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13 - O Senhor prova o justo.

Jemima trabalhou no domingo como plantonista para que pudesse folgar na segunda-feira. O senhor Henrique não ficara nada empolgado em ter um babá e não cansava de repetir isso, e naquela manhã eles esperavam por Patrick na panificadora do Felipe conforme combinado e o advogado continuava a resmungar.

- Já estou velho para ter babá, mas para você ficar mais calma eu vou conhecer esse gringo, se eu for com a cara dele eu o deixo ir comigo caso contrário eu vou sozinho! - Disse mal-humorado pela milionésima vez, ela sorriu e assentiu desejando ardentemente que Patrick conseguisse convencê-lo a não ir sozinho se encontrar com o Bruno.

- O senhor prefere ir comigo? - Perguntou séria.

- Claro que não! É melhor ele ficar longe de você o máximo que pudermos conseguir. - Respondeu inquieto. - Se ele te ligar ou aparecer por aqui você me avisa imediatamente. - Disse preocupado, ela franziu a testa não estava acostumada a ter o pai do Alex defendendo-a.

- Ótimo! O agente Patrick irá com o senhor. - Disse levantando-se para receber o homem que se aproximava.

Apresentou-os e entrou em pânico quando os dois homens ficaram se encarando em silêncio, exasperada ela olhava de um para o outro.

- "Só me falta os dois não gostarem um do outro de cara! Não posso ter ficado todos esses anos longe do homem para agora me meter no meio da família e mandar o pai dele sozinho atrás de um sociopata cruel". - Pensou exasperada focando sua atenção nos dois novamente.

- Eu o conheço? - Perguntou o senhor Henrique inclinando a cabeça, Jemima olhou de um para o outro.

- Não exatamente, mas fomos apresentados no velório da Valéria. - Respondeu Patrick com um meio sorriso. - É um prazer tornar a vê-lo senhor Henrique e em situação menos dolorosa. - Disse estendendo-lhe a mão. - Ainda que esta seja uma situação delicada. - Concluiu sorrindo olhando para Jemima que voltou a sentar constrangida.

Não pensara na possibilidade dos dois se conhecerem mesmo um sendo amigo da nora do outro, por isso não achou que fosse importante dizer sobre a amizade deles. Pegou o chá e sorveu um gole já frio, melancólica pensou que fora a única coisa boa que o Bruno fez por ela, quando precisou deixar o café, seu único vício na vida, ele a ajudou a equilibrar o café com chá permitindo que ela continuasse a toma-lo, não conseguia se vê sem uma deliciosa xícara de café, no entanto, já não era tão viciada quanto antes e conseguia apreciar uma boa xícara de chá.

Distraída percebeu que estava divagando sacudiu a cabeça olhando para frente e a cunhada no caixa a encarava pensativa sorriu tímida acenando com a cabeça tentando acalma-la, a morena piscou também sorrindo suavizando a expressão.

- "Só espero que o Asafe não tenha tido nenhum sonho desagradável comigo". - Pensou voltando a apreciar o chá, outra vantagem do chá era que a bebida tanto quente quanto fria era saborosa, ao contrário do café que só prestava quente, voltou à atenção para a cunhada, sabia que ela havia feito aquele chá especialmente para ela, levantou a xícara e Ana Caroline jogou os cabelos fazendo uma pose e ambas sorriram. - "Será que vai demorar, até esses dois perceberem que eu ainda estou aqui?". - Pensou encarando o mais velho que ria.

- Se fossem outros tempos eu diria: 'que coincidência!', mas hoje eu sei que não é o caso. - Disse oferecendo uma cadeira para o mais jovem. - Eu entendo meu rapaz a sua amizade com a minha nora, era impossível não amar aquela menina, mas o que eu gostaria mesmo de saber é como que um nova iorquino 'boa-pinta' como você veio parar no meio dessa história! - Disse desconfiado olhando de um para o outro, Jemima abaixou a cabeça e Patrick assentiu sentando e o senhor Henrique também sentou chamando o garçom.

