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04 - Ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

Ser adolescente é uma fase interessante e desgastante. A vida do adolescente é fácil, até ele ou ela perceber que o que lhe incentiva a ir à escola não é mais aquele professor ou professora que ele ou ela ansiava para ver todos os dias, de repente para o menino mais importante do que jogar futebol é que aquela menina linda que na verdade nem sabe que ele existe veja o gol que ele fez; a menina não quer mais ir de trança para a escola porque o penteado a deixa sem graça e ela quer que aquele garoto lindo e atlético veja o quanto o cabelo dela é lindo.

O adolescente percebe que a sua vida está mudando mais que o seu corpo quando a opinião dos outros passa a ser mais importante que a sua, tudo fica estranho e desproporcional.

Para Jemima a adolescência durou mais do que para as outras garotas, sendo a única menina de cinco filhos ela não se iludia facilmente com a beleza masculina ou com o papo sem graça da maioria deles, e era tanta pressão no fato de ser filha de pastor que ela acostumou-se a ficar quieta e silenciosa em seu canto apenas observando, isso claro desde que ninguém mexesse com ela ou com os irmãos, tendo dois irmãos mais velhos que a defendiam ela acreditava que era obrigação dela defender os dois mais novos, e ela levava muito a sério o papel de irmã mais velha que defendia os mais novos.

Quando finalmente faltando poucos meses para o seu aniversário de dezesseis anos, ela se viu pela primeira vez em uma situação em que não queria ser a que defendia, e ficou furiosa consigo mesma e com aquele que a deixou tão fragilizada que fez com que ela levasse pela primeira vez em sua vida um soco na cara.

Ela fechou os olhos para impedir as lágrimas, pelo menos tentou fecha-los, pois o inchaço não permitia que ela os fechasse exatamente, e para castiga-la ainda mais as lembranças invadiram sua mente ferindo lhe mais que os ferimentos físicos naquele momento, lembranças de coisas que não voltam mais ou de sonhos que se tornaram pesadelos, e destroem mais que os socos de quem deveria te fazer sonhar.

🚲🚲🚲

Todo fim de tarde das terças e quintas-feiras os garotos e as garotas da rua se reuniam para jogar bets em frente à casa do pastor Gustavo pai de Jemima, ela era a única garota que jogava, as outras torciam pelo seu garoto preferido e zombavam dela, mas ela não se importava com nada disso, os garotos competiam entre si para ser seu parceiro porque a dupla dela nunca perdia e para ela isso era o que realmente importava.

Ela nunca entendeu essa implicância de ruas, os garotos da rua de baixo que não se dá com os garotos da rua de cima, os da esquerda que não gosta dos da direita, ela realmente nunca conseguiu entender essa situação que vez ou outra acontecia na rua enquanto eles jogavam, e os filhos do pastor Gustavo jamais deveriam se envolver com discussões bobas ou brigas com os meninos de qualquer que fosse a rua, mesmo eles sendo chamados de covardes e de outros palavrões, humildemente eles entravam para sua casa arrastando a irmã que sempre queria entrar nas discussões e brigas.

Era uma quinta-feira como qualquer outra, eles estavam jogando quando Jemima viu Alex chegar com os irmãos, havia se passado quatro meses após o acidente com a bicicleta, e eles se tornaram amigos, ainda que fosse uma amizade particular que só os dois soubessem, por algum motivo que ela não entendia o pai não gostava da família de Alex, mesmo quando as irmãs dele, Adriana e Ariane começaram a frequentar a igreja a opinião do pai não mudou, ela gostava de conversar com as duas, elas não faziam pouco caso do fato de ela não ser nada feminina e eram sempre gentis.

Aquela tarde fora a primeira vez que ela agiu como uma garota normal, ela não sabia o que ele e os irmãos estavam fazendo ali, mais cedo na escola ela havia agido como uma tola e se jogado nos braços dele, ela havia fugido dele por dias para depois se jogar em cima dele como aquelas garotas oferecidas que estavam nesse momento ao redor dele e dos outros garotos e o pior de tudo foi que depois disso ele não fora encontra-la como faziam antes dela fugir dele por ser mais velha, isso agora parecia tão ridículo.

