima...

- O quê? – Perguntou sentando-se. – Essas mulheres não tem o que fazer não? – Disse levantando, sorrindo Adriano continuou sentado de braços cruzados. – E aí, você vai comigo ou vai ficar ai sentado?

- Eu não sei bem se eu tenho algo haver com isso, você sabe como...

- Anda logo! – Interrompeu-o puxando pelo braço. – Você deveria ter me deixado dormindo. – Adriano o acompanhou tranquilamente sorrindo.

Ele a vira passar com três jovens amigas do noivo, ela sorria enrolada no edredom estava um frio terrível, duvidava muito que elas tivessem realmente coragem de mergulhar, mas pelos gritos e risos, elas eram mesmo corajosas, não estava com os outros quando elas saíram do rio, ele precisou ir até às filhas e não voltou a vê-la até a cerimônia.

Alex estava feliz pela irmã, o casamento havia sido lindo, ela estava linda e tudo fora perfeito, não conseguira deixar de olhar para Jemima, ela estava tão magnifica! Seu vestido era longo de alças finas, o que a deixava sensual e elegante, sorriu ao lembrar-se deste pensamento 'sensual e elegante', a cor do vestido azul turquesa realçava a cor dos seus olhos deixando-os mais brilhantes, mais uma vez a sementinha da insegurança foi regada.

A irmã e o cunhado já haviam viajado e os convidados divertiam-se, a festa havia sido programada para continuar após a partida dos noivos, ele viu quando o sobrinho fora procurar por Ana Beatriz a filha de uma irmã da igreja em que Ariane congregava, se lembrava da implicância que ela tinha com a irmã, graças a Deus que isso havia sido resolvido.

- Ainda me evitando? – Assustou-se ao ouvi-la tão próxima.

- Não estou evitando você! - Disse cauteloso, seu coração quase arrebentando a caixa torácica de tão acelerado.

Ele sofreu todas as emoções em poucos minutos, sentiu-se culpado, inseguro, feliz, triste, amado, mas o sentimento mais difícil de controlar enquanto falava com ela era a insegurança, de algum modo ela ainda era a garota por quem ele se apaixonara, mas também era uma mulher totalmente desconhecida e fascinante e não sabia o que fazer, queria consola-la mais não era isso que ela queria naquele momento, ela só queria saber que ele ainda estaria disposto a esperar por ela.

- "Amor, quando eu não estiver mais aqui e seu coração voltar a vibrar por uma mulher, vá até ela, não tenha medo de ser feliz e de ir atrás da mulher que você quer. Não fique esperando que ela dê o primeiro passo, seja audacioso". – Lembrou-se de Valéria. Com a certeza a esposa o conhecia muito mais do que ele imaginava.

Infelizmente na necessidade de fazer Valéria feliz e esquecer o que havia acontecido naquele hotel às vésperas do seu casamento, ele não pensara em como poderia ter ficado a cabeça dela; pesaroso se recordou de quando a Ariane lhe disse que ela acreditava estar colhendo o que plantara, mas estava tão chateado com o que estava acontecendo com ela naquele casamento tóxico, que não pensara verdadeiramente no que representava para ela a decisão de permanecer naquele casamento, desejou poder curar toda a dor que estava em seu coração, mas sabia que não havia muito que ele pudesse fazer a não ser orar e apoia-la no que ela precisasse.

A cada palavra que ela proferia ora ele engolia seco com o coração acelerado, ora gostaria de nunca mais se afastar dela, dessa vez ele não iria simplesmente virar as costas, como fizera no fim do ano, mas também não poderia fingir que não fora ele o responsável por ter criado a maior de todas as cicatrizes dela, pela primeira vez ele pensou no que fora para ela a decisão dele de casar com Valéria e a decisão dela própria de procura-lo.

Ela era uma mulher formidável e decidida, sempre fora assim e dificilmente voltava atrás em uma decisão, o que lamentavelmente explicava o casamento durar tanto, apesar das dores, não fora por covardia que ela não se separara, mas por acreditar que só se desiste de algo quando realmente não há mais pelo que lutar por isso ela fora atrás dele, precisava ter certeza que fizera tudo o que era possível por seu primeiro amor.

- Perdoe-me! Por não ter me colocado em seu lugar, até hoje eu nunca havia pensado no quanto fora difícil para você ir até mim, fazer amor comigo e me deixar antes que eu acordasse. Nunca vou saber o que eu teria feito se ao acordar eu tivesse te encontrado ao meu lado. – Disse sinceramente.

- Eu também não. – Ela respondeu o encarando, e seus olhos brilhavam exatamente como quando eles eram adolescentes e despreocupados, ele quis abraça-la e nunca mais larga-la. - Mas nós sabemos que jamais permitiríamos que você a deixasse, estando ela grávida, então a dor de nos despedirmos depois de tudo o que havia acontecido seria mais difícil.