- Foi a sua nora quem me colocou bem no meio dessa história. - Respondeu sorrindo, o senhor Henrique sorriu orgulhoso, Jemima mexeu-se inquieta sentia-se horrível por ainda sentir ciúmes da Valéria, principalmente depois do presente que ela lhe enviara.

- "Oh, Deus!" - Pensou aflita apertando as têmporas. - "Perdoe-me Senhor por ser tão mesquinha".

- Tudo bem minha filha? - Perguntou o senhor Henrique surpreendendo-a com o tom carinhoso.

- Sim. Está tudo bem. - Respondeu tímida olhando os homens um de frente para o outro que a encaravam. - Desculpem-me. - O senhor Henrique pegou em sua mão e sorriu.

- Não se preocupe minha querida, compreendemos que você está ansiosa para resolver essa situação e nós aqui falando dos velhos tempos.

- Não se preocupe, está mesmo tudo bem se não fosse a sua nora eu ainda estaria acreditando que meu casamento era real.

- Como assim, o que a Val tem haver com isso? - Perguntou confuso encarando Patrick.

- Imagino que o senhor tenha visto o dossiê que a Jemima tem sobre o marido. - Disse Patrick tranquilo, o senhor Henrique assentiu. - Pois bem, foi a sua nora quem levantou aquele material e pediu que eu guardasse até que Jemima decidisse se divorciar ou se acontecesse algo que pudesse pôr a vida dela em risco.

- Por que será que eu não estou surpreso! - Disse o senhor Henrique orgulhoso sorrindo e mais uma vez Jemima sentiu aquela sensação desagradável de que estava se metendo com pessoas que ela não merecia.

- E então eu posso viajar com o senhor? - Perguntou Patrick sério.

- Você sabe que eu dou conta daquele malandro sozinho.

- Tenho certeza disso, mas acho que nós dois teremos mais chances de enquadra-lo.

- Bom dia. - Cumprimentou o garçom se aproximando.

Patrick pediu seu café da manhã, Jemima ficou ao lado deles ouvindo as histórias que ambos tinham para contar sobre a Valéria, por um momento ela ficou enciumada ao vê que o senhor Henrique realmente amava e admirava a nora que infelizmente morrera tão jovem, triste ela abaixou a cabeça pensando que jamais teria um sogro que a admirasse daquela forma.

Quando concordou com Alex em dizer aos pais que estavam namorando, ela ansiava que os pais de Alex a amassem e a tratassem com amor e admiração, mas nada naquele dia acontecera como pensara.

🚲🚲🚲

Ela acordou mais cedo que o normal dormira mal, preocupada com o Alex, Marcelo esperava por ela quando chegou à noite do Pugmil com os pais e os irmãos, apenas para dizer que o Alex estaria esperando por ela mais cedo na manhã seguinte.

Terminava de se arrumar quando ouviu a campainha quem poderia ser àquela hora da manhã? Ficou estática diante da possibilidade de ser o Alex.

- "Não! O que ele estaria fazendo aqui? E se ele decidiu vir falar com os meus pais?". - Pensou exasperada.

Saiu correndo esbaforida com a mistura de pavor e esperança de que fosse ele, parando apenas na porta escancarando-a sorrindo e abrindo a boca ao dar de cara com a mãe e a irmã de Alex, Ariane estava mais amarela que um açafrão e os olhos vermelhos de choro, um temor sem lógica tomou seu coração e sem perceber fechou a cara.

- Bom dia senhora Andreia, tudo bem Ariane? Você está amarela. - Disse franzindo a testa.

- Bom dia, eu preciso falar com a sua mãe agora. - Respondeu secamente, raramente falava com a mulher à sua frente, mas nas poucas vezes em que falara com ela sempre fora gentil e simpática ao contrário do marido.

- "Seja lá o que está acontecendo é muito grave". - Pensou dando espaço para que elas entrassem.

- Por favor, entrem. Eu vou chamar a minha mãe. - Ela saiu rapidamente, precisava ver o Alex o mais rápido possível, sua intuição lhe dizia que as coisas estavam feias para o lado deles, encontrou a mãe na cozinha.

