40 - As memórias de cada um.
Ao se despedir, Rafael se ofereceu para acompanhar Samara em casa e Luan se prontificou para acompanhar Açucena, o pastor Tiago suspirou dramaticamente.
- Graças a Deus, eu estava mesmo pensando se vocês iriam esperar eu ensinar boas maneiras e cavalheirismo a vocês. - Disse apontando aos dois rapazes, Rafael abaixou a cabeça corado e Luan sorriu colocando as mãos nos bolsos.
- Pois não é meu velho? - Perguntou dona Rebeca passando a mão pelo braço do esposo. - Você está cansado devido a luta diária e ao reumatismo e, ainda tendo que levar duas moças lindas em casa sendo que dois de seus pupilos estão aqui esbanjando saúde! - Concluiu rindo.
- Mulher de onde você tirou que eu tenho reumatismo? - Perguntou sério a encarando.
- Não era para falar para eles? Perdoe-me meu amor. - Disse beijando sua testa.
- Rapazes aproveitem esse momento maravilhoso e romântico de conhecimento e descobertas, por que depois com o passar dos anos é só ladeira abaixo. - Disse sacudindo a cabeça. - Veja o meu exemplo. - Concluiu dramático. - Os quatro jovens e sua esposa riram.
- Aproveita que estão de olho no exemplo do pastor de vocês, - começou dona Rebeca olhando de um para o outro - e cuidem bem dessas moças, lembrem-se do que ele tem ensinado a vocês, comportem-se!
- Nós somos comportados dona Rebeca. - Respondeu Luan. - Poderíamos tomar um sorvete, o que vocês acham? Pastor?
- É uma excelente ideia. Eu amo comer aqui, mas é fraco de sobremesa. - Comentou Açucena.
- Verdade. - Disse o pastor sério. - Mas acho melhor vocês irem sem nós hoje, eu estou exausto e minha esposa está certa, preciso cuidar da minha saúde e da dela também.
- Eu estou ótima de saúde, meu bem! Mas hoje realmente já deu para nós, o congresso está exigindo muito e é a primeira vez que Granville vai sediar um evento desses. - Respondeu despedindo-se.
- Vocês acham que eles estavam brincando, ou realmente estão com algum problema de saúde? - Perguntou Luan preocupado.
- Não, Luanzinho, eles estão ótimos! - Respondeu Samara sorrindo. - Eles fazem exames periodicamente, a filha e o genro não os deixam negligenciar com a saúde, mas acho que os jovens deveriam pegar mais firme nesse evento do congresso e deixar menas coisas nas costas deles.
- Isso é verdade, já estou trabalhando nisso junto com o Mesaque e a Natália, pena que ele tem pouco tempo e ela está tensa com o casamento. - Disse Luan.
- Se eles estão sobrecarregados, deveriam abrir mão da liderança. - Retrucou Açucena.
- Na verdade, já tentaram, mas ninguém quer substituí-los, eles são ótimos líderes de jovens. - Disse Luan.
- E, então, o sorvete sai ou não? - Perguntou Rafael timidamente mudando de assunto.
As moças assentiram sorrindo. Gentilmente os rapazes estenderam suas mãos a elas que ainda sorrindo aceitaram. Quem não conhecia e os via, pensaria que eram dois casais de namorados apaixonados que estavam curtindo a noite de lua cheia.
Na verdade, não eram namorados, mas curtiram a noite e se divertiram, e quanto a estarem apaixonados, até quem os conhecia já havia percebido isso, só faltava mesmo, cada um deles admitir a si mesmo e confessar ao outro.
- Eu não imaginava que você fosse tão divertido Rafael! - Comentou Açucena depois de ele contar uma de suas aventuras com o irmão gêmeo.
- Nem eu que sento ao lado dele na igreja desde que veio para cá sabia desse lado dele. - Brincou Luan, ele ficou corado.
- Você o está constrangendo. - Disse Açucena divertida.
- Talvez ele apenas não tenha tempo para demonstrar esse lado, são tantos os problemas que essa cidade tem. - Defendeu Samara timidamente.
- Isso é verdade e pelo que percebi policial honesto aqui e supervalorizado. - Disse Açucena séria. - Minha primeira experiência com a polícia local foi vergonhosa.
Rafael abaixou a cabeça, os policiais corruptos da corporação o envergonhavam, mas não havia nada que ele pudesse fazer, então suspirou e aproveitou a companhia da moça mais bonita da cidade e de bons amigos que Deus lhe dera.
🍎🍎🍎
Na manhã seguinte Samara acordou com um sorriso bobo no rosto e um sentimento de leveza e contentamento, suspirando ficou olhando o teto sentindo um frio na barriga só de recordar do toque da mão de Rafael na sua.
Assustou-se com a batida na porta, estava muito cedo, quem poderia ser a uma hora daquela? Franziu a testa sabia que não poderia ser Isabella, pois a mesma ficou acordada esperando por ela só para perguntar como havia sido, talvez fosse Rosa.
- Quem é? - Perguntou sentando.
- Valentina.
- Pode entrar. - Disse intrigada.
- Podemos conversar um pouco? A Bela disse que hoje você vai trabalhar à noite, e sei que precisará descansar, prometo ser breve.
- Claro que podemos conversar! - Disse animada, apesar da aproximação das duas, raramente tinham a oportunidade de estarem sozinhas, gostaria de conversar com a ex madrasta sobre a mãe. - Sente-se, por favor! - Pediu indicando a cama.
- Antes de qualquer coisa eu quero te pedir desculpas por não ter sido capaz de cuidar de você como sua mãe pediu. - Disse emocionada.
- A minha mãe te pediu para cuidar de mim? - Perguntou tão emocionada quanto.
- Ela insistiu comigo de que se acontecesse alguma coisa com ela eu cuidasse de você, eu prometi e pretendia fazer, se ao menos ela tivesse me contado tudo o que descobrira. - Abaixou a cabeça tirando uma sujeira imaginária da calça.
- Você poderia me contar a sua versão dos fatos? Por que a daquele homem é horrorosa! - Pediu fungando.
- Na verdade querida não sei o que é pior se a versão dele ou a verdade, a nossa história não é um conto de fada.
- Ainda assim se a senhora não se importar eu quero ouvir.
- Eu conheci sua mãe e os amigos dela na escola. Meu pai acreditava que eu precisava conviver com pessoas simples, ele dizia que eu estava me tornando uma Xerox da minha mãe e apesar de ele ama-la de maneira tão absurda, ele não queria que eu fosse como ela e me tornasse alguém que desprezava as pessoas por causa de sua situação financeira. Conhecê-los foi a melhor coisa da minha vida. Nos tornamos 'oitava maravilha', como o William nos apelidou. Minha mãe era contra essa amizade, na verdade, ela odiava meus novos amigos, mas naquela época meu pai ainda tinha algum domínio sobre a situação, então eu continuei com a amizade com o sétuplo, até o dia que cheguei a minha casa e seu pai estava lá com o seu avô. Eles estavam atrás de pessoas carentes que queriam estudar, isso foi o que o seu avô disse, mas naquela noite minha mãe foi ao meu quarto perguntar o que eu havia achado do Albert respondi despretensiosamente que ele era bonito, o que era verdade, então, ela disse que ele estava procurando uma moça para casar e, que ela e meu pai fariam gosto com esse casamento, obviamente que eu repudiei a ideia, até por que, ela nem sonhava, mas eu só pensava no dia em que me casaria com o Wesley, estranhamente ela sorriu e disse que não iria me pressionar, saiu do meu quarto me deixando sozinha, naquela época, nós tínhamos um pequeno problema sua mãe estava sozinha e o tio dela que deveria cuidar dela, por ser seu único parente vivo não prestava, ele fazia mal a ela, e nós não podíamos permitir que ele a levasse, então eu pedi à minha mãe para conversar com seu avô, já que ele estava buscando jovens para estudar, por que não conseguir as bolsas para os meus amigos? Na real? Pensávamos que ela nunca concordaria, mas para nossa surpresa concordou. A paixão dos seus pais foi algo com a qual não contávamos e, foi uma coisa fulminante e avassaladora, um dia eles estavam namorando no outro já estavam casados. - Disse com o olhar distante, a lembranças ocupando sua mente e coração.
Eu fui para São Paulo um dia antes com os meus pais, e ansiosamente esperei pela chegada dos meus amigos. Só consegui me encontrar com eles três dias depois da chegada deles, como esperado, todos estavam felizes e empolgados, não sei se estavam mais felizes por ter a oportunidade de estudar ou se pelo namoro da Alicia com o Albert, obviamente que Wesley era o único infeliz.
- Ei meu loiro lindo, o que aconteceu para te deixar nessa tristeza toda? - Perguntei sorrindo.
- Você acredita que a Alicia vai se casar com esse tal de Albert? - Meu coração sangrou com o tom de sua voz e o brilho de raiva nos olhos verdes.
- E qual o problema Wesley? - Perguntei sentindo meu mundo ficar cinza e sem graça.
- Eu a pedi em casamento, mas ela recusou, pensei que fosse por causa dos traumas dela, mas vejo que não tem nada haver.
- Wesley pode ser que ela tenha feito isso apenas para se livrar daquele nojento, você sabe o que ela sofreu nas mãos do pai e do tio.
- Por isso eu a pedi em casamento para livra-la dele, você pensa mesmo que aquele playboy vai ter consideração por ela ter sido estuprada?
- Eu não sei, mas para o bem dela a gente espera que sim, não é? - Ele me olhou duvidoso.
- Sinceramente morena? Eu não confio nesse cara, ele é mais falso que os produtos do Paraguai.
Depois daquele dia nenhuma de nossas vidas foi mais a mesma. O Wesley voltou para a comunidade Granizo de Ferro, Alicia se casou e os outros estudaram e seguiram com suas vidas, todos acreditavam que ela havia encontrado um príncipe encantado que ajudara a todos os seus amigos, os únicos que não pensavam assim eram eu e o Wesley, por motivos diferentes.
O Wesley apaixonado por ela não queria perde-la, e eu achava muito estranho um homem tão bonito ir tão longe para encontrar uma noiva, mas aparentemente ele era perfeito, ele fez questão de que os amigos não se afastassem de Alicia, todos nós acreditávamos que ela era feliz, até comecei a pensar que eu e o Wesley estávamos exagerando. Então tudo começou a ficar estranho depois do nascimento da filha do casal.
Certo dia eu recebi um recado dos sogros dela me chamando com urgência, pois Alicia estava fora de controle.
- O que aconteceu? - Perguntei ao adentrar em seu quarto e encontrá-la em prantos nos braços da Sandy enquanto Rosalina balançava Samara que não parava de chorar.
- Não sabemos. Os sogros dela nos pediram para vir aqui porque eles não sabiam mais o que fazer para acalmá-la ou acalentar a Samara. - Respondeu Sandy
- Está acontecendo alguma coisa muito grave por aqui, - Retrucou Rosalina. - O William me disse que presenciou uma discussão dos dois e que precisou interferir, ele pensou que o Albert fosse bater nela.
Peguei minha afilhada nos braços e depois de algum tempo mãe e filha se acalmaram, Samara dormiu e por várias horas conversamos tentando fazê-la abrir-se conosco, mas nada dela falar qualquer coisa.
Naquela noite Albert dormiu fora de casa, as meninas ficaram até tarde, mas elas precisavam ir para suas casas, eu fiquei com ela a pedido delas, para ver se ela se abriria para pelos uma de nós.
- Alicia, o que está acontecendo? - Perguntei preocupada.
- Val, se eu te pedi uma coisa você faz? - Perguntou seriamente.
- O que você precisar.
- Prometa que na minha falta você cuidará da minha filha? De todos os meus amigos você é a que tem mais condições de brigar com o Albert por ela.
- Eu prometo minha querida. Mas você está preocupada com o que exatamente? Você está sentindo alguma coisa? Está enferma?
- Eu só quero ter certeza de que minha filha vai ficar bem.
- Ela vai ficar bem, todos nós, incluindo a mamãe dela, vai cuidar para que isso aconteça.
Alicia nunca mais se recuperou daquele surto, a cada dia ela estava mais infeliz e inquieta. Todos nós estávamos preocupados, mas ela nunca contou a ninguém o que realmente estava acontecendo.
Quando ela foi morta todos acreditamos que havia cometido suicídio, até o Wesley chegar e exigir uma autópsia, foi um escândalo, o Albert não permitiu dizendo aos quatro cantos que ele era amante dela, até que os pais dele interferiram, autorizando a autópsia, o resultado foi surpreendente e aterrador para todos nós, ela foi assassinada, a causa morte foi estrangulamento, mas também foi detectado uma substância em seu corpo que a teria matado de qualquer maneira.
A primeira coisa que o Albert fez foi acusar todos os amigos dela, e os proibir de chegarem perto da menina, pelo fato de ele e a minha mãe serem muito amigos e eu a convenci a falar com ele, para que eu pudesse ficar por perto, ele concordou, mas para isso eu teria que me casar com ele e nunca dizer aos meus amigos sobre o nosso acordo, concordei, acreditei que seria a única maneira de protegê-la, e jamais pensei que meus amigos suspeitassem de mim, doce engano!
Eles me viraram as costas, e me vi sozinha em meio a uma teia de mentiras e enganos, infelizmente, até o atentado eu acreditava verdadeiramente que o Albert tinha sido um bom marido para a minha amiga e, só depois que ele saiu do coma que descobri do caso com a minha mãe e do testamento dos pais dele, onde deixavam tudo o que tinham para a nora e na falta da nora para a neta.
Procurei pelos meus amigos, e encontrei apenas a Rosalina e a Sandy e naquela ocasião, elas não quiseram falar comigo, só então que eu soube que os gêmeos e o Adolf estavam desaparecidos, eu fiz o que pude para descobrir o paradeiro deles principalmente dos gêmeos, eu me quebrava só de pensar que o Wesley pudesse estar morto.
Infelizmente para mim, elas fizeram as pazes comigo na mesma época em que minha vida perdeu a cor, se ao menos eu soubesse da existência da Celeste, teria uma razão para viver e lutar. Quando descobri que o William estava morto foi a gota d'água para mim, eu tinha certeza que o Wesley também estava morto, nada mais me interessava, não me importava com o que poderia acontecer, ainda bem que Albert nem sonhava que eu estava com o testamento do pai dele, por que se ele me pedisse naquela época eu teria lhe entregue.
Eu só voltei a viver de novo quando minha mãe me convidou para fazer uma viagem com ela e soube que ela estava grávida e queria que as pessoas pensassem que o filho fosse meu, apesar de já saber do caso dos dois, eu realmente não pensei que fosse dele o filho, minha mãe era vaidosa e egoísta, acreditei que ela não quisesse ser assunto de fofocas, e tudo foi exatamente como ela planejou, todo mundo acreditou que o filho fosse meu e que por estar desequilibrada emocionalmente não quisesse a criança, e como não acreditar! O bebê era a cara do meu marido e da irmã desaparecida, eu quis tirar o bebê dela, a mentira dela me dava poderes para isso, mas ninguém quis me ajudar, meu pai acreditava que eu quisesse fazer mal ao meu filho, e minha mãe disse que se eu não a ajudasse e parasse de causar problema, ela sumiria com meu irmão e jamais voltaria a vê-lo, eu sei que ela é capaz disso, assim um belo dia, ela fez uma coletiva dizendo que iria criar o neto, por que eu havia tido depressão pós-parto e rejeitado o bebê, o Albert ao lado dela, confirmou, dizendo que ainda não superará o sequestro da filha mais velha e não tinha condições de cuidar de um bebê e protegê-lo da mãe lunática, e eu não pude fazer mais nada para salvar meu irmão, exatamente como não pude salvar minha afilhada.
Silenciosamente, Samara ouviu todo o relato de Valentina, mas algo a perturbou mais que tudo.
- Eu. Eu quero te fazer uma pergunta, a senhora disse que minha mãe sofreu nas mãos do pai e do tio, que tipo de sofrimento eles causaram nela? Não foram eles que a estupraram, foi? - Perguntou controlando-se para não chorar, Valentina assentiu.
- Ambos abusaram dela física e sexualmente. - Ao ouvir a confirmação de suas suspeitas, as lágrimas romperam sem controle.
Valentina a abraçou chorando com ela e por vários minutos as duas ficaram abraçadas chorando, cada uma chorando por si, e por aquelas pessoas que ambas à sua maneira amavam tanto.
- Valentina, como não encontramos essa entrevista do Albert e sua mãe? - Perguntou intrigada, o Isaac revirou tudo.
- Eu imagino que ou vocês não procuraram o bastante, ou o Albert deu um fim nela, de qualquer modo, todos vocês também pensaram que de fato o Bernardo fosse meu filho. - Disse a encarando.
- Verdade, nos desculpe por isso. - Pediu constrangida.
- Tudo bem, depois que enlouqueci de verdade, até eu acreditei nisso. - Disse pesarosamente.
- Valentina, já que você foi escolhida para ser minha madrinha, posso te chamar assim? - Perguntou a encarando os olhos pretos brilhando.
- Será uma honra para mim. - Disse às lágrimas. - Seus olhos é a mesma coisa de estar olhando para os dela.
As duas se abraçaram e choraram, Rosa chamou para o café da manhã, Samara recusou e depois da saída de Valentina, ela ficou no quarto o resto da manhã, teve seu momento de pena da mãe e de si mesma, Rosa voltou e a chamou para almoçar, mas estava sem fome e não queria fazer social com ninguém.
Ficou ali se remexendo na cama, remoendo um passado que não era seu, mas que infelizmente determinava seu futuro, finalmente decidiu sair do quarto, era hora de ir trabalhar e seguir com a vida, não havia nada que pudesse fazer quanto ao passado, no entanto ela tinha um presente onde era tão amada quanto a mãe gostaria que fosse, e lutaria para ter um futuro promissor e abençoado, Deus estava no Controle de sua vida, desde o princípio.
O casal de bebês gêmeos de Isabella e Eric monopolizavam a todos, sorrindo ela entrou na animação que era a casa da 'Bela e a Fera'.
- "Obrigada meu Deus pelas pessoas que o Senhor colocou na minha vida, e obrigada pelas pessoas que o Senhor me livrou delas". - Pensou sentando ao lado do Bernardo que a abraçou.
Eric a esperava para levá-la ao hospital, ela estava proibida de sair de casa sozinha. Revirou os olhos ao vê-lo.
- Eu disse que poderia ir sozinha. - Resmungou se levantando do lado do irmão, despedindo-se dele.
- Eu sei que você disse e sei que pode, mas eu quero levar minha irmãzinha ao trabalho, aliás, por mim você não trabalharia hoje. – Respondeu passando o braço em seu pescoço.
- E por que não? Eu trabalhava à noite, recorda-se? E o que pode me acontecer no hospital? – Perguntou sorrindo, ele fungou.
- O que pode acontecer? Você nunca assistiu Grey's Anatomy? Tudo pode acontecer dentro de um hospital. – Respondeu divertido, ela sacudiu a cabeça.
- Temos tempo, podemos passar na confeitaria para eu comprar um docinho para o Héctor? – Perguntou entrando no carro.
- Mocinha você sabe que não pode encher o Héctor de doce. – Disse gargalhando. – Isso sem falar que se a Açucena descobre que você está paparicando o pai dela, vai ficar chateada. – Concluiu ficando sério.
- O pai dela é um assunto que não deve ser mencionado quando estamos juntas. – Disse rindo.
- Snow é sério, ele não é o seu pai. – Alertou preocupado.
- Graças a Deus, você se esqueceu de que o meu pai quer me matar? - Perguntou triste.
- Só espero que você não se machuque. – Disse parando na frente da Confeitaria.
- Eu sei. - Disse beijando-o no rosto. - Não vou me demorar. – Desceu, correndo até a confeitaria.
Pediu um pudim tradicional e um de chocolate, dois pedaços de bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Enquanto Rodrigo preparava seu pedido distraidamente, ela olhava para fora e uma mulher elegante chamou sua atenção, descontroladamente saiu correndo até a mulher que falava ao celular encostada no carro.
- Oi dona Cintia! Lembra-se de mim? – Perguntou tocando em seu braço, assustada a mulher deixou o celular cair. – "Está devendo à justiça para estar com medo desse jeito?" – Pensou divertida.
- Eu deveria me lembrar da senhorita? – Perguntou irritada pegando o celular no chão.
- Eu sou Samara, a enfermeira que estava com a Virgínia sua amiga, no dia que a senhora foi visitá-la no hospital.
- O que está acontecendo? – Perguntou Eric tenso ao seu lado.
- Essa garota quase me matou do coração. – Resmungou Cintia.
- Ela é amiga da Virgínia como você bem sabe, eu não soube mais notícias dela e não vejo mais o Caetano para perguntar a ele.
- Como você disse que é o seu nome? – Perguntou Cintia como se de repente se lembrasse de algo interessante, Samara sorriu.
- O que você queria com ela Snow? Estamos atrasados. - Disse Eric ainda tenso.
- Ah, sim! Eu gostaria de saber sobre a Virgínia como ela está? O esposo dela tirou-a do hospital e, ela não está mais consultando como o doutor Amadeus.
- Ela tem o seu próprio psiquiatra, mas não se preocupe com nada disso. Ela está bem, infelizmente quando ela soube da morte do Jerônimo ficou mal, ele era um amigo querido e todos nós sentimos muito que ele tenha cometido uma barbaridade daquela, enfim, o Caetano achou prudente manda-la viajar um pouco.
- Mas ela não tem condições de viajar sozinha. – Declarou Samara tensa.
- Ela não viajou sozinha, a Alice viúva do Jerônimo está com ela. Por favor, se vocês me darem licença, eu preciso ir. –Disse entrando no carro.
- Que história mais esquisita, como assim, viajou as duas sozinhas? – Perguntou desconfiada.
- Aqui Samara seu pedido. – Disse Rodrigo ao lado do Eric. – Boa noite Eric. – Cumprimentou, mas Eric olhando para frente não disse nada.
- Eric! – Chamaram e ele assustou-se encarando os dois.
- Boa noite. – Repetiu Rodrigo sorrindo.
- Boa noite. – Respondeu também sorrindo.
- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Samara entrando no carro.
- Não. – Respondeu piscando para ela. – Está tudo bem, exceto pelo fato de você quase matar a mim do coração, já pedimos para você ter cuidado.
- Eu tenho cuidado, aquela mulher é amiga da Virgínia. Você sabe que eu estou preocupada com ela. - Defendeu-se.
- Pois é, agora você sabe que ela está viajando, então nada de ficar indo atrás dela seja na casa, ou com o marido dela, ou em qualquer outro lugar, promete Snow?
- Prometo! – Resmungou cruzando os braços.
Continua...
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