Capítulo 08 - Descobrindo Amor. - Não Revisado.
Fiquei passeando pela igreja, observando cada detalhe do local, bem arrumado, organizado e limpo, um cheiro floral podia ser sentindo, era o desinfetante com seu aromatizador artificial, até que era gostoso. Ajoelhei-me de frente para o assento da cadeira, apoiando meu rosto nas mãos enquanto as deixava entrelaçadas e orei por horas naquele lugar sem me importar com nada, quando dei por mim... Miguel já havia saído do colégio e seu Enzo me convidou para almoçar com eles em um restaurante familiar. Fiquei com vergonha de rejeitar o convite, já fizeram demais por mim e não podia aceitar... Mesmo assim entrei no carro de seu Enzo no banco de trás que preferi e seguimos até o colégio... Esperamos alguns minutos e Miguel entrou prestando atenção no pai e nem percebeu minha presença... Quando ele virou o rosto e me viu... Espantou-se e ficou bravo.
- Porque não foi à escola? – Semicerrou os olhos me intimidando e desviei o olhar, deixando meu lado valentona de lado.
- Mamãe insistiu.
- Entendo... Visto que ela parecia desesperada ontem com a sua "fuga", é de se esperar que ainda fique com receio de você tentar fazer alguma besteira. – Respondeu na maior naturalidade do mundo.
- Sua sinceridade me comove... – Cruzei os braços... Torcendo o nariz e ele abriu um sorriso discreto.
- Então iremos almoçar juntos? Será divertido... – Brincou e não contive o riso. – Finalmente sorriu verdadeiramente pra mim. – Ele ficou bobo.
- Você não tem vergonha de dizer essas coisas na frente do seu pai? – O encarei envergonhada.
- Relaxa... Meu pai sabe muito bem que espero somente em Deus e pra ele eu elogiar uma menina é normal. – Se defendeu.
- Mas pra mim isso é estranho... Mudamos de assunto antes que eu desista de ir e pule desse carro. – Ameacei e ele semicerrou os olhos.
- Não seria capaz...
- Quer apostar? – Destravei a porta e antes de qualquer coisa, Miguel caiu em cima de mim me impedindo e aquilo foi constrangedor, sua respiração por um momento ficou ofegante e seus lábios estavam próximos demais da conta, mas como eu comecei a deseja-lo... Mas esperaria somente em Deus.
- Olá crianças. – A mãe do Miguel entrou no carro e rapidamente nos sentamos quietinhos, por sorte os pais não viram... Seria embaraçoso.
Chegamos a um humilde restaurante de comida típica mineira, algo que eu amava e por sorte conseguia se encontrar aqui nessa cidade no meio dos Estados Unidos. As mesas eram quadradas e duas cadeira para cada lado, eu me sentei ao lado do Miguel e os pais dele juntos.
- O que vão querer? – Sua mãe nos questionou. Ela é muito bonita de cabelos loiros e olhos castanhos, pele branca e bem cuidada e como minha mãe, tinha um corpo bonito.
- Pra mim pode ser feijoada... – Falei sem vergonha e ela sorriu com minha sinceridade.
- Acho que quero também. – Miguel concordou.
- Eu também. – Seu Enzo guardou o cardápio e nós três iriamos comer feijoada! Eba!
Após alguns minutos o prato chegou e eu comia até lamber os beiços, mas era educada e comia como uma dama, porque minha mãe me obrigava.
- E como estão seus pais Ester... Após o acontecimento passado? – Dona Hailey me questionou enquanto almoçávamos.
- Aceitaram minha escolha, apenas ainda se sente inseguros comigo, pois aconteceu ontem, é de se esperar que eu mude de ideia.
- Mas já está certa do que quer? – Miguel interrompeu esperando a resposta definitiva.
- Sim. – Respondi com convicção e pude perceber o alivio que ele sentiu.
- Sentimos muito pela sua irmã Ester... Quantos anos ela tinha? – Seu Enzo perguntou.
- Tinha 23 anos... Era minha melhor amiga... – Respondi alienada aos minhas memórias de nós duas brincando, seus lindos cabelos castanhos com seu sorriso cativante... Infelizmente uma lágrima escorreu e nem percebi os olhares piedosos em mim. – Me desculpe... – Sequei as lágrimas ligeiramente e um silêncio pairou por alguns minutos.
- Vai à igreja hoje? – Questionou Miguel esperançoso.
- Sim. – Ele sorriu vitorioso.
- ALELUIA! – Teve que demonstrar sua felicidade com um sorriso e aumentando a voz até o último volume.
- Escandaloso... – Comentei alongando as palavras dando um efeito dramático enquanto esfregava o rosto da sua bobeira.
Entreolhamo-nos por alguns segundos e sorrimos um para o outro, até o Seu Enzo fingir tossir para nos chamar a atenção e só depois nos demos conta do que fizemos e coramos, desviando o olhar um do outro um pouco sem-graça.
Após o almoço, seguimos pra casa e Miguel dividiu seu fone de ouvido comigo enquanto me indicava alguns hinos divertidos, eu naturalmente sou brasileira, fui criada lá algum tempo pelos meus pais e falo português fluente, sou uma mistura mista de americano com inglesa com chinês e brasileiro... Loucura? Sqn! E para minha surpresa... Miguel também nasceu lá e as maiorias dos seus hinos são em português assim como eu.
O carro parou encostado à calçada e nós dois descemos juntos, Miguel insistiu para que fosse à sua casa, dessa vez pela porta e me puxou pelo braço me conduzindo até seu quarto, ali nos sentamos na cama e ele pegou a sua bíblia, pronunciando seu versículo favorito.
"Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." (Gálatas 5:14)
- Então você me ama sem ao menos eu saber... – Brinquei.
- E digo o mesmo de você...
Um silêncio pairou no ar e comecei a caminhar pelo seu quarto, repleto de troféus acadêmicos, quadros com lembranças felizes e muitas coisas em tons de azul e branco, talvez fossem suas cores favoritas... Mas o que me chamou a atenção foi uma foto dele com seus pais e mais duas pessoas, todos como uma família.
- Nunca me disse que tinha irmãos... – Ele se aproximou de mim enquanto relembrava o momento na foto.
- Essa é Noemi e esse Rafael. – Apontou respectivamente pra menina e o menino.
- Tem uma família linda sabia... – Comentei sorrindo e nossos corpos estavam próximos demais, novamente nossos olhos se encontraram e eu não estava conseguindo resistir em querer beija-lo, mas verdadeiramente, sem pecado, sem malicia, sem impurezas... Simplesmente um beijo apaixonado, puro e belo como nunca tive em toda minha vida.
Nossos olhos estavam fixados um no outro e ele era mais alto que eu, inclinou-se aproximando do meu rosto e o toquei levemente na sua face, ele enlaçou seu braço na minha cintura e passou as mãos nos meus cabelos com carinho, fiquei ouvindo seu coração palpitar e ergueu meu rosto pelo queixo, tentávamos resistir fielmente um ao outro e apenas recebi um beijo delicado na testa me fazendo fechar os olhos e sentir o momento, abri meus olhos com um sorriso e depois novamente encostei meu rosto no seu peito e ele apoiou a cabeça na minha, estávamos abraçados em silêncio e depois ele me puxou pelo braço e me conduziu até sua cama, ali se deitou de barriga pra cima e eu ao seu lado com o rosto no seu peito, ele continuava a andarilhar pelos meus cabelos e eu me deixei levar pelo seu aconchego, já que ele me abraçou novamente, era apenas um gesto carinhoso nosso, nada de malicias, iriamos esperar o tempo certo e por sorte... Eu era virgem...
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