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74 - Feliz é aquele que tem sua transgressão perdoada.

Claudia estava na casa do Sérgio aguardando que o pai chegasse com notícias sobre a reunião, Michael e Sérgio estavam na janela um de cada lado, o que eles tanto olhavam lá fora ela não fazia ideia. Ela sentada ereta e plena no sofá confortável da enorme sala do pai passava a imagem da pessoa mais firme e equilibrada que já passou por aquela cidade, mas só ela e Deus sabiam como estava por dentro.

Ficara imensamente feliz quando o pai lhe dissera que o Michael os acompanharia, depois desses dias só o vendo no trabalho e os poucos minutos que tiveram sozinhos no sábado, fez com que ela sentisse saudades, apesar de tão pertos, ficara tão empolgada que não pensara que assim como os pais (Pablo e Sérgio), ele também sofreria por ela estar diante daqueles homens que um dia lhe fizeram tanto mal, e que talvez depois dessa reunião ela não tivesse em condições de aproveitar pelo menos um pouco a companhia dele nesta cidade tão interessante como pensara em fazer.

- "Eu estou aqui porque o Senhor é o meu Bom Pastor, porque eu sei que o Senhor me guiará, e colocará palavras sábias e edificantes nos meus lábios, o Senhor tem cuidado de mim e sei que continuará a fazê-lo, eu Te amo Senhor, e sou grata por tudo o que fez por mim, mesmo quando eu duvidava do Teu Amor; sou grata pois sei que estás escrevendo uma nova história para mim, uma história de vitórias e conquistas, pois é o Senhor que está à frente me guiando pelas lutas às quais eu lutarei, obrigada Senhor por todo o Seu Amor, e pelo perdão que o Senhor colocou no meu coração, que eles compreendam que nada disso é de mim ou por mim, é do Senhor para eles, e para que eles se perdoem e vivam uma boa vida em intimidade com o Senhor". - Pediu acalmando-se.

- Pronta? - Perguntou Pablo entrando na sala, com o semblante preocupado.

- Estou sim. - Disse levantando-se, e o pai biológico e o namorado se colocaram um de cada lado dela, o pai apenas sorriu aproximando-se e beijando-a na testa.

- Espero que você saiba o que está fazendo. - Disse ele, se colocando à frente dela. - Vamos?

Ela olhou para os três e sorriu. Pablo na frente, Michael e Sérgio um de cada lado, ela seguiu acompanhando-os à pé até a câmara municipal, lugar onde o senhor Aziz havia conseguido para a reunião. O advogado estava na porta aguardando-os, vendo-os aproximar ele veio encontra-los.

- Que bom te ver querida. - Cumprimentou o advogado abraçando-a.

- Olá senhor Aziz! - Respondeu abraçando-o também.

- Você está bem servida de guarda-costas! - Comentou sorrindo encarando os três homens sérios.

- Eu acho uma loucura essa reunião. - Retrucou o pai adotivo pela milionésima vez. Ela apenas sacudiu a cabeça sorrindo para o advogado.

- O meu pai é muito preocupado; está tudo pronto senhor Aziz? - Perguntou ela tranquilamente.

- Estão todos te aguardando, tem certeza do que está fazendo? - Perguntou o advogado preocupado, ela encarou a cada um dos quatro rostos, apenas Michael estava tranquilo, sorrindo ela assentiu e beijou o rosto de cada um deles, beijando por último Michael, dando-lhe um beijo de leve nos lábios.

- Eu sou grata pela presença de vocês e pela atenção de cada um para comigo, não se preocupem eu vou ficar bem. - E sorrindo acompanhou-os até a porta onde o senhor Aziz apontou para ela.

- Boa sorte querida! - Disse os pais juntos. Michael puxou-a pelo braço e a abraçou.

- Deus te abençoe, e ponha palavras sábias em sua boca, palavras de bênçãos e não de maldição. - Sussurrou em seu ouvido.

- Amém! - Respondeu sorrindo, afastou-se dele, deu mais uma olhada para eles, empurrou a porta e entrou sozinha, conforme havia pedido para desespero deles.

💟💟💟

Os olhares dirigidos a ela no momento em que rompeu porta adentro variavam, da raiva, asco, ódio, repúdio, ao respeito, afeto, carinho, e até admiração, alguns sorriram para ela e outros claramente demonstraram o quanto a odiavam.

- "Que a Tua Vontade prevaleça" - Pensou nervosa. - Boa tarde! Sei que muitos de vocês não queriam estar aqui comigo, e quero que saibam que eu compreendo e não guardo rancores.

- E você acha mesmo que eu me importo com o que você sente ou não? - Perguntou Pietro sarcástico.

- Eu sei que não se importa, mas chegará o dia em que se importará, e não se preocupe em me procurar e dizer isso, Deus saberá e é o que realmente importa. - Pietro riu às gargalhadas.

- Não se iluda querida. - Disse ele rindo ainda mais. - Principalmente com essa conversa fiada de Deus, nos afastamos muito nos últimos tempos, mas posso te dizer uma coisa, nenhum de nós aqui estamos interessados nesse negócio de Deus.

- Não fale por mim. - Disse Víctor Hugo. - Ela sentou ainda nervosa, isso seria bem mais complicado do que ela pensara.

- Nem por mim. - Retrucou Jorge.

- Você não sabe nada sobre mim. - Resmungou Leonardo.

- Pietro, se você não fosse um pavão saberia que mudamos e muito, e os poucos que estão contigo, só estão do seu lado porque são covardes demais para se virarem sozinhos, e te mandar para aquele lugar. - Retrucou Enrico com desdém.

- Os poucos que estão comigo! - Exclamou rindo. - Acho que você esqueceu como se conta meu caro Enrico!

- Eu não sou covarde. Eu perdi tudo por causa dela. - Retrucou Bernardo apontando o dedo na direção de Claudia. - Eu estava de casamento marcado.

- Não foi por minha causa que a sua noiva te deixou, foi por causa das suas mentiras. - Respondeu Claudia inquieta.

- Quem é você Enrico? Para falar de covardia? Você é o maior covarde de todos, só estamos aqui por sua causa e você nem estava presente, nos abandonou no meio da sua sujeira. - Esbravejou Adão, Enrico foi para o rumo de Adão, e Jorge interferiu.

- Chega! Basta dessa infantilidade, todos nós somos culpados pelo que aconteceu.

- Principalmente você! Que com a sua loucura fez de todos nós criminosos! - Gritou Antônio Pedro furioso.

- Aleluia! Você reconhece finalmente que estava lá e participou daquela violência? - Perguntou Leonardo sarcástico.

- Não estou admitindo nada seu idiota, vocês criaram essa situação, estávamos todos bem e em paz, vocês decidiram nos atormentar com essa história. - Retrucou passando as mãos na cabeça.

- Será mesmo Antônio Pedro, que estávamos todos bem e em paz? - Perguntou Jorge, Pietro abriu a boca, ele ergueu a mão. - Agora não Pietro. Eu tenho visto vocês agirem como se não tivéssemos feito nada de errado, como se ela realmente fosse uma louca paranoica, e quer saber? Eu também acreditava que estava bem e em paz, quando eu a vi com o Víctor Hugo e percebi o que aquilo representava para mim, eu fiquei possesso, e quando o Víctor Hugo disse que iria nos denunciar eu perdi de vez a razão e pela primeira vez eu agredi a primeira pessoa que acreditou em mim, a pessoa que fez de mim o profissional que eu sou hoje, se naquele momento vocês tivessem aparecido para mim com uma proposta para que eu a destruísse, e a qualquer um de vocês que ficassem do lado dela, provavelmente eu teria aceitado e ficado do lado de vocês, claro que a Clarissa teria me feito mudar de ideia, como ela me fez dizer a verdade no meu depoimento e ficar do lado do Víctor Hugo. O que eu quero dizer é que eu entendo vocês, e sinto muito por tudo isso. Eu devo um pedido de perdão a todos vocês e espero sinceramente que um dia todos vocês possam me perdoar, eu sou o responsável por toda essa tragedia, eu usei o vicio de vocês para que vocês me ajudassem a fazer uma coisa horrenda, não há nada que eu possa fazer para mudar isso, e eu lamento profundamente.

No dia anterior Claudia encontrara Michael no ginásio da escola no intervalo das aulas, ele estava pensativo, e ela ficara preocupada, há dias que ela percebera que ele estava pensativo e distante. Ela perguntara a ele, se ele estava preocupado por causa da reunião no dia seguinte. Ele sorriu e abraçou-a sussurrando em seu ouvido.

- Não! Deus tem tudo planejado, até o líder deles Deus colocou do seu lado. - Confusa ela se afastara do abraço, ele passara as mãos em seus cabelos carinhosamente. - Jorge estará lá, e não importa quanto tempo tenha passado e o quanto eles tenham se afastado, ele ainda é aquele cara que eles temiam e admiravam, eu percebi o modo como eles falam dele. Além disso, Deus estará do seu lado te blindando contra qualquer tipo de ataque que eles venham a fazer contra você, e eu e os seus dois pais estaremos a uma porta de distância, ou seja, tudo ficará bem. - Ela ficara pensado no que ele dissera sobre o Jorge, que até esquecera de lhe perguntar afinal qual era o problema.

E naquele momento olhando o Jorge agir como se ainda fosse o líder deles, ela fez uma anotação mental, perguntar assim que saísse dali qual era o problema com ele. Sacudiu a cabeça focando nos homens à sua volta, uma coisa era real de fato, eles realmente respeitavam ao Jorge, enquanto ele falava todos ouviam atentamente, até aqueles que fingiam não estar ouvindo ela tinha certeza que estavam bem atentos, era incrível o poder de liderança que ele tinha. Assustou-se com o Víctor Hugo tocando em seu braço.

- Oi? - Perguntou confusa, o rapaz afastou-se corado, provavelmente reagindo equivocadamente ao seu susto. - Desculpe-me, eu estava distraída. - Ele sorriu sem graça, afastando-se ainda mais dela, deixando-a também constrangida.

- Você queria falar conosco Claudia, pode falar estamos te ouvindo! - Disse Jorge.

- "Seja o Senhor meu Deus, a falar através de mim agora. Que meus sentimentos humanos não sufoquem a Tua Vontade para mim e para eles". - Pensou olhando-os, enquanto eles a olhavam alguns assustados e outros desafiadores. - O motivo de eu estar aqui, na verdade é apenas para dizer que eu perdoo a todos vocês e quero.. - Iniciou levantando.

- Se nos perdoa... - Começou Vicente, Jorge o interrompeu.

- Concordamos em ouvir tudo o que ela tem para falar, certo? Então nada de interrompê-la. - Ela olhou confusa dele para os outros, se perguntando quando eles concordaram com isso! - Por favor! Pode continuar. - Pediu ele cansado.

- E quero que vocês me perdoem e perdoem uns aos outros e a si mesmos.

- O quê? - Começaram a falar todos ao mesmo tempo, Jorge olhava para ela confuso, ele levantou a mão ainda olhando para ela, e todos fizeram silêncio.

- Como assim perdoa-la? - Perguntou com a voz embargada. - O que você está falando? - Perguntou sacudindo a cabeça confuso.

- Em uma coisa eles estão certos, eu virei a vida de todos de ponta cabeça. Eu não acho mais que a culpa do estupro seja minha, nada disso, mas de algum modo eu despertei esse monstro em você e eu sinto muito por isso. - Disse olhando nos olhos dele. - Eu não me lembro de nada sobre você até aquela tarde na livraria, e talvez eu nunca venha a me recordar eu não sei! Mas foi algo que eu te fiz ou disse que fez com que você quisesse se vingar de mim, não estou isentando nenhum de vocês do mal que me fizeram, estou aqui para me redimir do mal que sem querer eu fiz a vocês, desejo sinceramente que todos vocês um dia compreendam, que somos responsáveis pelo mal que fazemos aos outros conscientemente ou não. No entanto reconhecer e se arrepender do que vocês me fizeram isso aí é entre vocês e Deus, espero de verdade, que vocês se arrependam e continuem com suas vidas, que tenham vidas normais e boas.

- Não é possível simplesmente continuarmos com as nossas vidas, o nosso erro foi pensar que poderíamos levar uma vida normal depois do que fizemos com você. - Disse Miguel. - Tudo que eu queria era uma vida normal, com problemas matrimoniais normais, vejam a encrenca em que eu coloquei a minha família. - Concluiu engasgado.

- Olhem para mim, vocês acham que eu tenho uma vida normal? - Todos os olhares se voltaram para ela, e pela primeira vez desde que entrara naquele local, todos tinham o mesmo olhar para ela, curiosidade e surpresa.

- Não sei se você tem uma vida normal, mas você não é exatamente como eu imaginava. - Disse Bruno.

- Você não é como nenhum de nós imaginávamos. - Disse Vicente. - Você é doida isso sim. - Ela sorriu para ele, e ele ficou corado. - Era para você nos odiar, qual é o seu problema? Nós fizemos mal a você, no passado e estamos fazendo mal agora, por que você insiste em ser simpática?

- É aí, que vocês se enganam! Eu não sou simpática, e não tenho pena de nenhum de vocês, no entanto o Espírito Santo que habita em mim, faz com que eu veja vocês com outros olhos.

Os olhares dirigidos a ela agora eram olhares de quem tinha certeza que estavam à frente de uma pessoa totalmente desequilibrada.

- O mal que fizemos a você foi pior do que imaginávamos! Afetou suas faculdades mentais. - Disse Luís Eduardo.

- O mal que vocês fizeram a mim, não destruiu apenas a mim, destruiu toda a minha família. E se eu tivesse encontrado qualquer um de vocês há um ano, não teríamos tido a conversa que já tivemos antes, e menos ainda estaríamos tendo essa conversa em especial. Hoje eu tenho uma vida normal, e a cada dia caminho mais para a normalidade, pois agora eu compreendo que o mesmo Amor que me restaurou para que eu tivesse uma vida normal, também Ama vocês, o Sacrifício de Cristo não foi apenas por mim que fui vítima naquela noite, foi por vocês que foram meus algozes também, Jesus justificou aqueles que O crucificaram! Por que não justificar a vocês também?

- Você é uma dessas pessoas crentes que se acha melhor que os outros? - Perguntou Bruno confuso.

- Como é lento! - Provocou Fábio. - Ela está tentando nos levar para a seita dela, seja ela qual for!

- De jeito nenhum Fábio! A decisão do que vocês farão de suas vidas são de vocês, eu não tenho nenhum poder para convencê-los do que quer que seja, só o Espírito Santo de Deus pode convencê-los de alguma coisa, e eu estarei orando por isso.

- O que exatamente você quer de nós? - Perguntou Pietro irritado.

- Nada! Eu não quero nada de vocês. Eu vim oferecer algo a vocês.

- Nossa a boa moça, solidária e gentil! Até parece! - Resmungou Pietro ela apenas deu de ombros.

- E você é tão chato e previsível! - Retrucou Leonardo.

- Lamentavelmente nem todos vocês se arrependeram do que me fizeram... - Começou tentando evitar uma discursão, mas foi interrompida por Bruno.

- Na verdade é difícil se arrepender de uma coisa da qual a gente não se lembra direito, e no entanto essa coisa vive nos atormentando. - Disse Bruno passando as mãos na cabeça.

- Vocês deveriam ter tido a curiosidade de ver a gravação que eu fiz! - Comentou Leonardo.

- Pensei que você tivesse dado fim naquilo, e ninguém comentou sobre ela nos interrogatórios! - Disse Marcos olhando surpreso para os outros.

- Eu entreguei a fita para o Víctor Hugo...

- O quê? - Perguntou Pietro de olhos arregalados.

- Eu disse aos capangas do seu pai que a fita não estava comigo. Não tenho culpa se ninguém acreditou em mim.

- Por que não disse com quem estava a fita? - Perguntou Pietro. - Por que entregou a ele? De todos nós ele era o mais propenso a nos entregar.

- Eu contava com isso quando entreguei a fita a ele, e não disse, porque isso era um assunto meu. E de qualquer forma, ele não nos entregou naquela época, mais nos entregou agora. - Concluiu com um meio sorriso.

- Você nos fez de idiotas? Você sabia que estávamos nos encrencando mentindo, e não nos disse nada! - Esbravejou Pietro violentamente.

- Eu disse para você parar com isso, que a verdade iria aparecer de qualquer jeito, você riu na minha cara, lembra-se? E ainda disse que eu havia me vendido.

- Por que raios vocês estão discutindo por causa dessa fita? Não sei em que ela poderia nos beneficiar ou nos prejudicar mais do que nós mesmos já fizemos, se ela nos beneficiasse ou nos prejudicasse em alguma coisa, o Víctor Hugo já teria nos dito, ou a manteria bem longe desse processo, dependendo da boa vontade dele. - Retrucou Adão.

- Eu nunca vi a fita, sinto muito! - Respondeu Víctor Hugo tímido.

Claudia percebeu o olhar trocado entre Leonardo e Jorge; ela escolheu não conhecer o conteúdo da fita, mesmo quando pediu ao senhor Aziz todas as informações que ele tinha sobre todos eles, e ele perguntara se ela queria saber mais sobre a fita, ela respondeu que não, mas algo no olhar daqueles dois lhe dizia que havia mais coisas, do que a inocência do Víctor Hugo naquela fita e pela primeira vez ficou realmente curiosa sobre o seu conteúdo.

- Leonardo, por que falar dessa fita agora, se resolvemos não usa-la? - Perguntou gentilmente.

- Diga o que você quer conosco, e nós diremos o que mais tem naquela fita. - Disse Jorge, Leonardo deu de ombros, ela olhou de um para o outro séria.

- Ok! Como eu dizia, nem todos vocês se arrependeram do mal que me fizeram, mais alguns de vocês se arrependeram verdadeiramente, e infelizmente não posso processar apenas alguns de vocês, logo, retirarei a queixa contra vocês.

Silêncio absoluto! Todos olhavam de boca aberta para ela. Alguns secaram discretamente uma lágrima ou outra virando o rosto.

- Você tem certeza disso? - Sussurrou Víctor Hugo. - Ela assentiu, Jorge se aproximou.

- Você sabe que estamos prontos para responder pelo que fizemos, eu sei que te assustei na livraria aquele dia e que o Pietro e seus companheiros tem feito de tudo para te assustar, mas a justiça vai prevalecer.

- Claro que gostaríamos de nos livrar desse processo, mas não queremos que você faça qualquer coisa porque está assustada com esses idiotas, ou por que teme que qualquer um de nós dê para trás. - Disse Enrico.

- Ela tem razão em ter medo de nós. Podemos acabar com ela. - Disse Pietro vitorioso, Claudia olhou surpresa para ele.

- Você não pode acabar comigo Pietro. Não ligo a mínima para as suas acusações e difamações, estou desistindo do processo por cada um que se arrependeu, e querem uma chance de ter uma vida normal e tranquila e espero sinceramente que vocês que ainda não se arrependeram em contra partida percebam a bênção que estão recebendo.

- Não precisamos da sua bênção. - Retrucou Bruno em prantos.

- "Meu Deus, todos eles precisam de Ti, e eu creio que o Bruno é o que mais precisa, em nome de Jesus, Seja o Senhor com ele, ajude-o a sair do meio desse vício que só o destrói". - Pensou sobressaltando-se ao ouvir a voz do Leonardo.

- Por que exatamente você está fazendo isso?

- Para que você possa continuar com seus projetos de ser magistrado, por exemplo!

- Não quero mais ser magistrado. - Disse olhando para Pietro que gargalhou.

- Meu pai não permitirá que ele assuma  nenhum órgão judicial desse país.

- Talvez os planos de todos vocês mudem daqui para a frente. As escolhas de vocês nos trouxeram até aqui, agora eu estou fazendo uma escolha que poderá nos levar a todos para outro rumo, no entanto, o rumo das vidas de vocês dependerá somente das escolhas de vocês. Leonardo a sua namorada tem tentado levar você para a igreja, e você dizia a ela que não merecia a ela e nem era digno de ir à igreja, pois Deus manda te dizer, que seus pecados estão perdoados, e só depende de você continuar assim ou não, a decisão de se entregar a Deus e viver em paz ou continuar a se martirizar é sua.

- Você falou com a Andressa? - Ela apenas deu de ombros sorrindo.

- Enrico, você foi muito corajoso em enfrentar o seu pai para estar aqui e assumir o que você fez de errado, já que você começou não pare, seja o homem que Deus te criou para ser, use o poder da diplomacia que você tem e combata o bom combate, o combate que não é contra o sangue ou a carne.

- Você sabe que eu não entendi nada do que você disse, não sabe? Mas estou arrepiado, e senti uma coisa estranha aqui dentro. - Disse tocando o peito emocionado. - Acho que tem alguma errada comigo.

- Não se preocupe, não há nada de errado com você, e você entenderá, só precisa buscar. Miguel, não desista da sua família, Deus permitiu que você tivesse uma, lute por ela, não se imponha à sua esposa, não tente convencê-la de que ela está errada, até porque sabemos que ela está certa, apenas a convença do seu amor por ela e por seus filhos, e do seu mais sincero arrependimento, não busque no homem a sua paz, busque em Deus.

- A minha sogra me disse para eu buscar a Deus antes de decidir qualquer coisa sobre a minha família. - Lembrou franzindo a testa.

- Muito sábia a sua sogra! - Constatou. - Mateus e Marcos, continuem na caminhada que vocês escolheram, sei que neste momento não está sendo fácil e vocês sofrem pelo que suas esposas estão sofrendo por causa de vocês, igreja é mesmo complicada, eu estou dando meus primeiros passos e é no mínimo delicado, afinal, ela é cheia de pessoas fazendo tratamento intensivo, só não esqueçam que a Cabeça desse corpo É Cristo, e foi Ele que chamou vocês e Ele é Quem Justifica vocês.

- Vocês são crentes? - Perguntaram algumas vozes, eles ignoraram a todos focando apenas em Claudia.

- Como você soube disso? Nosso pastor nos aconselhou a não falarmos nada, pois isso seria ruim para a igreja. - Disse Marcos tímido.

- Não sei qual o problema com o seu pastor, mas eu acho que os testemunhos de vocês deveriam servir de luz para homens que comentem esse tipo de atrocidades, eu tive a sorte de sofrer só uma vez essa violência, mas tem mulheres e homens que sofrem isso todos os dias, vocês não vivem de estuprar mulheres, mas sei que todos vocês tem os seus traumas por causa daquela noite, vocês poderiam ter continuado por esse caminho e escolheram outro, talvez haja alguns desses... - a única palavra que vinha em sua cabeça era monstro, pois só conseguia pensar no menino Guilherme.

- Você acha que esse tipo de monstro tem jeito? - Perguntou Bruno.

- É por isso que você não se ama e tenta de todas as formas se destruir? Por que você se acha um monstro? - Perguntou Claudia cautelosamente.

- E não somos? - Perguntou vazio de qualquer emoção.

- São. - Ela optou pela verdade, e Pietro gargalhou.

- Até que enfim você disse o que realmente pensa sobre nós. - Disse sarcástico.

- Nunca disse que acho vocês os mocinhos, mas sim, eu acredito que as pessoas podem mudar de vida, mudar os seus hábitos, por anos eu odiei a vocês e a mim, agora eu só quero Paz e que vocês também tenham a mesma Paz que agora eu tenho, continuar sendo um monstro ou não é uma escolha de cada um de vocês.

- O Jorge por exemplo, até o momento em que o vi, ele estava preso aos acontecimentos daquela noite, e saber que eu poderia destruir o mundinho perfeito dele fez com que todas as defesas dele se armassem, só que maior que o desejo dele de se defender e se livrar de mim, vou preservar o amor da sua vida ao seu lado, ou seja ele fez outra escolha; e Jorge aproveite o seu potencial de líder para coisas grandes, use o dom da cura com sabedoria, Deus não desperdiça talentos, nós que não nos prontificamos a usa-los.

- O que Deus poderia querer com alguém como eu?

- Ele é o Deus do Impossível, Ele pode tudo, até transformar um perseguidor em perseguido. - Jorge apenas sacudiu a cabeça descrente. - "O convencer é Contigo Santo Espírito, só estou aqui para ser instrumento da Sua Vontade". - Pensou.

- Quer saber? Eu cansei desse papo. Tudo isso é ridículo! - Disse Pietro. - Você pode enganar a eles, mas a mim você não engana, não somos iguais essas pessoas tolas e sem cultura que caí nessa história de Deus Perdoador e que tudo fica bem.

- E quem te iludiu dizendo que por que Deus é Perdoador tudo fica bem? - Ele a olhou confuso.

- Não é isso que você está dizendo?

- Não. Estou dizendo que quem escolher viver uma vida com Jesus, as coisas serão mais fáceis, de algum modo que eu ainda não consigo explicar, Ele faz com que o fardo não seja demais, eu tenho uma vida normal, porque Deus está cuidando de mim.

- Eu tenho uma vida normal. - Esbravejou Pietro furiosamente.

- Sério? Não é o que parece. Veja só, você é o segundo mais velho, e você é o único que não tem um emprego...

- Eu também não tenho emprego. - Constatou Bruno pensativo.

- A sua situação é diferente Bruno. - Respondeu Víctor Hugo se aproximando do outro.

- Você não tem uma esposa ou namorada com quem tenha pretensão de casar. - Ele ficou corado, e Claudia soube o motivo. Ele mantinha um caso em secreto com uma garota de programa. - Eu sei, ela acredita que um dia você a pedirá em casamento, é impressionante como as pessoas se iludem fácil, não é mesmo?

- Você deve ser uma ótima jogadora de pokey! - Exclamou pálido.

- Acredita mesmo que eu estou blefando? Não passou pela sua cabeça que do mesmo modo como mandou nos investigar, alguém poderia ter investigado a vocês também? - Ele sentou mais pálido ainda, de repente todos pareciam muito preocupados, com exceção do Victor Hugo e Jorge.

- Você nos investigou? - Perguntou Fábio. - Por isso você sabia que... - Ele olhou constrangido para os outros e levantou indo para o outro lado da sala, Claudia franziu a testa, o mais provável era que Pietro tenha ficado sabendo que Fábio estava de caso com a madrasta e o chantageou para apoia-lo.

- Eu só lamento que a pessoa que estava te investigando pensava que eu estava morta. - "Ou talvez eu não lamente tanto assim!" - Pensou arqueando a sobrancelha.

- Qual de vocês estava me espionando? - Perguntou irado, eles se olhavam confusos e desconfiados.

- Nenhum deles espionou você, nenhum deles sabe de que mulher eu falei, há não ser é claro que você tenha dito a algum deles. - "Coisa que eu duvido muito". - Pensou.

- O que você quer de mim? - Perguntou baixo.

- Nada! Eu acho que ela é a única pessoa que quer alguma coisa de você.

- Não seja hipócrita! Eu sei que todo esse circo é só para que o seu namoradinho não se dê mal.

- E por que meu namorado se daria mal?

- Porque eu coloquei ele na cena do crime.

- Você o quê? - Perguntou levantando e indo até ele, ele se afastou rapidamente indo para trás do Jorge.

- Com medo de uma mulher Pietro? - Provocou Fábio.

- Você nunca viu ela lutando! - Ela respirou profundamente, passou a mão na cabeça, e voltou a sentar.

- Ok! Alguém pode me explicar o que significa colocar o Michael na cena do crime.

- A ideia foi do Pietro ele que explique. - Resmungou Bernardo.

- A palavra é sua, senhor esperto! - Disse Jorge saindo da frente dele, nervoso ele encarou Claudia, esfregando as mãos uma na outra.

- Eu disse que éramos amigos, e que ele estava aqui a meu pedido, o detetive descobriu que ele chegou ao Brasil naquele dia, pagamos algumas propinas aqui e ali, e encontramos testemunhas de que fomos vistos juntos e que saímos do hotel naquela noite juntos.

- Ele esteve preso. - Argumentou Claudia com a garganta seca.

- A ficha dele naquela delegacia está mais limpa que o meu quarto, e olha que meu quarto é impecável! - Claudia olhava-o boquiaberta.

- Sério, que nessa sua cabeça doente, você acredita que fez um favor a ele?

- Claro! Agora ele está sendo acusado de estuprar a namorada, mas ele nunca foi preso por isso, na verdade se não fosse aquele ex policial honesto e chato que estava com ele, o fato de ele ter sido preso por suspeita do seu estupro seria perfeito, mas fomos obrigados a limpar a ficha dele.

A cabeça de Claudia girava, lembranças de Michael e Edna conversando sozinhos e se calando quando ela chegava, ele tenso e angustiado, e ela pensando que era apenas o pastor, como pudera ser tão tola?

- Você realmente não sabia de nada disso? - Perguntou Adão, olhando em seguida para o Jorge.

- Vocês sabiam? - Perguntou ressentida.

- Sim. Mas tanto o Michael quanto seus pais e o seu advogado achou melhor você não saber de nada disso, por enquanto.

- Eles temiam que isso influenciasse a minha decisão. - Afirmou sóbria. - E eles tinham razão. A queixa a essa hora já foi retirada. - Disse olhando o relógio. - No entanto Pietro, você vai retratar diante de todos para quem você disse que o meu namorado estava lá, caso contrário nós vamos mover uma ação contra você e todos os que disseram isso em seus depoimentos.

- Acho que você não entendeu, nós fizemos tudo de tal modo, que ficou impossível de vocês provarem que ele não estava lá. - Disse sorrindo.

- Tem certeza? Leonardo tem algo naquela fita que você queira compartilhar com os seus amigos, antes que eu entregue ela à justiça?

- A fita está com você? - Perguntou Pietro pálido se apoiando em Vicente que estava próximo.

- Por que diabos você não apresentou logo essa fita? Eu não teria precisado decorar tantas mentiras! - Disse Vicente empurrando Pietro.

- Nunca foi minha intenção apresentar aquela fita, eu mesma não conheço o conteúdo dela, mas sei que é a minha imagem que está sendo exposta lá. Acontece que agora a situação é outra, não existe a menor chance de vocês denegrirem a imagem do homem que evitou que além de estupradores, vocês se tornassem assassinos. Leonardo...

- A fita comprova que o Michael jamais esteve lá, e que Víctor Hugo não foi o único a não tocar em você. - Disse encarando-a, ela apenas sacudiu a cabeça confusa. - Além, de mim e do Enrico que como todos já sabem não participamos do ato, apesar de termos sido os responsáveis para que o ato fosse efetivado, o Bruno e o Luís Eduardo também não tocaram em você Claudia.

Outra vez o alvoroço foi feito, Bruno avançou contra Jorge de murro. E quando Claudia se deu conta, eles estavam todos se batendo, Mateus e Marcos tentando sair do meio da briga, ganhavam um ou outro murro, os homens que esperavam do lado de fora entraram e se ofendiam, se agrediam, estavam fora de controle.

- "O Senhor fez de mim faixa preta por algum motivo". - Pensou partindo para a briga. Na verdade foi necessário um ou dois murros, ou não, e ela apenas aproveitou a oportunidade e acertou a cara de Pietro, depois de mais alguns chutes, murros e palavrões eles se acalmaram, Michael ficou ao lado dela de mãos dadas, Sérgio e Pablo na porta ao lado do senhor Aziz.

- Eu destruí a minha vida por causa daquela noite, por que vocês não me disseram que eu não havia feito nada? - Choramingava Bruno.

- Fomos tolos. Sentimos muito, mas chegamos à conclusão de que era melhor, que todos acreditassem que todos haviam participado, a culpa de vocês era a nossa garantia de que ninguém nos denunciaria. - Disse Jorge.

- Pelo visto de nada adiantou. - Resmungou Pietro.

- E pior! Eu menti por causa de um crime que eu nem cometi. - Choramingou ainda mais Bruno.

- Não se iluda querido, você foi cúmplice é tão culpado quanto nós, todos vocês que estão se julgando inocentes, são tão culpados quanto nós. - Retorquiu Antônio Pedro

- Sabemos disso, mas eu admito que saber que não sou um estuprador é muito bom, seja lá o que aconteceu que me impediu de fazer isso. - Alegrou-se Luís Eduardo.

- Você desmaiou quando olhou para ela, o Bruno e o Víctor Hugo não quiseram chegar perto dela. Não entendi por que o Víctor Hugo concordou em ajudar o Jorge a tira-la de lá. - Concluiu Leonardo.

- Senhor Aziz, o senhor poderia devolver o celular deles, por favor! - Ele concordou e saiu. - E então Pietro como vai ser, você e todos os que depuseram difamando o Michael, irão se retratar ou não?

- Meu advogado vai tratar disso. - Respondeu Bruno.

- O meu também! - Retrucou Vicente. E assim um por um, eles concordaram em se retratar.

- Não tenho escolha, já que esses traidores largaram o barco. Você me paga Vicente. - Retrucou Pietro finalmente.

- Cuidado Pietro, o Vicente não é o único a ter telhado de vidro; apesar que você deve resolver a sua situação Vicente, ficar a mercê de chantagem não é saudável. - Ele abaixou a cabeça constrangido.

O senhor Aziz voltou com os celulares, que a pedido dela havia sido recolhido quando eles chegaram, enquanto ela falava com eles o advogado dela estava retirando a queixa e como ela não sabia como iria correr a conversa não queria que os advogados ou os pais deles atrapalhassem a conversa, o que pela reação deles teria acontecido, todos tinham ligações perdidas e mensagens, com exceção de Jorge e Víctor Hugo que o advogado estava logo ali.

- Vocês estão livres. - Disse o advogado abraçando-os.

- Como diria Jesus, vão e não pequem mais. - Disse Sérgio, encostado na parede distraído.

- Talvez esteja na hora de eu conhecer esse Jesus de quem a Fernanda e a Lorena tanto falam. - Disse Jorge.

Claudia sorriu e abraçou apertado o seu namorado que passara pelo maior sufoco, apenas porque a encontrara em uma rua deserta em uma noite fria e chuvosa e a salvou.

- Você deveria ter me dito o que aconteceu quando você veio depor. - Sussurrou para ele.

- E te deixar ainda mais preocupada? Não, além disso, eu tinha certeza que Deus estava no controle de tudo e tudo iria ficar bem.

- Agora é com eles e Deus. - Disse olhando para aqueles rostos que mesmo sem conhece-los, foram o terror da vida dela pelos últimos anos, todos falavam ao mesmo tempo no celular, alguns olhavam para ela com admiração, outros com desconfiança, e então ela percebeu que nenhum deles a olhavam mais com ódio, nem mesmo o Pietro.

- Essa é a razão de estarmos aqui, Deus está trabalhando nas vidas de cada um de nós. Vamos apenas aproveitar as bênçãos que Ele tem para nós, e vamos nos fortalecer nEle para as provações que virão.

- Obrigada por tudo meu amor! Deus foi muito generoso comigo, ao colocar você na minha vida. - Delicadamente em meio aquele tumulto de vozes, ela beijou de leve os lábios dele. - Quer dar uma volta, antes de voltarmos para casa?

- Com certeza! - Respondeu beijando-a com a mesma delicadeza com que ela o havia beijado. E de mãos dadas saíram, sem perceber os diversos olhares drigidos a eles.

Continua...

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