Seu coração doía, mais também se alegrava, sorriu, sabia que ela tinha razão, apesar de ela ter pedido para ele deixar Valéria, quando o dia amanhecesse ela não permitiria que ele fizesse isso, ela jamais seria feliz sabendo que humilhara uma mulher daquela forma e nem voltaria a olhar para ele com os mesmos olhos se ele tivesse concordado, era estranho, mesmo depois de treze anos ela ainda ser tão transparente para ele, e ainda que a tivesse magoado terrivelmente estava feliz por ter feito a escolha certa e ainda ter aquele olhar amoroso sobre ele.

Sorrindo olhou em volta procurando pelas filhas, elas brincavam com as outras crianças, seu olhar encontrou o do pai que sorria o senhor Henrique assentiu, ele levantou-se e estendeu a mão a ela.

- O que você acha de irmos até a beira do rio? – Perguntou ainda sorrindo, timidamente ela pegou na mão dele olhando na direção das crianças.

- O que suas filhas vão pensar se nos vê de mãos dadas? – Perguntou apertando a mão dele.

Ele imaginou o dilema dela, queria sair de mãos dadas com ele, mas temia a reação das filhas dele, ele não imaginava que seria possível ama-la ainda mais, mas naquele momento ele soube que a cada dia a amaria mais que o anterior.

- Eu conversarei com elas sobre nós. – Olhou na direção delas novamente e Adriana e Luciano brincava com elas, a irmã fez sinal para que eles saíssem. – Neste momento a Drica está cuidando delas. - E corada ela o acompanhou. – Você continua ficando mais linda quando está corada. – Disse deixando-a ainda mais corada.

O sol aquecia seu rosto e seu braço estava dormente, lentamente abriu os olhos e olhou para a mulher que dormia em seu braço, ela estava serena e linda, passou a mão nos cabelos dela já não estava tão curto quanto estava na festa de aniversário do sobrinho.

- Se você não quer que suas filhas te vejam com uma mulher nos braços antes de falar com elas sugiro nos levantarmos agora. – Ela sugeriu ainda com os olhos fechados.

- Você ficou bem com o cabelo assim. – Disse sabendo que ela estava certa mais querendo prolongar este momento.

- Obrigada, mas você está desconversando, não quero que elas tenham uma má impressão sobre mim. – Disse abrindo os olhos e o encarando, estava tão próximo dela que sentiu o corpo formigar, tocou a testa dela com a sua.

- Ok, você está certa.

- Alguém apaga a luz! – Resmungou alguém e os dois sorriram.

- Essa luz não se apaga querida, é o sol na sua cara. – Respondeu alguém sorrindo.

No meio da noite em algum momento as pessoas que estavam na beira do rio aconchegaram-se em seus edredons e caíram no sono, e pela vez desde o nascimento de Laila elas dormiram sem o pai lhes dá boa noite, um resquício de culpa invadiu seu coração, sabia que as filhas estavam em boas mãos a mãe e a irmã cuidariam delas, mas ainda assim a culpa o dilacerou, afastou-se de Jemima sentando, as pessoas levantavam e dirigiam-se à casa, levantou o olhar e encarou os amigos que haviam dormido por lá também. Estivera tão concentrado em Jemima que se esquecera de todo o resto, e isso era imperdoável, levantou-se em um salto.

- Alex! – Exclamou Jemima preocupada.

- Preciso ver minhas filhas, nem sei quem as colocou para dormir. – Resmungou aflito pegando o edredom.

- Acalme-se homem, eu estive com elas antes de vir para cá. Sua mãe cuidou delas. – Disse Cassandra se aproximando, Jemima levantou-se constrangida.

- Que tipo de pai eu sou que esquece que tem duas filhas! – Disse se afastando ignorando os olhares que estava atraindo para si e, consequentemente para Jemima. Cassandra puxou-o pelo braço.

- Você a está deixando constrangida. – Sussurrou em seu ouvido, ele olhou para ela que estava a ponto de chorar, passou as mãos pela cabeça.

- Eu sou mesmo um ogro. – Disse desolado.

- Suas filhas estão ótimas, por isso vá até ela e conserte isso. – Soltou o braço dele e foi até Jemima que estava parada corada até a raiz dos cabelos amassando o edredom com as mãos. – Oi, eu sou Cassandra amiga daquele ogro ali. - Disse apontando com a cabeça na direção dele, ele revirou os olhos e foi até elas.

- Oi. Sou Jemima. - Respondeu tímida apertando a mão estendida.

- É um prazer conhecê-la. - Disse Cassandra sorrindo. - Ele é a melhor pessoa que eu conheço, mas não sabe como se livrar da dependência emocional que tem das filhas. – Disse sorrindo.

- Você está tão engraçadinha! - Disse ele empurrando-a de leve.

- Alex você é muito sem noção. - Resmungou Leandro. - Vai vê as meninas que nós cuidamos dela, Jemima, certo? - Perguntou fingindo que não ouvira. - Eu sou o Leandro.

Alex bateu a mão na testa, Vinícius e Helder também estavam chegando, eles fingiram que não estavam curiosos em relação a ela e não lhe perguntaram nada e não fizeram nenhuma gracinha, agora estavam todos eles cercando-a, isso não iria acabar bem.

