Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

48 - Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

- Oi! - Repetiram novamente em resposta ao outro ainda sorrindo.

Ela abaixou a cabeça constrangida, agora que sabia, que ele era o homem que salvou a sua vida, não sabia como reagir ou o que falar; ele pegou uma cadeira e sentou ao lado da cama, não sabia como iniciar o assunto que lhe tirara o sono e lhe proporcionara tantos pesadelos.

Delicadamente ele pegou o cabelo que estava no rosto dela e colocou atrás da orelha dela.

- Você está bem? - Perguntou delicadamente, ela o olhou com um olhar triste. - O ferimento, você está melhor? - Perguntou resistindo à vontade de toca-la.

- Estou. - Respondeu engolindo seco. - O ferimento abriu hoje pela manhã, mas graças a Deus, me parece que agora está melhor. Eu queria mesmo era sair logo daqui. - Sussurrou desviando o olhar do dele.

- E quanto ao resto, como você está? - Perguntou tímido, ela voltou a encara-lo.

- Não sei exatamente! Você se refere a que "resto"? - Perguntou erguendo a sobrancelha.

- O que você quiser compartilhar comigo. Sobre o sequestro, o Gui, as coisas que você ouviu. - Disse franzindo a testa, imagira que ela ouvira coisas terríveis do senhor Giuseppe. - O Zigger e os agentes não nos deixaram ouvir o que vocês falaram, mas o Patrick disse que ele te falou coisas escabrosas, então se quiser falar sobre isso, ou sobre qualquer outra coisa que você queira falar comigo ou me perguntar. - Disse solidário, ela o encarou por alguns segundos intensos.

- O pior não foi o que ele me disse, o pior foi o que não foi dito. As coisas que ele apenas insinuou e não me disse, isso sim, foi o que me deixou mais horrorizada. Espero que seja tudo fruto da minha imaginação. - Disse pesarosa.

- Eu sinto muito. Ele fez mais alguma coisa, contra você ou o Gui? - Perguntou preocupado.

Ela sentiu que ele queria mudar de assunto, e ficou grata por isso, ela queria falar sobre aquelas coisas com alguém, mas não agora. E ela queria falar com ele sobre 'outras' coisas.

- Não! Fosse lá o que ele tivesse em mente, era para quando nos tirasse de lá. - Ela sorriu lembrando do menino que momentos antes, estivera ali sentado ao seu lado. - O menino Gui me pareceu bem, ele estava tão mais tranquilo hoje, e a mãe dele em nada parecia aquela mulher ciumenta e estranha que foi à minha sala dias atrás. - Comentou pensativa.

- Verdade! Ela ficou arrasada com o que aconteceu com o filho, e pior ainda foi perceber que ela estava do lado dele e não se deu conta de nada. A Vick e uma outra colega, estão dando todo o apoio aos dois. - Disse distraído olhando as próprias mãos.

- E você, como está? Sei o quanto você o ama, e o quanto você quis protegê-lo! - Disse encarando-o.

- Ninguém nos disse que ele estava com você, eu só soube quando entrei na casa. - Ele sussurrou.

Ele precisou narrar essa história para o pai, depois para os amigos, e a dor que lhe rasgava o peito ainda era a mesma, mesmo quando pensava no assunto.

- A minha irmã me disse que você correu para a casa em meio ao tiroteio, isso foi algo impensado e imprudente.

- Eu sei! E Deus que me perdoe, mas eu não conseguia pensar em nada, só que você estava lá dentro nas mãos daquele psicopata, eu fiquei apavorado! - Ele olhou nos olhos dela. - Eu tive tanto medo que o pior lhe acontecesse! - Disse abaixando a cabeça.

- E o que você acha de um nariz quebrado e uma bala no peito? - Perguntou sorrindo tentando tirar aquela tristeza da voz dele.

- Eu acho que você está linda! E a Carla me garantiu que seu nariz não está quebrado. - Disse sorrindo também.

- Sei! Estou parecendo uma bruxa, só está faltando a verruga. - Disse bem-humorada.

- Você não soube? As bruxas da atualidade não tem narigões ou verrugas, eu soube que são lindas. Pelo menos a pequena Hermione está ficando a cada aventura mais bonita, se passaria 'fácil fácil' por uma princesa.

- Você não está atento aos detalhes, a Hermione é 'sangue ruim', isso explica a beleza dela! - Disse piscando.

- Não acredito, você conhece Harry Potter? - Perguntou surpreso.

- A minha vida social se resume a livros e filmes. - Respondeu constrangida. - Então eu conheço alguns.

- Eu sinto muito! - Lamentou, lembrando do que o pai dissera sobre o amigo ter ficado super protetor em relação à filha depois do que acontecera a ela.

- Não sinta! Poderia ter sido pior se você não tivesse me encontrado naquela noite, jamais poderei te agradecer o suficiente. - Disse calmamente, com os olhos tristes e cheios d'agua.

O ar faltou em seus pulmões quando viu toda aquela tristeza banhada pelas lágrimas que desciam por seu rosto tão lindo, ele secou as lágrimas do rosto dela, e tentou sorrir.

- Eu tentei tanto te encontrar, saber de você, se estava tudo bem, se você tinha pesadelos a noite, se havia alguém para te ajudar nas noites de pesadelos. - Disse engasgado.

Tentou conter as lágrimas, agora sabia que a sua ex-mulher que por anos ele achara futil e superficial estivera ao lado dela, durante muitos pesadelos, que as duas se ajudaram e se apoiaram.

- Você também tem pesadelos? - Perguntou receosa, tirando-o de seu devaneio.

Se ele tivesse problemas de sono seria por causa dela, ela se recordava de Lauren falando do ex-marido, dos problemas que os dois tiveram porque eram jovens e imaturos, e do quanto ele sofreu quando descobriu que ela estava apaixonada pelo pai dele.

E como se não bastasse deu de cara com uma moribunda na rua, bem na época da separação, claro que Lauren não lhe dissera esse detalhe.

- Já tive alguns. - Começou trazendo-a para a realidade, ela ficou atenta. - Eu queria saber de você, e conforme o tempo passava e nada eu sabia sobre você, pior os pesadelos ficavam. E cada vez que eu tinha um pesadelo, eu pensava que os seus deveriam ser imensurávelmente piores que os meus, e quanto mais eu pensava nisso pior eu ficava, e os pesadelos aumentavam.

- O que você fez para eles pararem? - Perguntou séria.

- Psicólogos. E todos eram unânimes, eu precisava deixar de ver você em todos os rostos que eu via, e parar de me sentir culpado. - Disse ressentido.

- Culpado? Mas culpado pelo quê? Alguém já disse a você o que teria acontecido comigo, se você não tivesse me encontrado? - Disse assustada.

O policial que o acompanhou, dissera a ela que se não fosse ele, ela seria apenas mais um número nas estatísticas. Ela sentiu as lágrimas arderem nos olhos. Impulsivamente ele pegou a mão dela e apertou.

- Eu sei. Eu imagino que a policia tenha dito a você a mesma coisa que me disse. Mas sempre fiquei com a sensação de que eu não fiz o bastante. - Disse desiludido.

Ela colocou a mão sobre a dele, que segurava a sua, e tentou organizar os próprios pensamentos.

- O que você fez foi o bastante, fez mais do que a maioria das pessoas fariam. - Disse com um meio sorriso. - Eu quis te conhecer, eu tinha tantas coisas para te falar, te perguntar, mas agora só consigo pensar que devo a minha vida a você, e agradecer.

- Você não...

- Por favor! - Ela o interrompeu. - Eu sei que você conversou com seu pai e Lauren. - Ele fitou-a surpreso. - Ela veio aqui, mas eu estava dormindo, então ela me deixou uma carta.

- Eu não sabia! - Sussurrou.

- Eu não sei o que eles te disseram, mas os médicos que me atenderam naquela madrugada me disseram que nenhum dos meus cortes teriam me matado, os cortes mais profundo eram no meu rosto, os médicos acreditavam que quem fez os cortes, sabia o que estava fazendo pois não tive nenhum vaso sanguíneo cortado e nenhum era profundo o bastante para uma hemorragia, o intuito dos cortes era me provocar dor. - Ela sentiu a garganta seca.

- Quer um pouco d'agua? - Perguntou, assustada ela o encarou. - O que foi? - Perguntou confuso.

- Nada! Sim um pouco d'agua, por favor! - Ele pegou a água. - "Como é possível ele perceber que eu estava com a garganta seca"? - Pensou ainda intrigada. Ela bebeu em silêncio. - Obrigada! - Ele sorriu inclinando a cabeça.

- Você não precisa continuar, se não quiser. - Pediu pegando a mão dela novamente, ela engoliu seco.

