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05 - A Bondade e a Misericórdia me seguirão.

Totalmente recuperada da agressão sofrida pelo marido, Jemima voltou pela primeira vez à casa onde vivera com aquele que deveria ama-la e protegê-la, no entanto, se tornara seu inimigo e carrasco.

Ela não fazia ideia do que fazer dali em diante, ela só sabia de duas coisas que queria se divorciar o mais rápido possível e se livrar daquela casa e de todas as lembranças que ela lhe trazia.

Respirando profundamente saiu do carro, trancou e destrancou inúmeras vezes o portão pequeno e nervosa desistiu de entrar e voltou para o carro, não seria dessa vez que ela entraria ali e decidiria o que fazer, talvez deixasse que ele fizesse o que quisesse quando resolvesse voltar, porque ela sabia que ele iria voltar e não demoraria, cruzou os braços sentindo calafrios.

- Senhora Jemima? - Ela parou estática em pânico ao ouvir seu nome, não conhecia aquela voz, aliás, não conhecia ninguém que falava com sotaque. - Desculpe-me assusta-la! Não era essa a minha intenção.

Devagar ela virou-se para a voz em questão. Um homem ruivo, alto, atlético com um olhar perturbador a encarava, inconscientemente ela apertou os braços ao redor do próprio corpo como se pudesse se proteger.

- Por favor! Não tenha medo, eu sou Patrick Campbell e gostaria de falar com a senhora.

- Eu não o conheço. - Disse apavorada. - "Meu Deus! Quando que eu me tornei nessa pessoa patética e assustada?". - Pensou irritada.

- Eu sou... - Pigarreou. - Quero dizer, eu era amigo da Valéria, e estou aqui a pedido dela, podemos conversar em um lugar onde tenha mais movimentos, mas que não nos impeça de nos ouvirmos e a senhora se sinta mais tranquila? - Disse se aproximando devagar, ela deu um passo para trás.

- Valéria? Que Valéria? - Perguntou desconfiada, ele ergueu as mãos.

- Valéria, policial civil, esposa do Alex falecida há três anos...

- Tá! Tá! Entendi. Por que cargas d'água, ela pediu que você me procurasse, e como você mesmo disse já se passaram três anos desde a morte dela, por que agora?

- Podemos sentar em algum lugar? O assunto é delicado para conversamos no meio da rua. - Ela olhou ao redor e na verdade eles já estavam chamando atenção, as pessoas os encaravam com interesse, envergonhada ela assentiu.

- O senhor está de carro? - Ele assentiu. - Então me siga, por favor! - Ele inclinou a cabeça em uma reverência. - "De onde saiu essa pessoa? Acho que não conheço nenhuma mulher ruiva natural, imagine um homem?" - Pensou intrigada.

Ela dirigiu até a panificadora do irmão tentando manter a calma, tentando imaginar o que a falecida esposa do Alex queria com ela depois de morta e quem era aquele cara? Qual seria a relação dele com a Valéria? O mais estranho e assustador era, por que a Valéria iria pedir que aquele cara a procurasse!

Tornando a olhar pelo retrovisor percebeu que ele ainda a seguia, frustrada pensou em ligar para o Alex e perguntar se ele conhecia alguém chamado Patrick, então se recordou que não tinha o número do telefone dele, e ainda que tivesse iria dizer o quê? Que a finada mandara este homem atrás dela?

Os dois entraram juntos na praça de alimentação, o cheiro de pão assando a fez se lembrar de que desde o almoço do dia anterior que não comia nada, tomara apenas uma xicara de café puro antes de sair de casa naquela manhã, e ficara mais tempo que o necessário olhando a fachada da própria casa para no fim nem entrar, suspirou indignada, se tornara em uma pessoa assustada e covarde. Ela escolheu uma mesa e se dirigiu até ela sendo seguida de perto pelo gringo.

- Você é de onde? - Perguntou quando ele gentilmente puxou a cadeira para ela se sentar, ele sorriu sentando de frente para ela.

- Nova York. - Respondeu casualmente, como se fosse a coisa mais natural do mundo se encontrar com um ruivo nova-iorquino em Paraíso, Jemima sorriu do absurdo da situação.

