Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

70 - No amor não há medo.

O som do despertador estava tão distante que ela se perguntou qual vizinho tinha um despertador tão volumoso, para acorda-la, colocou o travesseiro nos ouvidos e o barulho continuou a incomoda-la, abriu os olhos prestando mais atenção, e só então se deu conta que era o seu alarme, desligou sonolenta e virou para o outro lado, o celular começou a vibrar, suspirando pegou-o, era o pai.

- Oi papai! - Atendeu de olhos fechados.

- Bom dia, ainda está deitada? - Perguntou surpreso.

- Estava. - Respondeu despertando. - Acabei de me lembrar que hoje ainda é sexta, ou seja tenho que trabalhar. - Disse bocejando. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupada.

- Gostaria de tomar café da manhã com a minha filha, o que você acha? - Olhou a hora, seis e quatro.

- O senhor vem para cá ou vou para aí?

- Eu já estou chegando no seu prédio.

- Ok! Estou esperando. - Disse pulando da cama e ajoelhando, teria que preparar o café da manhã. - "Obrigada, oh, meu Deus por mais uma noite, obrigada pelo dia que se inicia e obrigada pelo meu pai que está chegando, abençoe a todos nós para que tenhamos um bom dia na Tua Presença, nos dê um bom dia de trabalho e que tenhamos paz uns com os outros,  Pai querido, esteja com cada uma daquelas pessoas que estavam no karaokê e mostrou interesse em Te conhecer, abençoe aquele casal que a esposa está doente, faça segundo a Tua Vontade na vida deles, e mais uma vez coloco em Tua presença minha família, coloque o perdão em seus corações, em especial a minha mãe, o Senhor sabe o quanto ela tem um coração duro, mas eu sei que para o Senhor não há coração duro que o Senhor não aquebranta; seja o Senhor com aqueles homens, em nome de Jesus eu te peço Pai, não deixe nenhuma maldição vingar nas vidas deles, faça a brasa do Espírito Santo queimar em cada um deles, até que eles possam perdoar a si mesmos e uns aos outros, faça-os se arrependerem verdadeiramente e viverem suas vidas na Sua Paz; Senhor que aquela noite sirva para nos aproximarmos mais e mais de Te, fortaleça-me na fé, para que o meu 'eu' não seja maior que o Senhor na minha vida, em nome de Jesus, amém, ah, Pai e mais uma vez, obrigada pela vida da Luciana, amém". - Orou.

Verificou as mensagens do celular, Marcelo havia respondido.

É só você marcar o dia e estarei aí. Só me fala com um mínimo de antecedência, te amo, e estou feliz por sua decisão, eu sempre soube que você era uma garota esperta! Tenha um bom dia debaixo das Asas do Senhor. Beijos.

Deixou o celular na mesa de cabeceira, sorrindo foi para a cozinha, encontrou Luciana.

- Bom dia. - Cumprimentou Luciana.

- Bom dia! - Respondeu surpresa. - Menina! Eu não desliguei o seu alarme? - Perguntou confusa.

- Ah! Então foi isso o que aconteceu? E eu pensando que meu celular estava com defeito e por isso não havia despertado.

- Você tem prova hoje, precisava descansar. - Justificou ajudando-a.

- Eu descanso depois. - A campainha tocou, Luciana olhou-a arqueando a sobrancelha.

- É o meu pai. - Disse indo atender. - Bom dia. - Cumprimentou abraçando-o.

- Bom dia minha filha. - Respondeu apertando-a.

- Papai eu preciso respirar. - Disse sufocada, o pai relaxou o abraço. - O que houve? - Perguntou preocupada.

- Nada! - Disse afastando-se dela, e sorriu o que a deixou mais preocupada.

- Papai, por favor! Não vai começar a esconder as coisas de mim vai? - Perguntou puxando-o e fechando a porta.

- Eles ameaçaram e bateram no Leonardo. - Ela o encarou confusa sacudindo a cabeça.

- Papai por que a surpresa, por eles terem ameçado o Leonardo? Todos eles foram coagidos, certo que eles não usaram de violência com os outros, pelo menos não que eu tenha ficado sabendo! - Disse cruzando os braços.

- Ele foi agredido no dia em que o Víctor Hugo foi à delegacia. - Ela inclinou a cabeça distraída, se havia uma coisa que ela havia aprendido, era que coincidências não existem.

- Vamos tomar nosso café. - Disse passando o braço pelo do pai, ele a encarou.

- Filha, você compreendeu o que eu disse?

- Sim. Mas eu estou com fome, penso melhor de barriga cheia. - Disse seguindo em direção à cozinha.

- Bom dia Luciana! - Cumprimentou Pablo sorrindo.

- Bom dia. - Respondeu sorrindo. - Com licença!

- Você não vai tomar café conosco? - Perguntou Pablo.

- Não senhor, eu me atrasei hoje, - Disse olhando para Claudia que virou o rosto lá para o outro lado. - eu preciso fazer algumas coisas, às quais eu já deveria ter feito. - Neste momento ela se sentiu culpada, ela sabia que a amiga orava e lia a Bíblia antes de cuidar do seu café da manhã.

- Você precisa parar de me chamar de senhor. - Disse sentando, ela apenas acenou e sorrindo saiu da cozinha, Claudia acompanhou-a.

- Desculpe-me, por minha causa atrasei seu momento com Deus, eu sinto muito.

- Não se preocupe, você me deixa muito feliz, com esses gestos de carinho. Nunca me senti uma empregada doméstica aqui, e sou grata por isso. - Disse fazendo um carinho no braço da amiga.

- O senhor está preocupado com o quê? Exatamente. - Perguntou sentando na frente do pai.

- Eu não sei como eles puderam saber que o Víctor Hugo foi à polícia. - Ele começou como quem não quer nada, ela franziu a testa.

- Simples! Ou o Jorge disse, coisa que eu não creio, mas também não é impossível; ou eles tem gente espionando a todos os envolvidos, - Ela parou de comer e olhou nos olhos do pai. - Isso incluí a mim.

- Você fala isso com essa calma toda! Minha filha você e a Luciana irão para a nossa casa. - Disse exasperado.

- Paizinho, acalme-se! Se eles quisessem me fazer algum mal já teriam feito. - Respondeu calma.

- Não exatamente, minha filha! Antes você não era uma ameça, você nem sabia quem eram eles, agora você os está processando.

- Eles não me farão nada, principalmente agora com a polícia de olho em mim e neles, eles só querem me assustar, se quisessem teriam vindo atrás de mim, e não do Leonardo, eles não creem que eu posso realmente prejudica-los, eles só foram atrás do Leonardo por causa da fita, porque aquela fita sim pode provar que eles estão mentindo.

- Exatamente! É esse o medo deles a porcaria daquela fita, fita esta, que agora está com você. - Retrucou em pânico, ela pegou na mão do pai.

- Acalme-se ou terá um enfarto, Leonardo não disse que a fita está comigo, ou qualquer um deles teriam me perguntado por ela, todos eles agem como se ela não existisse.

- É verdade, e o delegado tirou dos altos a citação da fita. - Disse distraído.

- Papai, o que o senhor não está me contando? - Perguntou gentilmente.

- Nada minha filha! Só não queria ter te deixado nessa situação, se eu não fosse tão orgulhoso e egoísta teria dado ouvido ao Renato.

- Quem é Renato?

- O policial que ajudou o Mike aquela noite.

- Papai, não fique pensando em como teriam sido as coisas, eu acredito que tudo aconteceu de modo que seria o melhor para mim. - Ela se mexeu inquieta.

- Pelo visto você sim, não está me falando algo. - Comentou erguendo a sobrancelha.

- Estou pensando seriamente em retirar a queixa. - Ele sorriu sacudindo a cabeça. - O senhor não parece surpreso.

- Na verdade estou surpreso sim, mas não por você retirar a queixa, mas pelo fato de que o Sérgio que acabou de entrar na sua vida percebeu que você faria isso antes de mim.

- Quem tem um pai ciumento? - Perguntou levantando e abraçando-o. - Eu tenho um pai muito ciumento. - Ele riu abraçando-a pela cintura.

- Todo mundo na verdade acha que você faria isso, o que estava enchendo o coração do Jorge e do Víctor Hugo de esperança. - Disse sorrindo, ela voltou para o seu lugar. - Filha, você não acha estranho eu e suas irmãs não odiarmos a eles? - Perguntou culpado.

- Não papai! Na verdade estou mais preocupada com a mamãe, ela está cheia de ódio, isso não é bom papai, mas não vou deixar de orar para que Deus aquebrante o coração dela, e coloque o verdadeiro perdão no coração de todos vocês.

- Você tem orado para que nós os perdoemos? Até mesmo aos que ainda estão de prejudicando?

- Sim papai! O perdão não é apenas para aqueles que nos trata bem e nos apoia.

- Não sei minha filha, aquele Pietro...

- Eu sei, para mim também não está sendo fácil, de todos eles, ele é o que está sendo mais difícil perdoar, ter empatia, amor, mas eu creio que Deus vai cuidar do meu coração e eu vou perdoa-lo, e Deus vai cuidar dele conforme as escolhas que ele fizer, orarei para que sejam boas as escolhas dele daqui para a frente. - O pai pegou na mão emocionado.

- Você é boa demais minha filha!

- Não sou não papai! O senhor não se lembra do ódio que eu alimentava até um dia desses? Eu apenas estou deixando Deus aquebrantar o meu coração conforme a Vontade dEle, é um pouco delicado, tem momentos em que eu penso neles, e as memórias vem e a revolta tenta assolar o meu coração, então eu lembro que o sacrifício de Jesus não foi apenas por mim, e Ele não quer que seja imitadora dEle, apenas nas coisas fáceis, até porque é nas coisas difíceis que o Poder e o Amor dEle são manifestados.

- Quer saber? Eu gostei de ir à igreja naquela noite, e quero ir de novo! Eu quero conhecer esse Deus, que tirou toda a tristeza e amargura do olhar da minha filhinha. - Disse com os olhos marejados.

- Amanhã? - Perguntou radiante.

- Mais já? Pensei que você iria me dizer: a semana que vem ou o mês que vem. - Disse rindo.

- Que nada! Eu conheço o senhor a semana que vem o senhor já terá jogado tanta água fria nessa brasa, que ela já terá virado carvão.

- Do que você está falando? - Perguntou confuso.

- Que amanhã iremos ao culto. - Disse de boca cheia, o pai a olhava desconfiado, e ela franziu a testa, lembrando-se de algo que Marcelo lhe dissera quando ela se converteu.

- Se eu te conheço bem, você será um pouquinho mais chata que eu; e eu estou contando com isso, você tem um grande potencial garota! - Dissera ele.

Ele só esqueceu de dizer a ela, que ela seria mais confusa que ele, às vezes acontecia umas coisas que ela não compreendia, como acontecera na noite anterior, ou agora com o pai, as palavras saíam de sua boca sem o seu controle.

- E a sua mãe? - O pai perguntou a tirando de seu devaneio.

- O senhor a chama, se ela concordar ótimo, mas se não, não insista vamos devagar com ela, deixa a Brasa queimar. - Disse sorrindo.

- De que brasa você está falando? Estou ficando preocupado. - Disse sério.

- Não se preocupe. Me diz uma coisa, quando o senhor decidiu que quer conhecer a Deus, o senhor sentiu alguma coisa diferente?

- Você vai achar que eu estou ficando louco.

- Não vou não!

- Há dias que eu sinto algo estranho é como se alguma coisa... - Ele se interrompeu e olhou nos olhos da filha. - Alguma coisa aquecesse o meu coração, e agora enquanto você falava, a sensação que eu tive, era de que meu coração estava ardendo, veja fiquei arrepiado só de lembrar da sensação. Essa brasa é uma metáfora, não é?

- É o Espírito Santo de Deus trabalhando na sua vida papai, não tenha medo, só deixe Ele consumir tudo que te mantém longe do Pai. - Disse sorrindo, o pai sorriu também.

- Amanhã. Só me manda o endereço.

- Nós vamos te buscar. - Os dois sorriram.

- Papai, tem como marcar uma reunião com todos eles? - Perguntou ficando séria.

- Tem certeza? Minha filha, uma coisa é você estar com eles de um por um, outra coisa totalmente diferente, é estar com todos eles no mesmo ambiente. - Disse receoso.

- O senhor se encarregará de cuidar da minha segurança, eu tenho certeza disso. - Disse dando de ombros. - "E o que não for possível para o senhor cuidar, deixa que Deus cuida". - Pensou, mas não disse nada, ele iria à igreja com ela, era melhor ir devagar.

🌹🌹🌹

Michael não viu Claudia o dia inteiro, ele estava sozinho no ginásio, Artur estava no ginásio Ayrton Senna, com a equipe feminina de vólei. Ele só teve tempo no intervalo e ela estava com a menina Cristina. À tarde Claudia estava envolvida com alguns pais que os filhos estavam faltando muita aula. Ele terminou a última aula esgotado física e emocionalmente.

Edna ligara, ela e o ex-policial Renato não conseguiram nada na delegacia onde Michael passara aquela noite fatídica, os depoimentos dele, do Renato e do irmão, os exames de DNA tudo havia sumido, o delegado e o policial que deu voz de prisão a ele disse que não fazia ideia do que eles estavam falando, que o Renato havia pedido afastamento da corporação porque era indisciplinado.

Distraído não a ouvira chegar, mas soube que era ela quando sentiu o toque em seu ombro, fechou os olhos, e a puxou para si e a abraçou, permitindo que seu aroma o enebriasse e deixou qualquer preocupação para depois, no momento a única coisa que queria era aproveitar a companhia da mulher que Deus havia preparado para ele amar.

- Está tudo bem? - Perguntou afastando-se, ele sorriu.

- Sempre que eu te abraço, você me pergunta se está tudo bem.

- Claro que não! Mas geralmente você me abraça dessa maneira, só quando está acontecendo alguma coisa. - Disse corada, ele ergueu uma sobrancelha.

- De que maneira? - Perguntou se aproximando, com um meio sorriso.

- Mais forte... - Ele a abraçou, ela fechou os olhos - ... Você esconde o rosto no meu cabelo, se estiver solto...

- Como agora? - Perguntou mergulhando o rosto no cabelo dela.

- Hum, hum! - Respondeu ofegante.

- E quando o seu cabelo está preso? - Perguntou se afastando, mas ainda abraçado nela, ela estava rubra.

- Você cheira o meu pescoço. - Disse abaixando a cabeça.

- Quer dizer que eu tiro uma casquinha de você quando estou preocupado? - Perguntou beijando o canto de sua boca, demorando um pouco mais do que o necessário. - "Quando essa história de processo acabar eu vou te pedir em casamento moça". - Pensou ofegante.

- Não, você tira uma casquinha de mim, quando quer me distrair de alguma preocupação. - Disse encostando a cabeça no peito dele, ele gargalhou beijando-lhe a cabeça.

- Não posso dizer que você está certa ou não, mas posso dizer que você é muito perspicaz. - Respondeu pegando suas coisas e pegando-a pela mão. - Você tem culto hoje?

- Não. Hoje é encontro das mulheres nos lares. A irmã da Luciana, me convidou para eu ir no encontro dos jovens, é hoje também, mas a verdade é que eu não sei ainda a que grupo eu pertenço.

- Você vai descobrir a que grupo pertence. Não tenha pressa.

- Eu quero batizar, você acha que eu estou precipitando?

- Se este é o desejo do seu coração de jeito nenhum! Eu quero estar lá nesse dia.

- Eu também quero que você esteja lá, e o Marcelo e a Luciana também. Eu só preciso ver o dia com o pastor para que o meu primo possa vir. - Já não havia ninguém na escola, e de mãos dadas seguiram para os carros. - Mas por que você queria saber se eu iria ao culto?

- Queria saber se gostaria de jantar comigo e Katie, na minha casa!

- Gostaria muito meu bom senhor!

- Eu te buscarei às dezenove horas, minha doce senhora?

- Eu posso ir com o meu carro.

- Eu sou um cavalheiro minha senhora, e jamais permitiria que uma dama atravessasse a cidade, nestas ruas noturnas e perigosas para me prestigiar com a sua doce companhia.

- Assim sendo meu bom senhor, será uma honra ser escoltada, por tão nobre cavalheiro. - Disse fazendo uma reverência, sorrindo ele a acompanhou até o carro dela, beijou-a na testa e voltou para o próprio carro.

As dezenove horas ele estava à porta dela esperando, quando ela abriu a porta ele simplesmente ficou paralisado de boca aberta, ela estava simplesmente linda. Ela vestia um vestido azul celeste, de alça com bojo, saia godê no joelho, e sandálias de salto baixo.

- Boa noite, está muito ruim? - Perguntou confusa, ele sacudiu a cabeça.

- Não, você está perfeita! - Respondeu beijando o rosto dela. - Pronta? - Ela assentiu sorrindo um pouco nervosa, era a primeira vez que iria à casa dele.

- Algum problema?

- O que a Katie está achando de eu ir jantar na casa dela? - Perguntou inquieta, ele sorriu dando espaço para ela entrar no elevador.

- Sério? Que você está preocupada com isso? - Perguntou rindo beijando o seu pescoço, não foi uma boa ideia, o perfume dela invadiu suas narinas e seu corpo reagiu a isso de uma maneira avassaladora, afastou-se tentando se conter. - Você sabe que ela te ama.

Ela se encolheu cruzando os braços, olhando para baixo, ele passou as mãos na cabeça, claro que ela percebeu o modo como se afastou dela. Ele se aproximou delicadamente, tocando no queixo dela.

- Está tudo bem. - Começou pegando seu rosto entre as mãos. - Ela queria vir comigo para te buscar, mas como tivemos um pequeno problema na cozinha, ela precisou ficar. - Beijou seu pescoço, e sussurrou em seu ouvido. - Seu perfume me deixa inebriado.

Ela o abraçou, aconchegando-se em seus braços, o elevador parou e eles se afastaram, nervosa e com o rosto ardendo ela saiu quase correndo do elevador.

- "Afinal qual é o seu problema mulher? Você não consegue se comportar como a mulher adulta que você é? Você não é nenhuma adolescente"! - Pensou irritada.

- Ei! Espere! - Ele a alcançou preocupado. - Desculpe-me se fui muito afoito.

- Você não foi afoito, eu que não sou eu mesma quando estou com você.

- Como assim? - Ela ficou corada, olhou-o nos olhos e seguiu para o carro dele. Ele a seguiu em silêncio, perturbado. - Se eu estou fazendo alguma coisa que está te deixando constrangida, e te fazendo agir de maneira estranha, você precisa me falar. - Disse angustiado.

- Você sabe, eu nunca deixei ninguém se aproximar de mim, com exceção do Artur, e ele tentou me beijar uma vez. - Ela falou pausadamente, observando a reação dele. - Você não parece surpreso.

- Ele me contou, ele me disse para eu ir devagar com você, que você não era como as outras garotas, e que tão importante quanto eu conquistar o seu amor, era eu conquistar a sua confiança.

- Quando ele disse para você? - Perguntou tímida.

- Quando ele me disse que eu era um péssimo amigo. - Ela o olhou confusa, ele deu um sorriso triste. - Eu não disse a ele o quanto você era especial para mim.

- Você também era especial para mim,  e ele percebeu isso. Fico feliz por ele não ser mais aquele boçal que eu conheci na faculdade, foi uma agradável surpresa.

- O Artur é uma agradável surpresa para todos nós. Mas você estava dizendo que ele tentou te beijar e...

- E eu senti um horror enorme quando ele me tocou, eu fiz um escândalo sem precedentes, enfim, ele deve ter te contado. A questão, é que sempre que um homem, que não fosse do meu convívio diário se aproximava de mim, eu reagia com repulsa, no entanto, desde a primeira vez que você me tocou, você deve ter percebido que eu não reajo com repulsa.

- E eu Louvo a Deus por isso! - Disse pegando sua mão que estava gelada. - Não precisa ficar nervosa, eu sei que é difícil para você, eu vou me conter, jamais eu farei qualquer coisa que você não queira, ou não esteja preparada.

- Esse é o problema, lembra a primeira vez que me beijou? - Perguntou corada até a raiz dos cabelos, ele assentiu.

- Por mim, eu te beijaria para sempre!

- Eu também! - Disse tímida. - E esse é o problema. - Ele a olhou confuso.

- Não entendi, você gostar de me beijar é um problema?

- Não, o problema é eu querer mais, não querer que você pare. Como no elevador, quando você parou de passar o nariz no meu pescoço, foi como se você tirasse alguma coisa de mim. - Ele dirigiu em silêncio até o estacionamento de uma lanchonete, tirou o cinto de segurança virando-se totalmente para ela.

- Você acha que não é você mesma comigo, por que você me deseja? - Ela assentiu, rubra, ele deu um meio sorriso. - Você sabe por que eu me afasto, e por que não te beijo tanto e com a mesma intensidade com que eu gostaria, não sabe? - Perguntou erguendo a sobrancelha.

- Sei. Você quer nos guardar até o casamento. - E só então ele se deu conta que não perguntara a ela o que ela queria.

- E você? Você quer esperar até o casamento? - Perguntou sério, ela franziu a testa.

- Na verdade eu não sei, eu nunca pensei sobre isso! Eu sei o que você pensa, e compreendo, e você é sempre cauteloso, não preciso me preocupar com isso. - Respondeu nervosa.

- Pois bem! A senhorinha vai precisar se preocupar um pouco mais a partir de agora. - Disse tirando o cinto dela.

- O que você está fazendo? - Perguntou alarmada, quando ele a puxou para mais perto.

- Eu não estou fazendo nada! - Respondeu passando as mãos nas costas dela, e sorrindo beijou o canto da boca dela. - "Você está brincando com fogo". - Disse a si mesmo, ignorando o próprio pensamento passou a beija-la voluptuosamente.

- Mike! - Sussurrou ela rouca e ofegante minutos depois, empurrando-o de leve, era para ser mais forte, mas definitivamente ela não tinha forças, estava quente demais, mesmo com o ar do carro ligado, e ela tremia, literalmente ela estava tremendo, alguma coisa estava acontecendo com seu corpo, porque ele não estava normal, das duas uma, ou ela estava sofrendo uma queda brusca de pressão ou estava tendo uma arritmia cardíaca; encostou a testa na dele, e se concentrou na própria respiração para se acalmar.

Ele por sua vez, não conseguia raciocinar direito, só conseguia pensar em duas coisas: no quanto ela confiava nele, e justamente por isso ele precisava se controlar, coisa que estava sendo muito difícil diga-se de passagem; e no modo como ela pronunciara o seu nome, ela colocou todo o sentimento que ele próprio sentia naquele nome, ela nunca o chamava de Mike, e ele estava feliz, por ela fazer isso naquele momento de maneira tão íntima.

- Oi! - Respondeu ele com voz ainda rouca. - Você está bem?

- Não sei! Sinto calor e frio. - Respondeu rindo.

- Eu também.

- Você nunca me tocou desse jeito, o que aconteceu? - Perguntou encarando-o, ele apenas sorriu e beijou sua testa, colocando o cinto, ela o imitou. - Você precisa pensar se quer nos guardar até o casamento ou não.

- E se eu não quiser esperar? - Perguntou olhando para fora do carro.

- Se você decidir isso, você terá que me dizer isso olhando nos meus olhos, e aí conversaremos sobre o assunto.

- Ou seja, você tentará me convencer a esperarmos o casamento! - Disse olhando para ele e sorrindo.

- Não sei! Talvez sim, talvez não! Vai que seus argumentos sejam mais fortes que os meus! - Argumentou saindo do estacionamento. Ela pousou a cabeça no ombro dele.

- "Duvido muito que meus argumentos derrubem com os seus"! - Pensou fechando os olhos. - Você sabe que poderíamos ser presos por atentado ao pudor, não sabe?

- Sei! - Respondeu afagando sua cabeça. - Eu te amo garota!

- Eu também te amo garoto!

Katherine veio recebe-los preocupada, abraçou Claudia, perguntando ao pai o que acontecera que eles demoraram tanto, dona Neuza já havia ligado duas vezes, ela estava quase voltando para casa, rapidamente Michael mandou uma mensagem para ela.

- Dona Neuza não está? - Perguntou Claudia desconfortável, depois da brincadeira no carro, ela ficou imensamente envergonhada por estar na casa dele sem um adulto responsável.

- Lembra que eu te disse que houve um problema na cozinha? - Ela assentiu. - Pois é, a filha da dona Neuza, entrou em trabalho de parto bem no momento em que ela fazia o nosso jantar, e claro que ela precisou ir, e eu e Katherine precisamos terminar o jantar.

- E quando ele foi te buscar eu fiquei vigiando o forno. - Ela estava orgulhosa pelo pai ter confiado aquela tarefa a ela.

- Então eu terei um jantar muito especial, feito por vocês dois? - Perguntou sorrindo, verdadeiramente feliz.

- Sim! - Disse Katherine empolgada.

O jantar estava perfeito, Katherine reinou à mesa, não dando tempo a eles de pensarem no que acontecera no carro ou no que não acontecera. Os três arrumaram a cozinha, e Michael observava bobo as duas conversando tão animadas e felizes.

- Papai, a tia Claudia pode ir ao meu quarto agora?

- Você precisa perguntar a ela meu amor!

- Tia Claudia podemos conversar no meu quarto?

- Claro querida!

- Katie, só não esqueça que já está tarde, e você precisa dormir.

- Está bem papai, não esquecerei. - Disse puxando Claudia; ela olhou para ele interrogativamente, ele apenas sacudiu a cabeça dando de ombros.

O quarto de Katherine era a cara dela, delicado e iluminado, ela que ainda puxava Claudia pela mão, levou-a até a cama, sentando uma de frente para a outra.

- Tia qual a sua intenção para com o meu pai? - Perguntou sem rodeios, Claudia surpresa olhou para a menina sem saber o que falar, acabou optando pela verdade.

- As minhas intenções para com ele, é de ficar com ele enquanto Deus assim o permitir. - A menina sorriu de orelha a orelha.

- Que bom! Eu tenho orado para Deus colocar uma boa mulher, na vida do meu pai. Ele faz de tudo por mim, e diz que eu sou o suficiente na vida dele, mas eu sei que não é verdade, a Bíblia diz que não é bom que o homem esteja só, eu quero muito que meu pai seja feliz como a minha mãe. E a senhora faz o meu pai feliz, ele tem rido mais, está mais solto e divertido. - Ela sorriu, e uma sombra passou pelo rosto dela, ela olhou para baixo.

- Ele também me faz bem. E você não se importa mesmo de eu estar com o seu pai?

- Não mesmo. Só uma coisa que me preocupa. - Disse como se fosse dizer um segredo, e não soubesse como fazê-lo.

- O que te preocupa? Que eu o deixe?

- Sim. O meu pai é lindo e maravilhoso, mas ele já sofreu demais, ele pensa que eu não sei de nada, mas eu sei se algumas coisinhas. - Disse triste. - A senhora sabe por que a dona Neuza mora com a gente? - Ela negou. - Para ela cuidar de mim a noite, porque o quarto dele foi revestido, para que eu não acordasse com os gritos dele. - Os olhos da menina estavam marejados. - Eu acordava no meio da noite, e corria para o quarto dele, eu não entendia que ele ficava pior por eu vê-lo naquele estado, eu não sei o que provocava os pesadelos, mas eu sei que isso destruia o meu pai, ele já dorme as vezes aqui comigo, e quando dona Neuza não está aqui, ele deixa a porta aberta, e não acordo mais com os gritos dele, eu não sei se ele deixou de ter pesadelos, ou se Deus que cuida de nós para que tenhamos uma boa noite de sono nessas ocasiões em que ele tem que cuidar de mim, se a senhora casar com ele, a senhora vai cuidar dele, se ele tiver um pesadelo?

- Eu sempre vou cuidar dele, assim como eu sei que ele vai cuidar de mim, e nós dois vamos cuidar de você. - Respondeu abraçando a menina. - Só tem um problema, e se eu também tiver pesadelos?

- Eu cuido de vocês dois, já sou uma mocinha, não tenho mais seis anos.

- Não mesmo! Você é uma linda mocinha.

- Tão linda quanto o meu pai ou minha mãe?

- Mais linda que seu pai ou sua mãe. - Disse fazendo cócegas nela. - Acho melhor você se arrumar para dormir, antes que seu pai venha aqui.

- Verdade! Ele ainda não veio só porque estamos tendo uma conversa de mulheres. - Claudia sorriu, e a menina pulou da cama. - A senhora pode descer e fazer companhia para ele, eu vou só escovar os dentes e vou lá dar boa noite para vocês.

- Obrigada, pela conversa de mulheres, e por confiar em mim. Continue orando por mim e pelo seu pai, tudo bem?

- Sim. - Respondeu abraçando-a. - Vocês não vão demorar para casar, vão?

- Não sei, ainda!

- O pastor fala na igreja, que não se deve ter namoros longos.

- Entendo! - Beijou a bochecha da menina. - Te esperamos lá embaixo.

Michael estava jogado no sofá, tão relaxado e tranquilo; ela se aproximou devagar. Ele estava com os olhos fechados, o celular vibrava ao lado dele, ela sorriu carinhosamente ao perceber que ele dormia, delicadamente afastou o cabelo dele da testa, e teimosamente o cabelo voltou para o mesmo lugar, pegou o celular e colocou no outro sofá, fosse quem fosse poderia esperar. Sentou ao lado do celular que ainda vibrava, e começou a olhar o próprio celular.

Katherine desceu a escada correndo, assustando-a, ela levantou rápido fazendo sinal para que ela fizesse silêncio, ela franziu a testa, sorrindo ao ver o pai dormindo.

- Lamento, mas isso costuma acontecer com certa frequência, ele não pode ficar sozinho e encostar a cabeça que dorme.

- Ele está cansado, ele não para no trabalho. - Disse com um misto de pesar e orgulho, Katherine olhou para ela sorrindo.

- É verdade! Principalmente quando o tio Artur não está como hoje, acho melhor acordarmos ele.

- Não precisa, eu vou de táxi.

- Nem pensar! Ele jamais permitiria uma coisa dessas. Se bem que ele está cansado mesmo, geralmente ele acorda quando a gente começa a conversar perto dele. - Disse a filha preocupada.

- Vamos fazer o seguinte, tentaremos ajeita-lo, se ele acordar ele me leva para casa, se não eu durmo aqui no outro sofá.

- Não senhora! Se ele não acordar a senhora dorme na cama dele.

- Não mesmo, pode ir dormir, eu me ajeito por aqui.

- Tem certeza? Ele ficará chateado porque a senhora ficará desconfortável.

Claudia colocou a almofada debaixo da cabeça dele, ele se mexeu ajeitando-se melhor, as duas se olharam sorrindo, Katherine subiu, e voltou com dois lençóis e um travesseiro, entregou para Claudia.

- Boa noite, devo admitir que é romântico vocês dois aqui no sofá um de frente para o outro. - Disse sorrindo.

- Boa noite Katie, dorme com Deus. - Disse cobrindo-o, a menina beijou seu rosto.

- Boa noite, mãedrasta! - Disse correndo escada acima, Claudia sorriu com o coração cheio de amor, não era apenas ao pai que ela amava, ela amava aquela garotinha também.

Continua...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro