18 - Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá.
Na manhã seguinte, a primeira coisa que Claudia fez foi pegar a bíblia, tinha a intenção de ler à noite quando voltasse do jantar na casa dos pais, mas ficara tão magoada com a irmã, que não conseguira ler e nem mesmo conversar com o primo quando voltaram para casa. Marcelo obviamente estava muito preocupado com ela, mas como sempre respeitou a sua vontade, e ele foi para seu quarto, deixando-a com seus próprios pensamentos, e desilusões.
- "Deus. Eu estou tão confusa, se o Senhor é mesmo o Deus que sabe todas as coisas, então o Senhor sabe, que eu dormi ansiosa, esperando por pesadelos. Há dez anos que eles me atormentam, eu já sei o que os desperta, mas, apesar do meu pânico ao saber do que está acontecendo com o garoto Guilherme, o desespero por ter aquele homem horroroso tão próximo de mim, e ainda a minha discussão com a Carla, eu dormi muito bem; e estou triste, pois tenho medo pelo garoto, tenho medo de não estarmos fazendo as coisas direito, mas apesar do medo não estou desesperada, e não entendo o que está acontecendo comigo, veja bem não estou reclamando, gosto dessa paz que estou sentindo e, por favor, se não for abuso, assim como o Senhor tem cuidado de mim, cuida do garoto Guilherme também, obrigada, pela noite de sono que o Senhor me proporcionou. Quero te agradecer também pelos meus colegas de trabalho, e cuida de cada um deles também, por favor! Eu quero Senhor, Te conhecer, assim como o Marcelo e a Luciana te conhecem. Como eu posso te conhecer?" - Ela conversou com Deus.
Ela abriu os olhos assustada, pegou a bíblia e saiu correndo para a cozinha. Luciana sorriu ao vê-la descalça, e de pijama, igual na manhã anterior.
- Bom dia querida, dormiu bem? - Perguntou Luciana ainda sorrindo.
- Bom dia! Luciana como a gente faz para falar com Deus? - Perguntou esfuziante.
- Ora! Simples! Igual você fala com o Marcelo por exemplo. - Claudia serviu café para as duas, estendeu uma xícara para Luciana, que aceitou franzindo a testa.
- Desculpa, estou nervosa! Você quer café? - Perguntou tímida. As duas sentaram à mesa da cozinha.
- Obrigada, pelo café! Mas por que você está tão nervosa? - Perguntou Luciana suavemente.
- Porque eu tenho falado com Deus, quero dizer, eu acho que sim; eu falo do que sinto, das minhas dúvidas, meus medos. Então eu percebi que eu falo tudo o que vem na minha cabeça, mas então fiquei na dúvida, se Ele já sabe de tudo o que eu sinto, e penso, então qual o sentido de falar pra ele? Mas por outro lado, será que Ele não vai zangar comigo, porque eu fico enchendo Ele, com coisas nada haver?
- Para Deus 'as suas coisas', nunca é nada haver! Provérbios capítulo três e versículo cinco diz: "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento". A natureza humana é falha e pecaminosa, mentimos, iludimos, enganamos, enfim, a nossa natureza tem dificuldade em ser honesta, mesmo que digamos aos outros que gostaríamos que eles fossem honestos conosco, também não é verdade, ninguém está pronto para ter alguém cem por cento honesto ao seu lado, Deus por sua vez quer verdadeiramente que você seja cem por cento franca com Ele. Ele quer verdadeiramente que você confie nele, e abra seu coração para Ele. E não importa o que você tem para falar, se for de coração Ele te ouvirá, e como ele disse a Isaías, no capítulo quarenta e três e versículo vinte e cinco: "Eu, Eu mesmo, Sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim, e dos teus pecados não me lembro". Se você confia em Deus e O ama o suficiente, para falar francamente com Ele, e como Ele sabe do que se passa no seu coração obviamente, Ele sabe se você é sincera ou não, e ao contrário do homem, Ele não vai ficar jogando em sua cara o que você já fez que o magoou, Ele quer te perdoar e ficar perto de ti, para poder cuidar de você, como a filha preciosa que você é para Ele.
As duas estavam tão entretidas olhando uma para a outra que não ouviram Marcelo entrar na cozinha, assustaram com ele colocando algumas sacolas na mesa.
- Se vocês vão ter essas discussões bíblicas toda manhã, aconselho que a Claudia acorde mais cedo. - Disse sorrindo. Ela olhou para o relógio.
- Ah, não! Estou atrasada de novo! - Levantou e saiu correndo, deixou os dois olhando para ela e sorrindo.
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Michael sentado na arquibancada do ginásio, olhava as crianças do sétimo ano brincando com Artur. Ele dispensara as crianças das atividades normais, ele não estava com disposição para dar aulas naquela manhã, e pelo que se lembrava, era a primeira vez que estava tão indisposto com as crianças, amava seu trabalho, e amava a cada uma daquelas crianças.
- "Graças a Deus que hoje é sexta-feira". - Pensou apertando as têmporas. Estava temoroso pela segurança do Guilherme e da Claudia, ainda achava que ele e Artur haviam cometido um erro em envolve-la naquela história, e não conseguia encontrar um meio de ajudar o garoto. Sua cabeça estava começando a doer.
- "Deus meu, eu e meus amigos e a família do pequeno guilherme, estamos em Suas Mãos. Somos falhos e não vemos as coisas com clareza, proteja-nos do homem mal, e dê-nos sabedoria para fugirmos do Mal". - Pensou fechando os olhos.
Artur dispensou as crianças, e Katie foi correndo até o pai.
- Está tudo bem papai? - Perguntou preocupada, abraçando-o.
- Tudo bem minha filha. Só estou cansado. O Gui não veio à aula hoje? - Perguntou sereno.
- Veio, mas ele não quis vir ao ginásio, ficou na sala. - Algumas garotinhas chamaram a filha e ela beijou o pai, e saiu correndo para encontrar as amigas.
Quando a última criança saiu do ginásio, Artur foi sentar ao lado do amigo, enquanto a outra turma chegava ao ginásio, ele também não parecia estar em um de seus melhores momentos, estava com um aspecto cansado, com olheiras e abatido.
- Ainda preocupado com o Gui? - Perguntou Artur, e Michael fungou.
- Tem certeza que não devemos chamar a polícia? - Perguntou em resposta angustiado.
- Mike, você acha mesmo que o Gui vai confirmar essa história? Ele te contou só com a promessa de que você não contaria nem pra mim, se chamarmos a polícia agora, não só vamos deixá-lo impune, como o Gui não voltará a confiar em você, e o perderemos.
- Você falou igualzinho a Claudia agora! - Comentou franzindo a testa. - Talvez devêssemos tentar a mãe...
- Mike o sonhador aqui sou eu, o que está acontecendo com você? Acha mesmo que se a dona Márcia sabe de alguma coisa, ela vai confirmar?
- Talvez ela não saiba e... - Artur olhou-o descrente. - Oh, Senhor! Como vamos sair dessa? - Perguntou exaperado passando a mão na cabeça.
- Acalme-se! Já demos o primeiro passo, nós vamos pegar aquele miserável, e o nosso garoto vai voltar a brilhar, você vai ver! Não é você que vive me falando para ter fé? Então, mano! Tenha fé!
- Você tem razão, Deus cuida de tudo, e Ele vai cuidar do nosso garoto.
- "Perdoe-me, Senhor! Por estar tão ansioso, por algo que já confiei em Suas Sábias Mãos. Restaure a minha fé, e não me deixe desamparado. Por Cristo, não solte minhas mãos, pois nada poderei fazer sem Ti, Senhor". - Pediu.
- Mike, eu acho que eu sei porque a Claudia só usa blusa de manga. - Sussurrou mudando de assunto, e assustando Michael, que estava distraído elevando seus pensamentos à Deus.
- Oi? - Perguntou confuso.
- Ontem quando ela me entregou a blusa, eu vi o braço dela, e ela tem algumas cicatrizes no pulso. - Os dois se olharam, Artur receoso e Michael espantado.
- Cicatrizes como? - Perguntou aflito.
- Foi muito rápido! Mas, me parecia cortes de gilete ou estilete, não tenho certeza, eram marcas finas. Será que ela é uma dessas pessoas que se mutilam? - Perguntou tenso.
- "Não foi a primeira vez que ela tentou suicídio". - Lembrou Michael do que dona Benta disse à ele e à Victória, quando ela sofreu o acidente.
- E como nós iríamos saber disso Artur? - Perguntou inquieto.
- Será que ela tem propensão ao suicídio? - Perguntou alarmado. - Você lembra daquele seminário que fomos a uns dois anos? Que geralmente pessoas que se mutilam, não cortam os pulsos profundamente, pois a intenção não é suicídio, é apenas aliviar a dor?
- Lembro. E me recordo também de você ter perguntado à Vick como alguém tentava amenizar uma dor provocando mais dor. - Disse Michael pensativo, tentando tirar da própria cabeça, imagens de Claudia cortando os pulsos.
- Sei não, cortes no pulso pra mim, é tentativa de suicídio. - Artur engoliu seco olhando Michael.
- Artur, esquece isso! Vocês estão se dando bem, certo? Você vai sair pra jantar com ela, então seja gentil, atencioso, e pelo amor de Deus, não vai estragar tudo, insinuando que ela é uma suicida. - Disse suavemente.
- Você tem razão! Mas e se ela estiver precisando de ajuda? - Perguntou preocupado.
- Seja um bom amigo, e se ela precisar de ajuda, ela saberá que pode contar com você. - Disse de cabeça baixa.
Os dois ficaram em silêncio, até as crianças adentraram no ginásio fazendo barulho. Michael suspirou olhando aquela garotada, que a única preocupação na vida, era atormentar seus professores, e colegas.
- Vamos trabalhar dom Juan! - Disse levantando.
🌹🌹🌹
Claudia estava concentrada, e não ouvira batendo na porta, assustou com uma mulher falando com ela.
- Bom dia! - Disse a mulher séria. Era uma mulher bonita, bem vestida.
- Bom dia! Em que posso ajudá-la?
- Eu sou Márcia, a esposa do Giuseppe. - Claudia sentiu um calafrio, ao ouvir este nome.
- A senhora é a mãe do Guilherme! - Disse Claudia levantando e estendendo a mão à outra, que apertou a mão dela firmemente, a mão da mulher estava gelada.
- Foi você que me ligou para vir aqui? - Perguntou friamente.
- Por favor, sente-se! - Disse encabulada. - Sim, mas quando ligamos a senhora disse que infelizmente não poderia vir. - Claudia tentou não soar ríspida, mas pelo olhar da outra, percebeu que falhara terrivelmente.
- Verdade! Mas eu resolvi vir, porque está confuso pra mim. Veja bem, vocês ligaram pra eu vir aqui, porque me parecia que estava havendo algum problema com o Gui, e ontem vocês me ligaram porque houve um acidente com a ficha dele, então qual é o problema afinal de contas? - Perguntou sarcástica, Claudia suspirou.
- Eu lamento, mas a culpa da ficha foi minha. Eu sou nova aqui, como a senhora deve saber, e eu estava olhando as fichas dos alunos, e por acidente eu deixei cair água na ficha do Guilherme, e eu sinto muito! - Desculpou-se inocentemente.
- E a primeira vez que vocês me ligaram? - Perguntou desconfiada.
- Só um minuto. - Pegou o celular, e ligou para a Victória. - Vick, a mãe do Guilherme está aqui na minha sala.
- Estou chegando aí. - Respondeu Victória desligando o celular.
- A senhora aguarde só um instante.
- Se foi com você que meu esposo falou, por que eu preciso falar com a psicóloga? - Perguntou cética.
- Porque eu precisava corrigir o meu erro, por isso, ele veio até a minha sala, mas caso a senhora não se recorde, eu pedi para que a senhora viesse até aqui, foi a senhora quem mandou o seu esposo, então quem não está entendendo mais nada aqui sou eu! - Disse contida, mas estava fervendo por dentro.
- Oi Márcia! - Cumprimentou Victória da porta. - Tudo bem? - Claudia suspirou aliviada.
- Oi Vick! Tudo bem! - As duas se cumprimentaram com beijos no rosto.
Claudia relaxou, estava tensa e assustada, com medo de pôr tudo a perder. Victória sentou, puxando a outra pela mão, para sentar ao seu lado.
- O Gui está dando algum trabalho? Porque eu não estou entendendo, o que está acontecendo aqui. Essa mocinha está totalmente perdida, estragando documentos! Que falta de atenção, e profissionalismo! - Exclamou sussurrando no ouvido de Victória. E Claudia fingiu não ouvir, engolindo seco.
- Foi um acidente lamentável. - Disse Victória séria.
- E por que a escola me ligou a primeira vez? - Perguntou olhando de uma para a outra.
- Alguns professores, estão preocupados com o Guilherme. Ele está diferente, neste início de ano, e eles queriam falar com você, mas como você disse que estava muito ocupada, e que seu esposo viria no seu lugar, nós deduzimos que ele deveria estar enciumado, afinal sempre foi só vocês dois, e agora você casada, com outros interesses, deve estar sendo difícil pra ele. - Disse Victória.
- E está mesmo sendo difícil pra ele, o Giuseppe é super atencioso com ele, faz o possível para que eles se dêem bem, mas ele está estranho mesmo, se você puder me ajudar Vick, eu vou ficar grata.
- O que pudermos fazer nós faremos. Mas Márcia, por que você não veio quando a Raquel te ligou? Você sempre foi tão presente na vida escolar do seu filho, está acontecendo alguma coisa? - Perguntou Victória em tom baixo. A mãe do garoto se mexeu inquieta.
- Imagine! Não está acontecendo nada! O Gui que é muito ciumento mesmo. E o Giuseppe é muito cuidadoso comigo e com Gui, e ele faz questão de resolver qualquer problema que o filho venha a ter, pois meu filho é como se fosse o filho dele. - Disse orgulhosa.
Claudia a olhava estupefata, será que ela não percebia o que estava acontecendo com o filho? Ela engoliu seco, e olhou exasperada para Victória que apenas meneou a cabeça de leve.
- E o que você veio fazer aqui hoje, algum problema? - Perguntou Victória suavemente. E a mãe do garoto olhou de esguelha para Claudia.
- Será que podemos falar em particular! - Sussurrou, e Claudia apenas ergueu a sobrancelha.
- A senhora ainda precisa de mim? Ou a Vick pode te ajudar? - Perguntou se levantando.
- Obrigada, pela atenção! Mas eu prefiro, continuar falando com a Vick! - Respondeu olhando feio para Claudia.
Claudia saiu da sala, angustiada. E foi para a lanchonete da escola. Estava inquieta, com tudo isso, não compreendia porque a mãe de Guilherme a olhara daquele jeito estranho, como se tivesse com raiva dela, mas o que ela fizera para que a outra desgostasse tanto assim dela? Ela nem disse na cara da outra tudo o que pensava sobre ela!
- Oi! - Assustou-se, com Artur falando com ela. - Desculpa, a vick nos mandou uma mensagem, mas não foi possível para nenhum de nós sairmos antes, você está bem? - Perguntou aflito.
- Sim. - Respondeu nervosa. Finalmente alguém veio atendê-la. - Uma água por favor! - Pediu.
- Artur? - Perguntou a garota que os atendia.
- Nada não Beca, obrigado! - Claudia o encarou.
- Você conhece todo mundo que trabalha aqui por nomes e apelidos? - Perguntou intrigada, ele apenas sorriu, aquele sorriso que fazia com que as garotas da faculdade, ficassem todas interessadas nele, e ela pressentia que ainda era assim.
- Depois de tanto tempo trabalhando no mesmo lugar, todo mundo conhece todo mundo. - Disse distraído, a garota voltou com a água de Claudia.
- Se precisar de alguma coisa é só me chamar! - Disse charmosa encarando Artur, ele distraído brincando com os guardanapos não viu.
Claudia sorriu, esse Artur que não ficava olhando para toda mulher que aparecia na sua frente era novidade para ela.
- E então o que a dona Márcia queria com você? - Perguntou ele preocupado.
- Não sei! Só sei que ela não gosta de mim. - Ele a olhou intrigado. - Você viu a Vick?
- Sim. Elas ainda estão na sua sala, ela que me disse que provavelmente você estaria aqui. - Disse distraído.
- Está tudo bem? - Perguntou ela encarando-o.
- Tudo bem! Só estou preocupado com toda essa situação. Tememos pelo garoto e pela mãe dele. - Disse olhando-a de um jeito estranho.
Constrangida, ela olhou para o outro lado, bebendo sua água, 'tememos', ela sabia que ele estava falando do Michael, e o que acontecera para ele estar olhando pra ela daquele jeito estranho? Então ele mudou de assunto, e começaram a falar de coisas rotineiras, quando Vick os encontrou, Claudia ria a valer, até esquecera dos problemas do menino Guilherme.
- Beca! Trás um suco de laranja pra mim por favor! - Gritou Victória sentando ao lado de Artur. - Cadê o Mike?
- Dona Benta mandou chamá-lo. A propósito, nós vamos falar quando para ela sobre o padrasto do Gui? - Perguntou olhando de uma para a outra.
- Vamos esperar a resposta da Valéria. - Respondeu Victória.
Claudia apenas olhou de um para o outro em silêncio e abaixou a cabeça, a grande verdade, era que ela estava apavorada, com toda essa história.
- E o que a dona Márcia veio fazer aqui? Até ontem não tinha tempo para resolver os assuntos do próprio filho, e agora aparece assim do nada? - Perguntou Artur intrigado. Victória encarou Claudia, de maneira que a deixou corada.
- O que houve? - Perguntou Claudia constrangida.
- Ela está com ciúmes de você. Pelo que eu entendi, o esposo não para de falar de seus maravilhosos olhos esmeraldas. - Disse Victória apreensiva.
- Era só o que faltava! - Exclamou Artur indignado.
- Ela deveria ter me falo, que eu a tranquilizaria quanto a isso! - Respondeu Claudia enojada.
- Ainda bem que ela não disse nada, não sei se ela iria gostar de ver em seu rosto o que nós estamos vendo. - Disse Victória arqueando a sobrancelha.
- Espero que vocês estejam vendo todo o asco que eu sinto por aquela criatura nojenta e nociva. - Esbravejou furiosa.
- Exatamente o que estamos vendo, e eu acho que uma mulher apaixonada, não gostaria de ver isso, no semblante de outra mulher. - Disse Artur pensativo. - Apesar que acho que ela preferiria isso a um desejo lascivo.
Claudia o fuzilou com o olhar, Victória o empurrou com o ombro, e ele apenas sorriu.
- No mínimo, iríamos levantar suspeitas, que ainda não queremos levantar, então você evita o máximo possível qualquer um dos dois. - Pediu Victória.
- Na verdade, eu prefiro não ter o desprazer de ver nenhum dos dois. Pois a antipatia dela por mim é recíproca. - Disse furiosa. - Como é possível, ela não vir aqui pelo filho, e vir por causa daquela aberração? - Perguntou indignada. Os três se olharam confusos, mas não disseram mais nada.
Nas sextas-feiras Claudia não trabalhava a tarde, então estava despreocupada ao chegar em casa; foi direto para o quarto, lamentando porque não havia visto o Michael a manhã toda, e se censurando porque se sentia assim por um homem que não lhe dava atenção, e pior ainda possivelmente casado.
- "Eu deveria perguntar à Vick quem é Katie, assim eu não daria na cara que estou curiosa sobre o estado civil dele!" - Pensou.
Essa vontade de estar em contato constante com ele definitivamente estava deixando ela transtornada. Tomou um banho e pegou sua bíblia, ela ainda se sentia estranha, quando pensava 'minha bíblia', mas era uma estranheza agradável. Sentou na escrivaninha, e começou a folhear a bíblia e pensar, e vez ou outra balançava a cabeça, afastando a imagem de Michael de lá.
- "Deus, me ajuda! Eu quero ajudar aquele garoto, mas não sei como fazer, e a mãe dele? Eu não quero ficar pensando mal dela, o Marcelo fala, que não devemos ficar pensando mal das pessoas, que devemos ser empáticos, se tudo o que o meu primo fala é verdade, então o Senhor tem um propósito para a minha vida, e agora que eu estou tentando me relacionar com o Senhor, eu não quero te desapontar, eu quero fazer o que Te agrada, e quero fazer o que é certo, mas eu não sei o que é certo nessa situação, mas gostaria que o Senhor me mostrasse, se possível me ajude, e por favor! Cuide do garoto Guilherme, ele é só uma criança, cuida dele, não deixa ele ficar seco e amargurado, igual a mim". - Ela pensava folheando a bíblia.
Continua...
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