Felipe veio pessoalmente atendê-los, olhou interrogativamente para a irmã que apenas deu de ombros, tão confusa quanto ele, eles fizeram o pedido e com o olhar ele garantiu à irmã que ficaria de olho deixando-a mais aliviada, assim ela concentrou toda a sua atenção no homem à sua frente.

- E então? Quem é você e por que a Valéria pediu que você me procurasse tanto tempo depois de sua morte? - Perguntou desconfiada, ele encostou-se ao encosto da cadeira displicentemente e disse sério.

- Sou Patrick Campbell, agente da Interpol, e amigo da Valéria, e quanto ao tempo em que eu deveria procura-la isso dependeria da sua decisão de se divorciar, no mês de dezembro você manifestou o desejo de fazê-lo, mas depois não tocou mais no assunto, e eu havia prometido que esperaria você tomar a decisão, e sinto muito por não ter vindo em dezembro. - Disse pesaroso olhando para os lados. - Infelizmente quando você foi agredida eu estava em uma missão e não foi possível vir, desculpe-me por isso também. - Felipe trouxe o pedido e ambos pareciam está famintos, pois devoraram tudo em silêncio, mas a cabeça de Jemima fervilhava de curiosidade.

- Não consigo entender o que o senhor ou a Valéria têm haver com a minha decisão de me divorciar. - Disse ainda desconfiada. - E como o senhor sabe que em dezembro eu falei de divórcio, ou que eu fui agredida recentemente?

- Eu vou responder a todas as perguntas, vamos começar do início. Ela procurou por você há quatro anos, não procurou? - Perguntou encarando-a, ela assentiu encarando-o também.

- E? - Perguntou intrigada. - Isso não responde a nenhuma das minhas perguntas.

- Patrick? - Os dois olharam na direção da voz.

- Mariana! - Exclamou surpreso, levantando-se e abraçando a moça.

Jemima franziu a testa, já vira aquela moça, ela havia comprado o consultório da ex-noiva do Adriano, mas não sabia muito sobre ela, todas as vezes que Jemima a vira parecia que ela estava de mau humor, o que não foi o caso nessa manhã, a moça estava com um sorriso radiante e iluminado.

- O que você faz aqui? - Os dois perguntaram juntos caindo na risada.

- Está a trabalho? - Ela perguntou, finalmente olhando na direção de Jemima. - Bom dia.

- Bom dia. - Respondeu curiosa. - Por favor, sente-se. - A moça olhou interrogativamente para Patrick que assentiu sério, ela sentou e no mesmo instante Felipe apareceu ao lado dela.

- Bom dia Mariana o de sempre? - Perguntou sorrindo. - Hoje não é o dia do Adriano? - Perguntou franzindo a testa.

- Bom dia Felipe, sim o de sempre, por favor! E sim era o dia dele, mas ele teve um probleminha no consultório. - Foi a vez de Jemima olhar curiosa para o irmão, que apenas deu de ombros sorrindo, e assentindo para a moça foi buscar o pedido. - Estou morando aqui, e você o que faz aqui? - Ela disse encarando Patrick.

- Estou cumprindo com a última promessa que eu fiz a Val. - Respondeu nostálgico.

- A ex-cunhada do Artur? - Perguntou interessada, instigando ainda mais a curiosidade de Jemima, ele assentiu. - Ele e a gangue sabem que você está aqui?

- Sim, chegamos ontem. A Michelle ficou lá paparicando o pequeno Asafe. - Disse sorrindo.

- E quem não paparica o nosso pequeno prodígio? - Perguntou também sorrindo. - Vocês vão ficar alguns dias? Gostaria de vê-la.

- Ficaremos até a semana que vem.

- Ótimo! Vou pra lá no fim de semana. - Felipe trouxe o pedido da moça para viagem, por um momento Jemima pensara que ela iria tomar o café ali com eles, mas ela se despediu sorridente e a atenção do homem à sua frente se voltou novamente para ela.

- Você disse que é de Nova York, mais fala português fluentemente e pelo que eu compreendi é conhecido de alguns brasileiros! - Comentou sarcástica, ele sorriu pedindo mais café.

- Meu cunhado mora no Brasil há doze anos, então conheço sim algumas pessoas. E a quase seis anos ele e alguns amigos tiveram problemas com o padrasto pedófilo de uma das crianças da escola onde eles trabalham, e a Claudia, na época, colega do meu cunhado e irmã da Mariana, era muito parecida com a mãe do homem em questão, o que nos trouxe alguns problemas, - disse franzindo a testa - enfim, foi nessa ocasião que eu conheci a Valéria e nos tornamos amigos. - Disse saudoso sacudindo a cabeça Jemima tentou colocar os pensamentos em ordem sacudindo forte a cabeça.

- Você falava alguma coisa sobre quando a Valéria me procurou há quatro anos... - Gesticulou confusa, não estava entendendo nada do que ele estava falando.

- Quando a Val te viu pela primeira vez, ela começou a investigar o seu marido. - Ele abriu uma pasta e tirou um envelope e um pen drive entregando-os a ela. - E no dia em que ela te procurou me mandou este material, e depois que eu os recebi eu comecei a... - Ele mordeu o lábio, franziu a testa, inclinou a cabeça, e ela apenas o encarava esperando pela confissão de que ele a espionava. - Acho que não existe uma maneira delicada de te dizer que eu espionava você, por isso eu sabia da sua decisão de se divorciar e da agressão recente. Por que você não manteve a decisão do divórcio no mês de dezembro?

Jemima encarava aquele envelope à sua frente com o coração quase saindo pela boca, ela não sabia o que exatamente a estava deixando tão nervosa, se as possíveis revelações sobre o seu ainda marido, ou o fato de que a Valéria havia juntado aquele material para ela, fosse o que fosse esse material, ou o ruivo bonitão que estava admitindo que estivesse espionando-a, ela franziu o cenho, pensando bem o conjunto da obra era assustador.

- Por que ela se daria ao trabalho de investigar o meu marido? Só nos vimos duas vezes na vida, e por que ela entregou tudo isso a você? Ela esteve comigo por que não me entregou logo? E por que raios você estava me espionando? - Perguntou confusa e desconfiada, Patrick a encarou triste e envergonhado.

- Primeiro eu quero me desculpar por ter espionado você, mas era o único meio de eu saber quando você decidiria se divorciar.

- Como você poderia ter tanta certeza de que eu iria me divorciar? - Perguntou em um misto de raiva e indignação.

- Na verdade não sabia, mas admito eu estava na torcida. - Ele se mexeu inquieto, e o garçom trouxe mais café. - Não sei o que você sabe sobre a Valéria, mas ela era contra qualquer tipo de abuso físico ou psicológico, não importava se houvesse ou não alguma chance dela ajudar uma mulher a se livrar de um companheiro abusivo, ela tentaria ajudar, não sei qual o problema real entre vocês duas, mas ela não agiu com o seu caso como teria agido com qualquer outra mulher, eu tenho certeza que se você tivesse acesso a essas informações antes você já teria se divorciado há tempos! Eu perguntei a ela qual era o problema, por que eu precisava esperar você tomar essa decisão, sendo que eu tinha em mãos o motivo para você tomar a decisão, mas ela desconversou e disse que essa teria que ser uma decisão sua, sem a nossa interferência.

- Eu ainda não disse a ninguém que vou me divorciar, e respondendo à sua pergunta, eu não mantive a ideia do divórcio porque ele me deixou algum tempo sozinha e eu fiquei pensando, pensando, e quando ele voltou estava tão carinhoso e atencioso quanto era quando nos casamos e eu fui procrastinando. - Disse envergonhada, ele engoliu seco.

- E isso quase te matou. - Sussurrou, ela olhou para o outro lado e fingiu não ouvi-lo mesmo sabendo que ele estava certo. - Eu só poderia interferir se ele fizesse algo muito grave que colocasse a sua vida em perigo, como acabou acontecendo, neste caso eu poderia te entregar este material.

- Você parece muito seguro da minha decisão depois que eu ver este material. - Alternava o olhar entre ele e o envelope, extremamente curiosa para saber o seu conteúdo, no entanto apavorada!