- Eu sou Vinícius.

- E eu sou o Helder.

- Vocês a estão aterrorizando. - Disse puxando-a para fora do cerco. - Desculpe-me, por ser um tolo dependente das minhas filhas e, ela tem razão - disse apontando para Cassandra – eu não sei lidar com minhas emoções e, por favor, não me julgue pelos meus amigos. – Suplicou, ela sorriu tímida, olhando a cada rosto que a encarava com curiosidade.

- Não nos julgue por ele, por favor! – Disse Leandro. – E para te mostrar que somos pessoas muito civilizadas e gentis deixaremos vocês dois por alguns minutos e somente mais tarde depois do café da manhã metralharemos você com nossos questionamentos. – Helder abriu a boca, Alex o impediu de falar puxando-a para trás dele.

- Cassy, por favor, tire esses trogloditas daqui. – Ela sorriu.

- Vamos rapazes, as crianças devem estar nos procurando. Não se preocupe com as meninas, converse com calma. – Sussurrou no ouvido dele.

- O nosso bebê está apaixonado! – Ouviu os rapazes dizer ao saírem rindo, vermelha ela o encarou.

- Desculpe-me por isso, não queria que você os conhecesse assim, mas deve admitir, eles são exatamente assim, sem noção e metidos a comediantes. – Disse cruzando os braços.

- Gostei deles. – Disse sorrindo. – Pelo menos eles não ficaram me encarando cheios de dedos.

- Não tem o menor risco de isso acontecer com aqueles quatro.

- Alex, eu compreendo que você esteja preocupado com suas filhas, pode ir falar com elas e sinto muito por ter perdido a noção da hora e termos passado a noite toda aqui.

- Eu não sinto, e fui eu que perdi a noção do tempo e por um momento realmente me esqueci delas e foi por isso que fiquei sentido, por ter esquecido que sou pai, isso é novo para mim preciso de tempo para me acostumar que tenho outra pessoa que precisa de mim e dos meus cuidados. – Disse a abraçando.

- Tudo bem, enquanto eu me preparo para dividir outra vez a minha vida com você, você se prepara para dividir o seu tempo e atenção com mais uma mulher. – Disse o abraçando de volta.

- Eu fui muito grosso, levantando daquela forma e deixando você para trás daquele jeito, graças a Deus que a Cassy estava atenta, perdoe-me por isso, e talvez eu precise que você seja mais firme comigo em relação a isso, faz algum tempo que somos apenas nós, então meu mundo gira em torno delas, então se eu fizer qualquer coisa que a ofenda, por favor, me diga imediatamente. – Ela encostou a cabeça no peito dele e sorriu.

- Juntos nós encontraremos uma maneira de nos entendermos sem nos magoar e principalmente sem magoar a elas. – O coração dele acelerou e ele a apertou em seus braços.

- Obrigada! – Disse fechando os olhos.

- Alex, já que por enquanto vamos esperar, talvez ainda não seja o momento de você falar com elas sobre a gente. – O coração dele parou, já passara por isso antes e o resultado fora péssimo, delicadamente ele a afastou.

- Você quer que fiquemos em segredo? – Perguntou confuso, ela sorriu triste.

- Não, até porque não há o que esconder. Você vai falar o que para elas? Que eu sou sua ex-namorada e que no momento eu preciso de um tempo para por a minha vida em ordem e que no futuro próximo queremos nos dar outra chance? – Perguntou constrangida.

- Você tem razão. Você ainda não é minha namorada, 'ainda'. Cadê seu telefone? – Perguntou estendendo a mão.

- Na bolsa em cima da cama. – Respondeu franzindo a testa, ele cruzou os braços.

- Pensei que os médicos nunca deixassem seus celulares. – Disse sorrindo.

- Verdade! Mais não quando estamos de folga no casamento do irmão mais novo. – Disse alegremente. – Cadê o seu? – Perguntou arqueando a sobrancelha estendendo a mão, ele pegou do bolso e estendeu a ela, trêmula pegou o aparelho, discou um número e colocou na orelha e esperou a ligação cair na caixa.

- "Oi Jemima! Este número é do homem que você esteve esperando, tenha só mais um pouquinho de paciência, se você quiser pode ligar para ele, você agora é livre para fazer isso, e ele é livre para te atender, se assim vocês quiserem". – Disse encarando-o, ele engoliu seco, seria um tempo difícil de espera, mas quem disse que o que vale a pena é fácil? Corada ela lhe devolveu o aparelho.

- Eu aguardo a sua ligação, e não se surpreenda quando eu te ligar. – Disse beijando-a na testa.

- Eu também estou no aguardo. – Disse sorrindo se afastando. - Agora vamos que suas filhas já devem estar preocupadas. – Ele a puxou e a beijou de leve, pelo menos era para ser de leve, ofegantes se afastaram e, sem uma palavra lado a lado tocando as mãos sem de fato pegar uma na outra se dirigiram para a casa.

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