Capítulo 17 - Sem Escolhas...
- Está tudo bem? – Ela ficou em silêncio, um silêncio cortante e frustrante a mim. – Eu nunca faria isso Ester, nunca! Esse filho não é meu... – Eu a fiz olhar pra mim. – NÃO É! – Estava desesperado, eu não sou assim, mas eu precisava convencê-la, eu a amava demais, mas porque tinha que aparecer obstáculos em nossas vidas? Porque?
- Eu... – Ela cortou o silêncio. – Preciso ir... – Aquilo me desesperou, mas me contive a sua frente, não queria irrita-la ainda mais.
- Aonde vai? – A questionei.
- Pra casa da Megan.
- Te levo lá. – Sugeri, mas ela negou com a cabeça. – Ester, por favor!
- Tchau Miguel... – Ela desviou seu olhar de mim e abriu a porta, mas antes que saísse eu peguei na sua mão.
- Eu te amo... De todo meu coração... Meu amor! – Repeti e ela nem sequer olhou pra mim e nem mesmo respondeu, apenas soltou sua mão e saiu indo em direção a outro carro parado do outro lado da rua, ali eu a observei entrar e avistei Megan, as duas não me olharam, apenas foram embora no carro vermelho, dos pais da Megan.
Naquele momento eu senti um aperto tão forte no meu coração que me deixou muito angustiado, parecia que haviam arrancado um pedaço de mim, um pedaço lindo, maravilhoso, marrento e maravilhoso de dentro de mim e ela se chamava Ester Stewart, a garota mais incrível que eu já encontrei em toda minha vida e agora a perdi como o vento leva a folha da árvore, deixei que o vento a levasse e agora anseio novamente por ela... Que Deus me ajude.
~ P.O.V Ester ~
Ao chegar na casa da Megan, após ter ligado pra ela depois que Miguel subiu para conversar com a Beatriz, eu entrei no quarto de Megan e me sentei na cama em silêncio.
- Eu sinto muito minha amiga. – Ela se sentou ao meu lado, enquanto eu estava cabisbaixa, observando o chão, cerrei os punhos deixando as lágrimas caírem e virei meu olhar pra ela.
- Eu... O... Amava... – Respondi em meio aos gemidos de choro e nos abraçamos, Megan tentou me reconfortar e encostei minha cabeça no seu ombro. – Eu não vou aguentar Megan, eu vou morrer de tanta dor no meu coração... – Meu coração estava desesperado, era uma enxurrada de lágrimas, soluços e gemidos de dor, tristeza, ai meu Deus! – Eu não consigo odiá-lo Megan, eu não consigo... Eu o amo tão fortemente, apaixonadamente, tanto, tanto que meu coração nunca irá odiar aquele garoto bobo!
- Deve ter uma razão Ester... Não desista tão fácil do Miguel! – Ela tentou me animar, mas estava tão difícil.
- Não... Não irei tirar o pai de uma criança inocente Megan... Nunca faria isso! – Exclamei segurando o choro, Megan me abraçou novamente e em seguida fomos descansar, aquele dia foi terrível pra mim.
~ P.O.V Miguel ~
- Um casamento é sério filho... Realmente não gostaria de tê-la como minha nora... – Papai apontou com os olhos pra Beatriz que estampava um sorriso animado de uma forma assustadora. – Mas infelizmente terá que fazer isso, se ele for mesmo seu filho, não podemos deixar a mãe desamparada.
- Que seja, a mulher que amo me abandonou pra sempre... – Falei sem muita importância.
- Miguel... Dê um tempo a Ester, ela deve estar mais magoada que você, ela o ama meu filho. – Papai colocou a mão no meu ombro.
- Agradeço pai, agora é esperar em Deus. – Suspirei pesadamente e voltei para o meu quarto sem dar boa noite, fui descansar ainda sentindo as lágrimas derramarem no meu rosto e com a esperança de que fosse um sonho e acordaria no momento que fechasse os olhos... Mas não era.
~ P.O.V Ester ~
Acordei um pouco desnorteada, estava cansada de tanto chorar e gemer a noite inteira por causa das lembranças, dos beijos, das palavras, dos carinhos dele... Meu coração parecia estar com um buraco profundo, o aperto era angustiante e pensava que não aguentaria mais nenhum minuto sequer longe dele, mas precisava e muito... Vivo pra Deus e não pra um humano, somente pra Deus.
Tomei um banho e Megan me emprestou umas roupas para ir no hospital ver meu pai, tomei café da manhã, agradeci os pais de Megan e eles nos conduziram até o hospital, mas quando cheguei ao quarto, meu pai não estava e nem minha mãe, o desespero tomou conta do coração e corri atrás dos dois, até chegar a uma sala de UTI e na janela da porta observar meu pai lá dentro.
- Ester? – A voz de mamãe estava rouca e a abracei logo em seguida.
- O que houve? – Questionei em meio às lágrimas.
- Ele está passando por uma cirurgia no cérebro, disseram que ficará com sequelas e estou muito preocupada Ester... – Mamãe tentava abafar o choro, enquanto segurava minhas mãos com força.
- Vai ficar tudo bem... Deus há de nos ajudar! – A confortei e ficamos aguardando.
~***~ Horas Depois... ~***~
- Rute? – Um homem alto, vestido de branco se aproximou de nós.
- Sim? – Mamãe respondeu apreensiva.
- Estamos fazendo o possível, mas não temos muitos recursos no momento, precisa levar seu marido à Nova York e lá ele receberá o tratamento necessário. – Aconselhou nos deixando mais preocupadas ainda.
- Quanto tempo temos doutor? – Questionou mamãe.
- Três dias no máximo, ele precisa ir urgentemente... – Dizia o médico.
- Então faremos isso... – Respondi convicta, fazendo minha mãe me lançar um olhar surpreso.
- Com licença, preciso ver umas coisas sobre a transferência dele. – Pediu o médico se afastando e nos deixando a sós.
- O que está falando Ester... E o Miguel? – Ela tentou me analisar e depois percebeu os meus olhos inchados de tanto chorar. – O que hou... – A interrompi.
- Nós vamos pra Nova York e pronto mãe... Deus estará conosco. – Cortei a conversa e ela se manteve em silêncio.
~***~ P.O.V Miguel ~***~
- Sinto muito Miguel... – Eu estava sentado na beirada da janela, observando o outro lado, a janela de Ester que estava fechada já fazia horas, nem vontade de ir à escola eu fui, pelo menos meus pais me respeitaram e não brigaram comigo por isso.
- Está tudo bem Alicia... Deus sabe o que faz, apenas não entendo essa história de Beatriz, eu nunca faria isso, nem mesmo bêbado e saber que ela pode estar sim carregando um filho no seu ventre... É muito difícil de digerir.
- Por causa do bebê?
- Não... Apenas por que eu não amo Beatriz e serei obrigado a casar com ela, a criança não tem culpa do erro dos pais.
- Mas e Ester? Vai desistir dela... – Aquilo doeu no meu coração, lembro a cada minuto do seu beijo quente e apaixonado, do seu lindo rosto sedoso e da sua voz cantando no altar... Eu a amava e precisava dela.
- Só Deus sabe Alicia... Só Deus. – Sai de perto da janela e a fechei, antes que ficasse em depressão por esperar a garota da minha vida aparecer com seu lindo sorriso e jeito marrenta de ser.
Agora era esperar...
~***~ P.O.V Ester ~***~
- Iremos leva-lo até o hospital central de lá e vocês tem até amanhã pra se prepararem. – O médico nos comunicou e agradecemos a ele, rapidamente voltamos pra casa e entramos.
- O que faremos? – Mamãe questionou, um pouco perdida sem saber por onde começar a arrumar a bagunça.
- Será que Emma nos ajudaria? – Me lembrei de minha prima Emma de terceiro grau, ela havia desaparecido há algum tempo e mandou mensagem pra mim, era a única que se importava com nós.
- Tente ligar pra ela. – Sugeriu mamãe e rapidamente peguei o celular ligando pra ela.
"Alô?" – Atendeu.
- Oi Emma, estou precisando de ajuda, será que poderia me ajudar? – A questionei.
"Oi Ester, tudo bem prima? Saudades viu! Claro, do que precisa?"
- Meu pai está em coma e teremos que leva-lo imediatamente para o hospital de Nova York, mas eu e mamãe não temos condições de conseguir chegar até ai, não temos moradia, nada Emma, desculpa te pedir isso, mas, por favor, nos ajude! – Me exaltei um pouco nas palavras, tentando abafar o choro.
"Um carro está indo buscar agora mesmo vocês, ele chegará em algumas horas e pedirei para que o hospital sócio da minha avó, vá buscar imediatamente o tio, fique tranquila e não chore mais minha querida, nos vemos em breve!"
- Deus lhe abençoe Emma, até... – Finalizei a ligação e contei a minha mãe que se ajoelhou e agradeceu ao Senhor, fiz o mesmo e começamos a nos arrumar pra viagem... O único problema era que talvez nunca mais fosse ver o Miguel...
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