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22 - Mantenha-se firme na fé.

Jemima se sentia constrangida com o olhar dos pais, eles a encaravam como se ela tivesse lhes dito que sofria de alguma doença contagiosa, nem mesmo quando ela confirmou que sofria violência doméstica eles a encararam daquele jeito, engolindo seco ela aguentou firme o olhar devastador deles.

- E qual o problema de você morar aqui conosco? – Perguntou o pai inquieto.

- Eu quero mudar de ares, vai ser bom morar em um lugar onde ninguém me conhece, eu quero começar do zero.

- E como você vai fazer isso? Aqui você tem a gente, o seu emprego. – Disse a mãe.

- Eu já entreguei minha carta de demissão no RH.

- Você o quê? – Perguntaram os pais, Benjamim assoviou sorrindo, ela olhou de cara feia para ele.

- Você já sabe para onde vai, onde vai trabalhar? – Perguntou a mãe.

- Não, ainda estou esperando a resposta de Deus.

- Resposta de Deus? Sério... – Começou a mãe.

- Cuidado com o que vai dizer mulher. – Interrompeu o pai. – Filha, eu fico feliz por saber que você está colocando essa decisão na Presença de Deus, mas você não acha que está sendo precipitada em pedir demissão?

- Não papai, eu tenho pensado nisso desde meu último encontro com o Bruno, e agora que graças a Deus a anulação do casamento saiu e a casa já foi vendida, vou ficar aqui até Deus me mostrar para onde eu devo ir, mamãe, papai eu quero recomeçar longe daqui, o senhor sempre disse que Deus, é um Deus de recomeço e eu estou crendo nisso.

- Por que você não espera só um pouco mais? – Pediu a mãe chorosa. – Pelo menos até a gente ter certeza de que ele não vai te procurar.

- Mamãe, se ele tiver de me procurar isso acontecerá aqui ou em qualquer lugar, mas eu creio que Deus está cuidando de tudo, e o Bruno é passado na minha vida, infelizmente eu sou a responsável por tê-lo trazido para as nossas vidas, afinal eu não pedi a orientação de Deus, não vi todos os sinais que Ele me mostrou, e não pretendo fazer isso outra vez.

- Oh, minha filha! – Exclamou a mãe a abraçando. – Que Deus te abençoe.

- Gostaríamos que você morasse conosco, que voltasse a ser a nossa garotinha para que a protegêssemos do homem mal, infelizmente isso não é possível. – Disse o pai abraçando-a juntamente com a esposa. Jemima ergueu o braço chamando Benjamim que entrou no abraço também.

- Senhor meu Deus, em Seu Nome derramo uma benção de prosperidade e felicidade na vida da sua serva, que a filha amada que o Senhor me deu para cuidar, seja feliz e que o Senhor prepare um local onde ela possa viver em paz e te servir, um lugar que seja segundo a Tua Vontade para ela, pois eu sei que a Sua Vontade é Boa, Perfeita e Agradável, Senhor livre-a da maldade humana e da perversidade do inimigo, em Nome de Jesus, seja o Senhor a orienta-la por onde ela for que ela jamais volte a se afastar de Ti, Senhor conforte o seu coração para que ela tenha sabedoria e discernimento para cumprir com o Seu Propósito para a vida dela, em Nome de Jesus agradeço pelo livramento que o Senhor proporcionou na vida dela, e que o Bruno não volte a cruzar o caminho dela. Senhor cure a alma de sua serva de modo que ela não alimente o ressentimento, dê sabedoria a ela nesta nova etapa de sua vida, em Nome de Jesus eu te agradeço pelo cuidado que o Senhor teve com ela e sei que continuará a ter, obrigado, ó Pai. – Orou o pastor Gustavo emocionado.

✨✨✨

Passara-se um mês desde a noite em que o pastor pregara sobre o medo deixar as pessoas paralisadas e Alex sabia que era para ele aquela mensagem, mas ainda não conseguia ver em que estava sendo medroso, orava para que Deus lhe mostrasse a verdade, e estava aguardando pela resposta.

Naquela manhã tinham uma reunião com o dono da clínica, ele não era de aparecer e desde que ligara para o Leandro avisando dessa reunião, que estavam apreensivos, a última vez em que ele estivera ali, não fora uma situação muito agradável, ainda que não fosse provocada por nenhum deles.

- O que será que o Helder que conosco? – Perguntou Cassandra rodopiando na cadeira.

