29 - As confissões de cada um.
Rafael sentou ereto na poltrona ao lado da cama, não por postura, mas por que ainda sentia dor ao respirar, Isaac estava na janela de braços cruzados olhando de um para o outro.
- Antes de qualquer coisa eu quero entender por que você arriscou a vida da sua irmã se você estava planejando se matar. - Começou Isaac irritado.
- Eu não queria me matar, e menos ainda ferir qualquer pessoa. - Respondeu nervoso.
- Ok. Bernardo nos conta o que aconteceu, desde o princípio. - Pediu Rafael ainda tenso com tudo que ouvira minutos antes de Isaac ainda não tinha tido a oportunidade de ouvir as descobertas do outro em São Paulo, e o que ouvira apenas o deixara mais preocupado.
48 atrás.
Bernardo andava de um lado para o outro inquieto, olhou o lugar que fora seu lar nos últimos meses. Evil o escondera ali desde o dia que o tirara daquela clínica, além de Romano apenas uma pessoa sabia que ele estava escondido ali, um leve sorriso tomou seus lábios ao pensar nela, não compreendia como alguém como ela poderia ser amiga do Evil, mas a questão é que verdadeiramente ela era sua amiga e o amava, sacudiu a cabeça não era hora de ficar devaneando.
Apesar de o local ser subterrâneo o sinal do celular pegava maravilhosamente bem, o que facilitou muito falar com irmã todos os dias, desde a primeira vez que decidiu ligar para ela, depois de ouvir do Evil tudo o que estava acontecendo com a irmã e descobrir que ela estava limpa assim como ele, mais um segredo do Evil, mais uma vez passou a mão na cabeça, a sua lista de segredos só aumentava sacudiu a cabeça, mas era por uma boa causa, uma vez que ele não sabia de nada, não havia por que o Albert tentar alguma coisa contra ele bastava o fato dele defendê-lo.
Valentina ligava todas as manhãs, e já passara da hora dela ligar, o celular vibrou em seu bolso ansioso o atendeu.
- O que houve? - Perguntou tenso. - Eu já estava preocupado.
- Tem um jornalista de Granville aqui entrevistando seu cunhado, - começou Celeste a enfermeira de Valentina - e você sabe como ele é, fica parecendo um pavão exibindo a esposa debilitada que ele tão prazerosamente cuida por amor, enfim, ele fez questão que sua irmã esteja ao seu lado.
- Quem é esse jornalista? - Perguntou curioso. – Sabe o nome dele?
- Não sei. Não é nenhum dos quais seu cunhado costuma usar para cobrir suas falcatruas, há um casal de pastores com ele também.
- Seria Isaac o jornalista e o casal Tiago e Rebeca? - Perguntou excitado. – Celeste tenta descobrir, por favor!
- Sim. Mais por quê?
- Diga a Valentina que se for de fato o Isaac, ela pode confiar nele que chegou a hora de sermos livres. - Disse exultante.
- Be, você tem certeza? Se entregarmos o que temos à pessoa errada nós estaremos todos mortos.
- Confie em mim loira, eu sei o que estou falando, eles são honestos e honrados.
- Se você está dizendo. - Concordou contrariada. – Lembre-se que você confia nesse Evil, fica difícil confiar no seu julgamento de caráter. – Ele sentiu um calafrio, se estivesse errado estaria assinando a sentença de morte da irmã e de Celeste.
- Eu sei que estou certo. – Disse pedindo a Deus que estivesse mesmo certo.
Desligou o celular feliz como a nunca se sentira, de alguma maneira estava verdadeiramente confiante de que Isaac era digno e decente, a insegurança de segundos antes passara totalmente, entrou na sala de segurança o outro cômodo do esconderijo, franziu a testa ao vê dois homens que pensou nunca mais ter o desprazer de voltar a vê.
Foram eles que o encontrou juntamente com a irmã quando tentaram salvar o Thiago, eles bateram tanto nele na frente dela que pensou que morreria, mas como em todas as vezes que pensou que morreria acordou em uma situação pior.
Nervoso sentou-se na frente dos monitores, fosse lá o que aqueles queriam ele tinha o direito de saber aumentou o volume encostando-se de braços cruzados.
- Não sei quem é mais louco, se o Evil por acreditar que isso vai dar certo ou vocês por irem na 'onda' dele. - Dizia Romano sorrindo servindo aos dois.
- Já deu certo meu caro. - Disse Cachorro Louco entregando-lhe uma pasta. – Só precisamos pressionar um pouquinho mais o Evil.
- Você está brincando? - Perguntou Romano abrindo a pasta, visivelmente espantado ao vê o conteúdo do envelope. - Então estava o tempo todo com vocês? Eu pensei que o Albert e o Evil iriam se matar por causa disso. – Disse devolvendo-lhe o envelope.
- É para você entregar ao Evil, é nosso voto de confiança de que ele vai cumprir o que nos prometeu. – Disse Cachorro Louco empurrando o envelope para Romano. – Além disso, não quero mais problemas com o Evil, se não fosse ele estaríamos presos até agora, por o idiota do Albert só sabe falar palavrão e amaldiçoar a mãe alheia. – Romano sorriu pegando o envelope.
- Sério que você está preocupado com isso? Dane-se o Evil e o Albert, eu estou preocupado como nós vamos por as mãos nessa grana, o tempo está passando e nada desse dinheiro chegar até nós. – Resmungou Lobisomem.
- Você está sendo mal agradecido. – Disse Cachorro Louco bebericando sua bebida.
- Se eu fosse vocês ficava quieto o Evil não está em uma fase boa. – Alertou Romano.
- Estou preocupado com ele, percebi que ele não está nada bem, ele não te disse o que o está incomodando? – Perguntou Cachorro Louco.
- Não. Eu até pensei que fosse por causa de um milico anda frequentando o bar, mas não creio que seja eu apostaria o bar como ele gosta do homem, eu só o vejo sorrir daquela maneira para o Bernardo.
- É exatamente por isso que estamos aqui, o Evil está perdendo a mão, se ele começar a gostar de todos os mocinhos que querem acabar conosco iremos todos para o inferno antes da hora. Ele pode ter esquecido, mas eu não esqueci, nós deixamos aquele noiado desgraçado vivo, por que ele nos prometeu parte desse dinheiro e até agora não vimos nem um centavo. – Disse Lobisomem irritado.
Bernardo pulou de pé. - Eles estão falando sobre mim? - Perguntou intrigado. – Mais de que dinheiro eles estão falando?
- O que vocês estão esquecendo é de que quem tem o dinheiro é o Bernardo, como vocês pretendem por a mão nessa grana? – Perguntou Romano divertido, ele parecia realmente divertido com a irritação dos outros principalmente com a fúria do Lobisomem.
- Se aquele idiota ainda fosse noiado seria muito mais fácil dar um fim nele, mas do nada o cara está limpo! - Lembrou Lobisomem.
- Para o garoto revê sua herança é necessário que ele esteja limpo, e quem o ajudou a ficar limpo? Quem esteve com ele nos últimos meses? - Perguntou Cachorro Louco gargalhando. – Você está sendo irracional, eu também tenho pressa, esse lugar já deu para mim, e não quero ir sem meu dinheiro, mas compreendo que o Evil esteja apenas sendo cauteloso.
- Aquele garoto sempre foi tão esnobe que eu adoraria ver a cara dele quando descobrisse que tudo foi apenas um plano do Evil para por a mão na herança do papai dele. - Resmungou Lobisomem.
- Isso não é verdade Lobisomem, e você sabe disso. Ninguém ama aquele garoto mais que o Evil. – Disse Romano.
- Isso é verdade, se ele não o amasse, não teria enfrentado o Albert e nos prometido parte da herança para não mata-lo. – Lembrou Cachorro Louco, Lobisomem gargalhou.
- Livra-lo da morte para joga-lo naquela clínica dos horrores, belo amor. – Disse Lobisomem sarcástico, os outros dois sacudiram a cabeça.
- Não adianta explicar, só desenhando. – Disse Cachorro Louco.
- Eu vou colocar isso no cofre, mas tem uma coisa que vocês não pararam para pensar, se o verdadeiro testamento do velho ou o primeiro falso aparecer? - Perguntou Romano. – Lembre-se que o Evil foi categórico ao dizer que só permitiria que o Albert usasse esse testamento se o verdadeiro ou o que a Elizabeth mandou fazer não aparecessem.
- O próprio Albert deu fim no testamento verdadeiro, e sem ele não há nada que aqueles advogados possam fazer, para entregar a herança para aquela 'John McClane' e quanto ao da Elizabeth, eu não duvido nada que o Albert também tenha dado fim nele. - Disse Lobisomem. Os outros homens riram
- Chamar uma mulher que vocês não conseguiram matar de John McClane é mesmo muita cara de pau. – Disse Romano ainda rindo.
- Queríamos que fosse você lá a mulher parece que tem sete vidas. – Resmungou Cachorro Louco.
Curioso Bernardo escreveu rapidamente no Google John McClane, franziu o cenho, recordando-se de outra conversa que havia ouvido do Evil com o Stranger que deveriam matar uma moça chamada Samara.
Olhou nos monitores no momento que Romano entrava no escritório, rapidamente desligou o som do equipamento e correu para seu quarto jogando-se na cama.
- Garoto! - Chamou Romano batendo na porta abrindo-a.
- Oi. - Respondeu olhando o teto.
- Vai ficar deitado a manhã inteira? – Pergunto entrando no quarto.
- Não tenho muito que fazer nesse lugar. - Disse sentando-se. - Romano você acha que meus pais ficarão felizes quando eu voltar para casa?
- Claro que sim garoto! - Disse bagunçando seus cabelos, ele sorriu tímido. - Não fique pensando sobre isso, quando você estiver preparado para encontra-los o Evil te levará para casa. - Vou voltar para o bar, quando eu estiver sozinho eu te aviso e você vem me fazer companhia, tudo bem? - Ele assentiu e Romano saiu encostando a porta.
Bernardo se jogou novamente na cama, contou até cinquenta e levantou em um pulo. A sala estava vazia, olhou nos monitores os três conversavam. Abriu o cofre pegando a pasta.
Havia um testamento favorecendo Albert Snow e o filho Bernardo Vasconcelos Snow. Ele deixou os papéis caírem ao chão, nervoso juntou-os devolvendo a pasta ao cofre, no monitor viu Evil chegando e o riso ao vê os capangas revirou seu estômago, se não tivesse tão nervoso teria visto também seus punhos fechados, aumentou e volume sentando-se.
- Tudo certo! O testamento ficou perfeito. Mas precisamos nos livrar daquela McClane. - Disse Cachorro Louco.
- Mc o quê? - Perguntou Evil intrigado.
- Duro de matar. - Disseram os dois capangas sorrindo tocando as mãos no alto, Evil e Romano trocaram olhares estranhos, Romano abaixou a cabeça. Bernardo franziu a testa, Evil não parecia feliz com aquele arranjo.
- "Isso é coisa da sua cabeça que sempre acreditou que fosse importante para ele". – Pensou ressentido.
- Mata-la ficou ainda mais difícil naquela casa que parece um quartel general. Vocês observaram que lá é mais seguro que a casa do próprio delegado! - Disse Romano.
- Conseguimos colocar um médico no hospital onde ela trabalha, ele vai fazer esse trabalhinho para o Albert, podemos esquecê-la, ela não é mais problema nosso. - Disse Evil visivelmente aliviado.
- E quem é esse? Nunca soube de um médico no nosso meio. - Perguntou Romano desconfiado.
- Não é homem nosso, é amigo do Albert e homem do Ricardinho. - Respondeu Evil levantando-se.
- Evil, você já pensou como vai dizer ao garoto que ele é filho do homem que ele mais odeia no mundo? - Perguntou Romano.
- Eu não vou dizer nada, o próprio Albert vai dizer isso a ele. – Disse triste. – Só espero poder juntar os caquinhos dele depois do baque que ele vai sofrer.
- Não sei por que você está preocupado com ele, desde que você decidiu cuidar desse garoto você só teve problemas, o Albert ou a Elizabeth vai acabar te matando. Por que você não vai se divertir com a fortuna que vai receber e não o deixa com os pais dele? – Perguntou Lobisomem.
- Todos vocês sabem o que é ter pais que não se importam, se eu pudesse eu gostaria mesmo de fazer a diferença na vida desse garoto. - Respondeu tenso.
- Evil, ele não é seu filho, não é sua responsabilidade. – Lembrou Lobisomem.
- Agora ele é minha responsabilidade. – Respondeu o encarnado.
- Lobisomem larga de ser chato! Eu gostaria muito que alguém tivesse olhado por mim e me ajudado depois que minha avó morreu talvez minha vida fosse outra. – Disse Cachorro Louco.
- Todos nós gostaríamos que alguém tivesse cuidado de nós ou pelo menos nos olhado melhor. – Disse Romano.
- Onde está o testamento? – Perguntou Evil apertando as têmporas.
- No cofre. – Respondeu Romano sem nenhuma emoção
Bernardo deligou o som e saiu correndo da sala de segurança, fazendo o papel para o qual o prepararam tão bem.
- Oi Evil. - Cumprimentou no escritório.
- Oi. Eu estava indo te ver. - Disse sorridente.
- Eu vou dar uma volta tudo bem?
- Claro meu filho, você é jovem e tem mais é que se divertir, - disse estranhamente cansado e triste, - apenas tenha cuidado com aquela gente do Stranger, eu sei que você gosta de ir lá. - Disse bagunçando seus cabelos. – Não sei se você viu pelas câmeras, Cachorro Louco e Lobisomem estão no bar, sei que você não gosta deles.
- Eu tenho razão, provavelmente jamais poderei ter filhos por causa deles.
- Eu sinto de verdade meu filho.
Bernardo o encarou, sem saber se acreditaria nele ou não, pela primeira vez desde que pensou que haviam se tornado amigos ele desconfiou dele e teve medo do que o futuro lhe reservava. Suspirou profundamente preparando-se para seu próximo ato, saiu do escritório sendo seguido por Evil.
- O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou irritado não foi difícil se mostrar assim, estava verdadeiramente irritado, o que eles não sabiam era que sua irritação não era apenas com os dois animais.
- Estamos aqui porque o chefe precisa de nós, não se meta! - Esbravejou Lobisomem.
- Acalmem-se! - Pediu Evil atrás de Bernardo. - Meu filho vai se divertir logo os dois vai embora. - Disse tranquilamente.
Sem dizer uma palavra saiu porta a fora, a luz solar irritando seus olhos, sequela de tanto tempo naquela clínica sem sentir raios solares. Colocou os óculos escuros dirigindo-se ao seu destino, entrou no local sem cerimônia.
- Olá Jerônimo! - Cumprimentou. O homem afastou-se do cilindro e fechou a cara para o garoto.
- O que você está fazendo aqui? Quer me matar do coração? - Perguntou assustado, o garoto pulou e sentando no balcão. - O que faz aqui? Eu não quero problemas com o Evil.
- Eu quero um pouco daquele gás que você fez para o Olavo. - Disse displicente.
- Você está louco? Aquilo é perigoso! - Disse exasperado.
- Eu sei! Quase morremos para que ele ficasse exatamente como vocês queriam. Você sabia que eu e o Thiago vomitamos sangue por dias, e chorávamos de tanta dor? - Perguntou sorrindo, sabia que ele não se importava com nada daquilo.
- E você sabia que o Evil quase nos matou por que usamos o bonequinho dele na experiência? – Intrigado Bernardo inclinou a cabeça.
- Não eu não sabia. – Respondeu verdadeiramente.
- Pois é eu e o Rubens também não sabia que você era intocável até o monstro do Evil quase nos matar, ele só não fez isso por que o Olavo entrou no meio. E por que é mesmo que eu estou falando sobre isso? – Perguntou passando as mãos na cabeça.
- Sei lá! Talvez você esteja sobrecarregado e esteja precisando desabafar, por para fora, sabe como é, é sempre bom falar o que o incomoda. – Disse displicentemente.
- Eu acho melhor você ir embora, para evitar problemas para o seu lado, não vou contar nada disso ao Evil.
- Para evitar problemas para o meu lado ou para o seu? – Perguntou sorrindo, Jerônimo olhou-o nos olhos furiosamente. – Ok, ok. – Disse erguendo as mãos. – Já que você não que me ajudar e eu estou com muito tempo livre posso passar na delegacia e dizer algumas coisinhas que eu ouvi do Olavo. - O farmacêutico gargalhou.
- E você pensa mesmo que o delegado vai acreditar em você? Um noiado desgraçado que veio ao meu laboratório tentar me roubar! - Retrucou cruzando os braços.
- Você tem toda razão. Por isso mesmo eu guardei muito bem algumas coisinhas que consegui pegar na clínica antes que a polícia invadisse tudo. - Disse tranquilamente.
Pegou o celular e mostrou a foto de uma página do diário do Olavo para Jerônimo, onde claramente o nome dele era citado como o fornecedor dos insumos usados e o principal fabricante das drogas criadas pelo Olavo.
- Como você conseguiu isso? - Perguntou furiosamente.
- Na verdade pura sorte. Naquele dia ele saíra para não mais voltar para casa soube inclusive que ele matou a esposa antes, mas enfim, ele e o Rubens estavam totalmente fora de controle naquele dia ele queria pegar a filha do Alan e o Rubens louco para matar o Thiago, como você sabe eu era intocado, mas o que nenhum de vocês sabia era que o Evil na realidade estava cuidando de mim, o que em parte foi muito ruim, afinal todo mundo simplesmente esqueceu-se de mim ali, óbvio que eu teria morrido se o Evil não tivesse me salvo.
- Tá aí uma coisa que nunca compreendi, por que o Evil salvou a sua miserável vida. - Argumentou furioso.
- Isso só ele pode te responder, mas no que você precisa focar agora, é que eu estou com o diário do Olavo, e tenho certeza que o delegado Abraão vai amar por as mãos nele.
- O que você quer pelo diário? - Perguntou irritado.
- Pelo diário nada, mas pelo meu silêncio você me dá um pouco do gás, e pelo seu silêncio eu continuo com ele bem guardado.
- Desde quando um moleque noiado como você tem condições de negociar comigo? - Perguntou o encarando.
- Sou um moleque noiado, mas não sou burro. E aí como vai ser?
Jerônimo seguindo as ordens de Bernardo colocou o gás nos cilindros e preparou o controle, aparentemente era uma bomba, nesse tempo Evil ligou sempre ficava "preocupado" quando ele saía, Bernardo revirou os olhos atendendo e dizendo apenas que estava bem, mas que iria demorar um pouco desligou o aparelho.
- O que aconteceu para você estar tão chateado com o Evil? - Perguntou Jerônimo curioso.
- Isso não é da sua conta, tem como ser mais rápido?
- Se você quer um trabalho perfeito, não, não tem como ser mais rápido!
- Eu só estava pensando se você queria correr o risco do Evil bater aqui na sua porta. – Disse calmamente olhando a própria mão.
- Será que ele pode fazer isso?
- Controlador como ele é! Eu não duvido nada de ter um rastreador no meu celular. – Jerônimo o olhou mais uma vez de cara feia voltando a trabalhar.
Ele voltou a sentar-se observando, finalmente ficou tudo pronto, demorara muito mais do que ele imaginara, só esperava que os dois idiotas ainda estivessem no bar. Vestiu um sobretudo do próprio Jerônimo que estava pendurado.
- Se eu sair vivo dessa eu te devolvo seu sobretudo. - Resmungou saindo.
Para sua sorte, os quatro estavam sozinhos, ele entrou em silêncio apenas Romano que estava no bar o viu.
- Garoto de onde você veio que estava tão frio? - Perguntou ele franzindo o cenho.
- Se vocês não querem que tudo isso vá para os ares, entrem os quatro no esconderijo.
- Bernardo, do que você está falando? – Perguntou Evil surpreso.
- Agora! Eu disse os quatro! - Gritou exasperado passando o controle no próprio rosto.
- Ora seu pivete! – Esbravejou Lobisomem indo na direção dele. Evil segurou seu braço.
- Faremos exatamente o que ele disse. – Disse exausto.
Chegando à sala de segurança, ele ordenou que Romano amarrasse os outros, depois ele próprio o amarrou.
Antes de o Rafael adentrar o local, Evil contou ao garoto que Samara era filha de Albert com a primeira esposa, mas não explicara de fato a questão do testamento.
48 horas depois:
- E foi assim que eu descobri que sou filho daquele filho de Belzebu.
- Você deveria ter pensado na sua irmã... - Ele gargalhou interrompendo Isaac.
- Qual delas? A que precisa fingir que está dopada para não ser morta ou dopada ou a que tem vários assassinos atrás dela? Por que o meu papai está tentando destruir as duas.
- Bernardo eu compreendo a sua raiva, mas antes de quase matar a todos vocês, você deveria ter pensado em tentar tirar sua irmã de lá. – Disse Isaac. – O que você pensa que teria acontecido com ela, aliás, o que você pensa que vai acontecer com ela?
- E eu iria pedir para quem? Para o Evil que só está interessado no dinheiro que ele pensa que eu vou receber? – Perguntou desolado com a voz rouca. Rafael e Isaac entreolharam-se.
- Ouça bem Bernardo, nós precisamos tirar sua irmã e a enfermeira de lá imediatamente. - Disse Rafael rouco.
- Desculpe-me pela sua voz, mas ela vai voltar ao normal. - Disse envergonhado.
- A sua está pior que a minha, como você pode agir um produto que você sabia que era tão prejudicial? – Perguntou Rafael.
Um pesar inundou o coração de Rafael ao pensar que o irmão fora obrigado a inalar aquele gás altamente tóxico, jamais se cansaria de louvar a Deus pelo milagre de ter o irmão de volta.
- Eu não pensei, sinto muito.
- Bernardo, você tem mesmo esse diário? - Perguntou Isaac.
- Tenho.
- Como você o conseguiu? – Perguntou Isaac.
- O Olavo pegou alguma coisa da bolsa e o diário caiu, ele estava tão fora de si que não percebeu e o peguei.
- O Evil sabe do diário? – Perguntou Rafael.
- Sim.
- Ele não tentou tira-lo de você? – Perguntou Isaac surpreso.
- Não, ele me disse apenas para usar com sabedoria. – Mais uma vez os dois entreolharam-se.
- Bernardo nós temos indícios para prender o Albert, mas antes de fazermos qualquer coisa precisamos tirar as duas da casa dele. - Concluiu Rafael.
- Vocês podem trazê-las para cá? Desde a primeira vez que falei de Granville, ela queria vir para cá conhecer este lugar.
- Sim, nós as traremos para cá. - Respondeu Rafael.
- Como eles estão? - Perguntou Bernardo tenso.
- Todos estão presos, mas o Evil ainda está desacordado, meu irmão não entende porque ele não acorda. - Respondeu Isaac.
- Vocês foram os que estavam mais próximos do gás, talvez ele tenha algum problema de saúde, você sabe de alguma coisa? - Perguntou Rafael.
- Realmente não sei, mas me recordo de que quando fizeram o teste do gás com a gente, testaram apenas em mim e no Thiago, havia mais pessoas lá, mas o Olavo dizia que eles não suportariam o gás, nem mesmo o Alan estava presente quando fizeram o experimento do gás, e eles gostavam a aterroriza-lo com as nossas dores.
- Vamos torcer para que ele não morra e nos explique algumas coisas. - Disse Rafael pensativo. - E vamos precisar do diário.
- Tudo bem. - Respondeu o garoto. - E essa garota a Samara, ela sabe que sou irmão dela?
- Ainda não. - Responderam juntos.
Continua...
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