Ela perdeu totalmente o ritmo do jogo, não conseguia rebater a bola com força o suficiente, e nem pegar a bola rápido o bastante, e a garota despojada que brincava com os meninos como se fosse um deles, naquela tarde queria apenas ser uma garota normal, bem vestida e cheirosa como todas as garotas ali presente, e não uma garota que usava um macacão jeans surrado, tênis e duas tranças na cabeça como se fosse dançar uma quadrilha e estava suada igual a um trabalhador braçal, ficou irritada com esses pensamentos.

- Qual o seu problema? O que deu em você? Você nunca perde um jogo, o que está acontecendo hoje contigo? - Perguntou Rogerio o seu parceiro no jogo, constrangida ela não soube o que responder.

- Acalme-se cara, é só uma brincadeira! - Disse André sorrindo.

- Não é só uma brincadeira é um jogo, e o único motivo de todos nós querermos jogar com ela e ficar perto dela é porque ela joga muito, agora se ela não quer jogar é só ficar quieta dentro de casa.

João o segundo mais velho puxou André que estava perto demais, e com um olhar manteve os mais novos Felipe e Pedro que conversavam com Alex e os irmãos onde estavam todos franziram a testa incluindo Alex e Adriano, mas ficaram quietos só observando.

- Ela perdeu porque não parava de olhar para o carinha ali da rua de cima, até parece que alguém que mora naquele bairro vai olhar para ela. - Disse Patrícia a garota mais insuportável da sua rua e de toda a cidade.

- Vamos entrar, o jogo acabou por hoje. - Disse João puxando a irmã que marchava rumo à outra.

- Se vocês quiserem entrar que entre, nós não vamos deixar de jogar porque a sua irmã está toda interessadinha em um garoto da rua de cima. - Retrucou Rogério sarcástico.

- Você está sendo desagradável Rogério! - Disse André.

- O que está acontecendo? - Perguntou Felipe se aproximando com os outros, concentrados na irmã André e João esqueceram-se dos outros e fungando ambos encararam o irmão mais novo, já conheciam os novos amigos dos irmãos o suficiente para saber que tolerância e calma não eram o forte deles.

- Aconteceu que esses seus novos amigos só estão aqui para nos atrapalhar, e a sua irmã idiota parece uma boba quando está perto deles. - Retrucou Rogério cheio de ódio, e antes que alguém pudesse fazer qualquer coisa Alex acertou um soco no nariz do garoto que caiu com o nariz sangrando, e a confusão generalizou.

As garotas começaram a puxar os cabelos umas das outras, os garotos se esmurravam e todos se ofendiam, Jemima se desviou das garotas que tentavam puxar suas tranças e entrou no meio dos garotos, por puro instinto ela encontrou e alcançou Alex bem no momento em que um punho vinha em direção a ele, ela o empurrou ficando entre ele o punho em questão recebendo-o bem em seu olho esquerdo, ela cambaleou e ele a amparou, e os dois voltaram-se para o agressor ambos de punho fechado, e sorrindo ela pegou em sua mão e correu da confusão.

- Você não deveria ter entrado no meio disso, eu deveria ter recebido esse soco não você! - Disse acariciando de leve seu rosto.

- Eu sou mais forte do que você pensa! - Respondeu sorrindo de olhos fechados. - O que você veio fazer aqui?

- Eu vim te dizer que no intervalo eu saí com a minha mãe. - Ela abriu os olhos sorrindo. - Você foi ao nosso lugar?

- Fui. - Respondeu feliz por ele ter ido lhe dar uma satisfação.

- Desculpa por eu não estar lá.

- Nos vemos lá amanhã? - Ele assentiu bem no momento em que tudo ficou muito silencioso, preocupados eles se juntaram aos outros, Felipe os viu e correu ficando entre eles.

Os pais da maioria dos presentes estavam ali. O pastor Gustavo é um homem branco, alto e forte e naquele momento ele estava tão vermelho, que a primeira coisa que Jemima pensou foi: "Só vamos voltar a jogar bets quando formos mostrar aos nossos filhos o que fazíamos quando éramos crianças", mal sabia ela que estava muito perto da verdade.

Os pais presentes pegaram seus filhos e mandou os outros para suas casas, claro que Rogério fez questão de deixar bem claro que Alex foi o primeiro a agredi-lo e que os amigos apenas estavam o defendendo da agressividade do garoto da rua de cima, e o olhar que o pastor deu na direção de Alex fez o coração de Jemima dar uma acelerada maior que o Ayrton Senna em uma chegada da fórmula um.

- Pai as coisas não aconteceram de maneira tão simples quanto o Rogério disse. - André tentou explicar entrando em casa seguindo o patriarca, rubro de fúria o pai ergueu a mão.

- Não me interessa como as coisas aconteceram nada justifica a sua irmã está com um olho roxo, acha mesmo que eu tenho filha para ser agredida por causa de um moleque encrenqueiro? - Perguntou o pai furioso.

- Pai o Rogério... - João começou, e o pai o fuzilou com o olhar. - Quer saber pai, faça e fale o que o senhor quiser, mas fique o senhor sabendo que o Alex estava certo. - O pai acertou o rosto do filho com um tapa.

- Que lindo! Nós não podemos agredir um idiota que ofendeu a nossa irmã e nem apoiar o garoto que teve coragem para isso, mas o senhor pode nos agredir! - André retrucou indo para o seu quarto, sendo seguido pelos irmãos.

- Vocês voltem aqui, eu ainda não acabei com vocês. - Os filhos nem olharam para trás. - Eu estou falando com vocês! - Gritou irado, virou-se para a esposa. - Isso é culpa sua por deixa-los fazer o que querem e deixa essa menina solta como se ela também fosse um garoto.

- Culpa é só minha? - Gritou de volta.

Aquele fim de tarde foi um divisor de águas para os filhos do pastor Gustavo, ele os proibiu de falar com os irmãos da rua de cima, o que não adiantou muita coisa, pois, a briga daquela tarde de algum modo os uniu e sempre que possível eles estavam juntos.

Como Jemima imaginou eles ficaram de castigo sem jogar bets, bolinha de gudes, vólei, queimada, enfim nada de brincar na rua por tempo indeterminado, e cada vez que ele ficava sabendo que os filhos estavam de papo com os garotos da rua de cima, o castigo só aumentava.

- Vamos morrer de castigo. - Felipe disse sério, os cinco estavam na varanda de casa fazendo atividades escolares.

- É só vocês três pararem de falar com eles. - Lembrou André.

- Não quero deixar de falar com eles! - Jemima e Pedro disseram em uníssono, e os irmãos mais velhos os encararam e entreolharam-se dando de ombros.

- Vocês quem sabem! - Eles também disseram em uníssono voltando a atenção para os livros, e os mais novos abaixaram a cabeça constrangidos.

- Eu também não quero deixar de falar com eles, o Adriano é um cara legal! - Felipe disse baixo.

- Tudo bem! Não precisam deixar de falar com eles, mas não esqueçam de que somos o sal e a luz deste mundo, que somos diferentes, e desobedecer ao nosso pai é um péssimo exemplo! - André disse olhando para cada um dos três.

- Sabemos disso, e por isso só falamos com eles na escola e na igreja, e não nos vemos em nenhum outro lugar, ainda vamos convencer o papai de que ele está errado em relação a eles. - Jemima disse empolgada, mais uma vez os mais velhos entreolharam-se.

- Boa sorte maninha que Deus te abençoe nessa jornada. - André disse levantando-se.

🚲🚲🚲

As lágrimas desciam por seu rosto, finalmente haviam convencido o pai de que ele estava errado em relação aos garotos da rua de cima, mas agora de nada mais adiantava, pelo menos não para ela, o ditado popular que diz: 'antes tarde que nunca', não se adequava à sua situação.

- Jemima! - A voz da diretora do hospital a fez sentir um choque, se ela estava ali pessoalmente era porque as coisas eram ainda pior do que ela imaginara desde que recobrara a consciência.

- Sim? - Virou-se para ela tentando conter as lágrimas, a diretora sentou ao seu lado. - Estou aqui a quanto tempo? - Perguntou prática, pelos hematomas que havia visto não entrara ali naquela manhã.

- Três dias, você sentia muitas dores e optamos por deixa-la dormindo um pouco mais. - Sua superior respondeu firme, desafiando-a, ela fungou irritada.

- Não adiantou muita coisa eu acho, por que até o meu cabelo dói. - Resmungou. - "O cabelo não, mais o couro cabeludo e a cabeça!" - Pensou mal-humorada.

- Jemima por que você não buscou ajuda? - Perguntou ignorando o mau humor da outra. - Nós temos programas para ajudar mulheres que sofrem violência doméstica, e a minha melhor médica estava sofrendo essa brutalidade e eu nunca percebi nada ou desconfiei! - Disse engasgada pela emoção.

- Mas essa é a ideia, não deixar os outros perceberem ou desconfiarem! - As lágrimas vieram contra a sua vontade. - Eu sinto muito!

- Não sinta! - Disse pegando em sua mão. - Você sabe que nada disso é culpa sua. - A outra também não conseguiu conter as lágrimas. - Sabe o que é mais ridículo? - Jemima negou. - Que analisando a situação, você deu todos os sinais, a maquiagem bem feita quando ele estava por aqui, sempre o jaleco de manga longa, eu sinto muito querida, por não ter sido mais atenta. - Disse com a voz embargada, Jemima apertou sua mão.

- Como você poderia imaginar que uma mulher que consegue mobilizar um homem com o dobro do seu peso poderia ser agredida pelo marido menor que ela! - Disse triste.

- Na verdade eu tenho pensado nisso, como é possível? Você é uma das mulheres mais forte e independente que eu conheço. - Disse tirando o cabelo do rosto da outra.

- Eu também não sei, eu simplesmente não conseguia reagir e quando eu tentava de alguma maneira eu já estava ferida demais para fazer qualquer coisa, e eu sempre acabava me sentindo culpada pelo que havia acontecido. - Concluiu envergonhada.

- Ele não passa de um covarde que não valorizou a mulher maravilhosa que Deus colocou em sua vida, eu só espero que você se conscientize disso e tome a melhor decisão para você.

- Eu também espero. - Suspirou e fez uma careta de dor. - Qual o meu estado clínico real? Espero que no meu olho seja apenas uma hemorragia. - Disse preocupada e a diretora sorriu.

- Graças a Deus, sim, não é nada sério. A enfermeira me disse que você pediu um espelho, eu queria ter falo contigo antes de você vê seu rosto desse jeito.

- Não sei em que isso poderia me ajudar, eu estou parecendo o Rock Balboa no final de suas lutas. - Disse tentando um sorriso, a amiga riu sacudindo a cabeça.

- Só mesmo você! Não precisa se preocupar já resolvemos tudo e não deixaremos você com esse nariz quebrado, o Sylvester Stallone pode até ficar charmoso com o nariz quebrado artisticamente, mas te garanto que não é o seu caso.

- Engraçadinha! Meu Deus dói tudo quando eu respiro. - Disse colocando a mão no peito. - E como você cirurgiã cardíaca poderá concertar o meu nariz?

- Eu não poderei fazer nada, mas o doutor Frederico.

- Sério que você ligou para o grande amor da sua vida que você jurou nunca mais dirigir a palavra a ele, por mim?

- Você é minha irmã, você precisa do melhor, ele pode ser um cafajeste arrogante, mas é muito bom no que faz. - Disse de cabeça baixa.

- O que mais tenho quebrado? - Perguntou mudando de assunto, falar do ex-noivo era doloroso para a amiga.

- Além do que você já viu no seu rosto, no braço e na perna, você têm três costelas quebradas e uma delas perfurou o seu pulmão, foi necessário uma cirurgia, mas agora você está bem, está fora de perigo, e com fé em Deus você vai ficar bem.

- Pensando bem estou pior que o Balboa, nariz, costelas, braço, e perna quebrados, pulmão perfurado e cara inchada e roxa, esqueci alguma coisa?

- A sua clavícula também está quebrada.

- Poxa! E eu que pensei que estava imobilizada desse jeito porque vocês estavam com medo de eu fugir. - Disse fazendo uma careta.

- Também! Você precisa descansar, a enfermeira virá te fazer uma medicação, e quando você acordar novamente a sua família virá te ver. - Beijou-a na testa e virou-se para sair.

- Amanda? - Chamou. - Como eu vim parar aqui? Cadê o Bruno?

- O Bruno está foragido, não sei bem se da polícia ou de seus irmãos. - Respondeu franzindo o cenho. - E como você veio parar aqui o Felipe te explica depois, descansa, você precisa repousar para ficar boa logo. - E com um sorriso piscou para ela e saiu do quarto.

- "O Asafe claro!" - Pensou sorrindo intimamente, fechou os olhos. - "Obrigada meu Deus, por me salvar, me dê sabedoria para eu usar bem esta nova chance que o Senhor está me dando, obrigada pelo pequeno profeta que o Senhor colocou em nossas vidas que os pais dele sejam sábios e confiem a vida dele ao Senhor, que ele cresça em estatura e graça para te Honrar e fazer a Tua Vontade, e que a partir de hoje Senhor eu viva para te Servir e fazer a Tua Vontade, segure em minha mão e não me deixe cair novamente, mais uma vez eu Te dou graças pois o Senhor me ama e cuida de mim, mesmo eu não merecendo, em nome de Jesus eu sou grata a Ti, e estou aqui Senhor para Te Honrar." - Orou silenciosamente.

- Jemima, hora da medicação. - A enfermeira que lhe levara o espelho disse entrando no quarto.

- Vou ficar quantos dias aqui? - Perguntou inquieta.

- Sabe que a Amanda vai te segurar aqui enquanto ela puder! - Respondeu sorrindo.

- Aff! - Resmungou, a enfermeira apenas sorriu.

✨✨✨

Alex jogou o celular e as chaves em cima da mesa de sua sala e foi até a janela, ele precisou visitar três clientes naquela manhã, no início eles não faziam visitas, mas com a concorrência isso mudou. O celular tocou correu para atendê-lo, não era ninguém que poderia acalmar seu coração, falou com o patrão e sentou com a cabeça entre as mãos.

- "Senhor não me deixe perecer agora, o que vier para mim eu sei que o Senhor estará comigo, em nome de Jesus não me deixe esquecer disso, tudo coopera para o bem daquele que ama a Ti, e eu te amo Senhor, e sei que a Jemima também, eu creio que o Senhor tem o melhor para cada um de nós, mesmo nós não compreendendo, não deixe o desespero tomar conta dos nossos corações, seja o Senhor com cada um de nós, e não permita que o ódio nos domine, principalmente a ela, que ela volte a ser a mesma garota temente a Deus, que O ama a cima de tudo e de todos, nos guarde debaixo de Suas Asas, e nos proteja dos sentimentos maus, em nome de Jesus nos guarde Senhor, e obrigado por não ter acontecido o pior com ela, que ela acorde logo e bem". - Orou sentindo-se melhor, sorriu ao pensar que Deus é único bálsamo para todas as feridas, e O único que acalma verdadeiramente a alma.

Os últimos dias estavam sendo desgastantes, quando soubera da doença da esposa, pensou que iria enlouquecer, Deus fora fiel para com ele fazendo-o aguentar firme, mas ela estava ali ao lado dele, ele sabia do estado real dela, ajudava quando ela precisava, ele era o apoio terreno dela. Respirou profundamente pegando um porta-retratos que não estava lá antes sorriu triste, estava tão triste na festinha da filha que não conseguira disfarçar.

- Oi. - Disse Cassandra na porta.

- Oi. Obrigada pela foto. - Tornou a olhar a foto em que abraçava a filha mais velha.

- As outras fotos estão no envelope. - Disse mostrando o envelope branco e sentando na frente do amigo. - Quando você vai me dizer a razão de toda essa tristeza que nem o aniversário de sua filha te livrou dela?

- Qualquer hora dessa eu te falo, ainda não estou pronto para isso. - Disse sentando e apertando as têmporas.

- Você precisa vê essa dor de cabeça, por que você não para casa? Eu pego as meninas na escola. - Disse levantando-se.

Era uma das coisas que mais admirava nela, era capaz de perceber o sofrimento dos amigos mais jamais forçava nenhum deles para falar sobre o que não queriam.

- Obrigado. - Respondeu pegando o celular que vibrava com um aceno de cabeça ela deixou a sala. - Oi. - Atendeu à irmã mais nova.

- Tudo bem? Eu liguei mais cedo, mas seu telefone estava fora de área.

- Tudo bem, dentro do possível! - Sussurrou apertando as têmporas sentindo uma leve dor na cabeça. - Eu estava para o campo.

- Pela sua empolgação, o Felipe não conseguiu falar contigo.

- Não. Não falei com ele. Alguma novidade? - Perguntou esperançoso.

- Sim. A Jemima acordou.

- "Obrigado meu Deus!". - Pensou sorrindo.

- Talvez você devesse ir até lá para vê-la pessoalmente, isso pode te tranquilizar mais, o que você acha?

- Não, melhor não! Só preciso saber que ela esteja bem; e ela está bem, não está? Foi realmente tudo bem com a cirurgia, não foi? - Perguntou tenso.

- Sim. A cirurgia foi um sucesso, e ela está bem pelo menos dentro do possível, graças a Deus! O hospital já mandou vir o cirurgião que vai fazer a cirurgia no nariz dela.

- Ela está precisando de alguma coisa?

- Não se preocupe! O Frederico vai fazer a rinoplastia.

- Frederico não é o ex-noivo da Amanda?

- Sim, ele mesmo.

- Ela está mesmo bem?

- Sim. Ela está bem na medida em que essa situação permite, mais vai levar um tempo para ela está realmente bem, vamos orar para que ela fique bem emocional, física e espiritualmente.

- Ok! Vamos orar. - Tornou a apertar as têmporas, a dor na cabeça estava aumentando. - Você continua a me manter informado sobre o estado dela?

- Claro né maninho! Não precisava nem pedir. E as meninas? - Perguntou mudando de assunto.

- Graças a Deus estão bem! - Respondeu sorrindo. - Empolgadas pela viagem para São Paulo, a cada dois dias a Júlia muda de ideia sobre qual presente comprar para o Paulo. - Os irmãos riram e a conversa ficou mais amena e tranquila.

Alex tentava afastar a imagem de Jemima ferida da cabeça, a garota que conhecera era forte, destemida e determinada, era tão difícil compreender como ela se tornara em uma mulher frágil que não conseguia se defender do marido.

Nos dias em que estivera em Paraíso não a vira necessariamente machucada, mesmo sabendo o que acontecia, louvara a Deus por isso, a única vez em que a vira com um olho roxo foi para defendê-lo, nunca soube como ela conseguiu empurra-lo e levar um soco na cara no lugar dele. Pegou as chaves e o envelope com as fotos e saiu.

- Eu vou aceitar sua sugestão, estou indo para casa.

- Ok. Se precisar de alguma coisa é só me ligar. - Disse preocupada.

- Eu sei, obrigado.

🚲🚲🚲

- Por que os óculos escuros? - Perguntou preocupado no dia seguinte na escola.

- Conjuntivite. E estamos proibidos de falar com vocês. - Ela respondeu indo para a sala dela.

- Nós também estamos proibidos de falar com vocês. Agora é sério, me deixa ver seus olhos. - Pediu fazendo-a parar.

- Eu já disse conjuntivite. - Disse segurando os óculos.

- Eu te acompanho até a sua sala. - Disse displicente. - Quer dizer então que agora não podemos mais ser amigos? - Ela parou de repente encarando-o.

- Nós vamos tentar convencer o meu pai, vocês não podem tentar o mesmo com o teu pai? - Pediu.

- Sim, nós também vamos fazer o possível para convencê-lo. - Respondeu distraído encarando o garoto que estava encostado na parede perto da sala dela sorrindo cinicamente. - Não quero deixar de falar contigo. - Disse passando a mão no cabelo dela.

- Nem eu! - Respondeu tensa.

- Nos encontramos no recreio no lugar de sempre? - Ela assentiu distraída e rapidamente ele tirou os óculos dela.

O sangue lhe ferveu de ódio, o olho dela estava roxo avermelhado e inchado, devolveu os óculos em silêncio e correu para cima do garoto que ainda lhe sorria, mais distraído não se deu conta do que o outro planejava, e a distância entre eles não era grande o bastante para evitar o soco que Alex desferiu contra ele, devido a isso foi suspenso da escola por cinco dias, e recebeu uma ameaça do pai de que se soubesse que ele estivesse conversando com qualquer que fosse dos filhos do pastor Gustavo iria manda-lo morar com a avó.

Continua...

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