- Será que é algum problema comigo? – Perguntou Odete a nova recepcionista.

- Claro que não. – Respondeu Leandro. – Não haveria necessidade de ele vir até aqui, eu não sei do que se trata, mas não é nenhum problema conosco.

- Como você sabe? Ele não te disse nada, ou disse? - Perguntou Cassandra encarando o amigo.

- Não, eu já disse isso inúmera vezes, ele não quis me dizer nada. - Respondeu irritado.

- Não precisa se irritar com ela. – Retrucou Vinícius. - Ele sempre te adianta qual é o teor das reuniões que ele faz com a gente, estamos curiosos por que todo esse segredo, Alex, você sabe do que se trata?

- Não! Se o Leandro que é o chefe não sabe, porque eu saberia?

- Porque você e o Helder são amigos desde antes da clínica! – Responderam os três, ele apenas sorriu.

- Eu não sei mesmo, eu até perguntei, mas ele disse que é algo que ele preferiria falar apenas uma vez.

- Foi o que ele me disse também. – Comentou Leandro.

- Meu Deus! Ele vai vender a clínica. – Disse Odete de olhos arregalados, todos a encararam, nenhum deles haviam pensado nessa possibilidade, então se olharam e sorriram sacudindo a cabeça.

- Ele não pode simplesmente vender a clínica. – Disse Cassandra jogando a cabeça para trás encarando o teto.

- E por que não pode, ele é o dono. – Lembrou Odete levantando-se nervosa. – Além disso, eu também trabalho aqui, por que eu não vou participar da reunião?

- Acalme-se mulher, para vender ele precisa falar conosco primeiro sobre isso... – Disse Leandro, encarando os outros.

- Mais ele vem falar convosco – Disse Odete, com desdém, Cassandra parou a cadeira, e os outros paralisaram se encarando.

- "Prefiro falar uma única vez, quero ver a reação de vocês diante da novidade que eu tenho só posso te adiantar que será um divisor de águas nas nossas vidas". – Dissera-lhe o amigo quando Alex perguntara o que era de tão importante naquela reunião que ele não queria antecipar o assunto com o Leandro.

- Quer saber eu já vou para a minha sala, antes que ele chegue e eu não esteja no meu posto. – Disse Odete saindo nervosa.

- Coitada ela está mesmo preocupada! Será que ele quer mesmo vender a clínica? – Perguntou Vinícius.

- Não creio. Se fosse algo desse tipo ele teria feito uma proposta e nos enviado para ver se queríamos comprar a parte dele ou mesmo dividir entre nós. – Argumentou Alex sério.

Helder era um administrador perfeccionista, ele gostava de tudo documentado, eram todos amigos, mesmo assim ele não misturava as coisas. Ele era natural de São Paulo, conhecera Alex na faculdade e juntos decidiram tentar a sorte em Goiás, ele cuidava da parte administrativa e Alex da parte técnica, mas ele só morou em Anápolis um ano, conheceu uma moça em férias com os pais, casou e voltou para São Paulo, com o passar dos anos Alex vendeu parte de suas ações para os amigos, e como Helder continuara a administrar a clínica, ele continuava a mandar e de comum acordo ele era o patrão e os outros seguiam suas ordens, no que sempre fluiu muito bem, jamais passou pela cabeça de Alex vender a clínica ou ter que comprar a parte do amigo, Leandro se saia muito bem com a parte burocrática da coisa, mas ele tinha o Helder para auxilia-lo, se ficassem só eles, ele não saberia dizer como ficariam as coisas.

- Meu Deus? Alguém morreu? Aqui está um silêncio tão profundo que eu pensei que não havia ninguém aqui, e a senhora Odete estava me pregando uma peça, aconteceu alguma coisa? Por que me parece que ela estava chorando – Disse preocupado.

- Não aconteceu nada não, estávamos apenas cogitando a possibilidade de você vender a clínica. – Respondeu Cassandra, ele olhou um a um.

- E por que eu venderia a clínica? – Perguntou confuso. – Se eu pensasse nisso, eu faria um documento para cada um de vocês, fazendo uma proposta de venda. – Todos suspiraram aliviados.

- Estávamos cogitando o motivo da sua reunião, e chegamos a isso. – Disse Leandro displicente.

- Sério? – Disse sorrindo puxando uma cadeira. – Pois vocês não poderiam estar mais equivocados, na verdade eu quero expandir o negócio, e quero saber qual de vocês quer embarcar nessa comigo, quem está interessado em se mudar de cidade, recomeçar a vida em outro lugar, conhecer pessoas novas... – Disse empolgado. Todos ficaram boquiabertos.

- E como seria isso? – Perguntou Leandro cauteloso.

- Como será uma filial da 'Amigo-Cão', - disse abrindo a pasta que carregava, - eu pensei nisso. – Disse entregando-lhe alguns papeis. – Leiam e me digam o que acham.

- Você pensou em alguém? – Perguntou Leandro lendo calmamente o documento.

- Na verdade eu pensei em todos vocês, todos tem vantagens e desvantagens e por isso estou perguntando quem quer ir.

A proposta basicamente consistia em dividir a sociedade, vinte e sete por cento das ações para o Hélder e para quem decidisse ir com ele e quinze por cento para os três que continuassem em Anápolis, a proposta não era ruim para nenhum deles.

- Para o Leandro é mais fácil, ele não tem filho na escola. – Disse Vinícius.

- Não tenho filho na escola, mas estou muito bem aqui, e não tenho nenhuma intenção de sair daqui. – Respondeu rápido encarando o amigo.

- Tá bom, eu só comentei. – Disse sorrindo, o outro suavizou as feições.

- Eu gostaria que um de vocês aceitasse a minha proposta, mas se de tudo vocês não quiserem podemos contratar outra pessoa, talvez até de lá mesmo.

- E se nenhum de nós aceitarmos essa proposta, qual seria a outra proposta? – Perguntou Cassandra.

- Ficaria com a mesma divisão que é aqui. – Disse entregando outro documento.

Nesta proposta, ficariam os cinquenta por cento para o Helder, quatorze para o Alex e onze para os outros três, e eles ficariam responsáveis por contratar a pessoa que fosse trabalhar na nova clínica.

- E onde é esse 'lá'. – Perguntou Alex.

- Então, você foi a primeira pessoa em que pensei, porque é no Tocantins e sei que sua família mora lá, mas aí lembrei de que você não gosta muito de lá.

- Tocantins! – Disse sorrindo. – "Papai não tem como a gente mudar para o Tocantins no horário de verão!" – Dissera a filha mais nova meses atrás.

- Tenho certeza que encontraremos alguém bom por lá mesmo. – Disse Vinícius.

- Vocês não querem nem pensar na minha proposta? – Perguntou desanimado.

- Qual a cidade? – Perguntou Alex, ignorando os olhares dirigidos a ele, não era a primeira vez que Helder lhe propunha para mudar, e ele sempre negava. – "... tem momento que Deus nos envia para outra localidade, Ele precisa de nós". – Dissera o pastor naquela noite.

- Nova Fátima, fica na BR 150.

- Eu sei, se você me dê um tempo para eu conversar com as minhas filhas...

- Você tem todo o tempo que precisar. – Disse sorridente.

- Você tem certeza? – Perguntou Vinícius.

- Tenho sim, talvez esteja na hora de algumas mudanças. – Disse sorrindo, os amigos olharam uns para os outros e abaixaram a cabeça, aparentemente Helder era o único feliz com a partida iminente do amigo.

- Eu vou acalmar a coitada da senhora Odete antes que ela enfarte. – Disse Cassandra se levantando.

Naquela noite Alex disse para as filhas sobre a proposta do Helder, as duas ficaram empolgadas de inicio ficando triste ao se dar conta de que a mudança significava ficar longe de tudo o que elas conheciam e do lugar onde viveram com a mãe.

- O senhor acha que Deus quer que a gente se muda? – Perguntou Laila, o coração de Alex apertou ao ter um vislumbre da esposa na filha, a semelhança entre as duas era incrível e não apenas fisicamente.

- Vamos orar e Ele nos responderá, não tomaremos nenhuma decisão sem antes pedir a orientação de Deus, combinado assim?

- Combinado. – Responderam as duas, saltando da cadeira para abraçar o pai.

- Vamos mudar antes do horário de verão? – Perguntou Júlia.

- Júlia e as orações? – Censurou a irmã.

- Eu preciso saber para eu colocar nas minhas orações. – Respondeu inocentemente.

- Ela está certa, precisamos ser exatos com Deus, mas não sei o tempo certo, vamos orar para Deus nos dar a orientação se devemos ir ou não, e Ele nos orientará também sobre quando. O que vocês acham?

- Eu acho bom, mas vou pedir a Deus para que se for da Vontade dEle que a gente mude, então a gente muda antes do horário de verão. – Insistiu Júlia séria.

