Capítulo 24 - Sequestrada!
~***~ P.O.V Ester ~***~
Falta um dia para o casamento do Miguel, como sei disso? Parece que Megan vai me relembrar a cada hora do dia, e só vai parar quando eu pegar o carro e correr atrás do homem da minha vida, sinceramente já estava cansada; eu não sei o que faço, não tenho a mínima ideia do que fazer ao chegar lá, do que dizer, eu fui embora, eu o deixei por raiva, por medo, por culpa e aqui estou eu, chorando todo dia, sentindo a agonia no coração e desejando os seus braços envolvidos no meu corpo... Eu amo aquele moleque! Eu amo demais e se eu perdê-lo, juro que não irei me perdoar, mas também não perdoaria se tirasse o pai de uma criança... Não, a criança não merece... Não mesmo.
Estava auxiliando o meu pai a se sentar na cama, ele ainda estava debilitado, mas quase todo dia o médico vem visita-lo, para ver as melhorias, uma pancada na cabeça seguida de uma hemorragia interna é fatal... Mas o Deus que sirvo é o meu doutor, Ele cuida de nós.
Estava pronta para sair do quarto, quando meu pai me pega pelo braço e me viro atenta a ele.
- Quer alguma coisa pai? – O questionei, me sentando na cadeira à frente dele.
- Volte... – Ele ainda dizia com dificuldade e a voz baixa. – Volte...
- Voltar pra onde pai? – O encarei confusa.
- Volte... Miguel... Volte... – Ele repetia me deixando sem jeito, não sabia como responder.
- Ele vai ser pai... Não posso voltar. – Falava devagar para que ele entendesse.
- Não... Não... Pai não... Tio sim... Pai não... – Ele insistia.
- Tio? Miguel é tio da criança?
- Sim... Sim... Rafael... Rafael pai...
- Como sabe de tudo isso?
- Espírito Santo... Você... Não está... O escutando... – Aquilo me deixou pasmada... Rafael é o pai da criança? Miguel é tio? Isso é algum tipo de brincadeira?
- É melhor o senhor descansar, já volto com seus remédios. – Sorri ao meu pai e o ajudei a se deitar na cama, o cobri com o edredom e beijei sua testa. – Te amo...
Saí do quarto e respirei profundamente, desci a escada ainda confusa e logo pude enxergar meu celular piscando, o peguei e avistei várias ligações perdidas da Alicia, não pude retornar porque no momento estava ocupada, mas mais tarde ligaria de volta.
Horas depois peguei o celular para retornar pra Alicia, mas a mesma não atendia, liguei umas dez vezes e só caixa postal, o que será que aconteceu?
~***~ P.O.V Alicia ~***~
Estava procurando meu celular pela casa toda, mas nada, desconfiei de Beatriz, mas ela não poderia fazer isso, sabe muito bem que a verdade pode ser revelada a qualquer momento, eu peguei o exame de D.N.A e o entreguei ao Rafa, precisava agora imediatamente ligar pra Ester, mas meu celular sumiu e Miguel nem mesmo usava mais o dele, nem sabia onde estava, e agora... Como vou ligar pra Ester?
~***~ P.O.V Ester ~***~
- Tentando ligar pra alguém? – Megan me questionou ao perceber que já fazia minutos que estava no celular.
- Alicia me ligou, mas ela não atende minhas chamadas, será que aconteceu algo? – Encarei Megan que ficou pensativa.
- Vai saber... Eu não tenho o número dela.
- Deve ser nada... Vamos jantar? – Sugeri. Minha mãe havia ido levar os medicamentos ao meu pai.
~***~ Papelaria ~***~
A papelaria ainda continuava cheia, tanta papelada na minha mesa, já estava perdida com tanta coisa pra resolver, graças a Deus que eu tinha Lidayana que me auxiliava e muito com o comércio e a Sara, mocinha desastrada, mas que é firme e bem responsável.
- Onde estava? – Questionei Lidayana que entrou na sala.
- Adivinha. – Ela piscou.
- Sara se machucou de novo? – Respondi quase rindo... Oh menina desengoçada.
- Dessa vez ela apenas bateu a testa na parede ao prestar atenção para o outro lado, ao invés de ficar atenta a sua frente. Passei um spray nela e a mesma já retornou ao trabalho.
- Qual a relação entre vocês duas? Quer dizer, me parecem ser muito próximas uma da outra... – Fiquei curiosa em saber.
- Há muito tempo... Eu estava dentro do carro e alguém tentará me roubar, uma jovem garota estava atravessando a rua toda suja e quando viu o meu desespero, ela se jogou em cima do cara levando um tiro na barriga. – Li estava séria ao relembrar o passado. – Ela acabou com o ladrão mesmo machucada e quando foi levada ao hospital, descobrimos que seu útero foi atingido, fazendo-a estéril... – Algumas lágrimas escorreram dos olhos da Li, até ela sentir um abraço forte por trás dela.
- Te amo Li... Eu vou me casar com o médico mais lindo daquele hospital, então enxuga essas lágrimas... Menina! – Sara deu um leve tapa no ombro de Li e as duas se entreolharam. – Você é a única família que tenho...
- Com licença... – Li pediu, saindo da sala, indo se recompor no banheiro.
- Mas é manteiga derretida... – Sara brincou colocando as duas mãos na cintura.
- Sinto muito Sara. – Senti que devia dizer e ela me encarou sorridente.
- Eu sirvo o Deus de Israel... Ester, há um motivo por ter salvado Lidayana, consegui uma amiga-irmã, vou me casar com um maravilhoso médico que também é cristão e eu creio muito bem que o Senhor nos presenteará com um lindo filhou ou filha... Estou tranquila. – Ela piscou. – Agora você deve ir atrás do homem que ama. – Se aproximou.
- Como sabe? – A questionei surpresa.
- Se ele se casar, não poderão ficar junto, então vá atrás dele!
- Mas eu estou com medo!
- Medo é pra fracotes, vai logo sua lesma! – Ela berrou me empurrando pra fora da sala e trancou a porta.
- Aonde vamos! – Ela me puxava pelo braço, me conduzindo ao estacionamento do estabelecimento, chegando lá, pegou a chave do meu carro no bolso, abriu a porta do motorista e literalmente me jogou no banco do passageiro.
- Li! – Chamou nossa amiga.
- Que foi? – Li apareceu e ficou curiosa pra saber o que estava acontecendo. – Aonde vai?
- Socorro! – Pedi e Sara se aproximou, me amarrou com o cinto de segurança, me deixando de mãos atadas e colocou um pano na minha boca.
- Vem conosco, vamos parar esse casamento! – Sara disse com firmeza.
- Okay... Só vamos parar na confeitaria pra pegar uns cafés... Não vivo sem. – Li não deu muita importância, mas saiu da loja e sentou no banco do motorista. – Que foi? – Ela viu Sara descontente com sua atitude. – Tenho amor pela vida que Deus me deu, anda menina, entra logo!
- Chata... – Sara entrou mesmo relutante no banco de trás e saímos em direção ao meu apartamento, enquanto isso eu tentava falar, mas não conseguia por causa do pano.
- Que foi? – Sara tirou o pano da minha boca.
- NEM SABE ONDE ELE MORA! – Exclamei assustada.
- Ah é... – Ela disse meio boba. – Onde ele mora? – Questionou numa naturalidade.
Virei meu olhar pra Li que continuava a dirigir.
- Que foi? Ou eu vinha ou essa maluca aí, me traria a força. – Respondeu, enquanto dirigia.
Paramos no meu apartamento e Sara ligou pra Megan pelo meu celular.
"Alô?" – Megan atendeu.
- Estamos com sua amiga... Queremos um resgate muito gordinho... Hahahaha... – Imagina a Sara com a uma voz de bem grossa e uma cara de demente... Sim deu medo.
- Oh maluca... Dá pra parar de querer imitar a voz de uma hiena... – Li revirou os olhos, enquanto esperava.
- Não estamos a sequestrando? – Sara questionou.
- Mas eu mereço mesmo... – Li balançou a cabeça impaciente.
"E oque vocês querem?" – Megan ficou desesperada.
- Uma mala cheia de... KitKat! Hahaha! – Sara tentou dar uma risada maléfica.
- Tem certeza que ela não tem problemas? Bateu a cabeça? – Questionei Li.
- Só Deus pra ajudar mesmo... – Li ligou o carro ao ver Megan se aproximando e Sara saiu do carro com uma banana na mão e uma meia calça na cabeça.
- Entra no carro... Vamos! – Ela ameaçava a menina.
- Você sabe que isso é uma banana, não sabe? – Megan apontou com os olhos pra banana.
- Ah é... – Sara disse e depois deu uma cabeçada na Megan a fazendo desmaiar, arrastou a menina até dentro do carro e eu arregalei os olhos. – Vamos embora, já peguei os KitKat!
Li pisou no acelerador e saímos apressadas dali... Eu estava dentro de um carro com as mãos amarradas, com Megan desacordada, uma doida varrida e a única que confiava no momento era na Li.
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