Capítulo 06 - Liberdade. - Não Revisado.
P.O.V Miguel
No momento eu estava estudando no meu quarto silenciosamente, o céu estava trovejando e o vento forte avisava que uma tempestade tenebrosa chegava, já perdi as contas de quantas vezes chamei por Ester e ela até agora não atendeu, já estava de noite e talvez ou foi dormir ou não estava em casa, fiquei muito preocupado com a forma que ela se comportou na escola, realmente me senti intimidado com seus olhares, mas não deixaria isso nos afastar, na verdade não deixaria nada... Deus tem um plano na vida dela e na minha, sei que é ela e por isso lutarei até o fim, até as minhas forças se esgotarem, se ela soubesse o quando o Pai do céu a ama e que Ele deseja amorosamente o seu arrependimento e assim continuar a obra que um dia fora interrompida por circunstancia conhecidas apenas por Ele e ela.
Nossa campainha foi tocada constante e não dei muita atenção, meus pais atenderam o casal que parecia desesperado por algo, apenas ouvi algumas palavras.
- Nossa filha Ester não voltou pra casa e pensamos que talvez o filho de vocês soubessem onde ela está. – Dizia um senhor de cabelos grisalhos, estava preocupado.
"Avenida..." – Me veio à mente e rapidamente desci as escadas sem dar nenhuma explicação a todos e corri para a avenida atrás dela.
"Só espero que Ester não faça nenhuma besteira!" – Pensei.
P.O.V Ester.
Estava andando pela calçada da longa avenida que dava para a entrada da pequena cidade que era cercada por florestas verdes vibrantes, a noite estava gélida e começou a chover de repente, eu precisava pensar, refletir, racionar e talvez seria melhor se fosse no lugar onde tudo começou, onde a minha vida foi destruída.
Fiquei frente a frente com a cruz que simbolizava que alguém morreu ali, agachei para vê-la mais de perto e fechei os olhos tentando lembrar daqueles acontecimentos terríveis.
- ESTER! – Só se enxergava a luz do farol intensa do caminhão que colidiu com a gente, o carro foi parar no desfiladeiro e fiquei desacordada por causa da pancada na cabeça que fiz após bater com força na janela do carro, abri os olhos e olhei de soslaio para ela do meu lado e estava desacordada, ainda respirava com muita dificuldade.
- Por favor! Eu imploro! Poupe a minha vida! – O homem gritava desesperado, em meio à chuva torrencial, ele estava deitado na lama pedindo clemencia.
Só se ouvia o estalo da bala atingindo de certeiro o seu coração, o resto não me recordava.
Era apenas o que me lembrava após desmaiar por completo, sem saber o que realmente aconteceu... Depois disso tudo mudou, culpada por um crime que não cometeu, dor intensa no coração por perder alguém importante e tendo que ver os meus próprios amigos se distanciando com medo de mim, sem acreditarem em nada que eu dizia, por isso abandonei a igreja e decidi manter essa imagem de "assassina", os que me odiavam começaram a me respeitar e era temida até pela cidade inteira por causa dos boatos falsos que espelharam por ai, até mesmo as autoridades não se intrometiam comigo, tinham medo da minha força absurda e da minha parceria com a máfia... Tudo boatos, mas que não neguei na hora.
- E ai gatinha? Quanto você me cobra por uma noite maravilhosa? – Um carro com quatros caras dentro encostou ao meu lado e não dei importância fingindo não ouvir. – Quer que eu vá ai te fazer ouvir? – Ameaçou e o encarei fuzilando com os olhos.
Logo atrás outro carro apareceu e reconheci de longe o motorista dele... Miguel!
- Ester!? – Gritou desesperado correndo ao meu encontro e me deixando espantada.
- Seu namorado? – Zombou um dos caras.
- Vamos embora, por favor. – Miguel murmurou enquanto me encarava começando a ficar ensopado com a chuva.
- Não mesmo, ela vem conosco. – O cara saiu do carro, estava bêbado e drogado, ele pegou no meu braço e Miguel o afastou se colocando a minha frente.
- Não toque um dedo nela. – Ele encarou o cara com um fervor no sangue.- Vamos, Ester. – Pegou na minha mão me conduzindo até o carro, mas os caras saíram do carro vindo atrás de nós.
- Realmente ele quer brigar rapaziada, vamos dar uma lição nesse atrevido. – O cara me afastou do Miguel e o mesmo se virou para me fitar, bem na hora que Miguel iria ser socado, eu o impedi segurando seu braço com força.
- Agora eu estou furiosa. – Exclamei tirando o capuz da cabeça e fuzilando os caras. – Miguel, entra no carro agora. – Mandei e ele não se opôs, entrou ficando a minha espera. Há uma explicação para eu ser forte... Sou descendentes de chinese, eu sei que você vai dizer que é estranho pelo fato de eu parecer mais americana do que chinesa, não tenho olhos puxados, mas isso se dá ao fato de que um dos chineses casou com uma americana e assim foi indo, o primeiro bebê nasceu sem olhos puxados e hoje os meus pais são uma inglesa e um americano, entendeu agora? Sou descendente por parte da mãe, ela própria tem um olhos meios puxados, mas bem difícil de notar, agora voltando à explicação, é obrigatório que nós aprendamos desde criança a arte do kung fu, wushu e lá se vai história, sou uma mistura de Bruce Lee com Jackie Chan e Jet Li, então posso me gabar dizendo que sou ótima... E por isso ouve conflitos entre eu e minha família porque eles queriam que eu seguisse suas tradições e eu escolhi as tradições cristãs, mas nos respeitamos muito e não se fala mais nisso.
P.O.V Miguel.
Em poucos minutos, Ester deu uns saltos, deslizes e assim derrubou os quatros caras me deixando impressionado com ela, eles tentavam ataca-la, mas ela os impedia em um só golpe, realmente era forte e valente, queria ser assim como ela... Decidi voltar para o carro porque senão poderia atrapalhar, depois de uns minutos os caras se levantaram do chão reclamando de dores e entraram no carro saindo o mais depressa possível, ficando apenas eu e a garota ninja! Ela me olhou de soslaio e observava curiosamente aquela cruz no chão, depois se aproximou e entrou no carro toda ensopada, eu queria protege-la e cuidar dela com todas as minhas forças, eu queria isso.
P.O.V Ester.
- Vai ficar me encarando por acaso? – Fitei o Miguel que estava impressionado comigo.
- Não até você me explicar o porquê de estar a essa hora da noite, nessa densa floresta quase podendo ser atacada por aqueles caras... – Revirei os olhos sem saída para aquela questão. – Por favor, eu quero saber a verdade, eu preciso. – Insistiu com a voz baixa enquanto me observava.
Depois de minutos de explicação, a reação de Miguel foi algo inesperado, ele apenas continuou a me olhar gentilmente sem desprezo e esboçou um sorriso verdadeiro.
- Não segure o fardo dos outros. – Comentou depois de um longuíssimo silêncio. – Não sei o que houve direito naquela noite, mas saiba que se arrepender, Deus vai te perdoar.
- Ele me abandonou. – Virei meu olhar para não fita-lo.
- Ele nunca te abandonou, você que apenas se afastou dEle sem mais nem menos e Ele espera ansiosamente pela sua volta nos braços dEle!
- A minha irmã morreu naquela noite Miguel! Realmente acha que Deus me ama? Ele a tirou de mim! – Exclamei irritada com ele que continuava paciente.
- Aquilo foi um acidente, não pode culpar a Deus por tudo... Acidentes acontecem porque é normal na vida do ser humano, mas ele nunca quer admitir isso, sempre coloca a culpa em Deus.
- Mas... – Estava sem palavras para me defender diante dele. – Eu a amava... – Lágrimas escorriam incontrolavelmente e rouquidão na voz estava aparente.
- O que houve com ela Ester foi um acidente e sei muito bem que Emily deseja apenas o seu melhor e que volte pra Deus, porque nesse momento ela está com Ele. – Miguel tocou em minhas mãos e me fez encostar em seu peito ouvindo assim o bater do seu coração, ele me abraçava como se fosse de vidro, com todo cuidado e carinho. – Peça perdão a Ele... – Dizia devagar. – Peça...
- Eu... Não... Posso... – Resistia a ele.
- Consegue sim, apenas peça e espere o milagre acontecer... – Ele passava as mãos nos meus cabelos com delicadeza. – Vou te levar a um lugar. – Comentou, me levantei para encara-lo e ele sorriu discreto.
Ajeite-me no banco e coloquei o cinto, ele deu a partida no carro e saímos em direção a algum lugar que eu não sabia de exato, apenas senti um aperto no coração quando Miguel estacionou de frente a uma igreja branca e enorme, o único lugar que eu queria distância... E aqui estava eu novamente.
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