- Eu também fiz minhas próprias investigações, a primeira informação que eu recebi sobre você foi que você ajudava outras mulheres que sofriam violência doméstica, como isso era possível?

- E o que mais você conseguiu descobrir? - Perguntou sarcástica ignorando-o.

- Na verdade pouca coisa, eu deixei de lado a investigação, percebi que o motivo para você se castigar dessa forma, era exatamente o que o Val não quis me contar, e se ela não me contou, era porque o segredo não era dela, e apesar de vocês terem se visto apenas duas vezes eu sei que há uma ligação entre vocês, não sei o conteúdo do envelope, ela só me deu autorização para ver o pen drive, o que me faz acreditar que está aí dentro o segredo que ela não quis me contar.

- Talvez eu tenha feito algo imperdoável, e eu mereça tudo pelo que eu passei e ainda estou passando. - Lamentou.

- Não importa o quão grave você pensa que é o que você fez, ela te perdoou, e eu sinto muito por não ter te trazido isso em dezembro, perdoe-me, se o pior tivesse te acontecido eu nem sei o que eu faria. - Disse passando as mãos na cabeça, ela sorriu triste, um desconhecido estava se sensibilizando pela dor que o homem que prometera diante de um pastor cuidar dela estava lhe provocando.

- Nada do que me aconteceu é sua culpa, e você tem razão eu deveria ter permanecido firme quanto ao divórcio. E você levou a sério a promessa de me entregar esse envelope, seja lá o que isso represente. - Disse tranquila.

- Impossível não cumprir com a última vontade de alguém que só queria ver a justiça sendo feita, e espero sinceramente que esse material seja o suficiente para você se ver livre dele para sempre. - Disse mais uma vez nostálgico, de repente parecendo cansado.

- A Valéria parecia ser muito especial! - Comentou curiosa, nunca tivera curiosidade em saber nada sobre a esposa do Alex, mas depois de falar sobre ela com a cunhada, ficou um pouco curiosa para saber mais da mulher que o conquistou, mas ficara envergonhada de perguntar à Ariane.

- E era mesmo. Quando ela descobriu que estava doente todos nós fizemos o possível para que ela se tratasse, mas ela foi categórica ao dizer que iria pôr a casa dela em ordem, que Deus estava dando a ela a chance de consertar as coisas.

- Eu não sabia que ela estava doente quando ela veio à minha casa, quando eu soube de sua morte não fiquei sabendo dos detalhes, eu sinto muito. - Disse sentindo um nó na garganta.

- Você poderia me falar o que a trouxe até você em um momento em que ela estava organizando a casa dela? - Perguntou interessado.

- A Mariana disse alguma coisa sobre ela ser ex-cunhada do Artur, quem é Artur? - Perguntou com um meio sorriso, ele também deu um meio sorriso.

- Artur é amigo do meu cunhado e irmão do Rafael ex-noivo da Val.

- "Então ela também tinha alguém!" - Pensou triste. - Você não era próximo do marido dela. - Afirmou tensa.

- Não. Eu vi o Alex em três ocasiões, e a terceira foi no velório dela.

- Entendo! - Disse passando a mão pelo envelope. - Ela me procurou, para me explicar em que condições eles casaram, porque quando eles se conheceram eu namorava o Alex. - Ele olhou fixamente para ela de uma maneira que parecia vê sua alma, ela tentou desviar o olhar, mas como que hipnotizada não conseguiu deixar de encara-lo.

- E você acredita que merece ser castigada pelo seu marido porque não consegue ama-lo com a mesma intensidade que ama ou amou a outro homem.

Ela abaixou a cabeça, e sem conseguir conter, as lágrimas romperam, ela nunca conseguiu colocar as coisas daquela forma, mas sabia que era exatamente assim que se sentia.

Bruno nunca foi um exemplo de marido carinhoso e gentil, pelo contrário em menos de um ano de casamento ele era frio e grosseiro, não a machucava gravemente, mas hora ou outra, apertava seu braço mais forte que o necessário, puxava seu cabelo para que ela virasse em sua direção, falava de maneira que a deixava mal, mas sempre com um pedido de desculpas em seguida e dias calorosos e amorosos de bônus.

- Perdoe-me! Eu não queria que você ficasse assim, por favor! - Pediu exasperado pegando em sua mão.

- O que houve? - Felipe aproximou-se passando a mão na cabeça da irmã que chorou ainda mais. - Jemima? - Chamou abraçando-a. - O que você fez com ela? - Perguntou irritado.

- Eu sinto muito... - Começou Patrick.

- Vocês estão chamando a atenção das pessoas. - Carol tocou no ombro do esposo. - Querido, por favor, vai para o escritório com os dois, antes que a família inteira apareça por aqui.

Com essas palavras da cunhada, Jemima saiu do estado de torpor em que se encontrava, controlando as lágrimas o quanto pôde ela conseguiu se afastar do irmão, pediu licença e foi ao banheiro, ela estava horrível lavou o rosto e suspirando profundamente voltou à mesa.

- Desculpe-me pelo vexame. - Pediu sentando, o irmão e a cunhada encaravam-na do balcão, ela se resolveria com eles depois. - Geralmente eu não sou tão sentimental, não sei o que houve comigo, lamento de verdade!

- Não se preocupe! Eu falei demais, perdoe-me, eu deveria manter a língua quieta na boca. - Disse constrangido.

- Você disse apenas a verdade, a questão é que eu nunca admiti isso nem para mim mesma, e ouvi-lo falar tão nitidamente aquilo que eu morro de vergonha de assumir, foi como um murro no estômago, eu sinto muito.

- Você sabe que Deus pode te libertar de quaisquer sentimentos depreciativos, e que infelizmente existem casamentos que não agradam a Deus, não sabe? - Ela assentiu não confiando na própria voz.

- Você pode me contar sobre esse caso em que você e a Valéria se conheceram? - Pediu mudando de assunto ao ver Felipe vindo em sua direção, ele sorriu assentindo.

- O Mike e o Artur não sabiam como ajudar o menino Gui, então o Mike, meu cunhado, me ligou, e o Artur ligou para Val, e quando descobrimos o quão perigoso era o cara que eles estavam tentando pegar, voamos os dois para Palmas levando reforços, a nossa intenção era colocar um pouco de juízo na cabeça daqueles dois, mas claro que não foi bem isso o que aconteceu...

Os dois ficaram horas conversando, ele era uma pessoa interessante e os amigos e familiares ainda mais interessantes, ela ficou surpresa quando ouviu o nome da escola onde ele conhecera Valéria, pois era onde os sobrinhos filhos de seu irmão mais velho estudavam, despediram-se com a promessa de que ele traria a esposa para ela conhecer.

Naquela noite, Jemima olhava as estrelas ainda com o envelope intacto nas mãos, não parava de pensar na mulher corajosa que Valéria fora, estranho, mais era a primeira vez que pensava nela sem sentir inveja ou ciúmes.

Por anos pensara em como teria sido a sua vida se ela e Alex tivessem assumido que se amavam e se queriam desde o princípio, ou se Valéria não tivesse cruzado o caminho do Alex.

A proibição dos pais de ambos para que os filhos ficassem longe uns dos outros não deu muito certo, o pastor Gustavo e o senhor Henrique devem ter perdido alguns fios de cabelos se perguntando o que eles haviam feito de errado naquele ano para que os filhos sempre tão obedientes se rebelassem daquela maneira.

Felipe e Adriano se tornaram melhores amigos, Jemima e Alex onde um estivesse poderia procurar pelo outro que estava lá também, e quando Adriana e Ariane começaram a ir a todos os cultos ninguém jamais imaginou que o caçula do pastor Gustavo fosse mais corajoso do que a irmã mais velha.

🚲🚲🚲

Jemima acordou com os gritos do pai, sábado era o único dia da semana que eles podiam dormir até um pouco mais tarde, furiosamente ela cobriu a cabeça com o travesseiro, mas não adiantou os gritos do pai parecia ser ao seu lado.

- Eu vou te dar uma surra seu moleque! - Ela tirou o travesseiro da cabeça pulando da cama, o pai era muito severo, mas tinha muito cuidado com as palavras, ele dizia que bastava uma palavra para lançar uma maldição, e muito tempo de jejum e oração para quebra-la.

Ela parou estarrecida, uma cena digna de Shakespeare se desenrolava na sala, o pai batia no filho mais novo, os irmãos choravam e a mãe tentava manter os filhos mais velhos longe do pai.

- Mamãe! - Choramingou Jemima, abraçando-a. - Faça-o parar!

- Não posso me meter filha! - Respondeu arrasada, finalmente o pai empurrou o filho na direção dos outros, Jemima e os irmãos correram para cima de Pedro.

- Sabe quando que você vai namorar aquela menina? Nunca! - Esbravejou o pai, Pedro passou as mãos no rosto para limpar as lágrimas.

- Eu vou me casar com ela! - Disse audaciosamente, o pastor levantou o cinto e fora na direção do filho, os quatro irmãos se puseram na frente.

- Saiam os quatro da frente, ou vai sobrar para vocês também. - Disse irritado, André se aproximou do pai e sussurrou.

- Não vai ser assim que o senhor vai convencê-lo a se afastar dela. - O pai fungou.

- A partir de hoje, você vai para a escola com o André e o João. - Retrucou com o dedo na cara do Pedro. - E quanto a vocês dois, vocês ficarão de olho nele enquanto ele não estiver ao alcance das minhas vistas em casa, estamos entendidos?

- Papai! - Resmungaram os dois.

- Eu não quero saber de nada! Basta que eu disse para vocês ficarem longe dessa gente e olha o que aconteceu! - Disse irado.

- Papai, ela é a minha prometida. Deus a preparou para mim. Eu lamento que o senhor não a aprove, mas ela é meu presente de Deus.

Jemima se encolheu em um canto tomada pelo pânico, se o pai estava furioso com o filho mais novo daquela maneira sendo ele o filho preferido, imagine o que ele faria com ela se descobrisse o que ela sentia pelo Alex? Se bem que os dois eram apenas amigos e não tinham nada um com o outro, mas se fosse sincera consigo ela sabia que gostaria que fossem mais que amigos.

- Pastor venha aqui um minutinho, por favor! - Pediu a mãe carinhosamente pegando no braço dele.

Ele olhou furiosamente para cada um dos filhos e seguiu a esposa, desnorteada ela saiu porta afora sem que ninguém a visse, na rua não sabia o que fazer com ambas as mãos na cabeça ela andava de um lado para o outro, assustou-se com Marcelo amigo do Pedro quase a acertando com o skate quando ele jogou para cima para pegar no alto, ele era fera no skate!

- Você sabia não sabia? - Perguntou empurrando-o.

- Sabia do quê? - Perguntou se fazendo de sonso, ela fungou.

- Não estou com paciência para você. - Disse voltando a andar de um lado para o outro. - Marcelo faz um favor para mim? - Perguntou apertando o braço dele.

- Faço, mas me diz uma coisa por acaso o seu pai sabe que você está aqui fora de pijama? - Perguntou sorrindo.

- Eu já vou entrar. Você pode dar um recado para o Alex?

- Posso, mas você sabe que estaremos os dois encrencados se o seu pai descobrir, não sabe?

- Sim eu sei! Você diz para ele me encontrar no lugar de sempre daqui a meia hora.

- Meia hora? Esse lugar é tão longe assim? - Perguntou divertido.

- Não Marcelo, não é longe! A questão é que do jeito que as coisas estão aqui eu não consigo sair mais cedo, diz a ele que talvez eu me atrase um pouco se isso acontecer é para ele me esperar.

- As coisas na casa dele não devem estar muito diferentes da sua. - Disse como quem não quer nada.

- Eu sabia que você sabia! - Respondeu triunfante.

- Acho melhor você entrar se o tio Gustavo te pega aqui fora de pijama, tenho certeza que o Pedro não será o único prisioneiro eterno do pastor. - Disse colocando o skate no chão pulando nele fez uma continência, ele sorriu se afastando dela que entrou correndo em casa, bem no momento em o pai a chamava.

- Oi papai! - Respondeu ao lado de Felipe.

- Sentem-se! Já que o don Juan aqui acha que pode me enfrentar, vamos ver até onde isso vai nos levar. - Eles sentaram em silêncio.

Continua...

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