- A polícia acreditava que me deixar naquele beco desacordada, foi com o intuito de que eu morresse lenta e dolorosamente.

Ele sentiu um arrepio, mesmo já tendo ouvido isso do policial na época e do pai agora, ainda sentia um horror quando pensava que havia ser humano tão desprezível.

- A teoria deles, era que eu só seria encontrada pela manhã, mesmo se eu acordasse, eu jamais conseguiria andar por causa dos cortes, e mesmo sem aquela tempestade, as chances de eu sobreviver eram mínimas, naquela situação eu teria sofrido uma hipotermia, e estaria congelada pela manhã. E com a tempestade, as minhas chances reduziram em cem por cento, eu não faço ideia de onde eu fui encontrada, mas soube que houve uma catástrofe no lugar.

- Eu vi o lugar ficou devastado. - Disse triste, lembrava de quando o policial o levou lá e de cada palavra que ele lhe dissera naquela tarde antes de voltar para casa.

- Você voltou lá?  - Perguntou atenta.

- Voltei. Seu pai me tirou da cadeia sem voltar para me ver. Como ele era amigo do meu pai, tentei saber quem era ele, eu queria saber de você e acreditava que ele poderia me ajudar, já que a polícia não queria me ajudar, e me queria bem longe. Mas não consegui nada, minha irmã também não conhecia seu pai, e eu e meu pai na época não nos dávamos bem, mas mesmo assim liguei para ele, foi a primeira vez que meu pai foi gentil comigo. - Comentou distante. Ela passou a mão na cabeça dele.

- Eu imagino que as coisas entre vocês não eram fáceis. - Disse solidária.

Ele deduziu que ela se referia a Lauren, mas a relação dele com o pai, já era ruim desde antes de Lauren, ele fechou os olhos, entregando-se ao carinho que ela fazia em sua cabeça.

- E seu pai claro não disse nada sobre mim. - Disse ela sorrindo tirando a mão da cabeça dele, ele abriu os olhos constrangido.

- Ele me disse: "Meu filho, esquece essa garota, você foi um herói na vida dela, e todos com certeza estão gratos por você tê-la salvo, eu estou muito orgulhoso de você,mas filho, por favor, deixa isso pra lá! Já imaginou o sofrimento dessa família"?

Ele abaixou a cabeça, ele só repetira isso em voz alta duas vezes, uma para a  irmã e outra para Victória.

- Ele me falou dos filhos, principalmente da dor que causara ao filho, e lamentava muito por ter amado verdadeiramente apenas duas mulheres na vida, a sua mãe e a Lauren. E por causa da sua mãe ele nunca soube como ser o seu pai, e por causa da Lauren você jamais o perdoaria. Fiquei feliz quando vi vocês três juntos. - Disse com os olhos brilhando.

Ele se perdeu naqueles olhos, não eram mais os olhos vazios que ele vira naquela noite na pizzaria, quando a vira pela primeira vez.

Ela mergulhou naqueles olhos brilhantes que agora estavam confusos e tristes, como estivera quando eles quase se beijaram, e naquele momento ele nem sabia quem era ela.

- "Será que ele está triste, por que eu sou aquela garota? Por que ele sabe que eu sou quebrada e defeituosa? Será que ele está arrependido de ter quase me beijado, e me abraçado daquela forma"? - Pensou desiludida.

- Ele me falou isso, quando decidiu se entregar e chamou a mim e a minha irmã para uma conversa. - Disse com o coração apertado. - Ela apertou a mão dele.

- "O Stivie é um assunto delicado, assim como aquela noite é para mim". - Pensou triste, acariciando sua mão com o polegar.

- Por que você voltou lá? - Perguntou mudando de assunto.

- Como eu disse, eu precisava saber de você, tentei voltar até o bar onde encontrei o policial, mas eu não encontrei, me perdi, não fazia ideia de onde eu havia te encontrado ou onde era o bar. - Disse rindo. - E frustrado fui parar na delegacia, perguntar ao delegado pelo policial que me ajudara, fui preparado para chamar a emprensa se fosse necessário, mas estranhamente ele me tratou muito bem, e me disse onde encontra-lo.

Ele franziu a testa, ainda hoje não compreendia a mudança de humor do delegado, mas ficara grato pela informação. Ela sorriu, lembrando do pai dizendo que o delegado quase enfartara quando ele disse quem era o pai do Michael.

