Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

03 - O coração angustiado oprime o espírito.

Claudia sentia-se deprimida, não tinha o hábito de sair, e sempre que saía sentia-se deslocada. Ao contrário do que acontecera no almoço, os dois tentavam de todo jeito envolvê-la na conversa, enquanto esperavam a pizza, e ela até começou a relaxar, e participar verdadeiramente da conversa. E então ela o viu.

Ela viu quando ele chegou, e foi direto até um homem alto e atlético no balcão, conversaram por algum tempo, e um garçom os levou até a mesa próxima à dela. Ela virou a cara para o outro lado.

- "Era só o que me faltava!" - Pensou tensa.

- Tudo bem Claudia? Você ficou tensa de repente! - Observou Marcelo.

- Não é nada! Não se preocupe, acho que só estou um pouco ansiosa com a reunião de amanhã. Afinal é meu primeiro emprego, não quero fazer feio, mas também não sei como fazer bonito! - Disse sorrindo triste.

Claro que não convenceu o primo, mas o que poderia dizer, tem coisas que é melhor guardar só para si.

- Se vocês quiserem ficar sozinhos, para conversar melhor, eu posso voltar de ônibus. - Sugeriu Luciana.

- Claro que não, imagine! - Frisou Claudia. - Além disso ainda não comemos nossa pizza. - Disse tentando relaxar novamente.

- E nem me mostraram a noite palmense. - Lembrou Marcelo sorrindo.

🍕🍕🍕

O garçom os levou à única mesa desocupada, fizeram o pedido sem mesmo olhar no cardápio.

- Porque você não pediu ao Fernando, para ir adiantando a nossa pizza. - Disse Artur bem-humorado.

- Para quê? Para comermos gelada? - Perguntou mal-humorado em resposta ao amigo. - Cara! Você ainda vai se dar mal com esses seus atrasos, pelo amor de Deus, tenha responsabilidade!

- Mike meu caro, não seja tão rabugento, eu já te falei que as mulheres não curtem homens mal-humorados. - Disse sorrindo.

Michael apenas balançou a cabeça, cruzando os braços. Às vezes não compreendia como os dois se tornaram tão amigos, eram água e vinho. O garçom lhes trouxe o refrigerante, Artur gostava de uma cerveja, mas como Michael não bebia, ele nunca bebia quando saiam juntos. Michael serviu a bebida para os dois, pois o amigo olhava ao redor, parecia um predador.

Artur assobiou baixinho, fazendo Michael sentir calafrios, sacudiu a cabeça, conhecia o amigo o suficiente para saber que boa coisa não era aquele assobio. Olhou-o cauteloso.

- Eu. Não. Acredito! - Disse pausadamente. - Cara isso é inacreditável! - Ria debochado.

Michael o ignorou, tomando seu refrigerante. Talvez assim ele parasse de agir feito um idiota.

- Mas é a assexual, tenho certeza que é ela. - Agora ele ria às gargalhadas.

- Pelo amor de Deus Artur, para com isso! Está parecendo uma criança mal educada. - Disse exasperado, olhando para os lados, já estavam chamando a atenção.

- Mike, você sabe o que é uma pessoa assexual? - Perguntou ficando sério.

- Eu sei. Eu tenho as minhas dúvidas é se você sabe o que é! - Disse frustrado, já arrependido de ter saído de casa, o homem estava impossível aquela noite.

- Atrás de você tem uma loura, está vestindo uma blusa de manga longa branca, e acompanhada por um casal.

Michael tentou ser o mais discreto possível, mas olhar para trás não é algo que se faz com discrição. Louvado seja a Deus que a garota estava de cabeça baixa. E ela estava de perfil para eles.

- Sim estou vendo, o que tem ela? - Perguntou ainda olhando-a, pela rigidez do seu maxilar, Michael tinha quase certeza, que ela sabia que Artur estava rindo dela.

- Ela é uma mulher assexual! - Respondeu voltando a rir, e Michael voltou a sua atenção para ele.

- E como você sabe disso? Por um acaso você é íntimo dela? - Perguntou sarcástico.

- Ela nunca foi íntima de ninguém. Nós estudamos na mesma faculdade, e é a pessoa mais estranha que eu já conheci. - Concluiu pensativo.

- Artur, não é porque uma moça não caiu na sua lábia que ela é estranha, o mais provável é que ela seja sábia. Vamos combinar que você sim, está muito estranho hoje. - Refletiu Michael.

- Estranho, eu? Você que está fora de si, por achar que uma mulher é sábia por não me querer! - Ele riu. - Mas veja bem meu amigo, você acha normal uma garota de dezesseis anos na faculdade, e não se misturar? Eu não estou falando das baladas, dos amassos, não é isso, havia outras garotas recatadas, tímidas, reservadas, mas nem neste grupo ela se encaixava. Ela nunca fazia nada com ninguém, ela estava sempre sozinha. É a primeira vez que eu a vejo desde a faculdade, aliás, é a primeira vez que a vejo fora de lá. - Concluiu franzindo a testa.

- Você disse dezesseis anos? - Perguntou curioso, a única pessoa que ele conhece que foi para a faculdade aos dezesseis anos, foi sua irmã Michelle.

- Sério! Que de tudo o que eu falei, a única coisa que você ouviu foi isso? - Perguntou perplexo.

- Claro que não! Mas com certeza foi a única coisa interessante que você falou. - Disse sorrindo.

- Sem graça! Você sabe que é estranho! - Comentou pensativo.

- Sim, você tem razão é estranho uma pessoa que não se enturma, mas você sabe que este seu raciocínio é pura especulação, não sabe? - Perguntou delicado. Artur arfou de raiva.

- Você sabe que eu odeio quando você me trata como se eu fosse uma criança.

- Desculpa! Não quis te tratar como uma criança, só quero que você entenda, que a gente não sabe o que se passa com as pessoas, para elas serem assim ou assadas. - Disse sinceramente.

A pizza finalmente chegou.

-"Graças a Deus." - Pensou Michael.

- Posso fazer só mais um comentário? - Perguntou sério.

- Se não for sobre a sexualidade da garota pode. - Disse sorrindo. Até parece que se ele dissesse que não poderia, fosse impedi-lo de falar alguma coisa.

- Eu sempre tive a maior curiosidade, de saber o que ela tanto esconde. - Disse distraído deixando Michael curioso.

- E porque você acha que ela esconde alguma coisa? - Perguntou curioso.

- Só alguém com marcas horrorosas para usar blusas de mangas longas o tempo todo neste calor de quarenta graus. Eu nunca a vi com uma peça de roupa que não cobrisse todo o seu corpo.

Michael sentiu um calafrio por todo o seu corpo, e a imagem daquela garota coberta de sangue, jogada no meio da rua, invadiu a sua mente. Sacudiu a cabeça forte, tentando afastar tal imagem; há tempos que essas imagens não o atormentavam.

- "Porque isso agora Senhor? Eu levei uma vida para esquecer aquela cena, porque ela está me atormentando de novo?" - Pensou exasperado.

Ele tornou a virar para olha-la, ela continuava de cabeça baixa, mas mexia em sua pizza, como se não estivesse com fome. E então ela levantou a cabeça, e olhou direto para ele; e a dor que ele sentiu no peito foi física, o olhar dela era frio e vazio, mas não era só isso, era sem vida. Mesmo daquela distância era possível ver a cor deles, eram verdes, não um verde qualquer, era um tom que lhe lembrava uma esmeralda; eram duros e sem brilho.

Nunca a vira antes, tinha certeza disso, mas porque tinha a sensação de conhecê-la, porque queria que ela lhe sorrisse, e o pior de tudo, porque seu olhar gelado o magoava, como se ele fosse o responsável por este olhar. Virou de repente a cabeça, perturbado.

- "Ai, meu Deus o que foi isso? Quem é essa garota, afaste de mim qualquer sentimento que faça com que eu me perca do Seu Caminho." - Pensou voltando para a pizza, mas perdera o apetite.

- "E vou orar para o senhor encontrar minha mãedrasta hoje." - Katie dissera-lhe antes de sair.

Sorriu amargurado. Nada haver lembrar da filha, porque primeira vez em anos uma mulher fez seu coração acelerar, tornou a sacudir a cabeça, afastando quaisquer pensamentos da sua cabeça. Artur estava tão entretido na sua pizza, e no celular, que não percebera o momento de crise do amigo. Ele levantou o copo de refrigerante e percebeu que tremia.

- "Cuida de seu servo Senhor." - Pensou triste, devolvendo o copo para a mesa.

🍕🍕🍕

Claudia contava mentalmente de um até cem, e voltava do cem até um novamente, e assim fazia repetidas vezes. Ainda bem que Marcelo e Luciana estavam tão entretidos um com o outro, que deixaram-na em paz, ou perceberam que ela estava mal.

A fatia de pizza em seu prato pela metade já estava gelada, não tinha mais fome, e ficou mexendo na pizza gelada. Tudo o que queria era ir embora. Mas estava sem jeito de chamar os dois, que pareciam melhores amigos de infância. Tentou prestar atenção no que eles falavam, mas seus pensamentos insistiam em voltar para o insuportável do Artur.

Era muito azar, com tantas pizzarias espalhadas por aí, eles irem parar na mesma pizzaria. Bons anos sem ver essa criatura deplorável, e bem no melhor momento da sua vida, ela dá de cara com ele. Talvez sua mãe esteja certa, e ela não tenha condições de viver sozinha mesmo, menos de vinte e quatro horas morando sozinha e já dera de cara com o terror da faculdade.

Pela segunda vez naquela noite sentiu um formigamento na nuca. Tinha quase certeza, que era aquele idiota olhando para ela e debochando dela, como fizera na faculdade, e sem pensar levantou a cabeça audaciosamente, e olhou direto para a mesa dele. Só que não era ele que estava olhando para ela.

Era o amigo dele, e ela se perdeu naquele olhar negro, nunca vira olhos pretos que brilhassem tanto, por um segundo ele pareceu sentir dor, e pela primeira vez na vida ela quis confortar um homem, por algum motivo que lhe era totalmente desconhecido, não lhe parecia certo que ele estivesse sofrendo sentiu um frio no estômago, segurou firme na mesa, ele virou a cabeça abruptamente, e ela se sentiu vazia, de uma maneira completamente desconhecida.

E ela voltou a atenção para a pizza gelada. E aquele olhar negro, permaneceu na sua cabeça.

- "Era só o que me faltava." - Pensou frustrada.

🍕🍕🍕

- Boa noite! - Cumprimentou Artur.

Claudia pulou da cadeira, derrubando-a e o copo que segurava, ao reconhecer a voz.

- Ah! Qual é assexual, não estou tão horrível assim. - Michael o beliscou e olhou-o de cara feia.

- Por favor, não leve em conta o que ele fala. Nos perdoe, vamos Artur. - Disse severo mas o outro nem se moveu. - Vamos criatura! - E saiu puxando-o.

Marcelo pediu a conta, enquanto Luciana ajudava Claudia.

- A senhora está bem? Por favor, senta um pouco. - Pediu ela preocupada.

- Não querida, obrigada! Eu só quero ir embora, se vocês não se importarem! - Respondeu respirando fundo.

Foram em silêncio até em casa. Ao entrar Claudia foi direto para o seu quarto, se encolheu em sua cama e chorou. Alguém acendeu a luz, e ela fechou os olhos com força.

- Com licença dona Claudia, eu sei que a senhora não quer que eu te chame assim, mas estou te chamando assim, para que a senhora compreenda que eu só quero ajudar. Beba este chá que a senhora vai se sentir bem melhor.

Claudia não se mexeu, continuava a chorar, a gentileza da outra a fez chorar ainda mais; sentir-se vulnerável e fraca, era algo que ela se proibira de sentir desde que saira daquela clínica. Artur nunca conseguira alcança-la como acontecera naquela noite.

- "O que está acontecendo comigo? Por que eu estou assim por causa de um idiota, que sempre foi idiota? Nunca me importei, com as provocações dele! E o que foi aquilo que eu senti quando aquele homem me olhou?" - Pensou angustiada.

Sentiu Luciana chegar mais perto.

- Vou deixar o chá aqui no criado. Eu sei que a sua única vontade é chorar, mas quero que saiba, que seja qual for o motivo das suas lágrimas, o salmista diz que a alegria virá pela manhã. Vou orar pela senhora; eu sei que Deus vai curar o seu coração.

Seu coração transbordou de carinho, e chorou ainda mais.

Continua..

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro