03 - O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem.
Assim como as férias dos irmãos e as festas de fim de ano passaram voando, assim foi o mês de janeiro, e sem que Jemima se atentasse para os dias, fevereiro chegou sem que ela ainda tivesse tomado qualquer decisão sobre a sua própria vida e a do esposo, e tantas expectativas e esperanças que assolaram seu coração se tornaram em nada e a vida voltou ao normal, e para seu desespero a normalidade era algo cruel e dolorosa.
E mais uma vez depois de dias de paz, ela estava por volta dos disfarces que uma mulher aprende a fazer para se esconder de uma realidade que é pior que pesadelo, pena que algumas coisas não têm maquiagem que esconda, respirou fundo arrependendo-se imediatamente, pois respirar lhe doía tanto ou mais que um tratamento de dente sem anestesia, controlando as lágrimas fez a mais perfeita das maquiagens e saiu do quarto para preparar o café, afinal às sete horas precisava estar no trabalho e como a boa esposa que era jamais saía de casa sem preparar o café da manhã.
- Você está linda meu amor! - Bruno disse vindo abraça-la.
- "Não me toque!" - Pensou tremendo, mas não disse nada, apenas se deixou ser levada por ele até a mesa.
- Você está deslumbrante! - Disse sorrindo, servindo-lhe leite com chocolate. - Fiz tudo o que você gosta, hoje eu quero agradar a minha esposa.
Teve uma época em que ela realmente se sentia agradada por ser bem tratada por ele, até se dar conta que esse tipo de agrado fazia com que ela se sentisse culpada pelos ferimentos físicos e psicológicos ele causava nela, com pesar refletiu que dessa vez ela fora mesmo a responsável por aquela situação, ela poderia ter dado um jeito naquela situação.
Depois de oito anos casados, ele mais uma decidiu passar o natal com a família e o ano novo com ela, já acostumada com isso, ela não se importou e aproveitou para procurar por Luciano, esposo de Adriana, irmã da noiva de seu irmão Pedro.
Ela queria saber o que Luciano sabia sobre o Bruno para fazê-lo ficar em silêncio no jantar de noivado de Pedro e Ariane, fora surpreendente a maneira como o altivo Bruno simplesmente calou-se diante da ameaça velada do outro.
Ela ouvira silenciosamente o que Luciano tinha para falar, percebendo que não fora uma surpresa descobrir que ele tinha uma amante, mas ela se perguntava por que ele não a deixava e ficava de vez com a outra já que aparentemente fazia de tudo para agrada-la! E depois dessa conversa, ela orava dia e noite para que isso ele a deixasse e fosse feliz com a amante, mais ela mesma não tomou nenhuma atitude.
Estranhamente ele ficou as duas primeiras semanas de janeiro sem machuca-la e a tratando com tanto carinho, que ela se desesperava só de imaginar o que seria dela quando aquele momento de trégua passasse com medo da reação dele não dissera nenhuma palavra sobre o que Luciano havia lhe dito, ela pensava em uma maneira de dizer isso a ele sem ser quebrada, e não encontrou nenhuma.
Há muito tempo ele não passava tanto tempo em casa e ainda mais sem machuca-la, ela não compreendia o que estava acontecendo, só sabia que a cada dia que ele ficava em casa a tratando com carinho, o medo que ela sentia dele aumentava mais, e ainda assim ela não fez nada e assim o tempo foi passando, ele viajara novamente e retornara antes de data prevista e fora tão carinhoso quanto antes, isso até a noite anterior.
E neste momento agia como se fosse o esposo mais perfeito e maravilhoso do mundo, capaz de tudo para defendê-la e livra-la de qualquer situação dificil ou perigosa. Enquanto ele falava sem parar ela pensava onde estava com a cabeça que não se livrou dele quando teve a oportunidade de fazê-lo, afinal ela sabia que aquele homem carinhoso e bondoso era apenas uma fachada, no íntimo ela esperava pelo momento em que ele se mostraria como realmente era.