- Espera um pouco, ele esteve comigo, por que ele não te disse quem eu era? Eu entendo seu pai esconder a verdade, mas aquele policial? Por que ele faria alguma coisa pelo meu pai? - Perguntou desconfiada, ela abominava policiais corruptos, ele deu um meio sorriso.

- Ele não sabia ainda quem era você quando eu o encontrei no dia seguinte. E eu precisei voltar para casa naquele mesmo dia. E só consegui voltar ao Brasil quase um ano depois. Procurei por ele. Ele havia deixado a polícia, ainda bem que o irmão ainda tinha o bar, e assim eu consegui encontra-lo.

- Por que ele deixou a polícia? - Perguntou ainda mais desconfiada.

- Segundo o irmão dele, que diga-se de passagem estava felicíssimo pelo irmão ter deixado a corporação, foi por minha causa, devido a isso eu conheci toda a família.

- Eles estavam felizes porque ele não era mais policial? - Perguntou confusa.

- Sim. A mãe dele me disse que esse país não quer policiais honestos. - Disse lembrando da alegria daquela mãe, pelo filho não se arriscar mais nas ruas da grande São Paulo. - Mas ele mesmo me disse que não suportava mais fazer parte de uma corporação, que fazia o que os magnatas e os políticos mandavam.

Ela levantou mais um pouco, sentindo o coração gelar. O pai não encobriria quem fez aquilo com ela, apenas para evitar um escândalo, encobriria?

- "Houve uma suspeita, mas depois conversaremos sobre isso, quando você estiver recuperada, não quero que você fique chateada comigo, enquanto está se recuperando". - Foi o que ele dissera quando ela perguntara se não houvera nenhum suspeito.

- Ele não te disse nada sobre mim? Ou explicou o que ele queria dizer com isso? - Perguntou com o coração acelerado.

- Sobre você, ele só me disse que quando falara com você; você estava sóbria e bem, e que seu pai era um homem muito importante, mais não estava disposto a usar da influência que tinha, para descobrir quem havia feito aquilo com você, ou investigar o único suspeito em quem ele conseguia pensar, e que vocês haviam ido embora de São Paulo.

- Então a polícia suspeitou de alguém? - Perguntou engolindo seco.

- Não exatamente, só o Renato. Ele acreditava que só alguém do condomínio, ou com livre acesso poderia ter tirado você de lá. Eu quis ir ao condomínio, tentar descobrir alguma coisa, mas ele não me disse onde você morava. - Disse sorrindo.

As pessoas daquele condomínio, os que não eram familiares, a conheciam desde sempre, seria mesmo possível algo assim? Marcelo dissera algo sobre o pai ter se desentendido com o senador Érico, mas ela não prestara atenção.

- O Policial desconfiou de quem? - Perguntou em um fio de voz.

- A única pessoa que saiu do condomínio equanto seus pais estavam fora foi o filho do senador Érico com um amigo, ele saiu com o carro oficial do pai. E, obviamente o Renato não conseguiu autorização para investigar o carro do senador. Ele acreditava que a pancada que eles deram na sua cabeça, deve ter saído sangue, o que sujaria o carro, no entanto, ninguém deu atenção a ele, nem mesmo o seu pai. Todo mundo achava um absurdo, e segundo o porteiro eles não demoraram muito.

- Então, ele achava que o seu José estava mentindo? - Perguntou sentindo calafrios.

- Claro que não! Ele acreditava que eles apenas levaram você até quem fez aquilo com você.

Lembrou do sonho, de alguém dizendo
"E não esqueça que a ideia da gostosa aí ser a forma de pagamento do playboy foi sua". Seus olhos encheram d'agua.

- Então não é só um sonho! - Disse em meio as lágrimas.

- Que sonho? - Perguntou carinhosamente acariciando seus cabelos.

- Eu sonhei que estava em um porta-malas, e duas pessaos me tiravam de lá, e elas discutiam. - Ela aumentou o pranto, e ele sentou ao lado dela, e a abraçou.

- Tudo bem, não precisa falar disso agora! Podemos falar de outra coisa. - Disse balançando-a em seus braços, ela sacudiu a cabeça.

- No meu sonho, um disse que o outro havia tido a ideia, de que eu fosse o pagamento da dívida de algum playboy. - Disse com o rosto em seu pescoço.

- Um psicólogo pode te ajudar, a descobrir se é um sonho ou uma memória retraída, se você quiser claro!

- Eu sei! A Vick me sugeriu isso, eu fiquei de pensar no assunto. - Ele parou de balança-la nos braços. Afastou-se um pouco olhando-a, surpreso.

- Você disse Vick, a nossa Vick? - Perguntou aflito.

- Sim. A nossa Vick. - Disse sorrindo em meio as lágrimas.

- Você disse tudo a ela? - Perguntou cauteloso.

- Sim. Por quê? - Perguntou alarmada.

- Isso explica, porque ela estava tão estranha desde terça-feira. - Disse sorrindo.

- Eu falei com ela na segunda-feira. - Disse intrigada. - Ela sabia que era você! - Concluiu tímida. - Quem mais sabe? - Perguntou tremendo.

- Além da minha família, e os psicólogos por quem eu tenho passado, apenas a Vick. - Disse constrangido.

- Nenhum dos outros? - Perguntou em dúvida.

- Nenhum. Eu fiquei muito confuso quando vi a sua tatuagem, e não queria que eles me vissem naquele estado, temos uma intimidade que é meio automático dizer as coisas uns para os outros, e eu não sabia se você queria que eles soubessem, então para eles não virem até mim, eu menti para eles, eu disse que você havia sido resgatada em segurança,  e eles souberam pelos jornais.

- Você mentiu para os seus amigos por mim? - Perguntou emocionada. - Eu sinto muito. Nem para a Vick você falou?

- Não! Eu achei melhor falar com você primeiro. Agora eu entendo as reações dela. - Sussurrou.

- Como assim? - Perguntou confusa.

- Nada! Ela só estava um pouco estranha. -"E  me fazendo algumas perguntas bem suspeitas, se eu não estivesse tão preocupado com Deus sabe o que, eu teria percebido que algo estava muito errado"! - Pensou sério. - Você quer saber se você apenas sonhou ou se é uma lembrança?

- Quero saber a verdade. Até agora eu nunca me interessei em saber o que aconteceu, mas agora eu quero saber. Eu conheço meu pai, ele seria capaz de qualquer coisa para que essa história não viesse à tona.

- Talvez ele só estivesse preocupado com você. - Disse cauteloso.

- Como você me encontrou? - Perguntou ignorando-o.

- Saí para dar uma volta, e me perdi, e literalmente tropecei em você.

- Em algum momento você pensou que eu fosse culpada por aquilo? - Perguntou tensa

- Jamais eu pensaria uma coisa dessas, homem nenhum, tem o direito de tocar em uma nulher sem a autorização dela, e nenhum homem honrado agride uma mulher física ou sexualmente. - Respondeu tenso. - Você pensou mesmo, que eu pensaria algo desse tipo? - Perguntou alterado.

- Algumas pessoas pensam, que fui eu que provoquei aquela situação. - Disse pesarosa.

Ele a abraçou forte, tudo o que ele queria era tirar do coração dela toda aquela mágoa e dor, queria faze-la esquecer aquela noite, que pairava na cabeça de ambos como um fantasma.

Ela chorou no pescoço dele, desejando que ele não saisse correndo, Assim que alguém chegasse para ficar com ela. Ali abraçada nele, ela desejou mais que nunca ser uma pessoa normal, com sentimentos normais.

- "Senhor meu Deus, coloque em minha boca palavras que possam ajuda-la, não permita Senhor que o meu próprio ressentimento pelas pessoas que fizeram aquilo com ela, me impeça de ajuda-la, coloque o perdão no coração dela, a compressão no meu coração para que eu possa ajuda-la, e que para a Sua Honra e Glória ela possa se recuperar totalmente de todo o mal que fizeram a ela. Em nome de Jesus, Senhor ampare-a em Seus amorosos braços, e ela sinta todo o Seu Amor por ela, amém". - Michael orou silenciosamente.

- Você poderia chamar a enfermeira pra mim, por favor! - Pediu corada.

- Claro! - Beijou a testa dela, e pulou da cama saindo do quarto. Voltou segundos depois com Carla.

- Oi! - Disse surpresa ao ver a irmã. - Pensei que você havia ido embora.

- Está tudo bem? - Perguntou olhando de um para o outro preocupada ao ver a cara vermelha da irmã.

- Eu aguardo aqui fora. - Respondeu ele tímido saindo do quarto.

- Você está bem? - Tornou a perguntar.

- Está tudo bem, me ajuda com esse soro, eu preciso ir ao banheiro.

- Claro! Mas você chorou! - Disse ajudando a irmã.

- É uma longa história. Eu te conto depois. - Disse triste. Carla a olhou mais preocupada ainda.

🌹🌹🌹

Michael saiu do quarto constrangido, foi até a recepção bebeu água e voltou para o corredor, mandou uma mensagem para Patrick.

Tudo bem por aí? Como está minha filha?

Tudo na Santa Paz. Estamos na casa da dona Neuza.

Se eu precisar ficar aqui mais um pouco, tudo bem?

Tranquilo! Fique o tempo que precisar.

Obrigado, Pat. Diz pra ela que eu mandei um beijo.

E a Claudia como está? Ela vai querer saber.

Graças a Deus está melhor.

Até mais, diz pra ela que eu mandei um abraço, estamos todos na torcida.

- Boa tarde. - Cumprimentou a enfermeira entrando.

- Oi, Mike! - Disse Carla da porta logo depois. - Pode entrar aqui um minutinho, por favor? - Perguntou nervosa.

Ele entrou olhando Claudia deitada, ela estava com o aspecto cansado, talvez ele houvesse forçado ela demais. A enfermeira estava com um medicamento na mão, que obviamente ela se recusava a deixar a enfermeira aplicar no soro.

- Você parece cansada! - Disse ele carinhosamente.

- Um pouco. Mas ainda tem coisas que eu preciso saber. - Disse ela afobada.

- Talvez fosse melhor você descansar um pouco. - Sugeriu Carla. - E você ouviu a enfermeira, se você não tomar os medicamentos seu ferimento vai voltar a doer.

- Toda vez que elas põem esse negócio no soro eu durmo, eu não quero dormir agora. - Retrucou aflita.

- Eu não vou a lugar nenhum, até você acordar, se você dormir. - Disse Michael sorrindo se aproximando mais da cama. - E quando você acordar continuamos conversando.

- E a Katie? - Perguntou aflita.

- Ela está bem. Ela está com o Patrick na casa da dona Neuza, a senhora que me ajuda com ela. Eu vou ficar aqui, até você acordar. A enfermeira pode fazer o procedimento? - Perguntou passando delicadamente a mão em sua cabeça.

- Você fica aqui, até eu acordar? - Perguntou desconfiada.

- Prometo. Só sairei daqui se for a Vontade de Deus ou a Katie precisar de mim, mas creio em Deus que isso não acontecerá. - Disse piscando.

Ela sentiu-se muito feliz, era como se ela fosse muito importante, tendo apenas a filha mais importante que ela, e Deus claro, estava a tempo suficiente com ele e os amigos para saber que nada era mais importante para eles que Deus.

- Tudo bem enfermeira. - Disse sorrindo olhando para ele. - Poderia me contar uma história, a Carla é péssima em contar histórias.

- Não senhora! Não tenho culpa, se você não gosta das minhas histórias. - Disse a irmã rindo, sentada na cadeira.

- Claro que eu conto uma história! - Disse ele sentando na cama ao seu lado sorrindo para Carla.

- Prontinho! - Disse a enfermeira e com um sorriso saiu do quarto. Ele pegou a mão dela e começou.

- Era uma vez, uma linda plebeia que foi escolhida para fazer parte do harém do rei Assuero, ela era simples e humilde, apesar de bela, e assim ela conquistou a todos na corte, incluindo o rei que a tranformou em sua rainha, o que Ester não sabia, era que nada nesta vida é por acaso, e que Deus a colocara ali com um propósito...

Claudia tentou ouvir qual era o propósito de Deus para Ester, mas a escuridão e a calmaria do sono tomaram conta do seu ser.

E assim ela não viu quando ele parou de falar, e ficou olhando para ela dormir, quando delicadamente ele passou a mão por seu rosto, e sorrindo se voltou para Carla.

- Ela não tem ideia do quanto é maravilhosamente especial, não é mesmo? - Perguntou com os olhos marejados, Carla também emocionada, apenas assentiu. - Acha que seu pai permitiria que eu a cortejasse?

- Mike! Ninguém mais usa essa expressão 'cortejar'. - Respondeu sorrindo.

- Mas eu não sou ninguém. - Disse sorrindo também.

- Tenho certeza que meu pai permitiria sim, já a minha mãe! Bem, você a conheceu. - Disse franzindo a testa.

- Eu deixo ela nas mãos de Deus. - Disse sorrindo, voltando a atenção para Claudia.

Continua...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro