17 - A dúvida de cada um.
Rafael observou Eric e Samara entrar no carro e dirigirem-se para a casa dele, de longe os seguiu, Eric sabia que ele estaria seguindo os dois, ele não se aproximaria dela, mas também não ficaria longe. Sentia um nervoso ao saber que alguém estava tentando mata-la.
Naquela noite ele ficou em casa aguardando, enquanto os outros estavam na confeitaria conversando sobre as investigações, ele acreditava que era mais seguro ela não saber que ele estava infiltrado, até mesmo porque não queria que ela ficasse preocupada ou sentindo-se culpada, ele queria sim que ela pensasse nele, mas por gostar dele e não por estar preocupada ou se sentindo culpada.
- Vai ficar até que horas ai nessa janela? - Perguntou Sofia sentando ao seu lado.
- Estou esperando o pastor Tiago. E você não deveria estar descansando? Você vai viajar logo cedo.
- Sim, mas na verdade estou meio apreensiva.
- Apreensiva por quê? Seu pai que poderia te fazer algum mal, não está mais conosco.
- Mais é exatamente isso o que está pegando, eu me sinto aliviada pelo ele estar morto, e fico pensando o que isso diz sobre mim. A minha filha está ansiosa para conhecer o pai, enquanto que eu... - Abaixou a cabeça envergonhada. Ele tocou de leve em seu queixo levantando-lhe a cabeça.
- Não sinta constrangimento por não sentir falta de um homem que apenas te gerou, e por sentir alivio pela morte de um homem que te causava tanto mal, eu sei que Deus pode e vai curar o seu coração de modo que seu pai não continue a te prejudicar depois de morto.
- Obrigada meu irmão. Você sabe que é muito mais que um cunhado para mim, não sabe? - Disse emocionada.
- E você é minha irmãzinha também. - O celular vibrando chamou a atenção dos dois. - O pastor. – Disse ansioso.
- Boa noite querido. – Despediu ela sorrindo, ele assentiu.
- Oi pastor.
- Estou aqui na porta. – Rapidamente ele desligou o celular dirigindo-se à porta.
- Como foi na confeitaria? – Perguntou dando espaço para ele entrar.
- Foi tranquilo, mas a garota é esperta, ela sacou que estávamos lhe escondendo algo. - Respondeu adentrando. - E sua família?
- Já estão deitadas. Vocês não disseram nada a ela. - Sussurrou tenso.
- Não. A Rebeca disse que o plano era procurar pelo pai dela, e o Isaac já tem uma lista dos 'Reis das pedras preciosas e joias', você acredita nisso?
- Ele é um ótimo jornalista, e a Rosa já havia pedido para ele investigar os magnatas das joias.
- Verdade, mas você precisava ver parecia que realmente esse era o plano. - Disse rindo.
- E ela como está? O senhor acha que ela está bem mesmo? A pancada que aquele traste deu nela foi muito forte.
- Meu filho aparentemente ela está bem, e o Eric disse que ela fez todos os exames e que está realmente tudo ok.
- Fico apreensivo, e se ela não estiver segura na casa do Eric?
- Ela não estará segura em nenhum lugar meu filho, depois do que eles fizeram eu digo com certeza, só Deus pode protegê-la.
- Pastor, o senhor pode orar comigo pela vida dela?
- Sempre meu filho. – Os dois ajoelharam no meio da sala de Rafael e oraram pela vida da linda enfermeira de olhos e cabelos pretos e pele muito branca.
Na manhã seguinte ele levou Sofia à rodoviária e Beatriz para a creche, indo em seguida para o trabalho, quando um carro lhe chamou a atenção, pedindo que parasse, vendo que a rua estava movimentada aquele horário parou, verificou sua arma e desceu colocando a embaixo da camisa por atrás, franziu o cenho ao ver Evil saindo do carro.
- Desculpe-me cara por fazê-lo parar assim, mas eu não sei onde é sua casa e não sei se você gostaria de me receber no seu trabalho. - Disse fingindo uma timidez que não existia, Rafael sorriu.
- E por que eu não receberia o senhor no meu trabalho? - Perguntou também fingindo inocência.
- Eu sou dono de um bar que recebe todo tipo de gente, algumas pessoas tem preconceito com isso.
- Não é o meu caso, além disso, fui eu quem acabou entrando no seu bar, e ainda criou uma situação com seu cliente, sinto muito por aquilo, sendo assim, como eu poderia maltratar alguém por ser dono de um lugar que eu fui até lá? Além disso, eu trabalho em uma delegacia um órgão público não há nem o que dizer. – Concluiu sinceramente.
- Muitas pessoas fazem isso, se você soubesse o número de pessoas que frequentam o meu bar, choram suas pitangas para mim e quando me vê na rua vira a cara para eu não cumprimenta-las. - Disse verdadeiramente magoado.
- "Com certeza são pessoas que buscam seus serviços sujos, mas não quer se sujar de volta". - Pensou lamentando pela vida que ele levava, parecia ser um cara esperto, porque não vivia uma vida legal e honesta? - Meu pai era um homem de muitos amigos, quando estava nos bares com a carteira cheia de dinheiro e bebendo, quando estava sóbrio e com algum problema só sobrava à família, que ele não valorizava. – Disse sentindo um calafrio na espinha diante do sorriso cínico do outro, mas ignorou.
- Infelizmente é desse jeito existe um tipo de pessoa que só sabe sugar dos outros. – Respondeu com um olhar estranho e um sorriso que o deixou desconfortável. - Rapaz eu gostei mesmo de você, se isso não te causar problemas, por favor, volte ao meu bar para a gente conversar mais.
- Eu irei sim, mas o que o senhor queria falar comigo com tanta urgência?
- Ah, claro! Já estava esquecendo. Eu queria apenas agradecer por você ter me ajudado naquele dia, fiquei muito constrangido por aquele vexame.
- Imagine! - Respondeu contendo o riso. - Mais você está bem, não está? Precisa se cuidar, verificar a pressão ou a diabete.
- Pois é a diabetes está um pouco elevada, mas terei cuidado. Obrigado mesmo.
- Se cuida! A gente se vê.
- Eu te espero no bar.
🍎🍎🍎
Rafael estava concentrado no seu computador tentando descobrir alguma coisa sobre o vulgo Evil, obviamente esse não seria seu nome de batismo, nenhuma mãe em sã consciência colocaria em seu filho um nome derivado de maligno.
Irritado socou a mesa não encontrava nada, gostaria de saber se o ex-prefeito tinha alguma coisa haver com isso, distraidamente pegou o celular que vibrava e atendeu sem ao menos verificar quem era.
- Senhor Rafael. - Disse uma voz feminina nervosa, seu alarme de problemas acionou.
- Sim, sou eu. E você?
- Sou a diretora da creche da Beatriz, eu sinto informa-lo mais sua sobrinha não está na escola. - Apavorado ele levantou-se erguendo a cabeça no momento que ouviu a gargalhada do pai.
- Como assim, ela não está na escola? – Perguntou fechando os olhos, isso não poderia estar acontecendo.
- Ela disse a uma coleguinha que iria vê pai. – Respondeu a mulher tão nervosa quanto ele, suspirou tentando se acalmar.
A gargalhada do pai lhe doía os ouvidos. Furiosamente abriu os olhos, infelizmente não poderia xinga-lo, como explicar aos colegas que estava brigando com uma ilusão de sua própria cabeça!
- Você é mesmo um inútil, não consegue cuidar de uma criança. – Resmungou o pai se acabando de rir.
- Eu estou indo para aí. - Disse nervoso correndo para a sala do delegado.
O delegado Abraão mandou alguns policiais com ele procurar por Beatriz ela era pequena e com certeza não deveria ter ido longe, exasperado ligou para a irmã que se prontificou a ajudar na procura, encontrou a irmã e Samara na escola. Sentiu-se constrangido ao vê-la ao mesmo tempo em que se alegrava com sua presença, procuraram por todos os lugares perto e não a encontraram, o desespero já tomava conta de todos quando seu celular tocou, verificou o número desconhecido.
- Atenda talvez alguém a tenha encontrado. - Disse Micaela nervosa.
- Alô! - Cumprimentou ansioso.
- Veja só, - disse uma voz familiar seu coração acelerou - você não me deu o número do seu celular mais a sua sobrinha me deu. - Disse Evil sorridente.
- Onde você encontrou minha sobrinha? - Tentou não parecer ansioso demais.
- Acredita que eu estava passando na rua da creche e a vi saindo? - O ódio tomou conta do coração de Rafael.
- Onde vocês estão? Eu estou indo busca-la, obrigado por cuidar dela. – Se queria que esse disfarce funcionasse precisava ser cauteloso e pensar com a cabeça.
- Estamos no bar, cara mais você tem uma sobrinha muito linda e esperta.
As duas mulheres ao seu lado o encarava preocupadas, exasperado ele passou a mão na cabeça. - "Se aquele bastardo tocar na minha sobrinha eu mato ele". - Pensou furioso.
- Rafael, qual o problema? Onde a Bia está? - Perguntou Micaela.
- Está em um bar aqui perto, vocês podem, por favor, avisar aos outros? Eu vou busca-la.
- Nós vamos contigo. – Disse a irmã determinada.
- Irmã, por favor! Eu vou busca-la e a levo para a sua casa. - Disse a encarando algo no olhar dele a fez estremecer.
- Ok. Vamos Samara. - Retrucou visivelmente chateada.
Enquanto andava até o carro escreveu uma mensagem para a irmã.
Depois eu te explico, não fique chateada comigo, por favor! - Enviou a mensagem e saiu catando pneus.
Beatriz sentada em cima de uma mesa sorria para o homem sentado à sua frente, seu coração encheu de amor e carinho ao vê-la, se algo acontecesse com ela, jamais se perdoaria, correu até ela e a pegou nos braços.
- Meu amor como que você me dá um susto desses? Eu quase morri do coração. - Disse apertando-a nos braços. - Obrigado Evil, não sei como te agradecer. - Disse dissimulando um sorriso que escondia toda a sua fúria.
- Imagine cara! Eu sei o quanto família é importante. - Disse casualmente se encostando.
- Como você sabia que ela era minha sobrinha? - Perguntou verdadeiramente curioso.
- Na verdade eu não sabia, eu a vi saindo da creche correndo e obviamente que algo estava errado, a segui e quando percebi que ela estava perdida ofereci ajuda e ela me disse que era sua sobrinha.
- Ele disse que é seu amigo, é verdade tio? - Perguntou pegando em suas bochechas com aquelas mãozinhas gordas que ele tanto amava, engolindo seco ele sorriu e assentiu.
- Sim, ele é meu amigo, graças a Deus você está segura. - Tornou a aperta-la.
- Está me sufocando tio. - Sorriu a menina.
- Evil muito obrigado mesmo, agora eu preciso leva-la, antes que minha mãe ou a mãe dela fiquem sabendo de alguma coisa.
- Foi um prazer, precisando é só chamar. - Disse sorridente, Rafael sorriu sem mostrar os dentes.
Micaela o esperava andando de um lado para o outro, abriu a porta ansiosa.
- Você disse alguma coisa para a mamãe? - Perguntou entrando com a sobrinha nos braços.
- Não. Imaginei que você quisesse fazer isso. - Disse pegando a sobrinha.
- Oi tia.
- Oi meu amor. Como que você nos dá um susto desses? - Perguntou indo para a cozinha, Rafael pegou o celular. - A tia pensou que você fosse mais esperta.
- Um homem disse que iria me levar para eu ver o meu papai. - Micaela parou imediatamente e Rafael abortou a ligação que iniciara.
- Como que é? - Perguntaram entreolhando-se.
Micaela seguiu para a cozinha com o irmão ao seu encalce colocou a sobrinha sentada e sentou-se ao seu lado, Rafael sentou de frente para as duas.
- Querida diga-me quem disse que te levaria para vê seu pai? - Perguntou Rafael nervoso.
- Eu não o conheço tio.
- Tem certeza que não foi aquele homem que estava contigo? – Perguntou Rafael contendo-se ao máximo que podia.
- Tenho sim, não era ele, mas ele disse para eu não te falar que o homem me disse que ia me levar até o meu pai, por que o senhor iria ficar bravo comigo. - Disse receosa.
- Graças a Deus que você me disse minha querida, eu jamais ficaria bravo contigo por causa disso. – Disse tocando de leve o rosto da sobrinha.
- Todos nós ficaríamos tristes se você preferisse confiar mais em um estranho que em sua família. - Disse Micaela passando a mão na cabeça dela encarando o irmão.
Algum tempo depois Sabrina estava no quarto com Beatriz, e Micaela sentada à mesa de sua cozinha encarava o irmão sem saber o que dizer após ele lhe contar que estava se fazendo de amigo de um possível criminoso.
- Diga-me irmão, é por nossa causa que você está sempre se colocando em risco? - Perguntou preocupada.
- Não. - Respondeu sacudindo a cabeça. - Eu só quero encontrar logo quem está por trás dos atentados contra a Samara. - Disse corado abaixando a cabeça.
- Você gosta dela! - Exclamou batendo palmas. - Você merece ser feliz meu irmão. - Ela franziu o cenho. - Mais por que você foi tão frio com ela? E ela me disse que você nem foi à reunião que fizeram para falar sobre as investigações ontem a noite.
- É melhor assim, ela ficara se sentindo culpada por eu estar em meio a pessoas duvidosas não quero que ela fique preocupada por eu estar me pondo em perigo. - Micaela mordeu o lábio. - O que foi? - Perguntou intrigado, a irmã mordia o lábio quando estava nervosa.
- Nada. Só não entendo por que ela não pode saber que você gosta dela e que está preocupado com ela.
- Não preciso sentir a pena dela por ter sentimentos por ela. - Disse triste se levantando. - Eu vou voltar para a delegacia, a Bia fica aqui contigo e você fala com a dona Eugênia, por favor! Eu não a quero buzinando no meu ouvido que eu não sei cuidar da Bia.
- Falo sim. - Disse o puxando para um abraço. – Mais você sabe que isso não vai evitar que ela fale.
- Mais evita eu ouvi.
Continua...
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