No dia anterior ela saíra do hospital mais cedo queria ver os pais já havia três dias que ela não os via desde que Bruno chegara, por isso passou rapidamente na casa deles, deu um cheiro em cada um e no primo e correu para casa, o que ela pudesse fazer para evitar ser agredida ela faria, mas infelizmente sua paz havia acabado ela percebeu a diferença no humor dele no momento em que entrou em casa, em pânico fez uma prece rápida explicou que estivera na casa dos pais e foi tomar banho para fazer o jantar, enrolava-se na toalha quando sentiu puxar seus cabelos e joga-la ao chão.
- Você não tem nada para me falar? - Perguntara entredentes, ela controlava a respiração para controlar a dor e conseguir falar.
- Eu disse que passei na casa dos meus pais quando saí do hospital, não sei o que mais você quer que eu fale! - Respondera compassadamente, furiosamente ele chutou sua barriga fazendo com que suas vistas escurecessem com a dor, ele levantou sua cabeça puxando-a pelos cabelos.
- Não é disso que eu estou falando. - Gritou batendo com a cabeça dela no chão, sua visão escureceu de dor.
- Não sei do que você está falando! - Dissera com as lágrimas molhando seu rosto. - Você está falando da sua amante? Que você pediu ao Luciano para cantar uma música para ela? - Perguntara baixo sentindo tudo girar, e não vira mais nada.
Acordou pela manhã com todo o corpo doído, com a cara roxa, e provavelmente uma costela quebrada, e ele dormindo despreocupadamente ao seu lado. Quantas vezes ela pensara em lhe aplicar uma injeção letal enquanto ele dormia, mas Deus não permitiria uma coisa assim, esperava sinceramente em Deus que conseguisse se livrar dele antes que perdesse sua alma de vez, com grande esforço levantou-se e foi ao banheiro, e quando saiu ele não se encontrava mais dormindo, vê aquela criatura preparando o café da manhã para ela era ainda mais assustador, sentiu um bolo em sua garganta não conseguia comer e para disfarçar ficou bebericando o leite.
- Querida eu acho que não te ouvi direito ontem a noite, você disse que eu tenho uma amante? - Perguntou fazendo-a se concentrar nele, as dores estavam impedindo-a de raciocinar direito.
Ela o encarou sem saber ao certo o que falar, quando você é espancada pelo seu marido você pesa cada palavra antes de falar, cada gesto antes de executar, tudo é minuciosamente pensado e calculado, e mesmo assim de nada adianta ele acaba estressado e você quebrada. Fechou os olhos lembrando-se do que Luciano lhe dissera quando ele e a esposa se despediram dela.
- "Se você decidir falar abertamente com ele sobre o que eu estou te falando, pode dizer que fui eu que falei, não precisa esconder essa informação, na verdade eu não ia te falar nada disso, porque não é da minha conta, mas a Drica acha que você merece saber que seu esposo te traiu, a decisão é sua do que fazer com essa informação, só não esqueça que ele traiu você, ele não respeitou os votos que te fez você não deve nada a ele!" - Dissera ele, Adriana lhe abraçara, desejando sorte.
Obviamente Alex e Ariane não haviam dito ao resto da família como era o seu casamento na prática, o casal pensava que o único delito do seu esposo era ter uma amante.
- Lembra-se do Luciano cunhado da Ariane? - Perguntou encarando-o, ela percebeu o reconhecimento no olhar dele no mesmo instante. - Pois é, ele me disse que encontrou você em uma noite de sábado dessas, e você pediu que ele cantasse a música 'um olhar' para a sua esposa. - Ele gargalhou.
- Você é muito tola! Você acha mesmo que se eu tivesse uma amante eu iria pedir a um cara que estou sempre esbarrando nele para cantar uma música para ela? E o pior, cantar uma música que você gosta! Como você pôde cair em uma cilada tão grotesca como essa? - Ela apenas deu de ombros, não ligava a mínima se ele tinha uma amante ou não, a única coisa que queria era se livrar dele o quanto antes. - Você o recebeu aqui em casa sem mim? - Perguntou levantando assustando-a, no susto ela levantou rápido fazendo uma careta de dor.
- Claro que não! - Respondeu tensa.
- Claro que não o quê? Não o recebeu aqui, mais almoçou em um restaurante com todo mundo assistindo minha mulher almoçando com outro macho, até imagino a cena, ele te enchendo de mentiras e você fazendo caras e bocas para ele, aí ele pega na sua mão, sua vagabunda! - Exclamou furiosamente.
Acertou-lhe um murro na cara que no impacto ela foi ao chão, no geral ele tinha certo cuidado com o rosto dela, mas de repente isso já não era tão importante, ele estava fora de controle, ela tentou levantar, mas um chute na costela a vez cegar de dor, e ela gritou, coisa que ela nunca fazia.
✨✨✨
Alex assustou com o peito contraído de dor e o coração acelerado, o pescoço doía devido a posição em que pegara no sono, olhou o relógio faltava vinte minutos para às dezenove horas pegara no sono pesado, massageando o pescoço tentou lembrar o que sonhara que o deixara com essa sensação desagradável, não conseguiu, mas sabia que havia sido algo muito ruim a sensação desagradável no estômago o gosto amargo na boca, o deixou com ânsia de vomito.
- Minhas filhas! - Pegou o celular e saiu do escritório correndo. - "Meu Deus que esteja tudo bem com elas." - Pensou verificando o celular, nenhuma ligação perdida ou mensagem do Vinícius, suspirou aliviado, mas a pressão no peito continuou, ouviu uma música na cozinha, franzindo a testa se dirigiu até lá, Isabella a filha de Vinícius fritava batatas.
- Bella! - Disse abaixando o som da caixa.
- Oi tio, desculpa o som te acordou? Não pensei que estivesse tão alto.
- Na verdade não! - Respondeu com a mão no peito. - Cadê as meninas?
- Tomando banho.
- Por que vocês não me chamaram quando chegaram?
- O senhor parecia muito cansado, e o meu pai não deixou te acordar, ele disse que hoje foi dia difícil.
- E cadê ele? - Perguntou pegando água na geladeira.
- Foi comprar nuggets de frango. - Respondeu piscando.
- Nuggets de frango? - Perguntou sorrindo.
- O senhor sabe, ele não resiste a um pedido da pequena Júlia. - Respondeu com um ar inocente.
- E você e Laila não tiveram nada haver com o pedido da 'pequena Júlia'.
- Não! - Disse dramática. - Imagine se faríamos tal coisa!
- E o que você fez, além de batata frita? - Perguntou se aproximando.
- Arroz com milho verde, o senhor sabe 'milho verde é vida'! - Disse colocando a mão no coração.
- Vida? Exatamente como a batata frita! - Disse revirando os olhos, a menina sorriu.
- E feijão com calabresa...
- Porque claro 'calabresa é vida'. - Disse sorrindo.
- Tio Alex é por isso que eu sempre digo que o senhor é o melhor, o senhor entende das coisas! - Respondeu passando alguns tomates para ele. - O senhor pode lavar, por favor! - Ele pegou fazendo uma reverência.
- Sim senhorita!
- Como sabemos que o senhor e o meu pai amam uma carne assada, colocamos alguns pedaços na churrasqueira elétrica para vocês.
- Agora sim! 'Carne assada é vida'! - Disse sorrindo, cambaleou ao sentir uma pontada forte no peito.
- Tio Alex! - A menina correu amparando-o até uma cadeira. - O que houve?
- Não sei querida, acordei com uma dor no peito e agora piorou. - Respondeu massageando a caixa torácica.
- Gases! Quer um chá de cebola? - Ele fez uma careta não sabia bem se pelo incomodo no peito ou pela proposta da menina.
- Minha filha, de todas as coisas maravilhosas que você poderia herdar da sua mãe, você herdou logo o gosto pitoresco dela por chás feitos com condimentos? - Perguntou sorrindo, ela sorriu também.
- O senhor tem razão o gosto é horrível, mas temos que admitir que eles costumem cumprir com o seu propósito. - Respondeu cruzando os braços.
- Pior que funcionam mesmo, ainda assim, obrigado! Acho que tenho um luftal. - A menina gargalhou.
- O senhor que sabe! - Disse abaixando o olhar.
- O que foi minha filha? Algo me diz que essa tristeza que eu vi em seu olhar não tem nada haver com a minha saúde. - Tentou distrair a menina.
- Tio faz tempo que vocês trabalham todos juntos, não faz? - Perguntou encarando-o.
- Sim! Neste ano fará dez anos que nos conhecemos e trabalhamos juntos, por quê? - Perguntou distraidamente.
- A tia Cassy nunca foi casada?
- Quando a conhecemos ela era noiva, mas infelizmente não deu certo, por quê? - Perguntou voltando a atenção para a menina.
- Eu ouvi uma discursão dos meus pais, e minha mãe disse que a tia Cassy era a responsável pelo fim do casamento deles. Que ele deveria assumir ela e o filho dela e nos deixar em paz. - A menina desviou o olhar. - Eu amo a tia Cassy até já fantasiei que um dia ela acabaria sendo a minha boadrasta, mas fiquei pensando se ela foi capaz de trair a minha mãe...
- Querida não sei o que se passa com a sua mãe, de onde ela tirou essas acusações, mas te garanto que nunca aconteceu nada para que a Cassy fosse responsabilizada pelo fim do casamento dos seus pais.
- Vocês são muito próximos. - Ela afirmou acusadoramente, Alex aproximou-se tirou o cabelo dos olhos da menina fitando-a sério.
- E somos mesmo, nós quatro somos mais que colegas de trabalho somos amigos-irmãos, e o que nos define querida é o respeito, jamais nenhum de nós permitiríamos que um de nós interferisse na vida conjugal do outro, a Cassy é a nossa protegida e amada irmã mais nova, nós três sempre a protegeremos, e seu pai jamais se envolveria com uma mulher ainda estando casado com a sua mãe e nem a Cassy se envolveria com um homem casado, fosse ele quem fosse, imagine então um colega de trabalho? Isso é desonroso, você convive com ela, acha mesmo que ela faria algo desse tipo? - A menina negou com lágrimas nos olhos. - Não precisa chorar, é compreensível você ficar confusa com o que ouviu, mas por que você não perguntou para o seu pai? - Perguntou pegando um papel toalha para ela.
- Ele negou para a minha mãe, iria negar para mim também. - Respondeu de cabeça baixa.
- Você pensou que seu pai estava mentindo! Você perguntou para a sua mãe? - Ela assentiu envergonhada. - Eu entendo, quando as histórias dos nossos pais não batem, ficamos sem saber em quem confiar, e no seu caso é mais fácil confiar em sua mãe, é ela que está sempre contigo, você presencia o sofrimento e as dificuldades dela. - Alex suspirou sentindo a aflição tomar seus sentidos concentrou-se na menina. - O que a sua mãe lhe disse?
- Ela me disse que eles se separaram logo depois que a mãe da tia Cassy morreu isso é verdade? - Ele assentiu intrigado, aguardou a menina continuar. - Ela disse também que ele não saía da casa dela, que nos abandonava por noites inteiras.
- Seu pai jamais abandonou vocês, eu acho que você deveria ter uma conversa seria com o seu pai sobre a separação deles.
- Como assim? Se o senhor...
- Quanto aos motivos que eu sei que desencadeou o divórcio deles, eu não posso te falar, só eles podem tirar suas dúvidas. Mas eu posso falar de quando a mãe da Cassy morreu; de fato nós três ficamos muito perto dela, não a deixávamos sozinha, a mãe e o filho era a única família dela, na primeira semana ela e o João Lucas ficaram aqui em casa, e quando ela foi para casa nós revezávamos quem iria ficar com ela, eu e seu pai nunca ficamos sozinhos com ela, a sua mãe e a Valéria sempre estavam conosco, jamais faríamos qualquer coisa que deixaria a nossa amiga ou nossas esposas na boca do povo, o Leandro era solteiro, então ele trouxe a mãe para ficar um tempo com ela, os dois praticamente se mudaram para a casa da Cassy por um tempo, por que você acha que a tia Eliza é tão apegada à Cassy?
- A minha mãe acompanhava o meu pai à casa da tia Cassy? - Perguntou intrigada.