- Quem era à porta? - Perguntou a mãe coando o café.

- A senhora Andreia e a Ariane... - A mãe olhou-a surpresa derramando o café, resmungou alguma coisa que Jemima não entendeu. - Elas querem falar com a senhora eu termino isso. - Sugeriu.

- O que essa menina aprontou agora? - Perguntou saindo, Jemima terminou de preparar a mesa do café da manhã e foi atrás do irmão mais novo.

- Você já acordado! - Surpreendeu ao entrar porta adentro.

- Bater na porta para quê! - Resmungou mal-humorado.

-A sua namorada e a sua sogra estão falando com a mamãe. - Disse ignorando-o.

- O quê? - Perguntou pulando da cama e andando de um lado para o outro. - Eu estou morto! - Disse chorando sentando à um canto.

- Maninho o que está acontecendo? - Perguntou ajoelhando ao lado dele.

- A minha vida está acabada, foi isso o que aconteceu. - Ouviram uma batida na porta e André entrou no quarto com cara de sono.

- Por que a Ariane e a mãe dela estão trancadas no gabinete do papai com a mamãe? - Perguntou se aproximando dos dois. - E o que você tem? Está doente? - Perguntou ajoelhando-se do outro lado, Pedro olhou de um para o outro e chorou compulsivamente.

- Cuida dele, eu preciso fazer uma coisa.

- Jem não é hora para as suas sumidas misteriosas. - Protestou André.

- Eu te vejo na escola. - Disse saindo.

- Jemima... - Ouviu o irmão gritando antes de sair correndo, pegou sua mochila e bicicleta e pedalou o mais rápido que pôde para o ginásio da escola, precisava ver o Alex e ouvir dele que estava tudo bem.

Ela tornou a sentir seu coração apertado ao vê-lo, de costas para ela parecia distraído, algo na postura dele deixou-a apreensiva timidamente aproximou-se o tocando de leve no braço.

- Alex! - Disse retirando imediatamente a mão ao sentir os músculos ficarem tenso. - Tudo bem? - Perguntou baixo, um mau pressentimento invadindo seu ser, ele virou-se lentamente.

- Não Jemima, não está nada bem! - Respondeu furioso. - Parabéns! Agora você não precisa se preocupar com mais nada sobre nós, os nossos pais jamais deixarão que fiquemos juntos. Parabéns para você Jemima não vou mais ficar no seu pé falando para assumirmos um compromisso, porque isso jamais acontecerá. - As lágrimas molhavam o rosto dele e violentamente ele passou a mão no rosto e sem que conseguisse controlar-se ela começou a chorar também.

- Do que você está falando? Nós combinamos que hoje falaríamos com os nossos pais. - Disse, e a visita da mãe e da irmã dele encheu sua mente fazendo seu coração doer. - O que sua mãe foi fazer lá em casa? - Perguntou sem conseguir respirar direito, em seu íntimo ela sabia que a visita delas tinha algo haver com a atitude dele; ele deu de ombros secando o rosto, olhando-a friamente, temerosa ela deu um passo para trás. - Alex, por favor! - Sussurrou engolindo o choro. - O que aconteceu?

- O seu irmão, aquele crentinho cretino, engravidou a minha irmã foi isso o que aconteceu! - Gritou assustando-a.

- Não, isso... - Começou chorando em pânico. - "A minha vida está acabada". - Dissera o irmão, prostrou-se arrasada chorando compulsivamente, por ela, por Alex e também pelo irmão e pela namorada, Alex abraçou-a chorando também.

- É o fim para nós. - Disse em prantos.

- Não é o fim, nós podemos...

- Não podemos nada Jem, já era, acabou! - Disse friamente levantando-se.

- Não fala assim, por favor! A gente vai encontrar uma saída. - Disse alerta levantando-se. - A gente...

- A gente nada Jemima! Acabou! Você tem ideia do que vai ser da vida da minha irmã a partir de hoje?

- Você só está pensando na sua irmã o que você pensa que vai acontecer com o meu irmão? O meu pai vai mata-lo, nunca aconteceu com a nossa família de um rapaz engravidar uma moça antes do casamento, óbvio que temos várias pessoas que nasceram prematuras, mas os pais estavam casados quando as crianças nasceram.

- Meu pai jamais permitiria que minha irmã se casasse com o seu irmão, nem em mil anos!

- Quer dizer que seu pai prefere ver sua irmã com a reputação na lama do que casada com o meu irmão? - Perguntou ressentida.

- Quero dizer que meu pai prefere mandar minha irmã para o Oiapoque, do que deixa-la casar com ele.

- Claro! A sua família é perfeita, as garotas não engravidam dos namorados, e os garotos não comentem nenhuma estupidez como engravidar a namorada! - Gritou histérica.

- Meus pais vêm de uma família tradicional e sim geralmente as mulheres da minha família são honradas e com certeza a minha irmã foi seduzida pelo seu irmão.

- Meu irmão sempre foi um cavalheiro e respeitador até conhecer a sua irmã! - Gritou e saiu pisando duro.

- Argh! - Esbravejou Alex indo atrás dela. - Por favor, Jem! Vamos conversar.

- Agora não Alex, eu preciso procurar meu irmão. Nós falamos sobre isso depois, agora realmente preciso ver o meu irmão. - Disse ressentida e seguiu andando rápido.

🚲🚲🚲

Os três mosqueteiros como carinhosamente Cassandra os chamava almoçavam em seu restaurante preferido, ficava de frente à clínica o que facilitava bastante para eles, o patrão brincava que eles almoçavam tanto lá que deveriam pensar em se tornar sócios, era bom comer sempre no mesmo lugar já não precisavam mais de cardápio e tinham tratamento diferenciado.

- Vocês não estão sendo justos comigo pela primeira vez em anos tem uma mulher interessada em mim e vocês que são meus melhores amigos estão agindo como se eu estivesse cometendo um pecado capital. - Resmungou Vinícius ressentido.

- Sério isso? - Perguntou Leandro indignado. - A primeira mulher a se interessar por você? Isso desde quando? - Alex pôs a mão no ombro do amigo.

- Acalme-se! Vini não é nenhum pecado você se interessar por alguém, mas se este alguém te afasta de Deus, da sua filha e das pessoas que te amam, é um caso a se pensar. Você sabe que várias outras mulheres se interessaram por você, você que nunca se interessou por nenhuma delas. - Disse Alex calmamente.

- E a única por quem me interessei me fez de capacho. - Disse pesarosamente.

- O quê? - Perguntou Leandro. - Senhor me dê sabedoria porque se o Senhor me dê forças eu quebro a cara dele. - Disse erguendo as mãos, Alex sorriu e bebeu seu suco, Vinícius empurrou Leandro de leve.

- Sem graça, você sabe que eu estou certo, ela sempre fez pouco caso do que sinto por ela, agora ela está toda magoada apenas por que eu não estou mais a disposição dela como eu sempre estive. - Disse magoado.

- Isso não é verdade Vini, ela não faz ideia do que você sente por ela. - Disse Alex. - "Assim como você não faz ideia do que ela sente por você". - Pensou triste.

- Você acredita mesmo que a nossa Cassy que sempre esteve ao nosso lado, independente da encrenca ou dor que fosse a nossa Cassy, carinhosa e atenciosa, seria realmente o tipo de mulher vil e cruel que usaria os sentimentos de um homem por ela sem nenhum escrúpulo? - Perguntou Leandro. - Por que se você pensa isso eu não te reconheço meu irmão e se o que pensa for verdade, então eu não a conheço.

- O Leandro tem razão Vini, como você pode pensar que a Cassy faria pouco caso do que você sente por ela? Depois de tudo o que ela já sofreu!

- Eu sei que ela jamais faria qualquer coisa propositadamente, no entanto ela não fala mais comigo, a Aninha se sente humilhada por ela, porque ela a ignora constantemente e por algum motivo que ela não entende é como se a Cassandra não trabalhasse mais na clínica, misteriosamente a Aninha não nada sobre ela, os clientes não dirigem à ela quando o assunto é a Cassandra, o que está acontecendo?

- Você não sabe mesmo porque a Cassy ignora a "Aninha"? - Retrucou Leandro sarcástico, Alex em silêncio se perguntava em que momento a amiga se tornou 'Cassandra' para o amigo sendo que foi ele quem deu o apelido de Cassy a ela, e a recepcionista se tornara 'Aninha', apertou as têmporas e suspirou tentando manter a calma, já bastava o Leandro estressado, se os dois começassem a agredir o amigo ou à Ana Maria aquela conversa não iria surtir nenhum resultado.

- Ok, eu compreendo que o clima entre as duas está tenso, afinal a Cassandra por muito tempo teve nossa atenção só para ela, dividir a atenção com outra mulher não deve estar sendo fácil para ela, mas fazer com que a outra se sinta inútil no próprio trabalho e horrível e desumano.

- Eu não acredito no que estou ouvindo. - Retrucou Leandro frustrado, Alex pegou no braço do amigo.

- Vini fomos nós, eu e o Leandro que pedimos aos produtores que falassem direto com a Cassy, não queríamos que acontecesse outro mal entendido como o de algumas manhãs atrás... - Começou Alex calando frustrado quando Vinícius ergueu a mão interrompendo-o.

- Aquilo foi um desagradável incidente e vocês a tornaram na vilã quando não deram a ela a chance de se redimir. - Retrucou violentamente, os outros dois entreolharam-se surpresos.

- Vini aquele episódio não foi o primeiro e se não tivéssemos tomado essa decisão não teria sido o último. - Disse Alex puxando o braço de Leandro que tentou se levantar. - Ouça bem Vinícius, - O amigo o encarou surpreso. - É a primeira e a última vez que vamos falar contigo sobre isso, entendemos que você esteja encantado pela Ana Maria, mas você não é mais nenhum adolescente que não consiga pensar por si mesmo e perceber que está sendo manipulado por uma mulher... - Foi a vez de Alex erguer a mão quando o amigo abriu a boca. - Por favor! Uma mulher que te coloca contra a mulher que você aprendeu a amar em silêncio depois de uma separação dolorosa, contra a sua filha que é a sua vida neste mundo, e o mais importante te faz deixar de cumprir com os seus compromissos com a Obra de Deus, não pode ser a mulher que Deus está preparando para você.

- Nós quatro temos sido a família um do outro nos últimos anos e você está colocando tudo a perder porque está todo apaixonado! - Esbravejou Leandro.

- Não sou obrigado a ficar o tempo todo com vocês, eu tenho uma vida e não tenho culpa se vocês não tem. - Disse se levantando, Leandro levantou-se furioso.

- Ótimo! Só não se esqueça de que nós não temos vida, mas a sua filha tem e espero que quando você cair na real não seja tarde para você participar da vida dela. - Crispou os dentes e saiu derrubando a cadeira, Alex levantou-a esperando que o outro também saísse pisando duro, mas este sentou franzindo a testa.

- Afinal qual é o problema com a Isabella? Ontem você me deu o maior sermão sobre ela, agora o Leandro só falta a Cassandra.

- E pelo visto você não falou com ela. - Afirmou entristecido.

- Não. Eu tinha combinado de sair com a Aninha e quando eu voltei para casa ela havia voltado para a casa da mãe, não me olhe assim, - Disse diante do olhar acusador do amigo. - Eu liguei para ela, ela que não quis falar comigo.

- Tudo bem Vinícius, falamos tudo o que acreditávamos que deveríamos te falar por sermos seus amigos, você tem razão, não é culpa sua se não temos uma vida e graças a Deus você tem. - Pediu a conta. - E não se preocupe que não voltaremos a esse assunto e quanto à Cassy ela não vai te dizer uma palavra.

- Alex eu não quis ofendê-los, eu só... - Passou as mãos na cabeça. - Eu nem sei por que eu disse tamanha estupidez.

- Você está encantado pela Ana Maria, ela fez com que você se distanciasse da Cassy, fez com que você deixasse de lado a culpa por amar sua melhor amiga e por pensar que talvez, a sua ex-mulher estivesse certa e de que você tenha se apaixonado por ela ainda casado, ela conseguiu com que você pensasse que talvez você não amasse a Cassy e tudo o que você pensava sentir por ela fosse apenas transferência do que a Tereza passou anos enfiando na sua cabeça.

- Como você sabe disso? - Perguntou surpreso.

- Eu te conheço, sei de todas as suas dúvidas e medos, sei o quanto você reprime o que sente pela Cassy e porque faz isso. - Disse suspirando. - Nós só queremos que você seja feliz e você jamais será se afastando de Deus e mantendo sua filha longe de você.

- Eu sei que você tem razão, desculpe-me por esses dias, têm sido difíceis e confusos e parece que eu não tenho tido muita sabedoria, não é verdade? - Os dois saíram do restaurante.

- Não sei se eu faria diferente, assim como você minha experiência com as mulheres é mínima. - Disse sorrindo.

- Será que é por isso que eu não estou dando uma dentro, por que casei com minha primeira namorada e depois disso me apaixonei pela minha melhor amiga e nunca tive coragem de confessar?

Os dois atravessaram a rua sorrindo e entraram na clínica ainda sorrindo parando surpresos ao ouvir um choro baixo, em um canto encolhida estava Ana Maria chorando.

- Aninha! - Exclamou Vinícius abaixando ao seu lado, Alex olhou ao redor sentindo um mau pressentimento, alguma coisa lhe incomodava naquela cena, mas não conseguia identificar o que era a fúria na voz do amigo o fez voltar a atenção aos dois e surpreso arregalou os olhos, o lado esquerdo da mulher estava avermelhado.

- Meu Deus! Você bateu o rosto aonde? - Perguntou Alex se aproximando tentando toca-la no rosto, ela afastou-se violentamente.

- Não onde, quem! - Respondeu ela chorosa entredentes, os dois entreolharam-se confusos. - A Cassandra me deu um murro.

- O quê? - Perguntaram os dois surpresos.

- Cadê a Cassy? - Perguntou Alex aflito, indo em direção à sala da amiga.

- Ela saiu. - Respondeu chorando Alex se voltou para ela exasperado. - Foi horrível meu amor. - Concluiu abraçando Vinícius que estava branco feito papel, em choque ele ficou lá estático com a mulher pendurada em seu pescoço.

Frustrado Alex foi atrás do Leandro tentando ligar para Cassandra, mas o telefone dela estava fora de área, guardou o celular apreensivo, precisava encontra-la antes de Vinícius.

- "Misericórdia Cassy o que você fez?". - Pensou confuso, duvidava que a amiga tivesse batido na outra, mas como explicar o hematoma no rosto? Alguma coisa não estava se encaixando nessa história, bateu na porta da sala do Leandro que não respondeu frustrado abriu-a e ele olhava vidrado um papel em sua mão. - Cara o mundo caindo lá fora e você aí sentado admirando sei lá o quê!

Em silêncio Leandro levantou-se e entregou-lhe o papel que tanto admirava e foi até a janela, Alex ficou pálido ao se deparar com uma carta de demissão de Cassandra.

- Afinal o que aconteceu aqui? - Perguntou se aproximando, Leandro apenas sacudiu a cabeça em negativa.

- Não faço ideia! Encontrei a Cassy na saída chorando, mas não quis me dizer o que era disse apenas que depois falava e que havia algo para mim na minha mesa. - Concluiu apontando a mão para a carta nas mãos do Alex.

- O que pode ter acontecido de tão grave para que ela agredisse a Ana Maria? - Perguntou pensativo.

- Oi! - Alex não teve tempo de pensar na surpresa na voz do amigo, Vinícius entrou igual a um foguete na sala.

- Liga imediatamente para o Hélder e diga que precisamos dele aqui ainda hoje. - Exigiu furiosamente.

- E porque eu deveria ligar para o Hélder? O que está acontecendo? - Perguntou confuso encarando os amigos.

- A Ana Maria foi agredida por uma colega e nós vamos fazer uma queixa formal contra ela. - Seus olhos dilatados denunciavam a fúria que ele tentava reprimir.

- Como que é? - Perguntaram os dois amigos entreolhando-se, Leandro respirou profundamente.

- Acalme-se Vini. - Pediu Leandro. - Do que você está falando? Agressão, denúncia? Não estou entendendo! - Vinícius olhou-o furioso e confuso ele deu de ombros encarando Alex pedindo ajuda com o olhar.

- Você não falou com a Ana Maria quando chegou? - Perguntou Vinícius Chocado. - Não viu a situação em que ela se encontra?

Alex estranhou a reação confusa do amigo, como ele não vira o rosto da recepcionista? Mesmo não gostando dela, ele não era do tipo de homem que entrava ou saia de um ambiente sem cumprimentar quem estivesse nele e geralmente ele gostava de olhar nos olhos das pessoas quando falava com elas, era uma característica dela que algumas pessoas admiravam e outras detestavam.

- Sim eu falei com ela, perguntei o que havia acontecido entre ela e a Cassy e ela saiu correndo chorando para o banheiro e desde que eu entrei aqui eu não a vi mais, e se quer saber o estado dela estava melhor que o da Cassy. - Concluiu sarcástico.

- Sério? E você não viu aquele hematoma horroroso no rosto dela? - Perguntou Vinícius também sarcástico, era impossível ter olhado no rosto dela e não vê aquele hematoma naquela pele branca como a neve, confuso Leandro olhou de um para o outro.

- Não sei do que vocês estão falando! Ela não tinha nenhum hematoma quando eu cheguei. - Vinícius saiu apressadamente e voltou com Ana Maria puxando-a pela mão.

- Como você me explica não ter visto isso? - Perguntou agressivamente. - Ou você chama o Hélder agora ou eu vou chama-lo e ele encontrará a minha carta de demissão junto com a da Ana Maria. - Retrucou.

- Eu não vi nenhum hematoma no rosto dela, porque ela não tinha nenhum quando eu cheguei...

- E como você explica isso? - Interrompeu Vinícius irritado.

- Eu não tenho que explicar nada! Quem tem que explicar alguma coisa aqui é ela, estou dizendo que ela não tinha nada quando eu cheguei, a Cassy estava muito mais destruída do que ela. - Alterou-se cruzando os braços.

- Eu disse que os seus amigos iriam ficar do lado dela, não importa qual prova substancial eu tenha é nela que eles acreditarão e farão qualquer coisa para que eu fique desacreditada. - Disse em prantos com a mão esquerda no rosto avermelhado e finalmente um estalo na cabeça do Alex o fez compreender o que estava errado, o que tanto o incomodava e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa Leandro disse irônico.

- Ana Maria e como foi mesmo que a Cassy lhe acertou um gancho de direita? - Perguntou erguendo a sobrancelha, Alex apenas encostou-se a parede sentindo-se um tolo por não ter se atentado logo para este detalhe e Vinícius encarou-a como se a estivesse vendo pela primeira vez.

- Ele tem razão Ana Maria, como foi isso? Se ela é canhota e tem dificuldades em fazer qualquer coisa com a mão direita. - Disse Vinícius desolado.

- E eu que vou saber? - Perguntou voltando a chorar. - Ela deve ter feito isso de caso pensado para que vocês duvidassem de mim, principalmente você, - Ela apontou o dedo acusadoramente para Vinícius. - E pelo visto deu muito certo. - Disse e saiu pisando duro.

- Eu vou ligar para o Hélder, - disse Leandro cansado - E se você disse sério quanto a sua carta de demissão pode coloca-la junto com a da Cassy sobre a minha mesa. - Desgastado saiu porta a fora.

- Como assim a Cassy pediu demissão? - Perguntou aflito indo à mesa do amigo.

Continua...

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