44 - Tudo que o homem semear, isso também colherá.
Michael e Carla andavam de um lado para o outro na sala luxuosa do hotel onde Zigger estava hospedado; quando saíram todos alucinados, acreditando que poderiam salvar a donzela em perigo, ele não sabe bem no que estava pensando, mas com certeza imaginara que iriam para algum lugar discreto, não um hotel cinco estrelas e para ficarem na sala andando de um lado para o outro.
Eduardo e Everaldo, preocupados com as esposas foram embora, e Artur os acompanhara com a promessa de que Michael ligaria assim que tivesse alguma novidade. E para desespero dos dois que ficaram para trás, até aquele momento eles não tinham nenhuma notícia, e eles continuavam a andar de uma lado para o outro aflitos.
Seu coração estava aflito, não por temer que algo fosse acontecer a ela, confiava totalmente em Deus, para acreditar que ela sairia dessa bem, o que o deixava aflito era a inércia, não poder fazer nada, ficar aqui nesta sala olhando para coisas impessoais, e sem saber como confortar uma irmã em pânico, porque ele também estava em pânico.
- "Eu sei Senhor que o Senhor está no controle de tudo, e o Senhor ouve o clamor daquele que clama de todo coração, e o Seu agir e maior que o de qualquer homem, o Senhor cuidará dela, mas Senhor, há algo que eu possa fazer? Acalme o meu coração para que eu possa ao menos ajudar essa irmã, por Teu Filho Amado, continue conosco, e seja o Senhor o mestre dessa operação". - Pediu .
- Carla? - Gritou Zigger assustando-os.
Ele adentrou à sala sendo seguido por Ashley, ambos furiosos; Michael e Carla entreolharam-se assustados.
- O que foi? - Perguntou ela apavorada.
- Explique para essa senhora, que a sua irmã, quer tentar conseguir uma confissão do Giuseppe, por favor! - Pediu Zigger irritado.
- O quê? - Perguntou Michael surpreso. - Como assim confissão? - Perguntou encarando um e outro.
- Sim. Ela pediu que esperasse. - Respondeu timidamente, olhando para Michael e Ashley.
- Isso é loucura! - Disse Ashley irritada. - Não podemos deixar uma civil se arriscar dessa maneira, de onde a sua irmã tirou essa ideia ridícula? Olha que eu fui a primeira a elogia-la por ter se equipado melhor que a própria polícia, mas se arriscar desse modo, é suicídio.
- Ela acredita que... - começou tímida, Zigger ergueu os braços exasperado.
- Ela acredita que existe um propósito, por que de todas as pessoas do mundo, justo ela é tão parecida com a mãe dele? Por que de todas as mulheres do mundo ele iria mostrar interesse justo pela mulher mais simplória que havia no ambiente? 'Se bem que eu não sei de onde ela tirou que é simplória, mas talvez seja exatamente do fato dela ser tão natural que ela é tão exuberante', - disse franzindo a testa - enfim ela acredita que tem um propósito de Deus para tudo isso. Carla, a decisão é sua. - Disse Zigger ofegante.
- Esperamos. - Sussurrou.
- O quê? - Gritou Ashley irrada. - Como eu posso fazer o meu trabalho com uma civil me atrapalhando?
- Eu sinto muito, mas quando éramos crianças, minha irmã era uma líder nata, mas aconteceram coisas que a destruíram de uma maneira que ela nunca mais foi a mesma, e eu sou responsável por grande parte dessa mudança nela. E quando ela me disse o que estava planejando, eu vi o brilho nos olhos dela, e era o mesmo brilho de quando éramos crianças, e dessa vez eu não vou estragar os planos da minha irmã. - Disse com os olhos marejados.
- E se ela morrer? Você está pronta para carregar isso na sua consciência? - Perguntou Ashley friamente.
- Minha irmã não vai morrer. Ela planejou tudo nos mínimos detalhes, vocês só precisam estar por perto, para ajuda-la quando ela precisar. - Disse tremendo.
- Quero que você saiba que se acontecer alguma coisa com a sua irmã, você será a responsável. - Disse Ashley furiosa.
- Se vocês fizerem o trabalho de vocês direito nada vai acontecer com ela. - Ashley ergueu as mãos exasperada.
- Que ótimo! Vocês fazem as loucuras e a culpa é nossa se as coisas não derem certo? - Esbravejou.
- Desculpa! Eu sei que parece estranho, mas eu sou a maior interessada em que a minha irmã retorne para casa sã e salva, mas se não for pedir muito, façam o trabalho de vocês e dêem um pouco mais de tempo pra ela, que eu vou fazer o que ela e a amiga dela me disseram para eu fazer, vou orar.
- Era só o que me faltava! - Sussurrou Ashley exasperada, olhando furiosa para Patrick e Valéria que adentravam a sala. - Vocês são uma praga que estão por todo canto.
Patrick olhou para Michael, os dois eram próximos o suficiente para Michael perceber que o cunhado estava nervoso e chateado, ele não gostava quando faziam pouco caso da Vontade de Deus, mais principalmente ele não gostava quando insinuavam que Deus era uma fantasia, com o olhar Patrick o fazia uma pergunta, ele queria saber se ele concordava com Carla, Michael estava aflito pela loira mais se ela confiava em Deus para este projeto, não era ele quem iria tirar isso dela, discretamente ele assentiu com a cabeça, Patrick voltou-se para Ashley com outra postura.
- Ashley, você acha que consegue controlar o seu parceiro? - Perguntou ele sério.
- Creio que sim, por quê? - Perguntou confusa.
- Pois bem, você vai com os agentes e com a polícia local para o local onde o Giuseppe está, e os mantenha em controle até eu dizer que você pode entrar. - Disse Patrick, apertando as têmporas.
- Patrick, isso é muito arriscado! Valéria... - Começou virando para a outra mulher.
- Sim, você tem razão, mas eles também têm razão. Ela se arriscou para que pudessemos ter uma chance de pegarmos esse cara pra valer, então vamos dar essa chance a ela. - Disse Valéria. - Patrick você e Zigger voltam lá para dentro, eu e a Ashley vamos para a delegacia nos encontrar com os outros. Mike, vocês oram.
Ele sentou mais uma vez, confuso com todas as coisas que aconteceram naquele dia tão estranho e inusitado. Distraído não vira quando as duas mulheres saíram e os homens voltaram para o quarto, quamdo sentiu a mão trêmula de Carla em seu ombro.
- Eu tenho uma coisa para te confessar, - começou ela sorrindo triste - eu não sei orar, ele também sorriu triste.
- Não se preocupe, orar nada mais é que falar com Deus, igual estamos conversado agora.
- Você pode orar pela minha irmã? - Perguntou com as lágrimas descendo, ele assentiu.
- "Senhor Deus Pai, o Senhor está no controle de todas as coisas, o Senhor dá a sabedoria para o homem se planejar e se organizar, mas o agir vem do Senhor. Dê sabedoria e discernimento a cada uma das pessoas envolvidas nesse resgate, e que sua filha saía dessa com o físico o psicológico intacto para honra e glória do Teu Nome. Seja o Senhor a estar guiando os passos cada policial envolvido nesse resgate para que ninguém se fira, e este homem que tem feito mal a tantas pessoas pague para a sociedade por seus crimes, e o Senhor Pai amado em Sua infinita misericórdia cuide dele, e que Sua Vontade se cumpra na vida dele, seja o Senhor com a Márcia e o Guilherme, e que eles se recuperem dos danos causados a eles, segure na mão de cada um deles, para que está maldade que recaiu sobre eles não tenha o poder de destruí-los, seja o Senhor a restaurar a vida e a curar as feridas de ambos, e de todas as vítimas que ele fez por onde esteve. Seja o Senhor a estar com a Claudia, e que nenhum mal caia sobre ela, dê a ela força e coragem para resistir, cubra-a com o seu manto e que o mal não consiga toca-la, tire-a daquele lugar inteira. Em nome de Jesus, proteja-a". - Orou.
Sentados lado a lado, perdidos em seus pensamentos, Carla pegou na mão do rapaz e apertou.
- Obrigada, por estar aqui pela minha irmã. Mas por que você não foi com os seus amigos? - Perguntou curiosa.
- Eu iria ficar mais aflito lá em casa, e também não queria te deixar aqui sozinha. - Respondeu sem jeito, olhando-a nos olhos.
- Obrigada mesmo! Só espero que isso se resolva antes do amanhecer, meu pai vai tomar café da manhã na casa dela.
- Mas eles não iriam jantar juntos? Aliás você sabe onde eles a pegaram? - Os agentes que estavam com eles não sabiam de nada, e quando chegaram ao hotel se trancaram naquele quarto, e Valéria havia saido uma vez para dizer que eles poderiam ir pra casa, que eles já sabiam onde ela estava e que estavam preparando a equipe para invadir o local, e agora para essa discursão desnecessária.
- O Zigger acredita que na escola, foi onde o sinal do localizador da polícia deixou de funcionar. Eu sei que meu pai recebeu uma mensagem do celular dela dizendo que havia tido um problema com a mãe de uma criança, e que não poderia ir jantar com ele, e eu e Luciana, recebemos uma mensagem que ela iria sair com alguns amigos e não tinha hora para voltar, ficamos preocupadas, porque ela jamais faria isso, mas também gostaríamos que ela fizesse, então ficamos na torcida, mas mesmo assim eu liguei para o Zigger e disse o que havia acontecido, e ele já começou a segui-la, só que ele não me disse que o localizador da polícia havia sido destruído, isso ele só me disse quando eu cheguei aqui.
- Você confia nesse Zigger? - Perguntou nervoso.
- A minha vida. Ele é uma das pouquíssimas pessoas que eu deixaria cuidar disso para a minha irmã.
Eles ficaram em silêncio, cada um com seus próprios fantasmas; tempos depois que para os dois parecia uma eternidade, Patrick e Zigger adentraram a sala vestindo suas jaquetas, estava uma noite fria.
- Vamos! Eles já irão atacar o local. - Disse Patrick.
- Mas e minha irmã? - Perguntou Carla seguindo os dois, e Michael os acompanhou.
- Ela está bem, e o que conseguimos com ela já é de muita ajuda, mas eles estão se preparando para deixar o lugar, então a polícia terá que invadir. - Respondeu Patrick, Zigger em silêncio os acompanhou com um notebook.
Michael olhava pelos vidros da janela do carro a noite quieta e silenciosa, se estivessem em Nova York sua cidade natal, aquelas ruas estariam fervilhando de gente, a cidade que nunca dorme, não acaba com o fluxo de gente durante a noite.
Carla do seu lado, falava com a tal Luciana, era a terceira vez naquela noite que as duas se falavam pelo telefone, fosse ela quem fosse era alguém importante pela conversa das duas e segundo Carla, apenas elas duas sabiam o que estava acontecendo, e sempre que ela desligava o telefone Michael percebia que Carla ficava mais tranquila.
Ele fechou os olhos e lembrou da noite em que vira Claudia pela primeira vez, ela estava com um casal, e viu o mesmo casal um vez no Karaokê da Elaine, apesar de nenhuma das ocasiões ele ter prestado muita atenção no casal, lembrava bem do sorriso e do olhar de ambos, sua intuição lhe dizia que aquela mulher era a Luciana, ela inspirava confiança e parecia o tipo de garota que acalmaria alguém em meio a uma tempestade, distraído em seus pensamentos foi jogado para a frente quando Patrick freou de uma vez.
Os acontecimentos seguintes foram surreais, Patrick saiu do carro gritando para que os dois ficassem no carro com Zigger que não prestava atenção em nada com os fones de ouvido, sorte dele que assim não ouvia os tiros que eram ensurdecedores mesmo com os vidros fechados. Carla apertou a mão dele nervosa.
- Ele não tem medo de sermos atingidos por uma bala? Ou será que ele não percebeu que estamos tão próximos? - Especulou com a intenção de distraí-la, ela sorriu negando.
- O carro é blindado. - Disse sorrindo naturalmente, ele arregalou os olhos.
Ele e a irmã tiveram carros blindados até saírem de casa, o pai temia o que poderia acontecer a eles, devido às suas atividades ilegais e com razão, a irmã sofreu um atentado, e ele foi sequestrado, e por anos os dois deixaram de viver. Suspirando encarou a nuca do homem à sua frente, o que o levara a ter um carro blindado? Ele não parecia um contraventor.
- Ele é tão paranoico assim? - Perguntou distraído, ela deu de ombros.
- Ele veio de um país em guerra, para um país aonde as leis são mais maleáveis que acrobatas de circos, então segundo ele, é melhor prevenir do que remediar.
O tiroteio cessou, e começou as negociações, o tiroteio recomeçou, e logo depois invadiram o lugar. Michael apertou a mão de Carla que segurava a sua, e os dois se olharam, ela arregalou os olhos compreendendo o que ele pretendia, e antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele já havia saído do carro correndo, ignorando o grito dos dois no carro.
Ele entrou na casa, homens sendo preso, homens baleados, ninguém parecia vê-lo, e ele começou a procurar pela casa, tendo o cuidado de não dar de cara com nenhum agente que o conhecia.
- "Que ela esteja bem Senhor. Que ela esteja bem". - Pensava, enquanto procurava.
- Não encontramos nem a mulher nem o menino. - Ouviu um policial dizendo ao Peter.
- O Patrick tem certeza que eles estão aqui, vamos continuar procurando.
- Aqui senhor, tem uma escada atrás dessa porta. - Gritou um à esquerda deles.
Michael ainda escondido para que Peter não o visse, olhou na direção da voz, haviam dois homens ao lado de uma porta ele franziu a testa, aparentemente era uma porta como todas as outras.
Cinco homens entraram pela porta, ele olhou em volta a procura dos outros viu Ashley, mas ela estava de costas para ele, então correu até a porta, e realmente havia uma escada, os policiais subam devagar, quando terminaram de subir, ele os seguiu, chegando a um corredor, a esquerda havia uma porta quase na escada, mas os policiais foram até a porta da direita, quis gritar, pois algo lhe dizia que aquela não era a porta, e logo soube que estava certo, os homens voltaram para a outra porta, agora não tinha como se esconder de Peter que estava à frente dos outros homens.
- Que diabos você está fazendo aqui? - Susurrou se aproximando, mas antes que pudesse responder ouviu-se um tiro.
- Claudia!!! - Ele gritou empurrando a porta que estava aberta, os olhos dele fitaram os dela, e ela sorriu fechando os olhos, e rápido demais ela já estava no chão, ele correu até ela escorregando para o lado, pegou delicadamente a cabeça dela e colocou no colo, ela não abria os olhos.
- Será que ela vai morrer professor? - Aquela pergunta o feriu como uma punhalada, não apenas pelo que ela implicava, mas pelo reconhecimento daquela voz.
Virou-se lentamente para o menino ao seu lado com o rosto banhado em lágrimas. Como não pensara nisso quando ouviu o policial falar em um menino? Os policias empurraram os dois de cima de Claudia e os paramédicos começaram a atendê-la.
- Vamos orar para que ela não morra. - Disse abraçando a criança, e se controlando para que as próprias lágrimas não descessem por seu rosto.
- Michael leve o menino até ambulância, por favor! - Pediu Peter.
- Foi culpa minha, ele ia atirar em mim. Por favor, Deus! Não deixa ela morrer. - Pediu o menino chorando. Patrick e Valéria estavam furiosos quando encontrou os dois.
- Você estava pensando em quê? Para entrar no meio de um tiroteio? - Perguntou Valéria furiosa, Patrick apenas olhou-o de cara feia, e levou o menino Guilherme até a ambulância; ignorando Valéria ele se afastou com o coração em frangalhos, a imagem da blusa dela banhada de sangue, não saia de sua cabeça, fechou os olhos focando no olhar dela, aqueles olhos verdes brilhando quando o viu.
- "Oh, Senhor! Só o Senhor tem poder sobre a vida e a morte, não a deixe morrer, por favor! Cure-a, física e emocionalmente. Ampare o menino Gui em seus braços, e transforme tudo o que ele tem vivido de ruim em bênção para que ele cresça em estatura e graça, Senhor tire do coraçãozinho dele a culpa por tê-la visto levando uma bala por ele, fortaleça-o para que ele possa vir a Ti conhecer, e Pai seja o Senhor com os médicos que cuidarão da Claudia, em nome de Jesus Senhor, cuide deles". - Pediu deixando as lágrimas reprimidas virem à tona.
- Mike a Carla vai para o hospital, você vai também? - Perguntou Patrick indicando a maca que estava indo para a ambulância, Carla corria até a irmã, e ele foi naquela direção.
Ele e Carla fizeram o paramédico parar, Claudia estava pálida, a blusa manchada de sangue, e impulsivamente ele passou a mão pelo braço dela, e só então se deu conta de que a pele estava exposta.
- Com licença, precisamos ir. - Disse o homem empurrando a maca, Michael tirou a mão de uma vez, para não machuca-la, mas mesmo assim o braço dela caiu para o lado, e pela segunda fez naquela noite, ele teve a impressão de que seu coração parara.
-Espera! - Gritou tão alto que o paramédico parou assustado, aproximou-se. Pegou o braço dela, e olhou bem de perto a tatuagem, uma rosa vermelha e uma negra. E a imagem da garota no meio da rua veio em sua mente.
- Cara é sério eu preciso ir. - Delicadamente ele pôs a mão dela sobre o peito, e se afastou, as pessoas passavam por ele, correndo pra cá e pra lá, ora o empurravam, ora pediam licença educadamente, e as luzes coloridas das viaturas foram desaparecendo.
- Vem cara, vou te levar para casa. Antes que você desmaia, e te pisoteiam. - Disse Zigger puxando-o. - Qual é o problema? Não creio que ela vá morrer, acredite-me já vi pessoas em estado muito pior sobreviverem.
- Espero em Deus que sim, que ela sobreviva. - Disse emocionado.
- Michael, Zigger? - Chamou Valéria correndo até eles. - O Patrick está te procurando. - Disse para Michael. - Zigger, cara muito obrigada por sua ajuda, não quero nem imaginar o que teria acontecido se não fosse a sua ajuda. - Agradeceu abraçando-o.
- Não sou eu quem merece os agradecimentos, tudo isso foi ideia da Claudia, e a coragem também para levar o plano até o fim foi dela. - Patrick se aproximou puxando Zigger também para um abraço.
- Obrigado cara! - Disse deixando-o constrangido.
- Mas eu só fiz o que a irmã de uma amiga pediu, não sei se eu faria tudo isso se estivesse no lugar dela. - Ressaltou tímido.
- Eu tenho certeza que faria. - Disse Patrick sorrrindo. - Quer que eu te deixe em casa? - Perguntou ao Michael.
- Não, precisa o Zigger me ofereceu uma carona. - Respondeu tenso.
- Você está bem? Eu posso comparecer na delegacia apenas amanhã! - Disse Patrick preocupado, Michael tirou um sorriso não se sabe de onde.
- Só estou cansado, quero ir pra casa descansar é só isso! - Disse sorrindo.
- Tudo bem então! Tudo certo para você Zigger? - Perguntou preocupado, Zigger apenas assentiu.
- Você avisou aos outros Mike? - Perguntou Valéria.
- Poxa! Esqueci, mas eu vou avisar pode deixar.
Os quatro Despediram-se, e no momento em que entrou no carro, ele escreveu uma menagem para os amigos.
Para quem estiver acordado ou acordada, vá dormir que daqui a pouco vocês todos estarão trabalhando. A Claudia já foi resgatada graças a Deus. Então durmam todos com Deus. Estou indo para casa. - Mandou a mensagem e guardou o celular.
Ficou olhado as luzes pelas quais eles passavam, e lembrava do advogado amigo do pai desmaiando quando ele falou da rosa tatuada no pulso da garota; de seu pai pedindo para ele esquecer essa história; dos pesadelos que aquela cena despertou nele por anos, a sensação de que não fizera o bastante para descobrir quem era ela; do policial dizendo que a família não queria que ninguém soubesse o que acontecera com ela. Quando se deu conta estavam parados em frente a sua casa, Zigger o encarava pacientemente, envergonhado abaixou a cabeça.
- Me empresta seu celular! - Pediu Zigger estendendo-lhe a mão, confuso ele entregou o aparelho ao outro que discou um número e devolveu-lhe. - Eu vou em casa tomar um banho e um café amargo e forte, e vou ao hospital, qualquer novidade eu te mando uma mensagem imediatamente.
- Obrigado! Mas se puder ligar, eu estarei acordado. - Pediu abrindo a porta, Zigger sorriu assentindo.
- Por que será que isso não me surpreende? - Perguntou sorrindo, com um meio sorriso Michael saiu do carro, tremendo com o vento frio da madrugada.
Ficou ali parado vendo o carro de Zigger desaparecer no horizonte, devagar abriu o portão, e lentamente entrou em casa que estava tão fria e vazia quanto seu coração. Seguiu para o quarto do pai.
- Pai! - Chamou batendo na porta, claro que ele estaria dormindo, passava das três da manhã, tentou o trinco da porta destrancada, abriu-a lentamente. - Pai!
O pai dormia tranquilamente abraçado à sua esposa, ele poderia esperar mais algumas horas, mas a dúvida era cruel e estava lhe dilacerando pesarosamente se aproximou do pai.
- Pai! - Chamou-o, tocando de leve em seu braço, o pai sobressaltou-se pulando da cama, acordando também Lauren.
- Cadê Katie? - Perguntaram os dois assustados.
- Desculpem-me! - Pediu passando as mãos na cabeça. - Creio que Katie esteja dormindo.
- Meu filho o que houve? Aconteceu alguma coisa com os seus amigos? - Perguntou o pai preocupado.
- Pai, por favor! Me conte tudo o que o senhor sabe sobre os acontecimentos daquela noite há dez anos. - Pediu em súplica, o casal entreolhou-se e Lauren assentiu.
- Vocês desçam para a cozinha, eu desço logo em seguida para fazer um chá para vocês. - Disse ela levantando da cama.
- Eu prometi...
- Eu sei, - ela o interrompeu carinhosamente - mas acho que está passando da hora do seu filho saber o que aconteceu, além do mais, algo me diz que ele sabe bem mais do que sabia pela manhã. - Disse olhando séria para Michael antes de ir ao banheiro, Stivie suspirou voltando-se para o filho.
- Ok, você me conta o que aconteceu para que você não conseguisse esperar até o dia amanhecer, e eu te conto o que sei sobre aquela noite. - Disse passando o braço pelo pescoço do filho, saindo os dois do quarto.
- A Claudia está no hospital foi baleada! - Disse rápido, o pai estacou.
- O quê? - Perguntou exasperado.
Continua...
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