Alex apertou as duas em seus braços, feliz pelo presente que Deus lhe dera e pela primeira vez pensou se Jemima optou por não ter filhos por causa da violência do marido.

🚲🚲🚲

Nos dias que seguiram à visita de Alex, Jemima sentiu como anos atrás quando ele lhe dissera que iria casar, sentia-se triste e abatida, chorava por tudo e por nada. E quando Bruno lhe dissera que passaria um mês fora de casa ela vibrou de alegria, mas a apatia dominou-a e a cada dia ela ficava mais abatida e cansada, tudo o que queria era comer, dormir e chorar.

Certa manhã ela acordou muito mal, pelo menos estava de folga decidiu passar o dia deitada no sofá sem fazer ou pensar em nada, mas o mal-estar piorou de tal modo que teve que ir ao hospital.

- Fala sério meu dia de folga e eu adoeço. - Resmungou enquanto trocava de roupa.

Para evitar comentários não fora ao hospital onde trabalhava. A última vez que precisara de cuidados médicos, devido ao intempestivo encontro com o Alex os colegas que a viram lá passaram dias comentando a sua história mal contada, preferindo assim ir à clínica particular de uma amiga.

- Boa tarde Jemima. - Cumprimentou Regina preocupada. - O que aconteceu mulher? Você está verde! - Concluiu amparando-a.

- Não sei, não estou bem, estou cansada, com dores no corpo, enjoada, eu vim aqui por que tenho estado muito sensível, não quero meus colegas pegando no meu pé, ultimamente choro por tudo e por nada.

- E desde quando esses sintomas te incomodam? – Perguntou franzindo a testa.

- Não tenho certeza, mas já tem um tempo. - Pensou um pouco e franziu a testa. - Eu acho que uns dois meses aproximadamente.

- Já fez um teste de gravidez? - Se ela tivesse dado um soco no estômago de Jemima o impacto teria sido menor.

- Não,eu não fiz nenhum teste, eu não estou grávida. - Respondeu nervosa, não pensara nessa possibilidade, e não iria começar naquele momento. - Eu não estou grávida. - Repetiu fervorosamente.

- Como você pode ter tanta certeza sem um teste? - Perguntou sorrindo. – Você é médica e não clarividente, vamos fazer um beta e uma ultrassonografia, e exames de rotina você sabe disso.

- Não sou clarividente, mas sei que não estou grávida porque eu nunca me esqueço de tomar o remédio, e minha menstruação está normal, então... – Calou-se frustrada, claro que isso era possível, era médica sabia que isso acontecia muito mais do que as pessoas imaginavam.

- Normal? Sem nenhuma alteração? Fluxo mais ou menos intenso, cólicas mais fortes, dores na cabeça, enjoos... – Começou Regina para seu desespero.

- "Meu Deus não é possível, eu sei que filho é uma bênção, mas não estou preparada para ser mãe de um filho do Bruno, que eu não esteja grávida, que eu não esteja grávida". - Pensou exasperada.

Em transe repetindo como um mantra: 'que eu não esteja grávida', ela fez os exames que a amiga pediu e também uma ultrassonografia, seu coração parou ao ouvir o coraçãozinho, não saberia dizer se as lágrimas que molhavam seu rosto eram de desespero ou alegria.

- "Como eu poderei defender um filho se não consigo defender a mim?" – Pensava exasperada.

- Minha amiga, meus parabéns, você vai ter um bebê.

- Regina, por enquanto, por favor, não diga a ninguém sobre isso? Preciso de tempo para me acostumar com essa ideia, como você sabe desde a nossa tentativa frustrada de engravidar o Bruno não quer nem ouvir a palavra filho.

- Você sabe que eu não direi a ninguém, mas porque você está tão assustada? O que está acontecendo? Eu sei que ele te culpa por você não ter engravidado naquela época e agora ele vive falando que não quer filhos, mas eu acho que ele vai amar a ideia e tudo isso só nos prova que quando Deus quer não tem anticoncepcional que dê jeito. - Concluiu com um meio sorriso.

Jemima chorou compulsivamente, Regina sem ação abraçou-a. Como explicar que agora não era apenas o Bruno que não queria filhos? Que por mais que um dia sonhara em ser mãe, já não queria mais isso para ela, não queria que seu filho tivesse um pai violento. Conhecia relatos de pais que eram agressivos com as esposas e maravilhosos com os filhos, o esposo da sua tia era assim, deixava muito a desejar como marido, mas era um excelente pai.

Saiu da clinica direto para a casa dos pais, não sabia exatamente o que iria fazer lá, mas queria estar com pessoas que a amavam e a protegeriam se soubessem o que estava acontecendo, inúmeras vezes perguntou-se porque não dizia a verdade à sua família, eles a ajudariam a se livrar do esposo, se essa fosse a vontade dela claro.

- "Hoje não é o meu dia, definitivamente, Deus está me castigando pelos meus pecados" – Pensou parando o carro atrás do caminhão do esposo. – "Que raios ele veio fazer aqui? Porque não está em casa me esperando como todo esposo normal?" – Pensou chutando o pneu do caminhão, sorriu da infantilidade do ato.

Devagar abriu o portão, se fosse esperta iria para casa e ficaria mais algum tempo livre dele, mas correria o risco de deixa-lo ainda mais furioso, agora mais que nunca ela tinha que evitar que ele a agredisse, como ela iria fazer isso, não fazia a menor ideia, lá estava ele sentado na espreguiçadeira na varanda dos pais como se fosse ele o filho, seu pai sentado ao lado daquele traste nem imaginava o que ele fazia com a filha única e preciosa que ele tanto amava, sentiu vontade de chorar ao se dar conta de que não se achava preciosa desde certa manhã que saíra quase correndo de um hotel em Campinas, respirou profundamente e entrou.

- Oi meu amor! – Gritou Bruno sorrindo vindo ao seu encontro. Sentiu tudo revirar em seu estômago. – Onde você estava? – Sussurrou seco em seu ouvido. – Um leve arrepio de medo percorreu suas costas, agora tinha um bebê em seu ventre que precisava da sua proteção.

- Eu fui ver a Regina, há tempos que não a vejo. – Respondeu controlando o tremor na voz. – Ela perguntou por que não fomos mais à casa dela. – Pegou em sua mão indo de encontro ao pai.

- E o que você disse a ela? – Perguntou desconfiado, Regina era a única pessoa do tempo de criança com quem ela ainda tinha contato.

- Que você está trabalhando demais, mas que depois ligamos para ela e combinamos alguma coisa, tudo bem? – Perguntou parando.

- Claro! – Respondeu sorrindo beijando-a, ela suspirou aliviada.

- Oi papai. – Cumprimentou abraçando-o.

Estranhamente nos dias seguintes, ele fora extremamente atencioso e carinhoso com ela, a levara e buscara do trabalho, encontraram com Regina e o esposo para um jantar agradável e amigável, ela estava cogitando contar a verdade a ele sobre a gravidez, ainda que tivesse medo da reação dele, nos últimos tempos ele fora categórico quanto a não terem filhos, dizia que não deveriam mesmo ter filhos, ele era filho único e os pais nunca se importaram muito com ele, a prova do quanto os pais eram distantes dele era que Jemima raramente os via, e quando isso acontecia eles o tratavam com indiferença, e com certa morbidez ele dizia que Deus estava castigando aos pais dele não lhes dando netos.

- Poderíamos viajar nessas suas férias, faz tempo que não viajamos juntos. – Disse surpreendendo-a em uma manhã durante o café.

- Viajar? – Perguntou tensa, desde a vez que ele a deixara para fora do quarto de um hotel sozinha, sem dinheiro e documentos não viajara mais com ele, sempre criava situações em que não era possível viajarem, pensou em uma desculpa plausível para desvencilhar do convite, mas não conseguia pensar em nada.

- Sim, você precisa descansar espairecer, nos últimos tempos você só viaja para ver o seu irmão e sempre chega triste de lá, coisa que como você sabe, eu acho muito esquisito.

- E como você sabe, eu não gosto que você fala mal do meu irmão.

Pedro o irmão mais novo já foi motivo de muitas discursões entre os dois, ele fora embora ainda adolescente e só voltara à casa dos pais uma vez, e desde então uma vez por ano os irmãos e os pais combinavam um lugar onde se encontrariam algumas vezes todos juntos, em outras vezes separados, ao contrário das cunhadas, Bruno não o conhecia, ele dizia que Pedro era egoísta por submeter a família àquela situação.

- Eu vou me encontrar com ele nessas férias em Goiânia, você poderia ir comigo para conhecê-lo. – Disse timidamente.

- Eu quero ficar sozinho com a minha mulher. – Disse irritado.

- Não precisa se irritar foi só uma ideia, eu gostaria que você conhecesse meu irmão. – Disse nervosa.

- Se um dia ele se der ao trabalho de vir aqui eu o conhecerei. E então, você começa suas férias que dia? – Perguntou mudando de assunto.

- A semana que vem. - Respondeu desanimada.

- Eu vou procurar um lugar bem agradável para visitarmos. – Disse a beijando, ignorando sua atitude.

Naquele dia acontecera um acidente e ela se atrasou para sair do trabalho, Bruno entrou no hospital atrás dela, encontrando-a conversando com um casal.

Ela amava o seu trabalho e também as pessoas com quem trabalhava e ali era um ambiente em que ela realmente ficasse feliz, e como é comum, as vezes as pessoas se tocam enquanto conversam para chamar a atenção da outra vez ou outra.

- Que pouca vergonha é essa?- Perguntou ele bruscamente sorrindo no momento em que o colega tocava em seu ombro, ela engoliu seco, conhecia aquele sorriso.

- Oi meu amor! – Respondeu tensa. – Estes são Amanda e Frederico.

- É um prazer conhece-los. – Cumprimentou cordialmente aos dois apertando-lhes as mãos, abraçando Jemima, apertando um pouco mais que o necessário. – Poxa, podemos combinar de sair qualquer hora dessas, minha vida é tão corrida que eu praticamente não conheço os colegas de trabalho da minha mulher.

- Será um prazer, é só marcar. – Disse Amanda apertando as têmporas. – Vamos? Estou morta de cansada. – Disse pegando na mão do Frederico.

- Vamos sim. Descansa Jemima, amanhã o dia será puxado. – Disse passando o braço no pescoço de Amanda.

- O que é isso ele flerta com você e sai abraçado com a outra? – Perguntou puxando-a pela mão.

- Ele não estava flertando comigo, e eles são namorados. – Disse tremendo.

- Para mim ele estava sim flertando contigo, e pelo seu sorriso eu diria que você estava gostando.

- Bruno, por favor! – Pediu, ele parou bruscamente tampando a boca dela.

- Não quero ouvir a sua voz. – Disse entredentes, voltando a puxa-la pelo braço, abriu a porta do carro empurrando-a sem cerimonia.

Como acontecera na primeira vez em que de fato ele batera nela, ao chegar a casa ele a empurrou violentamente porta adentro a derrubando no chão.

- Eu fiquei te esperando no carro feito um idiota e você me envergonhando na frente de todo mundo! – Retrucou apertando-lhe o maxilar.

- Bruno...

- Eu não quero ouvir a sua voz! – Repetiu jogando a cabeça dela para trás. – Você ainda vai fazer de mim um assassino. – Gritou chutando sua barriga.

- Por favor, não...

- Cala a boca! – Gritou chutando sucessivamente sua barriga, ela apertou os dentes nos lábios para não gritar de dor, cortando-os.

Furiosamente ele saiu deixando-a sozinha jogada no chão, com grande esforço ela levantou-se e jogou-se no sofá e chorou compulsivamente até adormecer de cansaço e tristeza, acordou na própria cama, com ele sentado ao seu lado encarando-a.

- Eu estava esperando você acordar, para me despedir, estou indo viajar e volto a semana que vem para viajarmos juntos. – Disse sorrindo.

- Não vou viajar contigo, você pode fazer o que quiser comigo que eu não ligo, mas eu não arredo o pé daqui para lugar nenhum contigo. – Disse respirando com dificuldade, ela não sabia se por medo ou pela dor que sentia no baixo-ventre.

- Meu amor, me perdoe! Mais você queria o quer? Aquele cara estava passando a mão em você. - Disse sacudindo a cabeça.

- Ele não estava passando a mão em mim, ele apenas tocou em meu ombro para me chamar a atenção para uma situação, você caça qualquer motivo para me bater, então estou lhe dando um, não vou a lugar nenhum com você nem hoje e nem nunca. – Ele sorriu torto beijando-a.

- Isso é o que nós vamos ver. – Disse piscando.

Esperou ele sair para levantar-se, e chorou ao ver o sangue no lençol. Não poderia procurar Regina, pois não tinha como explicar as marcas no seu abdome, ligou para o hospital e trocou a folga daquela semana, ligou para os pais e disse que iria visitar o irmão André em Palmas, ligou para o ginecologista e obstetra da cunhada, quando a acompanhou no parto da sobrinha jamais imaginou que um dia precisaria dos serviços dele.

Continua...

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