- Sim. - A menina abaixou a cabeça. - Foi por isso que você não quis ir ao passeio para Caldas Novas no fim de semana? - A menina assentiu triste, ele apenas assentiu também. - Você deveria falar com ela, ela ficou imaginando o que poderia ter acontecido para você rejeitar um passeio com a tia Cassy.
- Eu vou falar com ela e com o meu pai também. Será que ainda tem alguma chance de ela vir a ser a minha boadrasta? - Perguntou com um sorriso.
- Isso vai depender de quem vai ter a coragem para conquista-la primeiro, lembre-se que agora somos os quatro solteiros naquela clínica. - Disse sorrindo, a imagem de Jemima invadindo sua mente.
- Papai! - Júlia veio correndo e pulou no colo do pai que a abraçou sorrindo, fechou os olhos tentando tirar a imagem da sua cabeça, Isabella sorrindo foi terminar com os tomates.
- O senhor tinha que ter ido ao cinema com a gente foi, MARAVILHOSO!
- Tenho certeza que foi minha filha.
- Ora! Ora! O belo adormecido despertou! - Disse Vinícius cheio de sacola entrando na cozinha.
- Trouxe o leite condensado tio? - Perguntou Laila logo atrás dele. - Oi papai. - Vinícius entregou a mercadoria à menina que pegou uma panela.
- Podemos comer batata frita enquanto a janta fica pronta? - Perguntou Júlia.
- Não! Porque você vai se empanturrar de batata e não vai querer mais nada. - Respondeu a irmã.
- Não vou te dar presente de aniversário. - Resmungou.
- Não ligo à mínima. - Resmungou também concentrada no que fazia.
- Bastam as duas! - Disse Alex indo para a churrasqueira.
Vinícius fritou os nuggets, Laila fez brigadeiro de sobremesa, Isabella fez a salada e Júlia contava o filme para o pai. A empolgação das meninas e a tranquilidade do amigo contribuíram para que o mal-estar passasse.
Horas depois de pôr as filhas para dormir, ele ainda não havia pregado os olhos, associara isso ao fato de ter dormido a tarde, coisa que não tinha o hábito de fazer.
Orou, leu a bíblia, e finalmente adormeceu quando o dia estava quase amanhecendo, infelizmente acordara mais uma vez assustado e dessa vez gritando o nome de Jemima, sentou na cama apavorado, respirou várias vezes tentando se acalmar, não conseguindo ajoelhou-se.
- "Meu Deus, o que o Senhor quer me mostrar, eu estou fazendo o que prometi e sou grato, pois o Senhor tem me ajudado em nome de Jesus, não deixe nenhum mal acontecer a ela, seja o Senhor com ela, segure firme em sua mão e não permita que ela se sinta só ou sinta que o Senhor não a ame, tire daquele coração qualquer sentimento de inferioridade, não permita Senhor que o inimigo continue a escraviza-la, quebre todas as correntes que a mantém afastada de Ti. Senhor, obrigado por cuidar de mim e da minha família, e dos meus amigos, mais uma vez eu coloco a Tereza em suas Mãos Senhor, que o Senhor a desperte e que ela venha a ter um relacionamento íntimo e pessoal com o Senhor, cuide de cada passo do meu dia e das minhas filhas, que este dia seja um bom dia, para a Sua Honra que jamais venhamos a esquecer de Onde vem o nosso socorro e a nossa força. Em nome de Jesus ajude-me a continuar firme no caminho de esperar no Senhor, obrigado pelo Seu cuidado, em nome de Jesus amém." - Orou.
Não sentia mais aquela angústia devastadora, mas o incômodo ainda estava lá, enquanto orava o Espírito Santo lhe mostrou que alguma coisa estava acontecendo com a Jemima, pegou o celular e ligou.
- Alex! - Felipe atendeu no terceiro toque. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou aflito, só então Alex olhou a hora, seis e quinze da manhã, claro que Felipe já estaria acordado ele era dono de uma panificadora, mas estava muito cedo para ligar para alguém, angustiado ele passou a mão na cabeça.
- Oi Felipe! Desculpe-me pela hora, mas eu gostaria de saber se você viu o Asafe antes de sair de casa!
- Qual é o problema Alex?
- Não sei! Eu estou angustiado desde ontem, e acordei agora de um sonho desagradável com a Jemima, não me recordo do sonho, só da sensação, talvez o Asafe tenha sonhado com alguma coisa.
- Eu perdi a hora hoje, então não fui ao quarto das crianças, eu não creio que ele tenha sonhado com alguma coisa grave, geralmente quando isso acontece, ele nos procura para falar e a Jemima está bem, o Bruno tem se comportado bem...
- Felipe, por favor! Liga para a sua esposa! - Interrompeu angustiado.
- Ok, se isso te deixa mais tranquilo, eu vou ligar para a Carol e te ligo em seguida para te acalmar.
- Ok! Eu vou aguardar, por favor, não esqueça!
- Não esquecerei!
- Obrigado Felipe, e mais uma vez desculpe-me. - Desligou o telefone, passou a mão na cabeça e foi ao banheiro.
- Bom dia papai! - Disse Júlia abraçando-o no momento em que ele entrou na cozinha.
- Bom dia filha! - Respondeu passando as mãos na cabeça, Laila que fazia pão na chapa apenas sorriu para o pai que foi até ela e beijou o alto da sua cabeça. - Bom dia filha, desculpa, mas por que vocês não me chamaram para preparar o café?
- Bom dia papai. - Cumprimentou sorrindo. - Eu ouvi o senhor andando pela casa de madrugada, o senhor não está bem, vamos cuidar do senhor até melhorar. - Emocionado ele não soube o que falar apenas apertou a filha nos braços.
- Papai não tem como a gente mudar para o Tocantins no horário de verão! - Perguntou Júlia bebendo seu leite com chocolate.
- É isso aí! - Laila disse estendendo a mão para a irmã tocar que tocou rindo, Alex também sorriu, pegou um guardanapo de papel para limpar o bigode de leite da filha mais nova.
- Quer dizer que vocês querem mudar para o Tocantins para fugir do horário de verão? Não sei se vocês sabem mais têm outros estados que também não têm horário de verão.
- Sabemos, mas queremos o Tocantins. - Responderam as duas, o pai se serviu de um café puro pensando que não seria ruim se mudar para o Tocantins, sacudiu a cabeça afastando as imagens que começavam a tomar formas em sua mente e ouviu em silêncio todas as vantagens que as filhas enumeravam a ele.
Alex deixou as filhas na escola e foi para o trabalho, ansiava por notícias de Felipe, mas precisava esperar de todas as coisas que aprendera desde que se convertera a que ele mais guardava em seu coração, era a de que Deus estava no controle de sua vida sempre, e acontecesse o que acontecesse ele sempre esperaria em Deus.
- Você viu o bolo da Laila? - Perguntou Cassandra antes de sua entrada na sala.
- Esqueci! - Respondeu culpado.
- Eu preciso sair um pouco, eu vejo isso. - Disse ela.
- Mais...
- Sem mais ou menos, você parece cansado, eu cuido disso. - Disse bagunçando o cabelo do amigo e saiu cantarolando.
Ele sentia-se mal por não ter encomendando o bolo da filha, o aniversário dela era no dia seguinte, desde a morte da esposa que as filhas não tinham festa de aniversário e naquele ano Cassandra queria fazer uma festa para a menina, e a única responsabilidade dele era o bolo, e ele esquecera, sentindo-se infeliz tentou focar no trabalho. Nove e quinze da manhã Felipe ligou.
- Perdoe-me, mas só agora tive condições de te ligar. Lamento mais você estava certo, o Bruno espancou Jemima e ela está na sala de cirurgia nesse momento.
- "Meu Deus esteja o Senhor nesta cirurgia, e que tudo venha a acontecer segundo a Tua Vontade, nos ampare para que não venhamos a cair e não nos afastemos de Ti". - Pediu fechando os olhos, e sentindo-os arder devido às lágrimas.
- Alex! Está me ouvindo?
- Desculpe-me Felipe, pode falar estou te ouvindo agora.
Continua...
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